quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

As mãos de minha mãe.




Minha mãe tem duas mãos.
Duas mãos para me lavar,
duas mãos para me vestir,
duas mãos para me dar o pão de cada dia.
Que mãos prestativas as de minha mãe !

Duas mãos tem a minha mãe.
Duas mãos para me consolar quando triste.
Duas mãos para me curar quando enfermo.
Duas mãos para me levantar quando caído.
Que mãos solícitas as de minha mãe !

Minha mãe tem duas mãos.
Duas mãos para me levar à escola.
Duas mãos para me ajudar nas lições.
Duas mãos para me aplaudir nos progressos.
Que mãos sábias as de minha mãe !

Duas mãos tem a minha mãe.
Duas mãos para sair comigo ao sol, às flores, aos pássaros, às montanhas, ao mar.
Duas mãos para me abrir caminho na direção dos outros, dos amigos, dos necessitados.
Duas mãos para me segurar nas brigas; para me advertir nos erros; para me perdoar no arrependimento.
Que mãos amigas as de minha mãe !

Minha mãe tem duas mãos.
Duas mãos para me conduzir à Igreja, Ao Cristo, ao Pai.
Duas mãos para entrelaçar as minhas em oração confiante.
Duas mãos para abrir as minhas na partilha aos irmãos.
Que sacrossantas as mãos de minha mãe !

Duas mãos tem a minha mãe.
Duas mãos puras, juvenis, resolutas, que um dia, comprometidas com as de meu pai, e unidas no êxtase da mais profunda comunhão, me chamaram à alegria do conviver, à aventura do eternizar-se em Deus.
Benditas sejam as mãos de minha mãe !

Oxalá ao meu lado estivessem as duas mãos de minha mãe a me fecharem os olhos para o sono derradeiro. Mas, Tanto, não lhe causaria dupla morte ?
Melhor, fora de dúvida, acordar para festa da vida, tendo as duas mãos de minha mãe estendidas na minha direção para o abraço da eternidade.
Anfitrioa da vida terrestre, anfitrioa da vida celeste !


(Pe. Lauro Sigrist)
* 11-04-1927
+ 08-05-2008

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