domingo, 27 de abril de 2014

O corpo de Cristo devia ressurgir com cicatrizes?




Parece que o corpo de Cristo não devia ressurgir com cicatrizes.

1. — Pois, diz o Apóstolo, que os mortos ressurgirão incorruptíveis. Ora, tanto as cicatrizes como as feridas implicam de certo modo corrupção e defeito. Logo, não devia Cristo, autor da ressurreição, ressurgir com cicatrizes.

2. Demais. — O corpo de Cristo ressurgiu íntegro. Ora, feridas abertas contrariam a integridade do corpo, pois causam nele descontinuidade. Por onde, parece que não devia o corpo de Cristo conservar quaisquer aberturas de feridas, embora nele se conservassem certos sinais delas, suficientes para percebê-las a vista à qual Tomé acreditou, ele a quem foi dito: Tu creste, Tomé, porque me viste.

3. Demais. — Damasceno diz: Depois da ressurreição de Cristo, certas causas lhe atribuímos, como as cicatrizes em sentido próprio, não porém segundo a natureza, senão só excepcionalmente, para significar que o mesmo corpo que sofreu foi também o que ressurgiu. Ora, cessada a causa, cessa o efeito. Por onde, parece que uma vez certificados os discípulos da sua ressurreição, não era já necessário que conservasse as cicatrizes. Mas não convinha à imutabilidade da sua glória, que assumisse qualquer causa que perpetuamente nele não existisse. Logo, parece que não devia, ressurgido, assumir um corpo com cicatrizes.

Mas, em contrário, o Senhor diz a Tomé: Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e mete-a no meu lado.

SOLUÇÃO. — Devia a alma de Cristo, na ressurreição, reassumir o seu corpo com as cicatrizes. — Primeiro, por causa da glória mesma de Cristo. Assim, como diz Beda, conservou as cicatrizes, não pelas não poder fazer desaparecer, mas a fim de manifestar a todos e perpetuamente o triunfo da sua vitória. E por isso diz Agostinho, que talvez no reino celeste veremos nos corpos dos mártires as cicatrizes das feridas, que sofreram pelo nome de Cristo. O que lhes constituirá, não uma deformidade, mas uma dignidade; e então há de refulgir neles a beleza da virtude existente no corpo, mas sem ser do corpo. — Segundo, para confirmar o coração dos discípulos na fé da sua ressurreição. — Terceiro, para mostrar sempre, ao orar ao Pai por nós, que gênero de morte sofreu pelo homem. — Quarto, para relembrar incessantemente àqueles a quem resgatou com a morte, a misericórdia de que usou para com eles. — E enfim, para também desse modo mostrar, no juízo, aos condenados, quão justamente o foram. Pois, como diz Agostinho, Cristo sabia porque queria conservar no seu corpo as cicatrizes. Porque, assim como as mostrou a Tomé, que não queria crer senão tocando-as e vendo-as, assim também há de mostrar, mesmo aos seus inimigos, as suas feridas, para que a Verdade, ao confundi-Ias, lhes declare: Eis o homem a quem crucificaste. Vedes as feridas que me causastes. Reconhecei o lado que trespassastes — aberto por vós e por causa vossa, sem contudo nele terdes querido entrar.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Essas cicatrizes que permaneceram no corpo de Cristo, não implicam nenhuma corrupção nem qualquer defeito, mas um maior cúmulo de glória, como uns sinais da sua virtude. E nesses lugares mesmo das feridas se manifestará um esplendor especial.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Embora essas feridas abertas impliquem uma certa solução de continuidade, tudo isso é recompensado porém por um maior esplendor da glória, de modo que o corpo longe de perder da sua integridade, mais perfeito se tornará. Tomé, porém não só viu, mas também tocou as feridas; porque, como diz Leão Papa, bastava-lhe à sua fé ter insto o que vira; mas foi em nosso proveito o ter tocado aquele a quem via.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Cristo quis que as cicatrizes permanecessem no seu corpo, não só para certificar a fé dos discípulos, mas ainda por outras razões. Donde se conclui que essas cicatrizes sempre lhe permaneceram no corpo. Pois, diz Agostinho: Creio que o corpo do Senhor está no céu como existia quando a ele subiu. E Gregório diz, se alguma causa podia mudar-se no corpo de Cristo, depois da ressurreição, o Senhor podia voltar a morrer, depois de ressurrecto — contra a afirmação verídica de Paulo. Mas quem com estultície ousará dizê-lo, senão quem negar a verdadeira ressurreição da carne? Por onde é claro que as cicatrizes que Cristo mostrava no seu corpo, depois da ressurreição, nunca mais se lhe deliram dele.

(Suma Teológica, Parte III, quest. 54, art. 4)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Comissão retira ‘gênero’ do PNE e cita ‘ditadura gay’.




Terra - terça-feira, 22 de abril de 2014 - Após ser alvo de polêmica, deputados retiraram a questão de gênero do Plano Nacional de Educação (PNE). O PNE começou a ser votado nesta terça-feira na comissão especial da Câmara dos Deputados formada para analisar o texto. A comissão aprovou o relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), salvos os destaques. A questão de gênero foi suprimida no primeiro destaque votado. Ainda serão analisados sete destaques [num dos quais a questão de gênero voltará a ser apreciada]. A intenção é que a votação seja concluída em sessão prevista para quarta-feira [e na quarta, decidiu-se que a votação será realizada em 6 de maio próximo] .

Para os deputados que argumentaram a favor da alteração, as formas de preconceito estão contempladas no texto, e colocar a questão de gênero e orientação sexual vai favorecer o que chamaram de “ditadura gay”. Outros parlamentares consideraram a retirada da questão de gênero um retrocesso. “A escola, mais que outro lugar, não pode ser surda e muda e reproduzir os preconceitos da sociedade”, defendeu a deputada Fátima Bezerra (PT-RN).

O PNE estabelece metas para a educação a serem cumpridas em um período de dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. O plano também destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para a educação – atualmente são investidos no setor 5,3% do PIB brasileiro.

O destaque aprovado nesta terça-feira modifica o trecho do plano que diz: “São diretrizes do PNE a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”, retomando o texto do Senado, que fala apenas em “erradicação de todas as formas de discriminação”.

Dos 26 deputados presentes, 11 votaram contra o destaque. O plenário estava lotado, com representantes de estudantes, de movimentos sociais, de entidades ligadas à educação e de grupos religiosos. A alteração causou aplausos e vaias. Dirigindo-se aos estudantes, que pediam a manutenção da discriminação dos grupos no PNE, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) levantou uma folha de papel na qual estava escrito: “volta para o zoológico”.




25 de Abril - Dia de Dom Antônio de Castro Mayer




Dom Antonio de Castro Mayer um baluarte dessa resistência juntamente com o Monsenhor Marcel Lefebvre, protagonizaram uma historia mundial dentro da Igreja Católica. Conheceremos hoje esse grande homem de convicções firmes. O Bispo D. Antonio de Castro Mayer.

Resumo Histórico

Oriundo de uma família muito católica, entra para o Seminário Menor do Bom Jesus de Pirapora aos doze anos. Em 1922, inicia os estudos no Seminário Maior, em São Paulo, e, devido ao seu excelente desempenho, é enviado para Roma, para completar seu curso eclesiástico na Universidade Gregoriana.

É ordenado sacerdote em 30 de outubro de 1927 e pouco depois recebe o grau de doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana. Foi professor no Seminário em São Paulo, durante treze anos, lecionando Filosofia, História da Filosofia e Teologia Dogmática. Em 1940, é nomeado assistente geral da Ação Católica. Em 1941, é nomeado cônego catedrático do Cabido Metropolitano de São Paulo e, um ano depois, torna-se Vigário Geral. Em 1945, é Vigário Ecônomo da Paróquia de São José do Belém, ocupando-se ao mesmo tempo das cátedras de religião e Doutrina Social da Igreja, respectivamente na Faculdade de Direito e no Instituto Sedes Sapientiae.

A 6 de Março de 1948, é elevado, pelo Papa Pio XII, a bispo titular de Priene e com direito a sucessão do bispo de Campos, D. Octaviano Pereira de Albuquerque. É sagrado a 23 de Maio do mesmo ano, por D. Carlos Chiarlo. Em 1949, torna-se bispo diocesano de Campos.

Durante o Concílio Vaticano II, D. António de Castro Mayer assumiu-se como um dos líderes da ala conservadora - "Coetus Internationalis Patrum". Depois de ter participado no Concílio, regressou à diocese onde mantêm com firmeza a Tradição (Campos foi a única diocese do Mundo a manter, depois da promulgação do Novos Ordo Missae de Paulo VI, o Ordo Missae de S. Pio V como rito oficial da diocese).

No dia 1 de Novembro de 1981, celebra pela última vez, Pontifical da Catedral de Campos.  Juntamente com Monsenhor Marcel Lefebvre fez diversas advertências ao Papa sobre a crise que a Igreja vivia e será co-sagrante nas consagrações episcopais levadas a cabo por Monsenhor Lefebvre, em 30 de Junho de 1988, em Ecône, na Suíça.


Modernismo


(Palestra de Mons. Williamson - Mosteiro da Santa Cruz)


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Santa Missa solene do domingo da ressurreição - Mosteiro da Santa Cruz



Cerimônia da bênção do fogo, do Círio Pascal e cerimonial da Vig




Santa Missa da Vigília Pascal - Mosteiro da Santa Cruz - 2014



VÍDEO

quarta-feira, 23 de abril de 2014

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A Eucaristia, necessidade do nosso coração.





São Pedro Julião Eymard

"Porque está Jesus Cristo na Eucaristia? Tal pergunta, se pode ter muitas respostas, tem no entanto uma que a todas resume: Jesus Cristo está na Eucaristia porque noa ama e quer que nós o amemos. O Amor, eis a razão de ser da instituição da Eucaristia.

Sem ela, o Amor de Jesus Cristo seria apenas um Amor de Morte, passado, esquecido dentro em breve – e isso sem culpa de nossa parte. Só a Eucaristia satisfaz plenamente as leis e as exigências do amor. Jesus Cristo, dando-nos nela provas de Amor infinito, tem direito de ser nela amado.

Ora, o amor natural, tal qual Deus pôs nos corações, requer três coisas. A presença ou sociedade de vida, a comunhão de bens, a união perfeita.

I

A ausência é a aflição, o tormento da amizade. O afastamento diminui e, ao ser prolongado, dissipa a mais forte amizade. Estivesse Nosso Senhor ausente, afastado, o amor que lhe temos passaria, em virtude do efeito dissolvente dessa mesma ausência. É da essência, da natureza do amor humano reclamar, para viver, a presença do objeto amado.

Olhai para os pobres Apóstolos, enquanto Nosso Senhor jaz no túmulo, para os discípulos de Emaús, que confessam terem quase perdido a fé. Não gozam mais da presença do divino Mestre.
Ah! Não nos tivesse Nosso Senhor deixado outro legado de seu Amor senão Belém e o Calvário e quão depressa o teríamos esquecido! Que indiferença! O amor quer ver, ouvir, conversar, apalpar.

Nada substitui o ente querido, nem lembrança, nem dons, nem retratos; nada disso tem vida. E quão bem sabia Nosso Senhor que nada poderia tomar seu lugar, pois carecemos dele mesmo. Não nos basta então sua palavra? Não, já não vibra, já não ouvimos as tocantes expressões dos lábios do Salvador. E seu Evangelho? É um testamento. E o Sacramentos, não dão ele Vida? Só o autor da Vida poderia entretê-la em nós. E a Cruz? Ah! Sem Jesus quão triste é! E a esperança? Sem Jesus é uma agonia. Os protestantes têm tudo isso e quão frio e quão glacial é o protestantismo!

Poderá então Jesus reduzir-nos a um estado tão triste, qual o de viver e combater sozinhos? Ah! Sem Jesus, presente entre nós, seríamos por demais desgraçados. Exilados, sós no mundo, obrigados a privar-nos dos bens, das consolações terrestres, enquanto aos mundanos é dado satisfazerem todos os seus desejos, a vida se tornaria insuportável.

Mas com a Eucaristia! Com Jesus em nosso meio, quantas vezes sob o mesmo teto, dia e noite, a todos acessível, a todos esperando na sua morada sempre aberta; admitindo as crianças, chamando-as com acentuada predileção, a vida torna-se menos amarga. É o pai amoroso, rodeado dos filhos. É a vida de sociedade com Jesus.

E que sociedade, quanto nos engrandece e nos eleva! E quão fáceis são as relações de sociedade, de recurso ao Céu, a Jesus Cristo em pessoa! Convivência suave, simples, familiar e íntima, assim Ele a quis.

II

O amor quer comunhão de bens, quer tudo possuir em comum. Quer partilhar da felicidade e da infelicidade. É-lhe natural, instintivo dar, dar com alegria, com júbilo. E com que profusão, que prodigalidade concedera Jesus Cristo, no Santíssimo Sacramento, seus merecimentos, suas graças, sua própria glória! Que desvelo em dar, sem jamais recusar!

Dá-se a si mesmo, a todos e a todo momento, espalhando pelo mundo as Hóstias consagradas para que todos os seus filhos as recebam. No deserto, dos cinco pães multiplicados, sobraram doze cestas cheias, e todos deles participaram.

Jesus-Eucaristia quereria envolver o mundo na sua nuvem sacramental, fecundar os povos com essa água vivificante, que, depois de ter desalterado e reconfortado o último de seus eleitos, se perderá no oceano eterno. Ah! Jesus-Hóstia é nosso, todo nosso!

III

O amor tende essencialmente à união entre os amantes, à fusão de dois seres num só ser, de dois corações num só coração, de dois espíritos num só espírito, de duas almas numa só alma (...)

Jesus submete-se a essa lei de amor por Ele mesmo estabelecida. Depois de ter compartilhado do nosso estado e de nossa vida, dá-se-nos ele na comunhão, incorporando-nos a Ele.

União, cada vez mais perfeita e mais íntima, das almas, segundo a maior ou menor vivacidade dos desejos. "In me manet, et ego in eo". Permanecemos nele e Ele em nós. Fazemos um só com Ele, até consumir-se no Céu, na união eterna e gloriosa, a união inefável, começada na terra pela graça e aperfeiçoada pela Eucaristia.

O amor vive, pois, com Jesus presente no Santíssimo Sacramento do altar, compartilha de todos os bens de Jesus, une-se a Jesus e assim satisfazem-se as exigências de nosso coração, que mais não pode pedir".

FONTE: São Pio V

domingo, 20 de abril de 2014

Ressuscitou!


O Grupo Santo Tomás de Aquino, deseja a todos e a cada um em particular, uma Feliz Páscoa.



sexta-feira, 18 de abril de 2014

A angústia de uma ausência: três meditações para o Sabado Santo.



Clique AQUI e medite este grande mistério do Sábado Santo.


Lamentos do Senhor.




Povo meu, que te fiz eu?
Dize em que te contristei!
Que mais podia ter feito,
em que foi que eu te faltei?

Deus santo,
Deus forte,
Deus imortal,
Tende piedade de nós!

Eu te fiz sair do Egito,
Com maná te alimentei.
Preparei-te bela terra:
Tu, a cruz para o teu Rei!

Bela vinha eu te plantara,
Tu plantaste a lança em mim;
Aguas doces eu te dava,
Foste amargo até o fim!

Flagelei por ti o Egito,
Primogênitos matei;
Tu, porém, me flagelaste,
Entregaste o próprio Rei!

Eu te fiz sair do Egito,
afoguei o Faraó;
aos teus sumos sacerdotes
entregaste-me sem dó!

Eu te abri o mar Vermelho,
tu me abriste o coração;
a Pilatos me levaste,
eu levei-te pela mão.

Pus maná no teu deserto
teu ódio me flagelou;
fiz da pedra correr água,
o teu fel me saturou!

Cananeus por ti batera,
bateu-me uma cana à toa;
dei-te cetro e realeza,
tu, de espinhos a coroa!

Só na cruz tu me exaltaste,
quando em tudo te exaltei;
por que à morte me entregaste?
Em que foi que eu te faltei?