"Toda
tarde, quando vejo minha Irmã São Pedro sacudir sua ampulheta, sei que isto
significa: vamos! É incrível como me custa ficar alerta, mas vou
imediatamente e então começa toda uma cerimônia. É preciso remover e
carregar a banqueta de uma certa maneira, e sobretudo não se apressar, e em
seguida começa a caminhada; trata-se de seguir a pobre doente sustentando-a
pela cintura, o que eu faço com a maior doçura possível; mas se por
infelicidade ela dá um passo em falso, logo lhe parece que eu a seguro mal e
que vai cair. "Ah, meu Deus! Está indo muito
rápido, eu vou me desconjuntar." Se então eu tento ir ainda mais
devagar: "Fique atrás de mim, não sinto a sua mão, me soltou, vou cair,
ah, bem que eu disse que você era muito jovem para me conduzir." Enfim
chegamos sem acidentes ao refeitório; e agora trata-se de fazer Irmã São Pedro
sentar-se com todo o cuidado para não machucá-la, em seguida preciso arregaçar
suas mangas (ainda de uma certa maneira) e só depois fico livre para me
retirar.
Logo
percebi que quando eu saía, Irmã São Pedro, com suas pobres mãos estropiadas,
arrumava o pão na sua tijelinha, do jeito que conseguia. Então, toda
tarde, não a deixava antes de lhe ter prestado esse último serviço. Como
ela não me pedira nada, ficou muito comovida com minha atenção e foi por esse
meio que eu não tinha procurado expressamente que conquistei totalmente suas
boas graças e sobretudo (soube disso mais tarde) porque depois de ter partido
seu pão dirigia-lhe, antes de ir embora, o meu mais belo sorriso".
(História
de Uma Alma, Santa Teresinha)
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