domingo, 31 de janeiro de 2016
Graus de Perfeição - São João da Cruz
1. Por nada deste mundo
cometer pecado, nem mesmo venial com plena advertência, nem imperfeição
conhecida.
2. Procurar andar sempre
na presença de Deus, real, imaginária ou unitiva, segundo se coadune com as
obras que está fazendo.
3. Nada fazer nem dizer
coisa de importância, que Cristo não pudesse fazer ou dizer se estivesse no
estado em que me encontro e tivesse a idade e a saúde que eu tenho.
4. Procure em todas as
coisas a maior honra e glória de Deus.
5. Por nenhuma ocupação deixar
a oração mental que é o sustento da alma.
6. Não omitir o exame de consciência, sob pretexto de ocupações, e, por cada falta cometida, fazer alguma penitência.
7. Ter grande
arrependimento por qualquer tempo não aproveitado ou que se lhe escapa sem amar
a Deus.
8. Em todas as coisas,
altas e baixas, tenha a Deus por fim, pois de outro modo não crescerá em
perfeição e mérito.
9. Nunca falte à oração e
quando experimentar aridez e dificuldade, por isso mesmo persevere nela, por
que Deus quer muitas vezes ver o que há na sua alma e isso não se prova na
facilidade e no gosto.
10. Do céu e da terra
sempre o mais baixo e o lugar e o ofício mais ínfimo.
11. Nunca se intrometa naquilo de que não te encarregaram, nem discuta sobre alguma coisa, ainda que esteja com a razão. E, no que lhe for ordenado, se lhe derem a unha (como se costuma dizer) não queira tomar também a mão, pois alguns, nisto se enganam, imaginando que têm obrigação de fazer aquilo que, bem examinado, nada os obriga.
12. Das coisas alheias não
se ocupe, sejam elas boas ou más, porque além do perigo que há de pecar, essa
ocupação é causa de distrações e amesquinha o espírito.
13. Procure sempre
confessar-se cm profundo conhecimento de sua miséria e com sinceridade
cristalina.
14. Ainda que as coisas de
sua obrigação e ofício se lhe tornem dificultosas e enfadonhas, nem por isso
desanime, porque não há de ser sempre assim, e Deus, que experimenta a alma
simulando trabalho no preceito (Cf. Sl 93,20), daí a pouco lhe fará sentir o
bem e o lucro.
15. Lembre-se sempre de
que tudo quanto passar por si, seja próspero ou adverso, vem de Deus, para que
assim nem num se ensoberbeça nem no outro desanime.
16. Recorde-se sempre de
que não veio senão para ser santo e assim não consinta que reine em sua alma algo
que não leve à santidade.
17. Seja sempre mais amigo
de dar prazer aos outros do que a si mesmo e, assim, com relação ao próximo,
não terá inveja nem predomínio. Entenda-se, porém, que isso se refere ao que
for segundo a perfeição, porque Deus muito se aborrece com os que não antepõem
o que lhe agrada ao beneplácito dos homens.
S. João da Cruz, Pequenos Tratados Espirituais
As Excelências da Mortificação - Parte III (Última)
Por Santo Afonso
Maria de Ligório
Da mortificação externa
§ III. Prática da
mortificação externa
Aquelas penitências
extraordinárias podem ser praticadas por poucos cristãos, chamados por Deus
para um tal modo de vida. Mas todos nós devemos manter o nosso corpo em
rigoroso regime, porque somos pecadores. E, para isso, cada um de nós tem os
meios. Podemos praticar a mortificação externa no uso de todos os nossos
sentidos, em todas as nossos ações, em todos os passos e condições de nossa
vida.
Para isso, basta abraçar
aquilo que é difícil à nossa natureza. Por exemplo, de manhã, levantar-se a uma
hora fixa, entregando-se com pontualidade à oração; assistir o Santo Sacrifício
da Missa; renunciar a um prazer proibido ou a uma leitura perigosa; obedecer prontamente
às ordens dos pais ou superiores; cumprir principalmente com fidelidade os
deveres e os trabalhos cotidianos; suportar com paciência tribulações e
sofrimentos: são, essas coisas todas, mortificações que, praticadas com pura
intenção, são muito agradáveis a Deus e mui meritórias para o Céu.
Falaremos aqui, alma
cristã, de várias mortificações pequenas aque te podes sujeitar sem perigo para
tua saúde e com sumo proveito para tua alma.
1. Mortificação da vista
As primeiras setas que
ferem uma alma casta e, às vezes, a matam, entram pelos olhos. Por meio dos
olhos entram no espírito os maus pensamentos. “Não se deseja o que não se vê”,
diz São Francisco de Sales. Não leias, por isso, nunca, livros proibidos ou
perigosos. Renuncia, de vez em quando, ao prazer de ver coisas extraordinárias,
ainda que sejam inteiramente decorosas.
Segundo São Jerônimo (Ep.
ad Fur.), é o rosto o espelho da alma e os olhos castos dão testemunho da
castidade do coração.
2. Mortificação do ouvido
Evita ouvir conversas
inconvenientes ou difamações, e mesmo conversas mundanas sem necessidade, pois estas enchem nossa cabeça com uma
multidão de pensamentos e imaginações que nos distraem e perturbam mais tarde
nas nossas orações e exercícios de piedade. Se assistires a conversas inúteis,
procura quanto possível dar-lhes outra direção, propondo, por exemplo, uma
importante questão. Se isso não der resultado, procura retirar-te ou, ao menos,
cala-te e baixa os olhos para mostrar que não achas gosto em tais conversas.
3. Mortificação do olfato
Renuncia a todos os vãos
perfumes, sejam quais forem; suporta, antes, de boa vontade, o mau cheiro que
reina em geral nos quartos dos doentes. Imita o exemplo dos Santos que,
animados pelo espírito de caridade e mortificação, sentiam tanto gosto no ar
corrompido das enfermarias, como se estivessem em jardins de flores odoríferas.
4. Mortificação do tato
Quanto ao tato, esforça-te
por evitar qualquer falta, pois cada falta neste sentido contêm um perigo de
morte eterna para a alma. Emprega toda modéstia e cuidado não só a respeito dos
outro, mas também de ti mesmo, para conservar a bela jóia da pureza. Procura,
quanto possível, refrear pela mortificação esse sentido.
São João da Cruz dizia
que, se alguém ensinasse que a mortificação do tato não é necessária, não se
lhe deveria dar crédito, ainda que operasse milagres. Jesus Cristo mesmo disse
uma vez à Madre Maria de Jesus, carmelita: “O mundo precipitou-se no abismo por
causa do prazer, e não da mortificação”.
Se não temos coragem de
crucificar a nossa carne com penitências, ao menos esforcemo-nos por suportar
com paciência as pequenas contrariedades que Deus mesmo nos envia, como
doenças, calor, frio, etc. Digamos com S. Bernardo (Medit., c. 15): “O
desprezador de Deus deve ser esmagado; ele merece a morte: deve ser
crucificado”. Sim, meu Deus, é justo que quem Vos desprezou seja castigado; eu
mereço a morte eterna; seja eu, pois, crucificado neste mundo, para que não
sofra eternamente no outro.
5. Mortificação do paladar
Quanto à mortificação do
paladar, será bom desenvolver mais a fundo a necessidade e a maneira de nos
mortificarmos nesse sentido.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
As Excelências da Mortificação - Parte II
Por Santo Afonso
Maria de Ligório
Da mortificação externa
§ II. Efeitos salutares da
mortificação externa
A mortificação externa é
de suma utilidade para o espírito:
1. Antes de tudo, ela nos
desprende dos prazeres sensuais, que ferem e, até, muitas vezes, matam a alma.
“As chagas do amor divino impedem que as chagas da carne nos atormentem”, diz
Orígenes.
2. Pela mortificação
expiamos os castigos temporais devidos a nossos pecados. Se depois de uma
dolorosa confissão nos é tirada a culpa do pecado, não deixamos por isso de
ficar sujeitos aos castigos temporais. Se não os expiarmos durante a vida
presente, teremos de recuperar o que perdemos no Purgatório. Mas aí os castigos
são imensamente maiores. “Os que não fizeram penitência por seus pecados se verão
em grandíssima tribulação” (Apoc 2, 22).
Santo Antônio narra que o
Anjo da Guarda deu a escolher a um doente entre o ficar três dias no Purgatório
e o suportar ainda dois anos a sua doença. O doente escolheu os três dias de
Purgatório; apenas, porém, se escoara uma hora, e já se queixava ao Anjo que,
em vez de deixá-lo por alguns dias nessas penas, já as suportava durante tantos
anos. Então respondeu-lhe o Anjo: Que dizes? Teu corpo se acha ainda quente em
teu leito mortuário e já falas de anos?
Se, pois, tiveres de
padecer alguma coisa, alma cristã, dize a ti mesma: Isso me deve servir de
Purgatório. A alma, e não o corpo, deve sair vencedora!
3. A mortificação eleva a
alma até Deus.
Segundo São Francisco de
Sales, nunca a alma poderá chegar até Deus sem a mortificação e sujeição da
carne. Sobre esse ponto Santa Teresa d’Ávila (Fund., c. 5) nos deixou várias e
belas sentenças: “É um grande engano crer que Deus admite a Seu trato familiar
homens efeminados”. “Vida voluptuosa e oração não se harmonizam”. “Almas que
verdadeiramente amam a Deus, não aspiram a descanso corporal”.
4. Pela mortificação
alcançamos uma grande glória no Céu.
“Se os combatentes se
privam de todas as coisas que minoram suas forças, diz o Apóstolo (I Cor 9,
25), e que poderiam impedi-los de alcançar uma coroa corruptível, quanto mais
nos devemos nós mortificar para conseguirmos uma coroa inapreciável e eterna”.
São João viu todos os Bem-Aventurados com “palmas nas mãos” (Apoc 7, 9). [E a
palma é o símbolo tradicional do martírio.] Daí devemos concluir que todos nós,
para nos salvar, devemos ser mártires, quer o sejamos pela espada dos tiranos
ou pela mortificação.
Devemos, entretanto,
considerar que “as penalidades da presente vida, não têm proporção alguma com a
glória vindoura que se manifestará em nós”. O que aqui é para nós humana
tribulação, momentânea e ligeira, produz em nós, de um modo maravilhoso no mais
alto grau, um peso eterno de glória (2 Cor 4, 17).
Avivemos, portanto, nossa
fé! Curta é a nossa peregrinação aqui na terra: nossa morada vindoura é além,
onde aquele que na vida mais se mortificou receberá uma glória e alegria maior.
São Pedro (I Ped 2, 5) diz que os Bem-Aventurados são as pedras vivas com as
quais é edificada a Jerusalém Celeste. Mas, como canta a Igreja (In dedic.
eccl.), essas pedras devem primeiramente ser trabalhadas com o cinzel da
mortificação. Tenhamos sempre em vista esse pensamento e se nos tornará fácil
todo o esforço e trabalho.
Se alguém soubesse que ele
receberia todos os terrenos que ele percorresse num dia, quão fácil e agradável
não lhe pareceria o trabalho dessa caminhada!
Conta-se que um monge
planejava trocar sua cela com uma outra que se achava mais próxima da fonte
d’água. Ao ir, porém, um dia, buscar água, ouviu que atrás de si contavam seus
passos; virando-se para trás, viu um jovem que lhe disse: Sou um Anjo e conto
teus passos, para que nenhum fique sem recompensa. Ouvindo isso, não pensou
mais o monge em mudar de cela, pelo contrário, teria desejado até que estivesse
ainda mais longe, para que pudesse adquirir mais merecimentos.
5. E não são só os bens da
vida futura que os cristãos mortificados têm a esperar; eles já possuem nesta
vida um bem sumamente precioso na paz e na felicidade que desfrutam na terra.
Ou poderá talvez existir uma coisa mais agradável para uma alma que ama a Deus
do que o pensamento de que com sua mortificação faz coisa agradável a Deus?
Tais almas experimentam na privação de prazeres sensuais e até em seus
padecimentos uma grande alegria, não sensual, mas espiritual.
O amor não pode ficar
ocioso: quem ama a Deus não pode viver sem lhe dar contínuas provas de seu
amor. Ora, não pode uma alma testemunhar melhor o seu amor para com Deus do que
renunciando por Ele às alegrias deste mundo e sacrificando-Lhe seus sofrimentos.
Uma alma que ama a Jesus
Cristo nem sequer sente quando se mortifica. “Se se ama não se sente nenhuma
pena”, diz Santo Agostinho (In Jo trat. 48). Quem poderá, de fato, ver seu
Redentor coberto de chagas, afligido e perseguido, sem abraçar, a Seu exemplo,
os sofrimentos, e até desejá-los? pergunta Santa Teresa (Vida, c. 8). Por isso
protestava São Paulo que não aspirava a outra glória e outra alegria que à da
Cruz de Jesus Cristo: “Longe de mim o gloriar-me a não ser da Cruz de Nosso
Senhor Jesus Cristo” (Gál 6, 14). Segundo o mesmo Apóstolo, a diferença que
existe entre os que amam a Jesus Cristo e os que não O amam, é que estes
lisonjeiam a carne, enquanto aqueles cuidam em mortificá-la e crucificá-la (Gál
5, 24).
6. Pensemos, finalmente,
alma cristã, que nossa morte se aproxima depressa, e que muito pouco é o que
fizemos para o Céu. Procuremos, portanto, no futuro, mortificar-nos tanto
quanto possível; não deixemos passar ocasião alguma de mortificação, conforme o
conselho do Espírito Santo: “Não deixes passar uma partezinha do bem que te é
concedido” (Ecli 14, 14). Consideremos que cada ocasião de mortificação é um
presente de Deus, pelo qual podemos adquirir grandes merecimentos para a vida
eterna; ponderemos que não nos será possível amanhã o que hoje podemos, visto
que o tempo passado não volta mais.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Conversas Impuras
Por Fr. Frutuoso
Hockenmaier, O.F.M.
Ainda que tudo o
que é desonesto é indecente, nem tudo o que é indecente se pode chamar
desonesto. Não se confunda, pois a indecência com a desonestidade. Conversas e
expressões referentes a coisas baixas e inconvenientes são falsamente julgadas
desonestas. O mesmo se deve pensar de certas conversas sobre namoros, modas e
diversões profanas, em que não se diz qualquer coisa menos conveniente.
Nas mesmas
expressões impuras devemos distinguir aquelas que são aberta e diretamente más
e que ordinariamente arrastam à impureza, e aquelas que só remota e
encobertamente se referem a coisas impuras e apenas levemente induzem ao
pecado. Estas expressões, principalmente quando ditas por gracejo ou leviandade
e sem complacência e impureza, não são tão pecaminosas como as outras; todavia
o seu perigo cresce a medida que os interlocutores são falhos de virtude e
inclinados à luxúria. O pecado será tanto mais grave, quanto maior for o
perigo.
Não se esqueça
que os pensamentos maus a ninguém escandalizam, ao passo que as conversas
livres más, por leviandade, brincadeira, ou «para divertir a companhia» como se
costuma dizer, dão quase sempre ocasião a maus pensamentos e desejos de pecados
talvez gravíssimos, tanto internos como externos. Que tristes efeitos resultam
das conversas levianas e impuras!
Uma criada de
servir tinha o costume de entremear sempre nas suas conversas palavras levianas
e frases inconvenientes, apesar das admoestações constantes duma companheira
que não cessava de dizer:
– À hora da morte
chorarás amargamente esse mau costume, mas talvez sem proveito.
Uma tarde foram
as duas visitar a criada dum vizinho gravemente enferma a qual, depois de ter
suplicado que orassem por ela para que lhe concedesse uma boa morte,
acrescentou:
– Uma coisa,
sobretudo me aflige: ter misturado nas minhas conversas, palavras e frases
obscenas. O meu confessor bem me dizia: quantos maus pensamentos e talvez más
ações cometidas pelo próximo, que te serão imputadas à hora da morte! Agora
vejo eu quanta razão ele tinha! Peço-vos que esqueçais as minhas más palavras,
não siga meus exemplos, e dizei o mesmo às minhas companheiras. Todas as vezes
que entrardes no cemitério e deitardes água benta sobre a minha campa, pensai
que me ouvis dizer lá debaixo da terra: Guardai-vos de conversas desonestas,
que pesam terrivelmente sobre o coração no leito da morte.
Todas as pessoas
presentes ficaram profundamente impressionadas, e mais que todas a leviana
criada, que na volta disse à companheira:
– Parecia-me que
estava sobre brasas; prometo a Deus que nunca mais hei de sujar meus lábios com
palavras desonestas.
As Excelências da Mortificação - Parte I
Por Santo Afonso
Maria de Ligório
Da
mortificação externa
§ I. Necessidade da mortificação externa
A mortificação
externa consiste em se fazer e sofrer o que contraria os sentidos exteriores e
em se privar daquilo que os lisonjeia. Enquanto ela é necessária para evitar o
pecado, é de obrigação absoluta para cada cristão. Se se trata de coisas que
licitamente se podem desfrutar, a mortificação não é obrigatória, mas é muito
útil e meritória. Contudo, deve-se notar aqui que, para aqueles que tendem à
perfeição, a mortificação nas coisas lícitas é absolutamente necessária.
Como pobres
filhos de Adão, devemos lutar até a nossa morte, pois “a carne deseja contra o
espírito e o espírito contra a carne” (Gál 5, 17). É próprio dos animais seguir
os seus sentidos, enquanto que aos anjos compete cumprir a Vontade de Deus;
disso conclui um ilustre escritor que nos tornamos anjos, esforçando-nos por
cumprir com a Vontade de Deus, e irracionais, se procuramos satisfazer os
nossos sentidos. Ou a alma subjuga o corpo, ou o corpo escraviza a alma.
Em vista disso,
devemos tratar o nosso corpo como um cavaleiro trata um cavalo bravio,
puxando-lhe fortemente a rédea para que não o derrube, ou como o médico que,
estando a tratar de um doente, prescreve remédios que lhe são desagradáveis e
proíbe-lhe comidas e bebidas nocivas, que ele apetece. Sem dúvida alguma, seria
cruel um médico que permitisse ao doente deixar os remédios prescritos por
serem amargos e tomar outros, nocivos, por lhe agradarem. Quanto maior não é,
pois, a crueldade de um homem sensual, que quer poupar a seu corpo todos os
desgostos nesta vida, e expor, assim, sua alma e seu corpo, ao perigo de ter
que sofrer por toda a eternidade penas imensamente maiores.
Esse falso amor,
diz São Bernardo (Apol. ad Guil., c. 8), destrói o verdadeiro amor que devemos
ter para com o nosso corpo; uma tal compaixão com o corpo é, antes, uma grande
crueldade, porque, poupando-se o corpo, mata-se a alma. O mesmo Santo dirige
aos mundanos, que zombam dos servos de Deus por mortificarem sua carne, as
seguintes palavras: “Somos em verdade cruéis para com o nosso corpo,
afligindo-o com penitências; porém, mais cruéis sois vós contra o vosso,
satisfazendo a seus apetites nesta vida, pois assim o condenais juntamente com
vossa alma a padecer infinitamente mais na eternidade”.
Se queremos,
portanto, agradar a Deus e alcançar a salvação, devemos corrigir nosso falso
gosto: devemos achar satisfação naquilo que a carne detesta e desprezar aquilo
que ela apetece. Isso significou Nosso Senhor a São Francisco de
Assis, dizendo-lhe: “Se me desejas ter junto de ti, deves ter como amargo o que
é doce e como doce o que é amargo”. Não venhas com a objeção que alguns
costumam fazer, dizendo que a perfeição não consiste na mortificação do corpo,
mas na mortificação da vontade. A isso responde o padre Pinamonti: “Se uma
videira não dá fruto [simplesmente] por estar protegida com uma cerca de
espinhos, contudo a cerca protege os frutos’, pois ‘onde não há uma cerca, será
roubada a feitoria”, diz o Sábio (Ecli 36, 27).
São Luís Gonzaga
era de saúde muito melindrosa. Apesar disso, era tão assíduo em crucificar o
corpo, que não buscava outra coisa senão mortificação e penitências; e como lhe
dissessem uma vez que a santidade não consiste nessas coisas, mas na abnegação
de sua vontade própria, respondeu mui sabiamente com as palavras do Evangelho:
“Deveis fazer isso e não deixar aquilo” (Mt 23, 23). Com isso queria dizer que,
ainda que seja necessário mortificar sua vontade, não se deve deixar de
mortificar o corpo, para refreá-lo e submetê-lo à razão. Dizia o Apóstolo:
“Castigo o meu corpo e o reduzo à servidão” (I Cor 9, 27). Sem a mortificação
da carne, é difícil submetê-la à Lei de Deus.
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Catecismo de São Pio X - Capítulos I e II - Mosteiro Nossa Senhora da Fé e do Rosário (FBMV)
Catecismo de São Pio X
Cap. I - Do Credo em geral.
Cap. II - Do primeiro artigo do Credo.
§1º De Deus Pai e da
Criação
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Série: Aparições de Nossa Senhora: Caravággio Itália – 1432.
Onde aconteceu: Na Itália.
Quando: Em 1432.
A quem: A Giannetta Vacchi.
Os fatos: Estamos no início do século XV e a Igreja Católica
encontra-se desde o século XIV, agitada por disputas internas e divisões
bastante sérias, inclusive com o surgimento de alguns antipapas.
A Itália por sua vez
também, politicamente, vivia momentos graves, assolada pro guerras internas.
Por exemplo, o norte, região de Milão, com a província (república) de Veneza.
Nesse ambiente
conturbado vamos encontrar no pequeno vilarejo de Caravaggio, norte do país,
próximo de Milão.
A senhora Joaneta Vacchi
mulher simples, pobre e sofredora, pois seu marido, homem de coração duro, a
tratava muito mal.
Na tarde do dia 26 de maio de 1432, por volta de 05 horas
da tarde, enquanto fazia sua lida diária, buscava comida para os animais
um pouco distante de casa. Com medo de ser espancada pelo marido caso demorasse
para voltar para casa, Joaneta pedia ajuda a Mãe de Deus e ia rezando:
- Ó Senhora Santíssima, ajudai-me Vós...que eu
já não consigo suportá-lo... Só Vós ó querida Mãe, podeis fazer cessar esses
meus sofrimentos. Ninguém me ajuda e me consola... Tende piedade de mim!
Estava assim
dirigida esta sua oração a Nossa Senhora, quando eis que uma luz inesperada a
envolve e lhe chama a atenção para algo misterioso, ao seu redor. Ergue os
olhos e ei-la diante da Rainha do Céu, que sem demora lhe diz:
- "Não temas, ó filha, consola-te, que as tuas
orações foram atendidas pelo Meu Divino Filho, por Minha intercessão e já te
estão preparados os tesouros do Céu. Mas agora, dobra os joelhos por terra e
ouve com reverência aquilo que te vou dizer: O mundo cheio de iniqüidades,
tinha provocado a indignação do Céu. O Meu Divino Filho queria punir
severamente esses homens, autores de iniqüidade e cheios de pecados e de
crimes, mas Eu rezei pelos miseráveis pecadores, supliquei longamente e,
finalmente Meu Divino Filho aplacou-Se. Por isso, ordena que, por tão
assinalado benefício, jejuem uma sexta-feira a pão e água e festejem um sábado
em Minha honra, porque Eu quero este sinal de gratidão dos homens pela
importantíssima graça por Mim obtida a seu favor. E a gora vai, ó filha, e
revela a todos esta Minha vontade".
Atordoada pela admiração
e pela maravilha, Giannetta responde:
domingo, 24 de janeiro de 2016
As Regras de Cortesia e de Civilidade Cristã - São João Batista de La Salle
"É surpreendente
que a maioria
dos cristãos considere a
cortesia e a
civilidade apenas como qualidade puramente
humana e mundana,
e ao não pensarem
em elevar mais
alto seu espírito,
não a considerem como virtude que
tem relacionamento com Deus, com o próximo e consigo mesmo. Isto manifesta o pouco
conhecimento acerca do
Cristianismo que há no mundo e quão poucas pessoas há que nele
vivem e se conduzem segundo
o espírito de Jesus Cristo Contudo é somente este espírito que
deve animar todas as ações para torná-las santas e agradáveis a Deus. Ela também
é uma obrigação de que São Paulo nos adverte ao
falar da pessoa
dos primeiros cristãos,
que como devemos viver pelo
espírito de Jesus Cristo, devemos conduzir-nos
também em todas
as coisas pelo
mesmo espírito.
[...]
A Cortesia
e a Civilidade
não consistem propriamente apenas
em práticas de
modéstia e de respeito
para com o
próximo e como
a modéstia se manifesta de maneira particular na atitude
e no respeito para com o
próximo, nas ações
ordinárias que se praticam
quase diariamente em
presença dos outros, por isso decidiu-se tratar neste
Livro de duas coisas em separado. 1º Da modéstia que deve aparecer no porte e na
atitude das diferentes partes do corpo. 2º Dos sinais exteriores de
respeito ou de
afeto especial que se
devem manifestar nas diferentes ações da vida a todas as pessoas
em presença das
quais se realizam
e com quem se possa ter relações
normais."
(Trechos do Prefácio)
Boa Leitura e Discernimento!
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
21 de janeiro dia de Santa Inês, Virgem e Mártir.
Santa
Inês seu nome vem do grego, que significa pura. Ela pertenceu a uma família
romana e, segundo os costumes do seu tempo, foi cuidada por uma babá que só a
deixaria após o casamento.Aos 12 anos quando um pretendente se aproximou dela;
segundo a tradição, era filho do prefeito de Roma e estava encantado pela
beleza física de Inês. Mas sua beleza principal é aquela que não passa: a
comunhão com Deus. De maneira secreta, ela tinha feito uma descoberta
vocacional, era chamada a ser uma das virgens consagradas do Senhor; e fez este
compromisso. O jovem não sabia e, diante de tantas propostas, ela sempre dizia
'não'. Até que ele denunciou Inês para as autoridades, porque sob
o império de Diocleciano, era correr
risco de vida. Quem renunciasse Jesus ficava com a própria vida; caso
contrário, se tornava um mártir.
A maneira por que o juiz a tratou para conseguir que abandonasse a religião,
obedeceu ao programa costumeiro em tais ocasiões: elogios, desculpas,
galanteios e promessas. Experimentada a ineficácia destes recursos, entravam em
cena, imposições, ameaças, insultos, brutalidades. O juiz fez a Inês saborear
todos os recursos da força inquisitorial da justiça romana.
Santa Inês não se perturbou. Mesmo quando lhe mostraram os instrumentos de
tortura, cujo simples aspecto era bastante para causar espanto ao homem mais
forte, Inês os olhou com indiferença e desprezo. Arrastada com bruteza ao
lugar onde se achavam imagens de deuses e intimada a queimar incenso, a
donzela levantou as mãos puríssimas ao céu, para fazer o sinal da cruz. No auge
do furor, vendo baldados todos os esforços e posta a ridículo sua autoridade, o
juiz teve uma inspiração diabólica: de mandar a donzela a uma casa de pecado um
prostibulo. Santa Inês respondeu-lhe: “Nosso Senhor Jesus Cristo vela sobre a
pureza de sua esposa e não permitirá que lh’a roubem. Ele é meu defensor
e abrigo. Podes derramar o meu sangue. Nunca, porém, conseguirás profanar o meu
corpo, que é consagrado a Nosso Senhor Jesus Cristo”.
A ordem do juiz foi executada e daí a pouco Santa Inês se achava no lugar da
prostituição. Dos diversos rapazes que lá estavam, só um teve o atrevimento de
aproximar-se de Inês, com malignos intuitos. No momento, porém, em que ia
estender a mão contra ela, caiu por terra , como fulminado por um raio. Os
companheiros, tomados por um grande pavor, tiraram o corpo do infeliz e
levaram-no para outro lugar. Não estava morto, como todos supuseram no primeiro
momento, mas aos olhos faltou-lhes a luz.Santa Inês rezou sobre ele e a
cegueira desapareceu.
O juiz, profundamente humilhado com esta inesperada vitória da Santa, deu ordem
para que fosse decapitada.
Ao ouvir esta sentença, a alma de Santa Inês encheu-se de júbilo. Maior não
podia ser a satisfação e a alegria da jovem noiva, ao ver aproximar-se o dia
das núpcias, que o prazer que Santa Inês experimentou, quando ouviu dos lábios
do juiz o convite para as núpcias eternas com Nosso Senhor Jesus Cristo, seu
celeste esposo. O algoz tinha recebido ordem para, antes de executar a
sentença de morte, convidar a Inês para prestar obediência à intimação do juiz.
Feito pela última vez Inês com firmeza o rejeitou. Ajoelhando-se, inclinou a
cabeça, ao que
parecia
para prestar a Deus a última adoração aqui na terra, quando a espada do algoz
lhe deu o golpe de morte. Os circunstantes, vendo este triste e ao mesmo tempo
grandioso espetáculo, soluçavam alto.
Santa Inês completou o martírio aos 21 de janeiro de 304 ou 305. tendo apenas a
idade de 13 anos. No tempo do imperador Constantino foi construída em Roma uma
Igreja dedicada à gloriosa mártir.
Santa Inês é padroeira das Filhas de Maria, por causa da sua pureza Angélica.
Os jardineiros também a veneram como padroeira, por ser o modelo perfeito da
pureza, como Maria Santíssima, que é chamada “hortus conclusus”, horto fechado.
É padroeira dos noivos, por ter-se chamado esposa de Cristo. Do nome Inês
há duas interpretações, a grega e a latina. Inês em grego é Hagne, isto é, pura;
em latim, agna significa cordeirinho. Na Igreja latina prevaleceu esta
interpretação. Dois dias depois da sua morte, a mártir apareceu a seus pais,
acompanhada de um grupo de virgens, tendo ao seu lado um cordeirinho. Santo
Agostinho admitia as duas interpretações. “Santa Inês, diz ele, significa em
latim um cordeirinho e em grego, a pura”. – No dia da festa desta Santa, na sua
igreja em Roma são apresentados e bentos cordeirinhos, de cuja lã são
confeccionados os “palliums” dos Arcebispos.
domingo, 17 de janeiro de 2016
Quarto Mandamento: Honrar Pai e Mãe (Parte II)
Debaixo do nome de pai e mãe
entendem-se ainda compreendidos: 1° todos os superiores Eclesiásticos; 2° os príncipes e magistrados; 3º os tutores, amos ou patrões, os mestres; 4º as pessoas idosas e as de conhecida virtude.
Este mandamento nos obriga também
a honrar todos os nossos parentes.
Para com os superiores eclesiásticos,
estamos nós obrigados a amá-los, reverenciá-los, obedecer-lhes e ajudá-los no
exercício do seu santo ministério.
Eis aqui o que está escrito dos
bispos e dos padres : « Que os sacerdotes que governam bem sejam duplamente honrados,
principalmente os que trabalham pregando e instruindo. » Os Gálatas deram ao
Apostolo São Paulo tantas provas de estima e respeito que São Paulo diz deles :
Sim afirmo que estavam os Gálatas prontos (... impossível decifrar)
Devemos contribuir para o
sustento dos Padres. São Paulo diz : Qual é o soldado que faz a guerra a sua
custa? » E. no livro do Eclesiástico ler : Honrai os sacerdotes, purificai-vos
com as oblações oferecidas pelas vossas mãos, dai-lhes a parte de primícias e
das vítimas expiatórias, como foi ordenado pela lei.
sábado, 16 de janeiro de 2016
A Farsa da teoria da evolução de Charles Darwin - vídeo
Caros Leitores, Salve Maria, hoje vos trago um vídeo, aparentemente
não católico, mas que, confronta de forma brilhante os que aceitam a teoria da
evolução de Charles Darwin para a criação do universo e do mundo. Eis aí um bom
vídeo, que irá lhe mostrar como debater com uma dessas pessoas em seu próprio
campo, a Ciência.
16 de janeiro dia de São Marcelo I,Papa e Mártir.
O Papa Marcelo I (em latim: Marcellus) foi o
trigésimo papa da Igreja, exercendo sua função de maio de 308 a 309, sucedendo
o Papa Marcelino, após uma considerável lacuna de tempo.
Papa São Marcelo, romano de origem, foi eleito quando Maxêncio, consolidando-se, entreteve maiores e melhores relações com Constantino. Reorganizaram-se, então, os centros de reunião para o culto, mas, surgindo perturbações, Maxêncio não titubeou em exilar o sumo Pontífice, já que o acusavam veemente.No tempo de Diocleciano, a perseguição vinha se arrefecendo. A Igreja romana, porém, vivia num estado de tribulação. Os lugares de reunião dos fiéis haviam sido confiscados, bem como os cemitérios, de modo que a desorganização imperava.
Conta-se de Papa São Marcelo que, tendo uma rica senhora dado sua vasta casa à comunidade cristã, para que o Papa a transformasse numa igreja, ali se reuniam frequentemente os fiéis. Ora, o imperador, dado o grande movimento que no templo se registrava, excitado por conselheiros, ordenou que a igreja se transmudasse em estrebaria dos cavalos imperiais e Marcelo em palafreneiro.
A morte do Papa Marcelo, no exílio, ocorreu em 309, sendo imediatamente venerado como santo.
Enterrado na catacumba de Santa Priscila, foi o corpo, mais tarde, transladado para a igreja que lhe tomou o nome: São Marcelo, em Roma.Seus restos mortais estão sob o altar da Igreja de San Marcello al Corso, em Roma, sendo substituído pelo Papa Eusébio.
Papa São Marcelo, romano de origem, foi eleito quando Maxêncio, consolidando-se, entreteve maiores e melhores relações com Constantino. Reorganizaram-se, então, os centros de reunião para o culto, mas, surgindo perturbações, Maxêncio não titubeou em exilar o sumo Pontífice, já que o acusavam veemente.No tempo de Diocleciano, a perseguição vinha se arrefecendo. A Igreja romana, porém, vivia num estado de tribulação. Os lugares de reunião dos fiéis haviam sido confiscados, bem como os cemitérios, de modo que a desorganização imperava.
Conta-se de Papa São Marcelo que, tendo uma rica senhora dado sua vasta casa à comunidade cristã, para que o Papa a transformasse numa igreja, ali se reuniam frequentemente os fiéis. Ora, o imperador, dado o grande movimento que no templo se registrava, excitado por conselheiros, ordenou que a igreja se transmudasse em estrebaria dos cavalos imperiais e Marcelo em palafreneiro.
A morte do Papa Marcelo, no exílio, ocorreu em 309, sendo imediatamente venerado como santo.
Enterrado na catacumba de Santa Priscila, foi o corpo, mais tarde, transladado para a igreja que lhe tomou o nome: São Marcelo, em Roma.Seus restos mortais estão sob o altar da Igreja de San Marcello al Corso, em Roma, sendo substituído pelo Papa Eusébio.
Fonte:Escravas de Maria
Assinar:
Postagens (Atom)