segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Missa Nova ou Missa Tridentina




Esclarecendo dúvidas

Há muitos católicos, aliás no mundo inteiro, que dizem não poder, em consciência, aceitar a Missa Nova.

Contra eles, costuma-se dar três objeções:

1ª A Missa Nova na verdade é a mesma Missa de sempre. Não há portanto razão para recusá-la.
2º O Papa mandou explicitamente a Missa Nova. Ora os fiéis devem obedecer ao Papa, mesmo quando não fale “ex-cathedra”.
3ª O Papa, apesar de não usar neste caso a sua infalibilidade, não poderia errar em matéria tão grave.

RESPOSTAS

1ª OBJEÇÃO: A Missa Nova é a mesma Missa de Sempre.

É a melhor deixar responder a isto o próprio Mons. Aníbal Bugnini, então secretário da Congregação do Culto Divino, o grande mentor da Missa Nova: “Não se trata apenas de retoques numa obra de grande valor, mas às vezes é preciso dar estruturas novas a ritos inteiros. Trata-se de uma restauração fundamental, eu diria quase uma mudança total e, para certos pontos, de uma verdadeira nova criação” (Doc. Cat. nº 1493, 7-5-67). Por estas palavras se vê que a Missa Nova já não é a mesma Missa Tradicional.

Aliás, se é a mesma coisa, então por que criticar e até perseguir os que querem ser fiéis à Missa Tradicional?

...

2ª OBJEÇÃO: O Papa mandou explicitamente a Missa Nova.

Antes de responder, gostaria de fazer quatro perguntas a quem fizesse essa objeção:
a)                Um Papa pode entrar em desacordo com a Tradição?
b)                Se um Papa estiver em desacordo com a Tradição, a quem devemos seguir, ao Papa ou à Tradição?
c)                 Um Papa pode terminar favorecendo uma heresia?
d)                Se o Papa favorece a heresia, neste caso o que se deve fazer: obedecer ao Papa e favorecer a heresia ou conservar a Fé intacta?




...

Existem várias razões de Fé para não se aceitar a Missa Nova.

A Igreja condenou os erros protestantes. Definiu, com infalibilidade, dogmas de Fé sobre a Presença Real de Jesus Cristo na SSma. Eucaristia, sobre o Sacerdócio Hierárquico distinto de dos simples fiéis, sobre o Santo Sacrifício da Missa.

A Igreja condenou aqueles que dizem que a Missa deve ser celebrada só em vernáculo (em português) (Concílio de Trento).

A Igreja reprovou os que querem que a Consagração seja em voz alta (Conc. de Trento e Pio VI).

A Igreja reprovou o altar em forma de mesa (Pio XII)

Ora, na Missa Nova, os erros que a Igreja me ensinou a reprovar agora são os tidos como certos e aprovados. E mais. Os dogmas de fé acima citados, não são mais tão explícitos como o eram na Missa Tradicional, e isso é tão evidente que os Protestantes, que jamais toleraram a Missa Tradicional (Lutero a chama de abominável), afirmaram que, com a Missa Nova, teologicamente é possível que eles celebrem sua ceia com as mesmas orações da liturgia reformada da Igreja Católica (cf. Max Thurian, La Croix, 30-05-1969). Não é sintomático?!

Será que podemos conservar a fé e agradar a Deus, oferecendo-lhe um culto assim ambíguo, que agrada também aos seus inimigos, e fazer deste culto o centro de nossa vida, como deve ser a Santa Missa?

Pode uma autoridade, por suprema que seja, nos impor algo que é contra a nossa Fé e que é ofensivo a Deus, Nosso Senhor?


Eis o dilema para todo bom católico: ou sacrificar a Fé e a Tradição em nome da obediência, ou manter-se firme na Fé e na Tradição, obedecendo ao que foi sempre ensinado pela Santa Igreja, e por isso ser taxado de rebelde e de desobediente!

São Paulo já nos advertiu: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do Céu vos anuncie um Evangelho diferente daquele que vos tenho anunciado, seja anátema” (Gal 1,8).

Não se trata de desobediência ou de rebeldia. Trata-se de fidelidade e lealdade à Fé do nosso Batismo, e, portanto, à cátedra de Pedro e à Santa Igreja.

Pode-se cair em heresia ou favorecer a ela por palavras ou por atos. E os hereges sempre procuraram manifestar-se na liturgia os seus erros. Assim, por exemplo, no tempo da heresia monofisita, que negava as duas naturezas de Jesus Cristo, os hereges, quando celebravam a Missa, não colocavam a gotinha de água no vinho no ofertório, porque isto significa também a natureza humana de Cristo unida à natureza divina. Se um padre, naquela época, celebrasse a Missa assim, estaria fazendo, por este simples gesto, uma profissão de fé herética terrivelmente ofensiva a Deus. E nenhuma autoridade poderia obrigá-la a tal, porque era uma questão de fé.

O Papa Leão XIII afirmou na encíclica “Satis Cognitum”: “Nada poderia ser mais perigoso que estes hereges que, conservando em tudo o mais a integridade da doutrina, por uma só palavra, como por uma só gota de veneno corrompem a pureza e a simplicidade da Fé que nós recebemos da Tradição de Nosso Senhor e, depois, dos Apóstolos”.

A obediência é uma virtude moral, inferior à Fé, que é uma virtude teologal. A obediência está condicionada à Fé. A Fé não tem limites. A obediência os tem. Obedecer é fazer a vontade de Deus, expressa na vontade dos superiores representantes de Deus. Mas, se a ordem dos superiores se revela em contradição com a vontade de Deus, então vale aplicar a frase de São Pedro: “É preciso obedecer a Deus antes aos homens” (Atos 5, 29). Assim, o 4º Mandamento manda ao filho obedecer aos pais. Mas se o pai lhe manda algo contra a vontade de Deus, o filho não deve fazer o que o pai lhe ordena, e peca se o fizer.

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3ª OBJEÇÃO: O Papa, apesar de não empenhar neste caso a sua infalibilidade, não poderia errar em matéria tão grave.

Os que afirmam que o Papa, fora do campo da infalibilidade, não pode errar, apesar de ser matéria muito grave, estão afirmando mais do que o Concílio Vaticano I afirmou, mais do que Pio IX definiu. Estão, querendo, segundo disse alguém, saber mais do que o Papa, ser mais católico do que o Papa. Pois se o Concílio definiu os contornos dentro dos quais não há possibilidade de erro, querer ampliar por conta própria estes contornos, é querer saber mais do que o Papa e a Igreja.

Aliás, isso seria contraditório com a História da Igreja. Por exemplo, o Papa Honório I, em matéria muito grave e que interessava à Igreja toda, pois era uma decisão em assunto de heresia, ao dar uma ordem, falhou e foi anatematizado por um Papa posterior, porque favoreceu a heresia.

Portanto, nas coisas que o Papa não é infalível, ele normalmente não erra, mas pode errar. Qual é o critério que nos ilumina sempre: a Tradição. O que for de acordo com a Tradição da Igreja é certo. O que não for é falso. Foi por esta razão que o Papa Honório foi anatematizado. Eis as palavras de São Leão II, Papa: “Anatematizamos Honório, que não ilustrou essa Igreja Apostólica com a doutrina da Tradição apostólica, mas permitiu, por uma traição secrílega que fosse maculada a Fé imaculada (“...”) da Tradição apostólica, que recebera de seus predecessores”. “... Não extinguiu, como convinha à sua Autoridade Apostólica, a chama incipiente da heresia, mas a fomentou por sua negligência” (Denz-Sch. 563 e 561). Do mesmo modo o VI Concílio Ecumênico rejeitou de modo absoleto e execrou como nocivas às almas (sic) as cartas do Papa Honório, por ter “verificado estarem elas em inteiro desacordo” com a Tradição.

Eis porque o Concílio Vaticano I definiu: “O Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de São Pedro para que estes, sob a revelação do mesmo, pregassem uma nova doutrina, mas para que, com sua assistência, conservassem santamente e expusessem fielmente o depósito da Fé, ou seja, a revelação herdada dos Apóstolos”. (D. 3070).

...

Virgem Mãe de Deus Maria,

Que sozinha destruístes todas as heresias no mundo inteiro,

Rogai pelo povo, intercedei pelo clero.



           


Um comentário:

  1. Certo que o Papa Francisco deixa dúvidas, mas nós tivemos Papa santo como João Paulo II que sempre respeitou a missa nova. Rezemos por nossa igreja

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