Pe.
Peter R. Scott
Traduzido por
Andrea Patrícia
Fonte Maria Rosa Mulher
A castidade é uma
virtude moral, relacionada à virtude da temperança, pela qual uma pessoa modera
seu desejo pelos prazeres da carne segundo a reta razão. É por conta da ferida
da concupiscência – que ele herda com o pecado original – que cada homem deve lutar
contra o desejo desordenado pelo prazer sensual, e que deve ter uma virtude
correspondente para ter sucesso nessa batalha.
Claramente, no
entanto, há uma diferença entre pessoas casadas e pessoas solteiras e aqueles
que são viúvos. Pessoas solteiras não têm direito a quaisquer prazeres da
carne, tanto os vindos de ações quanto os vindos de desejos, pensamentos ou
imaginações. Elas devem consequentemente praticar a perfeita castidade que
proíbe qualquer prazer deste tipo. Às pessoas casadas, no entanto, são
permitidos os prazeres da carne associados ao ato conjugal, nem é de forma
alguma um pecado para elas desfrutar desses prazeres na realização deste ato
meritório, realizado de acordo com os fins primários e/ou secundários do
casamento (ou seja, crianças ou conforto e apoio mútuos). Entretanto, isto não
significa de modo algum que eles estão autorizados a ter qualquer tipo de
prazer carnal, a qualquer momento, seja sozinho ou com outro. Na verdade, é um
pecado grave para eles dar-se prazer voluntariamente fora do ato matrimonial, e
é pecado venial procurar o ato do casamento puramente por prazer, sem pelo
menos a intenção implícita do fim primário ou secundário do casamento. Os
pecados contra a pureza das pessoas casadas são pecados contra a virtude da castidade
conjugal, na medida em que há uma busca desordenada dos prazeres da carne.
Castidade
conjugal e castidade perfeita são, consequentemente, a mesma virtude, praticada
simplesmente de modo diferente de acordo com a diferença de estado. Daí a
expressão “castidade de acordo com seu estado”, o que inclui ambos os casos.
A importância da
castidade conjugal no sucesso em longo prazo de qualquer casamento não pode ser
subestimada. Se o prazer é procurado, e o prazer desordenado é experimentado, o
egoísmo e o egocentrismo irão corromper e destruir o casamento que não é
baseado no verdadeiro amor. Se, ao contrário, o controle é sempre exercido, e a
relação de casamento é procurada para o bem do cônjuge ao invés de um prazer
egoísta, então ele vai ser colocado sobre uma base sólida.
O Papa Pio XI
fala da castidade conjugal como sendo de fato uma consequência necessária da
bênção da fidelidade recíproca que vem do sacramento do matrimônio:
“Para que a
bênção da fé conjugal brilhe com todo seu esplendor, estas relações familiares
entre os cônjuges devem ser distinguidas pela castidade para que marido e
mulher em todas as coisas ajam de acordo com a lei de Deus e da natureza… Esta
fé conjugal, no entanto, que é mais apropriadamente chamada por Santo Agostinho
a “fé da castidade” floresce mais livremente, mais belamente e mais nobremente
quando ela está baseada naquele solo mais excelente: o amor de marido e mulher,
que permeia todos os deveres de vida conjugal… Pois a fé matrimonial exige que
marido e mulher unam-se em um santo e puro amor, não como os adúlteros se amam,
mas como Cristo amou a Igreja”. (Sobre o Matrimônio Cristão [Casti Conubii],
31 de dezembro de 1930)
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