PRIMEIRA
PORTA: A IMPUREZA
Não
erreis, disse São Paulo, os impuros não herdarão o céu. A impureza é o
amor desregrado dos prazeres da carne. Pensar voluntariamente em coisas
desonestas; desejar praticar, ver, ouvir coisas escandalosas; dizer palavras,
ter conversas imorais, ler livros obscenos, olhar gravuras, espetáculos,
pessoas indecentes; permitir-se consigo ou com outras pessoas liberdades
criminosas; praticar no sacramento do matrimônio o que a moral cristã proíbe...
são pecados contra a pureza.
Considerai agora o horror que
causará a Deus aquela pessoa que, como diz São Pedro, semelhante ao suíno, se
revolve no lodaçal deste pecado. Dirão ainda os escravos da impureza: Deus é
misericordioso, conhece a fraqueza da carne. Pois ficai sabendo que, conforme o
relata a Escritura, os mais terríveis castigos que Deus descarregou sobre o mundo
foram as punições deste pecado.
Abramos, com efeito, a
Escritura. O mundo está ainda no começo e já os homens estão corrompidos,
carnais impudicos. Deus se arrepende de ter criado o homem e por isso toma a
resolução de o exterminar. Abre as cataratas do céu, a chuva cai durante
quarenta dias e quarenta noites, as águas sobem até cobrirem as montanhas mais
altas, e a humanidade morre afogada, abismada nas águas do dilúvio. Só escapam
oito pessoas, a família de Noé que, sozinho, guardara a castidade.
Será
pecado leve? Que lemos ainda na Bíblia? Havia na Palestina cinco cidades
célebres pelo seu comércio, suas riquezas, mais célebres, ainda, pela sua
corrupção espantosa. Naquelas cidades cometiam-se pecados de que nem se pode
dizer o nome, pecados sensuais contra a natureza, pecados horrorosos que
infelizmente se cometem hoje, depois de dois mil anos de cristianismo. Que fez
Deus? Mandou chover sobre aquelas cidades uma chuva, não mais de água, mas de
fogo e de enxofre, que reduziu a cinzas as cidades e os habitantes. Não
satisfeito, Deus mandou à terra que se abrisse e ao inferno que engolisse os
restos infames de Sodoma e Gomorra.
Que
nos diz ainda a Sagrada Escritura? Que outrora Deus mandava queimar vivo a
quem cometia semelhantes pecados e até aos casados que profanavam o matrimônio
pelo crime horrendo do adultério. Este pecado de adultério, depois do
assassínio, o mais grave de todos os pecados contra o próximo, foi sempre
considerado até pelos pagãos como um crime digno de todos os castigos. Os
antigos egípcios condenavam a ser queimada viva a mulher casada que tinha
cometido este pecado; os saxões igualmente condenavam à fogueira a mulher
casada infiel, e à forca o cúmplice de seus crimes. E há cristãos que trazem na
lama do pecado o sacramento que São Paulo chama grande.
Estes
são apenas os castigos para este mundo. Que será no outro mundo!
Está
escrito, e a palavra de Deus não volta atrás, que os desonestos não entrarão no
reino do céu. E este o pecado que arrasta para o inferno o maior número das
almas. Diz São Remígio que a maior parte dos condenados estão no inferno por
causa deste pecado. O mesmo diz São Bernardo: este pecado precipita no
inferno quase todo o mundo. Do mesmo modo fala Santo Isidoro: é a luxúria muito
mais que qualquer outro vício que sujeita o gênero humano ao demônio. Em uma
palavra, e é a doutrina de todos os santos, de cem condenados no inferno,
haverá um ladrão, um assassino, um ímpio, mas noventa e nove desonestos.
Pobres
pecadores. Longe de mim o infundir-vos o desespero; o que quero dizer é que, se
vos achais atolados neste vicio, procurai sair quanto antes deste lodaçal
imundo, senão o inferno será vossa sorte eterna.
O
que deveis fazer é o seguinte:
1º. Rezar.
A oração é uma chuva celestial que apaga o pecado da concupiscência. Rezai
antes de dormir, de joelhos, ao pé do leito, três Ave-Marias à pureza de
Nossa Senhora.
2º. Repelir
sem demora todo mau pensamento e desejo, chamando pelos nomes de Jesus e
Maria.
3º. Fugir,
mas fugir absolutamente, custe o que custar, da ocasião do pecado, da
frequentação de tal pessoa, de tal casa, de tal divertimento, de um modo
especial destas danças modernas tão imorais e escandalosas.
4º. Enfim
o meio mais eficaz é a recepção frequente e piedosa dos sacramentos
da confissão e comunhão.
Desenganai-vos,
se agora não vos emendardes, mais tarde será tarde demais.
(O Pequeno Missionário - Manual de
Instruções, Orações e Cânticos coordenado pelo Pe. Guilherme Vaessen,
Missionário da Congregação da Missão - 6a. Edição, Editora Vozes, 1953).
FONTE: A Grande Guerra
Esse pecado é horroroso e conforme diz o post engana muita gente. Principalmente nos dias de hoje que se valoriza muito o nudismo, o amor livre, o prazer desregrado, a sexualidade a todo custo, etc. Portanto, peçamos ao Divino Espírito Santo que nos ajude a sermos fiéis a palavra de Deus.
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