segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Meditações para o tempo da Epifania (VII)



JESUS EM NAZARÉ. (Continuação)


Na casa de Nazaré, Jesus Menino crescia em sabedoria, e em idade, e em graça, diante de Deus e dos homens. Consideremos atentamente essas palavras de S. Lucas.

Na media que Jesus crescia em idade, crescia também em sabedoria; não que adquirisse com os anos um maior conhecimento das coisas, como se dá conosco; pois, desde o momento de sua conceição, Jesus foi cheio de toda a ciência e de toda a sabedoria divinas; mas diz-se que Ele progredia porque, avançando em idade, manifestava mais e mais sua sublime sabedoria.

Da mesma maneira se deve entender o resto do texto. Jesus crescia em graça diante de Deus: as ações do Homem-Deus não podiam torná-lo mais santo, nem aumentar seus méritos, pois que desde o começo era cheio de santidade e de mérito, e é de sua plenitude, observa S. João, que nós recebemos todas as graças; todavia, as ações de nosso Redentor eram todas suficientes, em si mesmas, para aumentar sua graça e seu mérito.

Crescia também em graça diante dos homens, no sentido que crescia em beleza e amabilidade. Oh! Jesus, em sua mocidade, tornava-se cada dia mais caro e mais amável, manifestando melhor os belos títulos que tinha ao nosso amor. Com que presteza o santo adolescente obedecia a Maria e a José! com que recolhimento de espírito trabalhava! com que modéstia tomava o alimento! com quanta discrição falava! com que doçura e afabilidade se entretinha com todos! com que devoção orava! Numa palavra, todas as ações, todas as palavras, todos os movimentos de Jesus, eram outras tantas setas de amor lançadas ao coração de todos os que o viam, e sobretudo de Maria e de José, que tiveram a felicidade de vê-lo constantemente a seu lado. Oh! quão atentos eram esses santos esposos em contemplar e admirar todas as ações, palavras e passos do Homem-Deus! 


Afetos e Súplicas.

Crescei, amável Jesus, crescei para mim: crescei para ensinar-me com vossos divinos exemplos todas as vossas belas virtudes. Crescei para consumar o grande sacrifício da cruz, do qual depende minha eterna salvação. Ah! fazei, meu doce Senhor, que eu também cresça sempre mais em vosso amor e em vossa graça. Por infelicidade minha, até agora só tenho feito progresso em minha ingratidão para convosco, que tanto me tendes amado; fazei, meu Jesus, que no futuro se dê o contrário; conheceis minha fraqueza, aclarai-me e fortalecei-me. Fazei-me compreender o quanto mereceis ser amado. Sois um Deus de bondade infinita e de infinita majestade, e quisestes descer à terra, fazer-vos homem por nós, levar vida de sofrimentos e abjeção terminada pela morte mais cruel; onde poderíamos achar um objeto mais amável, um coração mais amante? Insensato! no passado não vos quis conhecer e por isso vos perdi. Peço-vos perdão, arrependo-me de toda a minha alma e estou resolvido a ser todo vosso. Mas ajudai-me, meu Deus; lembrai-me sempre a vida penosa e a morte dolorosa que sofrestes por meu amor. Dai-me luz e força. Quando o demônio me apresentar qualquer fruto proibido, dai-me força para o desprezar; não permitais que, com um gozo vil e momentâneo, eu consinta em perder-vos, bem sem limites. Amo-vos, meu Jesus, morto por mim, amo-vos, bondade infinita! amo-vos, Amante de minha alma!

Ó Maria, sois a minha esperança; espero obter por vossa intercessão a graça de amar doravante o meu Deus, e de não amar senão a Deus.

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