Por
Jennifer Orchard
Traduzido
por Andrea Patrícia
Famílias
numerosas inspiram abnegação e generosidade
Há
muito tempo atrás, eu comecei a ter minhas primeiras dúvidas sobre a maneira
pela qual os MNPF eram frequentemente apresentados. Lembro-me de ouvir algo
assim: “Com os MNPF, os casais podem ter 99% de certeza de não ter outra
criança” ou “Tão bom como a contracepção, mas sem os riscos para a saúde (dos
contraceptivos)”. E isso foi dito aos jovens casais sem nenhum problema grave
de saúde.
Depreende-se
que os MNPF eram promovidos de forma anti-vida. Parecia que uma mentalidade
contraceptiva permeava a maioria destas apresentações supostamente pró-vida,
pró-família.
Eu
vim a acreditar que essas atitudes em relação à vida conjugal e maternidade são
realmente prejudiciais a causa pró-vida.
Neste
artigo, eu gostaria de examinar algumas das maneiras mais sutis da mentalidade
contraceptiva que tem permeado a sociedade, e até mesmo o pensamento de alguns
católicos mais sérios.
Eu conheci uma senhora que parecia ser uma católica devota e comprometida. (Ela
frequentava a Missa diariamente, etc.), mas sobre o tema dos MNPF ela me deu um
nó no cérebro. Ela me puxou de lado, um dia após a Santa Missa, e explicou-me
que, como eu era uma pessoa jovem (tinha 18 anos na época), eu deveria dizer
aos jovens que conheci sobre os MNPF, para que eles não tivessem filhos.
Isso
parecia estranho para mim, porque eu tinha a convicção de que o que eu deveria
fazer é incentivar as pessoas a abandonar o comportamento promíscuo, e não
instruí-los nos métodos de controle de natalidade, o que só pode servir para
incentivar ou corroborá-los em seus pecados.
Falei
também com algumas das pessoas mais velhas que não pareciam se importar se suas
filhas viviam com seus namorados por meses ou mesmo anos, desde que isso não
resultasse no nascimento de uma criança.
Alguns desses “bons católicos” até mesmo promoviam um uso frívolo dos MNPF para
casais casados: não importa se a Igreja requer uma razão séria e grave para que
os MNPF sejam usados com propósito de controle de natalidade.
“Mas”,
alguém vai, sem dúvida, objetar: “se nós não dermos aos casais uma forma
alternativa de controle de natalidade, eles vão usar contraceptivos químicos”.
Este é o clássico argumento “menor de dois males”, e soa bastante razoável, mas
tem-se observado que o menor de dois males é ainda um mal. Os santos ensinaram
que um católico não deve cometer o mal menor, nem mesmo se você acha que disso
resultaria um maior bem.
Então,
ao invés de ensinar as pessoas a usar os MNPF por motivos fúteis (um mal
“menor”), deve-se encorajar as pessoas a fazer um bem verdadeiro. Em outras
palavras, em vez de dizer “aprenda isso para que você não tenha filhos” as
pessoas devem ser ensinadas que ter uma família é uma coisa boa, as crianças
são uma benção, e os bebês são parte integrante da vocação matrimonial.
A
maternidade é algo sublime e santo, e a maternidade continuada é honrosa e
bela. Ela encoraja um espírito de generosidade e abnegação em ambos os pais, o
que é verdadeiramente o Espírito Católico.
Famílias numerosas são igualmente boas para a Igreja e para as vocações. Você já percebeu quantos santos vieram de famílias numerosas?
Outra
consequência da mentalidade contraceptiva é induzir os jovens a encarar o
casamento como desnecessário.
Pense nisso: uma menina quer ter uma grande família e um lar estável para criar os filhos. Nem é preciso dizer que ela pretende se casar. Mas, por outro lado, se a menina é ensinada a olhar para as crianças como algo a ser evitado, suas chances de uso de contraceptivos chegam a alturas estratosféricas - o que conduz a uma falsa sensação de segurança e, provavelmente, a ter vários namorados sem compromisso.
A
mentalidade contraceptiva, mesmo que os contraceptivos não estejam realmente
sendo usados, incentiva um desrespeito ao casamento. Por outro lado, uma
mentalidade pró-bebê, pró-família numerosa realmente protege a castidade, e
salienta a importância e a santidade do casamento.
Tenho sido profundamente perturbada pela mentalidade contraceptiva moderna que levou ao uso - ou melhor, abuso - do Planejamento Familiar Natural por casais que não têm “razão grave e séria” para evitar ter outro filho. Precisamos orar e trabalhar para um retorno à fiel generosidade dos nossos antepassados, que não tentaram sobrepujar o pensamento de Deus, mas sim confiaram na Providência Divina.
Para os casais que essencialmente fecham a porta para a possibilidade de trazer uma alma imortal para o mundo, eles devem ser lembrados de que se um certo casal francês houvesse decidido limitar a sua família com os MNPF, Santa Teresa de Lisieux, “a maior Santa dos tempos modernos “, nunca teria nascido. Santa Teresinha, veja você, era a caçula de nove filhos.
Casais
casados: se Deus quiser enviar-vos uma outra criança, esta é uma alma que Ele
tem a intenção de criar desde toda a eternidade, e esta criança é uma parte de
Seu plano para o mundo, destinada a trazer outras almas para Ele. Quantos
santos nunca teriam nascido se seus pais tivessem se recusado a confiar na
Providência Divina?
Um
exemplo de confiança na Providência Divina
Considere este caso: um fazendeiro e sua esposa estavam esperando outro filho.
Ele já tinha vários filhos para sustentar e, além disso sua esposa estava com a
saúde debilitada, depois de ter perdido três filhos em abortamentos. Agora, ela
estava grávida novamente.
Madre
Cabrini, uma criança frágil, fez grandes obras para Deus
Não
havia ninguém ali para ensiná-los sobre o Método de Planejamento Familiar
Natural. Se houvesse, talvez eles não tivessem se deparado com outra gravidez
difícil que provavelmente terminaria em mais um desgosto. Afinal de contas, o
deles parecia ser o caso ideal para justificar não ter mais filhos.
Meses
antes da data prevista, a esposa do fazendeiro entrou em um trabalho de parto
longo e difícil, e deu à luz uma prematura menina doente. Tão frágil era a
menina que foi necessário batizá-la naquele mesmo dia, pois parecia que ela
iria morrer a qualquer momento. Mas o bebê, chamado de “Cechina” por causa de
seu pequeno tamanho, sobreviveu, embora fosse passar o resto de sua vida com
uma saúde precária.
Os pobres pais poderiam ter sido poupados de todo esse estresse e tristeza se
apenas soubessem sobre o Método de Planejamento Familiar Natural ... mas se
soubessem, a pequena Cechina, mais tarde conhecida como Santa Francisca Xavier
Cabrini - talvez a maior missionária mulher na história da Igreja - jamais
teria nascido. Se aquele casal italiano tivesse decidido envolver-se em um
conceito mundano de “paternidade responsável”, a Igreja - e todo o mundo -
teria sido roubada dos imensuráveis esforços missionários de Santa Francisca
Xavier Cabrini.
Madre
Cabrini, como ela veio a ser conhecida, era a mais nova, a 13 º criança nascida
daquele casal italiano.
Fonte: Spes
Original Aqui
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