Capítulo III
A educação de uma criança começa 20 anos
antes do seu nascimento, pela educação de sua mãe. Não haverá uma parte de verdade nessa
frase de Napoleão?
A experiência,
de um lado, e os últimos estudos científicos sobre a hereditariedade, de outro,
não nos mostram que uma mãe marca profundamente o filho com as suas próprias
marcas?
Se há
um período durante o qual a mãe desempenha papel prepoderante para o que serão
as tendências e os traços morais de seu filho, é o período pré-natal, durante o
qual ela pode dizer verdadeiramente: “Eu sou também ele; ele é qualquer coisa
de mim”, de tal maneira é íntima a participação orgânica do filho em sua mãe,
tão grande é também a interdependência entre o físico e o moral.
No curso
desses noves meses de pré-educação, que a jovem mãe sempre repita: posso ajudar
me filho a tornar-se o que ele deve ser, sendo-o eu mesma; posso ajudar meu
filho a ser calmo, permanecendo calma; a ser sorridente, tendo eu o sorriso; a
ser forte, sendo eu corajosa; a ser puro, sendo eu todo devaneio malsão; a ser
bom, sendo eu benevolente para todos.
No plano
sobrenatural, de que manto de graças pode uma jovem mãe envolver o filho por
pouco que ela pense, de tempos em tempos, na presença concomitante nela do
Cristo pela graça, e do seu rebento pelo sangue, por pouco também que em união
com Maria ela ofereça o pequeno ser à luz divina.
Mística,
dir-se-á talvez! Simples lógica de nossa fé...
Não é
tempo perdido para uma jovem futura mãe reservar cada dia, por exemplo, no
começo da tarde, alguns minutos para repousar, deitada. Ocasião maravilhosa de
volta à calma e de aprofundamento interior.
As melhores
condições físicas e psicológicas para que a criança se desenvolva de modo mais
sadio possível consistem em que o filho seja o mais desejado possível.
Certas
crianças chegam a quase se sentir culpadas de haverem nascido. A criança não
tem apenas necessidade de ser alimentada, tem também necessidade de ser amada.
Há crianças
que são desejadas pela mãe como compensação de sua infelicidade conjugal; há aí
um desejo cativante (por amor de si mesma, o desejo de reencontrar-se no
filho), há quase como um papel de filho vingador que se preocupa fazê-lo
desempenhar. Não há aí como encontrar garantias de um feliz desenvolvimento. Ao
contrário, as melhores condições se realizam quando o filho é desejado, não
tanto como filho, mas como consagração de amor mútuo, quer dizer, quando a
mulher deseja um filho “de seu marido” (e o marido “de sua mulher”).
(COURTOIS,
Pe. G., A Arte de educar as crianças de
hoje,
5ª
edição, Agir, 1964)
Ótima postagem. Espalhar as Mensagens do Nosso Pai pelos quatro cantos do mundo deve ser uma missão abraçada por todos nós. O blog está de Parabéns!!
ResponderExcluirhttp://botefeamor.blogspot.com.br/
Abraços Fraternos