XVI -
O sacramento da reconciliação .
Meus filhos, não se pode compreender a bondade que
Deus teve para conosco instituindo esse grande sacramento de penitência...
Se disséssemos aqueles pobres condenados que
estão no inferno desde tanto tempo: "Vamos pôr um padre à porta do
inferno. Todos os que quiserem se confessar tem só que sair"; meus filhos,
acreditais que ficasse um só? Os mais culpados não receariam dizer seus
pecados, e até dizê-los perante toda gente. Oh! como o inferno depressa ficaria
deserto, e como o céu se povoaria ! Pois bem ! nós temos o tempo e os meios que
aqueles pobres condenados não tem.
Meus filhos, desde que se tem uma mancha na alma,
há que se fazer como uma pessoa que tem um belo globo de cristal que guarda bem
cuidadosamente. Se esse globo recebe um pouco de poeira, quando ela o percebe
passa-lhe depressa uma esponja, e eis o globo claro e brilhante!
É belo pensar que temos um sacramento que cura
chagas da nossa alma ! Mas cumpre recebê-lo com boas disposições. Do contrário,
são novas chagas sobre as antigas.
Que direis de um homem todo coberto de feridas e
que agisse do modo seguinte? Aconselham-lhe ir para o hospital. Ele vai; o
médico cura-o dando-lhe remédios. Eis porém, esse homem que toma a sua faca , dá
em si grandes golpes e se faz maior mal do que tinha antes. Pois bem, é o que
fazeis muitas vezes saindo do confessionário, quando recais nos mesmos pecados.
Há uns que profanam o sacramento faltando a
sinceridade. Terão ocultado pecados mortais, há dez anos, vinte anos. São
sempre atormentados; sempre o seu pecado esta presente ao espírito; sempre tem
o pensamento de dizê-lo, e sempre afastam esse pensamento; é um
inferno!...
Quando fizerdes uma boa confissão, tereis
acorrentado o demônio.
Os pecados que ocultarmos reaparecerão todos. Para
ocultar bem os próprios pecados, há que confessá-los bem
Fonte: São Pio V
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