São Paulo, padroeiro secundário do Grupo Santo Tomás de Aquino,
exemplo e intercessor por um apostolado verdadeiro e fecundo.
Saulo, natural de Tarso, na Cilícia, filho da
tribo de Benjamim e ao mesmo tempo cidadão romano, possuía talentos
extraordinários, bons e nobres sentimentos, aliados a uma força de vontade
inquebrantável. No tempo em que Jesus Cristo pregava o Evangelho na Palestina,
Saulo, assentado aos pés do célebre Gamaliel, estudava as ciências dos Santos
Livros. Os belos talentos que possuía, sua aplicação e sobretudo seu zelo
ardente pela lei de Moisés e as tradições do povo, chamaram a atenção dos
fariseus.
O crescimento rápido da Igreja
de Jesus de Nazaré, o aumento espantoso do número dos discípulos de Cristo
crucificado fizeram com que no coração de Saulo se incendiasse um ódio mortal
aos cristãos, por ele considerados traidores da causa pátria. Qual lobo voraz,
tinha sede do sangue dos mesmos, e quando o primeiro mártir Santo Estevão
morreu, vítima do ódio dos fariseus, os algozes depositaram as vestes aos pés
de Saulo. Mas o jovem diácono vingou-se do jovem fariseu, alcançando-lhe a
conversão, pelas suas orações.
Apenas dois
anos depois da morte de Jesus, incitado constantemente pelo ódio dos fariseus,
Saulo foi ao Sumo Sacerdote, e pediu-lhe cartas para a sinagoga de Damasco, com
poderes para trazer presos para Jerusalém todos os partidários de Jesus, homens
e mulheres. Em caminho, já perto daquela cidade, de repente lhe reluziu
em torno uma luz, vinda do céu. Caiu por terra e ouviu uma voz, que lhe dizia:
“Saulo, Saulo, por que me persegues ?” Ele respondeu: “Quem sois vós,
Senhor ?” O Senhor disse: “Eu sou Jesus, a quem persegues”. Tremendo e
todo assustado, disse: “Senhor, que quereis que eu faça ?” O Senhor
respondeu-lhe: “Levanta-te e entra na cidade, lá se te dirá o que tens que
fazer”. Os homens do séqüito, atônitos, ouviram a voz, mas não viam pessoa
alguma. Saulo levantou-se, abriu os olhos, mas estava cego. Tomaram-no pela mão
e levaram-no para Damasco. Passou três dias sem ver e não comeu nem bebeu.
Havia em Damasco um discípulo, chamado Ananias. O Senhor disse-lhe em visão:
“Levanta-te e vai à Rua Direita; procura na casa de Judas um homem de Tarso,
chamado Saulo. Neste momento ele ora” (e Saulo viu numa visão um homem, chamado
Ananias, entrar e impor-lhe as mãos, para que recobrasse a vista).
Ananias respondeu: “Senhor, tenho ouvido falar muito desse homem e do mal que
fez aos santos em Jerusalém. Mesmo para cá ele trazia plenos poderes dos
Príncipes dos Sacerdotes para meter em ferros todos os que invocam vosso nome”.
O Senhor, porém, disse-lhe: “Vai, este homem é um instrumento de minha escolha,
para levar o meu nome às nações e aos reis, assim como aos filhos de Israel.
Vou ensinar-lhe a ele quanto tem de sofrer por meu nome”. Ananias foi. Chegando
à casa, impôs as mãos a Saulo e disse-lhe: “São Paulo, meu irmão, o Senhor
Jesus, que te apareceu no caminho, manda-me para te restituir a vista, e
encher-te do Espírito Santo”. No mesmo instante, lhe caíram dos olhos como que
escamas, e pode ver. Levantou-se e fez-se batizar.São Paulo ficou ainda alguns
dias em Damasco com os discípulos; e logo pregou nas sinagogas, que Jesus é
Filho de Deus.
Os
ouvintes ficaram admirados e diziam: “Não era ele, que em Jerusalém queria
matar a todos que invocam o nome de Jesus ? Não veio aqui com a determinação de
levá-los amarrados aos Príncipes dos Sacerdotes ?” No entanto, Paulo
ganhava de mais a mais, e levava a confusão no meio dos Judeus em Damasco,
provando que Jesus é o Messias.
Decorridos alguns dias, os judeus deliberaram, em conselho, matá-lo. Estas
intenções chegaram ao conhecimento de Paulo. Os judeus vigiavam as portas
da cidade dia e noite, para que não escapasse. Mas os discípulos, tomando-o de
noite, fizeram-no descer pela muralha dentro de um cesto.
Chegando a Jerusalém, Paulo procurou achegar-se aos discípulos, mas estes o
temiam, não acreditando na sua conversão. Então Barnabé tomou-o e levou-o aos
Apóstolos. Contou-lhes que o Senhor tinha aparecido a São Paulo em caminho, e
falou-lhes da coragem com que Paulo se tinha declarado, em Damasco, em favor do
nome de Jesus. Desde então Paulo ia e vinha com eles em Jerusalém, e falava com
toda a liberdade no nome do Senhor.
São Paulo, dantes
inimigo do nome de Cristo, tornou-se-lhe o maior defensor. Outrora recebia
cartas com ordens de destruir as Igrejas e aprisionar os cristãos; depois, como
Apóstolo, escreveu muitas epístolas, para suma edificação dos fiéis, epístolas
cheias de sabedoria e do Espírito Santo. Conhecendo o mal que fizera,
conhecendo a gravidade dos seus pecados, empenhou toda a energia na propaganda
da doutrina de Jesus Cristo.
Percorreu a Asia Menor, atravessou todo o
Mediterrâneo em 4 ou 5 viagens. Elaborou uma teologia cristã e ao lado dos
Evangelhos suas epístolas são fontes de todo pensamento, vida e mística
cristãs. Além das grandes e contínuas viagens apostólicas e das prisões e
sofrimentos por que passou, deve-se a ele que se denomina "servo de
Cristo", a revelação da mensagem do Salvador, ou seja, as 13 Epístolas ou
Cartas. Elas são a doutrina a Teologia do Novo Testamento, exposta por um
Apóstolo. São Paulo, Apóstolo, sofreu o martírio em Roma. O ano é incerto, mas
deve ter ocorrido entre 64 e 67.
Duas festas litúrgicas foram criadas em
homenagem a São Paulo. A primeira em 25 de janeiro, foi instituída na Gália, no
século VIII, para lembrar a conversão do Apóstolo e entrou no calendário romano
no final do século X. A segunda, lembrando o seu martírio a 29 de junho,
juntamente com o do Apóstolo São Pedro, foi inserida no santoral (livro dos
santos) e havia desde o século IV o costume de celebrar neste dia três Missas.
A primeira na basílica de São Pedro no Vaticano, a segunda na basílica de São
Paulo fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as
relíquias dos dois Apóstolos tiveram de ser escondidas por algum tempo para
subtraí-las à profanação. Há um eco deste costume no fato de que além da Santa
Missa do dia é previsto um formulário para a Santa Missa vespertina da vigília.
São Paulo, rogai por nós.
Fonte: Escravas de Maria
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