SÉTIMA
PORTA: O ESPIRITISMO
O
espiritismo consiste em pretensas ou verdadeiras comunicações com os
espíritos do outro mundo, ou as almas dos defuntos, para descobrir coisas
secretas relativas a esta ou à outra vida.
Digo
comunicações pretensas, supostas, porque é sabido que grande número de médiuns,
isso é, de pessoas de que se servem os espíritos para receberem as respostas
dos espíritos ou das almas, os profissionais do espiritismo, têm sido
convencidos de fraude. Noventa por cento pelo menos dos casos de comunicações
espíritas são vergonhosas trapaças.
Digo,
em segundo lugar, comunicações verdadeiras, porque sábios verdadeiros
e conscienciosos têm verificado a verdade de certas comunicações, de sorte
que forçoso é admitir que nem tudo é fraude.
Por
conseguinte, às vezes há espíritos que se comunicam. A questão é esta: a que
espíritos devem ser atribuídas estas comunicações? Em outras palavras: quem é o
espírito que se manifesta? Não são almas dos defuntos. O dogma católico admite,
para as almas que passaram os umbrais da eternidade, dois estados definitivos e
um intermediário, mas passageiro. Ou elas estão no inferno, ou no céu, ou no
purgatório. Ora, em qualquer estado destes em que elas se achem, não está na
possibilidade delas aparecerem a quem as evoca. As do inferno estão presas pela
corrente da justiça divina, que fixou a sua desgraçada sorte para a eternidade
e deste horrendo calabouço, de que os demônios são guardas, elas não podem
sair, senão em caso muito extraordinário, por especial providência de Deus. As
que estão no céu, no purgatório, estão em perfeita conformidade à vontade de
Deus, e, portanto, nunca elas se manifestam senão por fins altíssimos, dignos
da infinita sabedoria de Deus, como auxiliar com preces e santos sacrifícios
essas almas, ou converter algum pecador. A regra geral que Deus tem
estabelecido para as almas que passam desta para a outra vida é que: “o
espírito vai e não volta.”
Não
são as almas que se manifestam. É o demônio. A prova é que na maioria dos casos
estas comunicações tendem ao erro e à falsidade, que é o caráter próprio
daquele que tem o título “pai da mentira”. Sem dúvida, há às vezes algumas
verdades enunciadas, mas é para mais facilmente induzir ao erro. Assim
dirão que há purgatório, mas que não há inferno — que fulano está no inferno,
mas que a condenação não é eterna. Outras vezes são respostas ambíguas e
contraditórias. Para um católico não pode haver dúvida, é o demônio.
Acrescentemos o que em mais de uma circunstância se tem dado; e é que se algum
dos circunstantes se acha munido de água benta, um crucifixo, uma medalha, o
espírito ou fica mudo ou dá respostas incoerentes.
Vejamos,
aliás, quais as consequências resultantes do espiritismo, para mais
vermos a intervenção diabólica, porque pelos efeitos melhor se conhece a
causa. Uma das consequências que mais avultam é a loucura. É um fato notório. O
diretor do Hospício dos Alienados Pedro II, no Rio, declarou, há anos passados,
que sessenta e cinco por cento dos alienados eram vítimas do espiritismo.
Que
dizer do suicídio? Quem ignora que os tenha havido e só motivados por esta
causa? Quantos desgraçados entre estes cegos a quem Satanás leva pelo cabresto
até esta última cegueira! Quanto às imoralidades praticadas muitas vezes em
certas reuniões espíritas, delas nem convêm falar. Há outras consequências,
doutra ordem mais transcendente e é que o espiritismo impele seus adeptos à
heresia e ao erro. É principalmente entre os espíritas que se encontram os que
negam a divindade de Jesus Cristo, da confissão, da Igreja; os que
ridicularizam as práticas religiosas, aprovam o ensino ateu.
Basta!
Fica claro e evidente que as pessoas que se entregam a estas práticas
cometem pecado mortal não
só porque desobedecern à Igreja, que as proíbe, mas também porque
procuram põe-se em comunicação com o espírito das trevas, o inimigo de Deus, o
que é proibido pela Sagrada Escritura : “Entre ti não se achará... quem
pergunte a um espírito divinatório nem aos mortos.” (Deut 18,
II).
Os
espíritas são hereges porque negam verdades reveladas e aderem a erros
condenados, renunciando, desta arte, ao título de católicos. Estão fora da
Igreja; se não renunciarem a estas práticas não se salvam.
A
Oração
Há um inferno, suplícios eternos. É
horroroso, mas é certo. A porta do inferno é o pecado mortal. Há também um
céu, morada de Deus, mansão dos anjos e santos, uma glória,
uma felicidade eternas. A chave de ouro do
céu é a oração. Quereis evitar o inferno, merecer o céu, é absolutamente
necessário REZAR...
(O
Pequeno Missionário - Manual de Instruções, Orações e Cânticos coordenado pelo
Pe. Guilherme Vaessen, Missionário da Congregação da Missão - 6a. Edição,
Editora Vozes, 1953).
(Aqui
termina os capítulo do livro As Sete Portas do Inferno do Pe. Guilherme Vaessen)
FONTE: A Grande Guerra
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