São
Mateus, lemos: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito e fica
lá até eu te avisar, porque Herodes está procurando o menino para o
matar” (Mt 2,13). A ordem de Deus para se exilar com a família foi
cumprida por José imediatamente e com perfeição. “De noite, tomou o
menino e sua mãe e retirou-se para o Egito, onde ficou até a morte de Herodes,
para se cumprir o que o Senhor havia anunciado por meio do profeta: “Do
Egito chamei o meu filho” (Os 2,14-15).
O tempo foi passando e o exílio determinado pela Providência chegava ao fim.São
José e sua família retornaram do Egito após, segundo o texto, seus inimigos
terem morrido. Acredita-se que Herodes tenha morrido por volta de 4 a.C. Segundo
uma das versões mais prováveis, dois anos após a matança dos inocentes, Herodes
morreu depois de uma doença dolorosa e repulsiva. Livre do tirano, o Anjo
apareceu novamente em sonho a José no Egito e lhe disse: “Levanta-te, toma o
menino e a mãe e retorna à terra de Israel... José levantou, tomou o
menino e a mãe e foi para a terra de Israel. Mas, tendo ouvido que
Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, teve receio de ir
para lá. Avisado em sonho, retirou-se para as bandas da Galiléia, indo morar
numa cidade chamada Nazaré” (Mt 2,20-23). Solicito como sempre, José preparou
tudo, pegou o menino e sua mãe e se pôs a caminho em direção da sua terra de
origem.São José e sua família retornaram do Egito após, segundo o texto, seus
inimigos terem morrido.
E foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito
pelos profetas: Ele será chamado nazareno.
“A
viagem de volta para a Terra Santa apresentou-se mais penosa ainda, porque o
Menino Jesus já era tão crescido que, levá-lo ao colo, difícil tarefa devia
ser, e fazer a pé o grande trajeto parecia acima de suas forças” (São
Boaventura).
Neste mistério também José foi o ministro da salvação fazendo escapar da
morte a vida ameaçada do Menino Jesus, como rezamos na oração composta por Leão
XIII. Eis um motivo a mais para confiar no Patrocínio de São José, pois ainda
hoje temos muitas razões para recomendar a São José cada ser humano, como nos
ensina o documento Redemptoris Custos (N 31).
São Luciano
São
Luciano,Martir,Samosata, cidade da Síria, é a terra de São Luciano.
Menino de doze anos apenas, perdeu os pais, mas tão firmado já estava na virtude
cristã que distribuiu os seus bens entre os pobres e procurou asilo no convento
do abade Macário, para poder instruir-se ainda melhor nos princípios da fé
cristã e da santa perfeição. A prática constante das virtudes e o estudo
dedicado dos livros sacros prepararam Luciano para a luta contra as heresias do
tempo.
Tendo
recebido em Antioquia o sacramento da Ordem, dedicou-se primeiramente ao ensino
nas escolas primárias, com o fim de dar à mocidade uma instrução nos moldes dos
princípios cristãos. Pelo estudo e pela prática, adquiriu conhecimentos tão
sólidos nas ciências bíblicas, que pôde organizar uma nova edição dos livros
sagrados, corrigindo erros que, por descuido ou por ignorância, talvez por
malícia, se tinham insinuado nas traduções antigas. Esta nova edição teve
acolhimento gratíssimo e prestou grandes serviços mais tarde a São Jerônimo
quando, por ordem do Papa Dâmaso, este fez nova tradução da Escritura Sagrada.
Eram
tão acatadas sua autoridade e competência, que todos, fiéis e hereges, se lhe
referiam, e sua ortodoxia foi valorosamente defendida por São João Crisóstomo e
Santo Atanásio contra os arianos, que seu testemunho tinham invocado em favor
de sua heresia. O fato de Luciano ter sido preso em Nicomédia, por causa de uma
controvérsia com um sacerdote herético, é prova cabal da retidão de sua
doutrina. Uma apologia da Religião Católica, apresentada ao imperador
Maximiano, tem Luciano por autor.
A
decretação da guerra, de extermínio à Igreja, por Diocleciano, surpreendeu
Luciano, quando se achava em Nicomédia. Por ser católico e sacerdote de
Cristo, foi encarcerado. Da prisão dirigiu uma carta aos fiéis de Antioquia,
comunicando-lhes, que o Papa Antimo tinha sofrido o martírio e o incumbira de
transmitir-lhes saudações. Nove anos durou a prisão. Passado este longo tempo,
foi apresentado em juízo ao governador imperial ou ao próprio imperador. O
processo que os juízes adotaram, para fazê-lo abjurar a religião, foi o de
costume: elogios promessas, ameaças e por fim condenação.São Luciano ficou
firme, e sua resposta a todos os argumentos e propostas do juiz foi esta:
"Sou cristão !" O imperador mandou sujeitar o servo de Deus à
crudelíssima flagelação, que não deixou um lugar são no corpo da vítima, e
depois ordenou que, assim horrivelmente maltratado, fosse deitado sobre cacos
de vidro e pedras agudas. Quinze dias passou o mártir nesta posição, sem que
alguém se lembrasse de oferecer-lhe de comer. Quando depois lhe apresentaram
comida, era esta deliciosa, apetitosa; mas Luciano rejeitou-a resolutamente,
porque eram comidas que tinham vindo dos templos pagãos.
Pela
segunda vez Luciano foi citado perante o juiz. O resultado não foi outro.
Negando-se a sujeitar-se às exigências do magistrado, foi de novo submetido à
dolorosíssima tortura e metido no cárcere. Aos fiéis que o visitaram, o santo
sacerdote exortava à constância na fé. Para fortificar a si mesmo e aos irmãos,
celebrou a santa Missa sobre o próprio peito e deu a santa Comunhão a si e a
todos os fiéis presentes. Esta última Santa Missa foi o prefácio de sua morte
gloriosa. São João Crisóstomo afirma que Luciano morreu pela espada. Outros
porém, dizem que foi estrangulado secretamente,
por ordem de Maximiano. Atiraram com o corpo ao mar. Poucos dias
depois, porém, os cristãos o encontraram na praia e
deram-lhe honrosa sepultura. As relíquias do mártir estão na
Igreja principal de Aries, na França. São Luciano morreu provavelmente em
Samosata, em 7 de janeiro de 312.
São Luciano, rogai por nós.
Fonte: Escravas de Maria
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