sábado, 31 de março de 2012

Comentários Eleison de D. Williamson – GRAVE PERIGO


Número CCXLVI (246) – 31 de março de 2012

GRAVE PERIGO

O desejo de certos padres da Fraternidade Sacerdotal São Pio X de buscar um acordo prático com as autoridades da Igreja sem um acordo doutrinal parece ser uma tentação recorrente. Há anos D. Fellay, como Superior Geral da Fraternidade, tem rejeitado a idéia, mas quando ele disse em Winona, em 2 de fevereiro, que Roma está disposta a aceitar a Fraternidade tal como é, e que está pronta a satisfazer “todas as exigências da Fraternidade... em nível prático”, parece como se Roma estivesse oferecendo a mesma tentação outra vez.

Entretanto, a última notícia vinda de Roma é conhecida por muitos de vocês: a não ser que o Vaticano esteja jogando com a FSSPX, ele anunciou na última sexta-feira, 16 de março, que julga a resposta de janeiro de D. Fellay ao seu Preâmbulo Doutrinal de 14 de setembro passado “insuficiente para superar os problemas doutrinais que estão na base da fratura entre a Santa Sé e a FSSPX.” E o Vaticano deu à FSSPX um mês para “clarificar sua posição” e evitar “uma ruptura de consequências dolorosas e incalculáveis.”

Mas e se Roma repentinamente cessasse de requisitar a aceitação do Concílio e da Missa Nova? E se Roma repentinamente dissesse: “Tudo bem. Nós já pensamos sobre isso. Voltem à Igreja do modo que desejam. Nós lhes daremos a liberdade de criticar o Concílio como muitos de vocês gostariam, e a liberdade de celebrar exclusivamente a Missa Tridentina. Mas entrem!” Poderia ser um movimento muito hábil da parte de Roma, pois como poderia a Fraternidade rejeitar tal oferta sem parecer inconsistente e completamente ingrata? Ainda por razão de sobrevivência ela teria de rejeitá-la. Por razão de sobrevivência? Palavras fortes. Mas há um comentário do Arcebispo Lefebvre sobre a matéria.

Em 5 de maio de 1988, ele assinou com o então Cardeal Ratzinger o protocolo (redação provisória) de um acordo prático Roma-FSSPX. Em 6 de maio, retirou sua assinatura (provisória). Em 13 de junho, disse: “Com o Protocolo de 5 de maio nós logo estaríamos mortos.  Nós não teríamos durado um ano. A partir de agora a Fraternidade está unida, mas com aquele Protocolo nós teríamos tido de manter contato com eles, teria havido divisão na FSSPX, tudo seria causa de divisão” (ênfase acrescida). “Novas vocações poderiam ter acorrido até nós porque estaríamos unidos a Roma, mas essas vocações não suportariam desacordos com Roma, o que significaria divisão. Tal como é, as vocações peneiram-se a si mesmas antes de chegar até nós” (o que ainda é verdade nos seminários da Fraternidade).

E por que essas divisões? (vocações hostis seriam apenas um exemplo dentre incontáveis outros). Claramente, porque o Protocolo de 5 de maio teria significado um acordo prático erigido sobre um radical desacordo doutrinal entre a religião de Deus e a religião do homem. O Arcebispo veio a dizer: “Eles estão nos puxando para o Concílio... ao passo que de nosso lado nós estamos salvando a Fraternidade e a Tradição mantendo cuidadosamente nossa distância deles” (ênfase acrescida). Então por que o Arcebispo buscou tal acordo em primeiro lugar? Ele continua: “Nós fizemos um esforço honesto para manter a Tradição seguindo dentro da Igreja oficial. O que revelou-se impossível. Eles não mudaram, a não ser para pior.”

E mudaram desde 1988? Muitos pensariam que somente para ainda pior.

Kyrie eleison.

Fonte: A Grande Guerra

sexta-feira, 30 de março de 2012

Meditações Para todos os Dias da Semana - Parte 6/6


SÁBADO, A RECOMPENSA ETERNA



— Assim como nos enche de pavor o pensamento e a consideração do inferno, igualmente nos proporciona confor­to a lembrança do Paraíso, preparado por Deus para todos os que O amam e servem durante esta vida. Pois são um nada todos os bens juntos desta terra em comparação da felicidade e dos bens que se gozam no céu. Oh! como bem merece ser desejado e ardentemente amado aquele lugar onde se gozam todos os bens!

— Considera, além disso, o gozo que inundará a tua alma ao entrares no Paraíso. O encanto e o acolhimento; a nobreza, a beleza dos Querubins, dos Serafins, de todos os Anjos e de todos os Santos que aos milhões e milhões louvam ao Criador; o Coro dos Apóstolos, a multidão imensa dos Mártires, dos Confessores, das Virgens. Há também um exército enorme de almas que, por terem conservado a virtude da pureza, cantam a Deus um hino que só eles podem entoar. Oh! quanto gozam naquele reino os bem-aventurados! Sempre mergulha­dos na alegria, sem a menor doença, sem desgosto ou preocu­pação alguma que lhes possa pertubar a paz que gozam na posse de Deus.

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— Considera, além disso, ó alma, que todos os bens até aqui considerados são um nada em comparação do grande prazer que se experimenta na visão de Deus. Ele alegra os bem-aventurados com o seu olhar amorável e derrama-lhes no cora­ção um mar de delícias. Que prazer não será pois contemplar, não por um instante, mas para sempre, e para sempre gozar desse rosto divino que enleva os Anjos e os Santos e que enche de encanto todo o Paraíso! E a beleza e amabilidade de Maria, de que prazer deve também encher o coração do bem-aventu­rado! Oh! sim! quanto são amáveis os teus tabernáculos, ó Senhor!

Coragem, pois, ó alma! Neste mundo terás que sofrer alguma coisa, mas não desanimes: o que hás de receber no céu compensará infinitamente todos os teus sofrimentos.

Igreja Católica: Construtora da Civilização Ocidental (Introdução) 1.3














“Se perguntarmos a um estudante universitário o que sabe sobre a contribuição da Igreja Católica para a sociedade, a sua resposta talvez se resuma a uma palavra: “opressão”, por exemplo, ou “obscurantismo”. No entanto, essa palavra deveria ser civilização.”






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Igreja Católica: Construtora da Civilização Ocidental (Introdução) 1.2


“Se perguntarmos a um estudante universitário o que sabe sobre a contribuição da Igreja Católica para a sociedade, a sua resposta talvez se resuma a uma palavra: “opressão”, por exemplo, ou “obscurantismo”. No entanto, essa palavra deveria ser civilização.”





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Igreja Católica: Construtora da Civilização Ocidental (Introdução) 1.1






“Se perguntarmos a um estudante universitário o que sabe sobre a contribuição da Igreja Católica para a sociedade, a sua resposta talvez se resuma a uma palavra: “opressão”, por exemplo, ou “obscurantismo”. No entanto, essa palavra deveria ser civilização.”



 "Introdução: Desmentindo mitos sobre a Igreja Católica e seu impacto na Civilização Ocidental."


                           


                                                     
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Hino Pontifício




Ó Roma eterna, dos Mártires, dos Santos!

Ó Roma eterna, acolhe nossos cantos!

Glória no alto ao Deus de majestade!

Paz sobre a terra, justiça e caridade.




A ti corremos, angélico Pastor,

Em ti nós vemos o doce Redentor.

A voz de Pedro, na tua o mundo escuta,
Conforto e escudo de quem combate e luta.


Não vencerão, as forças do inferno,

Mas a verdade, o doce amor fraterno.



Salve, salve Roma, é eterna a tua história,

Cantam-nos tua glória monumentos e altares!

Roma dos Apóstolos, Mãe e Mestra da verdade,
Roma, toda a Cristandade, o mundo espera em ti.


Salve, salve Roma, o teu sol não tem poente!

Vence refulgente, todo erro e todo mal!

Salve, Santo Padre, vivas tanto ou mais que Pedro!
Desça qual mel do rochedo, a benção paternal!





                                                       

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A Realeza de Cristo segundo o Magistério da Igreja - Profº Dom Tomás de Aquino




Essa é uma introdução do Curso feito pelo Profº Dom Tomás de Aquino e o Profº Carlos Nougué aos fiéis, o qual explanarão sobre os erros modernos.

Nessa Primeira aula, o tema abordado é a Realeza de Cristo segundo o Magistério da Igreja. 


Bom vídeo a todos



Para assistir direto do Blog, basta dá play no vídeo abaixo:






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Fonte: http://spessantotomas.blogspot.com.br/p/cursos-spes-pela-internet.html

São João Clímaco


                                                                     30 de março


O Monte Sinai está historicamente ligado ao cristianismo. Foi o lugar indicado por Deus para entregar a Moisés as tábuas gravadas com os Dez Mandamentos. É uma serra rochosa e árida que, não só pela sua geografia, mas também pelo significado histórico, foi escolhida pelos cristãos que procuravam a solidão da vida eremítica.

Assim, já no século IV, depois das perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram ali construídos por numerosos monges que se entregavam à vida de oração e contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos preciosos. Foi neste ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do Monte Sinai, João Clímaco.

João nasceu na Síria, por volta do ano 579. De grande inteligência, formação literária e religiosa, ainda muito jovem, aos dezesseis anos, optou pelo deserto e viajou para o Monte Sinai, tornando-se discípulo num dos mais renomados mosteiros, do venerável ancião Raiuthi. Isso aconteceu depois de renunciar a fortuna da família e a uma posição social promissora. Preferiu um cotidiano feito de oração, jejum continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só descia ao vale para recolher frutas e raízes para sua parca refeição e só se reunia aos demais monges nos fins de semana, para um culto coletivo.

Sua fama se espalhou e muitos peregrinos iam procura-lo para aprender com seus ensinamentos e conselhos. Inicialmente eram apenas os que desejavam seguir a vida monástica, depois eram os fiéis que queriam uma benção do monge, já tido em vida como santo. Aos sessenta anos João foi eleito por unanimidade abade geral de todos os eremitas da serra do Monte Sinai.

Nesse período ele escreveu muito e o que dele se conserva até hoje é um livro importantíssimo que teve ampla divulgação na Idade Média, "Escada do Paraíso". Livro que lhe trouxe também o sobrenome Clímaco que, em grego, significa "aquele da escada". No seu livro ele estabeleceu trinta degraus necessários à subir para alcançar a perfeição da alma.

Trata-se de um verdadeiro manual, a síntese da doutrina monástica e ascética, para os noviços e monges, onde descreveu, degrau por degrau, todas as dificuldades a serem vividas, a superação da razão e dos sentidos, e que as alegrias do Paraíso perfeito serão colhidas no final dessa escalada, após o transito para a eternidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

João Clímaco morreu no dia 30 de março de 649, amado e venerado por todos os cristãos do mundo oriental e ocidental, sendo celebrado por todos eles no mesmo dia do seu falecimento.

Meditações Para todos os Dias da Semana - Parte 5/6

SEXTA-FEIRA,
A ETERNIDADE DAS PENAS




Considera, ó alma, que se caíres no inferno, nun­ca mais dele sairás. Lá se sofrem todas as penas e todos os tormentos. Terão passados cem anos desde que caíste no inferno, terão passados mil e o inferno estará ainda em seu começo; passarão ainda cem mil, passarão milhões de séculos, e o inferno será como em começos. Se um anjo levasse aos condenados à notícia que Deus os iria libertar do inferno depois de passa­dos tantos milhões de séculos quantas são as gotas de água do mar, as folhas das árvores, os grãos de areia da terra, esta notí­cia lhes causaria indizível satisfação. 
É verdade, diriam, que devem passar ainda séculos, mas um dia hão de acabar. Pelo contrário, passarão todos estes séculos e todos os tempos que se possam imaginar e o inferno será como se então começasse. Todos os condenados fariam de boa vontade com Deus o se­guinte pacto: Senhor, aumentai quanto quiserdes os meus suplícios; deixai-me nestes tormentos por quantos séculos quiserdes, contanto que eu possa ter a esperança de um dia ser salvo destes tormentos. Mas nada, esta esperança, este termo nunca chegará.

— Se ao menos o pobre condenado pudesse enga­nar-se a si mesmo e iludir-se dizendo: “Quem sabe, um dia tal­vez Deus se compadecerá de mim e me arrancará deste abismo!” Mas não, nem isto: verá sempre escrito diante de si a sentença de sua eterna infelicidade. Pois então, irá ele dizendo: todas es­tas penas, este fogo, estes gritos, nunca mais hão de acabar para mim? Não, lhe será respondido, não, jamais. E durarão sempre? Sempre, por toda a eternidade! Oh, eternidade! Oh, abismo sem fundo! Oh, mar sem praias! Oh, caverna sem saída! Quem pode ficar sem tremer, pensando em ti?

— O que te deve encher de pavor, alma cristã, é que aquela horrível fornalha está sempre aberta debaixo de teus pés, e que é suficiente um só pecado mortal para lá te fazer cair. Compreendes bem o que estás lendo? Uma pena eterna, pode ser o fruto de um só pecado mortal, que cometes com tanta facilidade. Uma blasfêmia, uma profanação dos dias san­tos, um furto, um ódio, uma palavra, um ato, um pensamento obsceno, pode ser bastante para mereceres a condenação às penas do inferno. Escuta pois, ó cristão, o meu conselho: Se a consciência te acusa de algum pecado, vai depressa confessar-te; e trata de começar uma vida boa. Põe em prática todos os meios que te indicar o confessor. Se for necessário, faze uma confissão geral. Promete que há de fugir das ocasiões perigosas, e se Deus te inspirasse até para deixar o mundo, segue logo a sua voz. Tudo o que fizeres para evitar uma eternidade de tormentos é pouco, é nada. Lança-te aos pés do teu Deus e dize-lhe: “Se­nhor, estou pronto a fazer o que Vós quiserdes; nunca mais hei de pecar em minha vida; já por demais vos tenho ofendido; mandai-me todos os sofrimentos que quiserdes durante esta vida, contanto que eu possa conseguir a salvação.”

As vestes a luz da Bíblia Sagrada







Porque muitos padres não usam mais falar contra a imodéstia das modas, muitas pessoas, sobretudo as mais novas, ficam pensando que as exigências da modéstia são invenções dos padres tradicionalistas. Por isso, quero tratar deste assunto baseado na Sagrada Escritura, que é a palavra de Deus.
1 - Deus Criou Adão e Eva no estado de inocência, sem a concupiscência, isto é, sem o desregramento das paixões. Dai, antes do pecado, Adão e Eva estavam nus e não se envergonhavam. Confira a Bíblia Sagrada: Gen. II, 25. E eles conversam familiarmente com Deus. Mas a partir do momento em que pecaram, perderam a inocência, começaram a ter maldade e então, tiveram vergonha em se verem nus, e coseram folhas de figueira e fizeram para si cinturas. É o que se lê na Sagrada Escritura em Gen. III, 7. Foi o que eles puderam conseguir naquele momento após o pecado. Mas embora assim cobertos na cintura, se julgaram ainda nus, tiveram vergonha e se esconderam de Deus. Confira a Bíblia Sagrada: Gen. III, 9 e 10. E notai que o próprio Deus não achou também suficiente esta veste sumária. Eis o que diz a Bíblia em Gen. III, 21: "Fez também o Senhor Deus a Adão e à sua mulher umas túnicas de peles e os vestiu".
2 - Consideremos bem isto, porque é uma ação do próprio Deus. Quem ousará contestá-la?! Se veste fosse assim algo secundário, Deus teria deixado a critério de Adão e Eva. Considere-se primeiramente, que Deus os vestiu assim com modéstia, embora fossem esposos e os únicos que existiam até então sobre a terra. Neste particular entende-se a palavra de S. Paulo que recomenda a modéstia "porque Deus está perto". Confira Filipenses IV, 5. A pessoa deve se vestir com modéstia não só na igreja mas em toda parte. É claro que na igreja exigir-se-ão modéstia e decoro ainda maiores. São Paulo diz: "Do mesmo modo orem também as mulheres em trajes honestos, vestindo-se com modéstia e sobriedade". Confira I Timóteo, II, 9. Considere-se também que Deus vestiu nossos primeiros pais com túnicas. A túnica, por sua própria natureza, é uma veste que satisfaz as exigências da modéstia, porque oculta inteiramente o corpo não só enquanto o cobre, mas também enquanto não deixa transparecer a sua forma.
3 - Era também exigido por Deus a diferenciação entre o modo de se vestir dos homens e das mulheres; tanto assim que Deus considera abominável a mulher que se veste de homem e vice-versa. É o que diz a Bíblia Sagrada em Deuteronômio, XXII, 5. Vê-se, portanto, que as vestes unissex são condenadas por Deus na Sagrada Escritura. E a própria ordem natural exige que as diferenças entre os sexos sejam manifestadas, de maneira digna e honesta, pelo modo diferente de vestir, adequado a cada sexo.
Entre o povo fiel a Deus, procurando obedecer ao Seu preceito, desde os primeiros tempos, procurou-se um feitio de túnica para cada sexo, além das vestes complementares que davam naturalmente uma diferenciação maior. Há, no entanto, testemunhos de que os pagãos não obedeciam a estas normas. Não conheciam o verdadeiro Deus e a sua Lei.
Os sacerdotes da Antiga Lei também usavam túnicas cujo modelo era bem diferente e foi indicado pelo próprio Deus. Confira Êxodo, XXVIII, 31. Nosso Senhor Jesus Cristo também se cobria com túnica. Confira S. João, XIX, 23. Há muitas outras passagens do Antigo e do Novo Testamentos que mostra ser a túnica usada entre o povo. Por exemplo: Gen. XXXVII, 32; S. Mateus, V; Ats. IX, 39, etc.
4 - Alguém dirá que estas vestes tiveram que ser trocadas por outras diante das novas exigências da sociedade. Até concedemos que assim possa ser, mas desde que se respeitem os dois princípios determinados por Deus na Sagrada Escritura através do exemplo dado em relação a Adão e Eva e do preceito do Deuteronômio, XXII, 5 ou seja: 1º- que a roupa cubra realmente o corpo e não envolva nenhuma indecência que venha trazer escândalo para o próximo; 2º- que não haja travestimento, isto é, que a mulher não se vista de homens e vice-versa.
5 - Além da primeira razão da decência para as vestes (= a presença de Deus em toda parte, a concupiscência própria e a vergonha natural depois do pecado original), há também uma outra razão que diz respeito ao próximo. Como depois do pecado original passou a existir no homem a concupiscência da carne, dos olhos pelos quais entram no coração os maus desejos, a lascívia, os adultérios etc. as vestes cobrindo direito o corpo se tornam necessárias também em relação ao próximo ou seja para se evitar o escândalo, isto é, tropeço que leva as pessoas a cair no pecado. E neste particular, indecente e condenável é não só a veste que não cubra bem o corpo mas também quando deixa transparecer a forma do corpo ou em razão de seu próprio feitio ou por ser ajustado. Roupa muito ajustada só pode ter uma razão de ser: a maldade. Jesus Cristo deixou os princípios, os avisos, as regras da mal moral pelos quais os homens de todos os séculos devem guiar o seu modo de proceder. Segundo diz a Sagrada Escritura na Epístola aos Hebreus, XXII, 8 e 9: "Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem e hoje, e por todos os séculos". E, por outro lado, os homens, quando à concupiscência, são também sempre os mesmos. Daí não pode ninguém dizer que os tempos mudaram e por isso as advertências de Jesus não têm mais valor hoje. Consideremos, então, algumas destas advertências de Jesus. Jesus falou contra os escândalos, isto é, as seduções que levam os outros ao pecado: Disse Jesus: "Ai do mundo por causa dos escândalos; porque é inevitável que sucedam escândalos; mas ai daquele por quem vem o escândalo!". Confira S. Mateus, XVIII, 7-9. Jesus advertiu igualmente: "Quem olhar para uma mulher desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração". Confira S. Mateus, V, 28. Agora, quem é que não reconhece que uma pessoa vestida menos decentemente é causa destes maus desejos e adultérios contra os quais fala Jesus acima? Quem não for fraco neste ponto atire a primeira pedra.
6 - Alguém poderá dizer que não vê e não sente maldade alguma em usar tal veste. Pode até ser verdade agora porque já se acostumou no mal e adquiriu o mau hábito. Mas considere: 1º- que toda pessoa é culpada quando não procura eliminar o mau hábito, 2º- que é preciso olhar também o próximo. Donde, se a veste não é inteiramente decente eu tenho obrigação de evitá-la para não escandalizar talvez o próximo e incorrer assim na censura de Jesus: "Ai daquele por quem vem o escândalo". E veja bem que a Sagrada Escritura manda evitar até uma coisa que de si não seria condenável, mas que fosse motivo de escândalo para o irmão fraco por quem morreu Jesus. Confira I Coríntios, VIII, 13.
7 - E há também o escândalo das crianças que se sentem tentadas a imitar as mais velhas e assim vão perdendo o recato, o pudor e a pureza já desde pequenas. Jesus advertiu: "É melhor uma pessoa amarrar uma pedra de moinho ao pescoço e se lançar no fundo do mar do que escandalizar uma criança". Confira S. Mateus, XVIII, 6. Já imaginaram as contas que vão dar a Deus as mães que dão este mau exemplo às suas Filhas!!! Os pais procurem, pois, seguir o conselho que a Bíblia Sagrada lhes dá em relação aos Filhos: "Tens Filhos? Ensina-os bem, e acostuma-os às sujeição desde a sua infância. Tens Filhas? Conserva a pureza de seus corpos". Confira Eclesiástico VII, 25 e 26. Quantas mães, no entanto, desculpam seus Filhos dizendo que são jovens e devem aproveitar a mocidade. Estas ouçam o que diz a Sagrada Escritura: "Regozija-te, pois, ó jovem na tua mocidade, e viva em alegria o teu coração na flor de teus anos, segue as inclinações  de teu coração e o que agrada aos teus olhos, mas sabe que Deus te chamará a dar contas de todas estas coisas". Confira Eclesiastes, XI, 9 e 10. Meditem, outrossim, nos elogios que a Bíblia faz à castidade e pureza: "Oh! quão formosa é a geração pura com o seu brilho!". Confira Sab. IV, 1. "Graça sobre graça é a mulher santa e cheia de pudor. Todo preço é nada em comparação de uma alma que pratica a castidade". Confira Eclesiástico, XXVI, 19 e 20.
8 - CONCLUSÃO: A Sagrada Escritura e a Tradição são as duas bases sólidas sobre as quais se funda a Igreja de Nosso Jesus Cristo. Se alguém não as aceita, então, vai se basear em que? No seu modo de pensar? Nas máximas do mundo? Mas quem age assim não é de Jesus Cristo.

Nossa Senhora do Rosário de Fátima!
Convertei os pecadores!

quinta-feira, 29 de março de 2012

A Subida do Calvário - VI. A VESTE BRANCA

 PRIMEIRA PARTE
OS INSTRUMENTOS DE SUPLÍCIO
 
VI - A VESTE BRANCA 

 
Jesus é arrastado, pela manhã, de Pilatos a Herodes: em que estado! A última parte da noite foi tão dolorosa! Aquela sala baixa de onde saímos, aquela coluna, venerada ainda hoje em Jerusalém, onde Ele se assentara, aquela oliveira do pátio de Caifás a que teria estado preso enquanto os soldados cobravam alento para a obra bebendo, outras tantas testemunhas daquela espantosa agonia!

Passa Ele pois pelas ruas, com as vestes sujas, o rosto inchado de bofetadas, a barba esquálida, embaraçada e cheia de escarros, sempre atado. Quando O vêem passar, desviam a cabeça... ousaremos dizê-lo? Depois do que disse o profeta, sim: é uma Face nojenta. Não está bastante ensangüentada para excitar a compaixão; está suja demais, por demais desfeita, para não suscitar o nojo.

Ó meu Deus, perdão por este termo repugnante, mas é o verdadeiro, nada se deve mudar ao que disse o Espírito Santo.

Tem Ele os braços amarrados, o rubor da confusão cobre-Lhe os pontos do rosto que não sujam os escarros e a poeira: não pode nem enxugar a Face nem esconder o pranto que corre.

Jesus deve ter chorado muitas vezes na Sua Paixão.

Ei-lO em presença de Herodes, de pé, pálido e desfeito; um arrepio de nojo percorre a elegante assembléia. Não podiam tê-lO modificado? Quando menos lavá-lO?

Atormentam-nO com perguntas; lisonjeiam-nO, gabam-nO; Ele se cala; desatam-Lhe as mãos para que execute passes. Jesus se cala, pendem-Lhe imóveis os braços. Instam então com Ele, a impaciência reponta:

“O quê?! Eu antecipei o meu levantar, atrapalhei o meu dia, convoquei a minha corte, pra Te ver, pra Te ouvir!”

E Jesus se cala. – “Que doido estúpido é este, ignorante das conveniências e usanças do mundo, que Pilatos me despachou?”

“É vosso rival, Herodes, intitula-se Rei dos judeus”.

“Belo Rei na verdade! Vamos vesti-lO de Rei, preciso tirar o meu proveito; prometi um divertimento à minha corte: já que Ele não nos quer divertir, divertir-nos-emos nós a custa dEle”.
Trazem a veste branca, passam-Lha, menosprezam-nO. E Jesus mantêm-se firme, face a Herodes, e despreza nEle o mundo.
Eis porque se cala.

Se houvesse diante dEle um simples pecador, oh!, por certo o Coração se Lhe fundiria, as mãos se Lhe atirariam no pó para retirá-lO. Mas há um zombador. Então Jesus se cala... aguardando a hora da justiça final. In eteritu vestro ridebo et subsanabo. Eu, a Sabedoria que tratais de loucura, a meu turno Eu me rirei de vós e brincarei convosco (Prov 1, 26).

Ó brinquedo terrível!

Há ainda vestes brancas que passam pelo mundo, justamente porque há sempre um mundo.

Todo o que quer amar a Deus acima de alguma coisa reveste um pouco dessa veste branca: se quiser amar a Deus acima de tudo, revesti-la-á toda. Eu posso, aos olhos de Deus, cobrir-me ainda com outra veste de humilhação: envolve-me a lembrança dos meus pecados, as tentações me assediam, os meus sentidos se revoltam.

Que veste humilhante! E eu só tenho esta para apresentar a Deus, pois perdi a outra, a primeira, a da minha inocência.

Ó Deus, ó Pai, afferte stolam primam, mandai que me tragam outra vez a minha veste, e com ela o anel, as sandálias e o vosso amor novo. Assim seja.

(“A subida do Calvário”, do Pe. Louis Perroy, SJ)

DAS OBRAS DE MISERICÓRDIA - I


DAS OBRAS DE MISERICÓRDIA

"As boas obras, das quais será pedida uma conta particular no dia do Juízo, são as obras de misericórdia. Obra de misericórdia é aquela com a qual se socorre as necessidades corporais ou espirituais do nosso próximo." (São Pio X)

Obras de misericórdia corporais:

1°- Dar de comer a quem tem fome.
 

 2° - Dar de beber a quem tem sede.
 

3° - Vestir os nus.
 

4° - Dar pousada aos peregrinos.

5° - Visitar os enfermos.

6° - Visitar os presos.

7° - Enterrar os mortos.