quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Segundo Mandamento – Não Jurar o Santo nome de Deus em vão (1º Parte)






Deus, neste mandamento, nos manda honrar seu santo nome e nos proíbe que o profanemos.
Podemos honrar o santo nome de Deus de Três modos: pronunciando-o com veneração e respeito, louvando-o, e invocando-o em nossas aflições.
Profana-se o santo nome de Deus de cinco modos : 1ª pela irreverência; 2ª pelos maus juramen­tos : 3ª pela blasfêmia; 4ª com rogar pragas; 5" com a quebra dos votos.
O nome de Deus significa aqui a onipotente e sempiterna majestade de Deus uno e trino, o mesmo Deus.
Peca-se por irreverência ao santo nome de Deus quando se pronuncia sem respeito ou com desprezo.
Jurar é tomar Deus por testemunha do que se afirma ou promete.
Quando se jura pelas criaturas, também se toma a Deus por testemunha, porque, como as criaturas são obra de Deus, em certo modo se jura por Deus, quando se jura pelas suas criaturas.


Ha duas espécies de juramento, o afirmativo e o promissório. Afirmativo é quando tomamos a Deus por testemunha para confirmar um fato presente ou passado. Promissório, quando prometemos com juramento fazer ou não fazer uma cousa.
Este mandamento não proíbe toda a casta de juramento: somente proíbe o jurar em vão.
Juramos em vão quando faltamos aos jura­mentos ou á verdade, ou á justiça, ou ao juízo.
Faltamos á verdade nos nossos juramentos, quando sabemos que é falso, ou ao menos duvidamos se é falso isso que juramos. Aqueles que juram sem intenção de cumprir o que prometem, também juram sem verdade, porque mentem, fazendo crer que tem intenção de cumprir o que prometem, e não tem.
Juramos sem justiça quando se juram coisas injustas e más. Quando juramos fazer uma cousa má não estamos obrigados a cumprir o juramento; antes, se o cumpríssemos, faríamos um novo pecado.
Falta aos nossos juramentos o juízo, quando juramos sem que haja necessidade de jurar, ou por coisas vãs e inúteis.
O crime de quem jura falso chama-se perjúrio, e o que jura falso chama-se perjuro.
As pragas são uma espécie de juramento, se invocamos o nome de Deus, ou clara, ou indireta­mente de outro modo não o são; mas rogar pragas é sempre pecado, porque as pragas são ações sempre contrarias á caridade.
juramento falso é um grande pecado, porque jurando assim fazemos a Deus uma injuria gravíssima, tomando-o por testemunha duma mentira.
Fazer juramentos é permitido nas circunstâncias graves, como quando formos chamados em jus­tiça. Então o juramento deve fazer-se com profundo respeito, isto é, com intenção de honrar a Deus como sendo a mesma verdade.
Quando prometemos alguma coisa com juramento estamos duplamente obrigados a fazê-lo. Esta­mos obrigados por justiça, porque é um dever de justiça cumprir o prometido; estamos obrigados por religião, porque é um dever de religião cumprir o que foi prometido com juramento.
Explicação da gravura

A parte superior representa a São Pedro no pátio de Caifás, negando a Jesus diante dos soldados e dos criados, afirmando com juramento que não conhecia aquele homem.
A parte inferior a direita representa Esaú jurando em vão sem necessidade, e cedendo assim o direito de mais velho a Jacob por um prato de lentilhas que este tinha cozinhado.
Na parte inferior a esquerda vêem-se sete homens crucificados por causa de um juramento violado por Saúl, que matou os Gabaonitas contrariamente á pro­messa e ao juramento de Josué, ao tomar posse da terra de Canaan.


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