domingo, 30 de setembro de 2012

30 de Setembro - São Jerônimo, Doutor da Igreja.


Numa era muito conturbada para a Igreja ? como foi o final do século IV e a primeira metade do século V ? surgiram simultaneamente na Cristandade grandes luzeiros de santidade e ciência, tanto no Oriente quanto no Ocidente: Santo Hilário, Bispo de Poitiers, Santo Ambrósio, de Milão, e a “Águia de Hipona”, o grande Santo Agostinho. Com São Jerônimo - cuja festa comemoramos no dia 30 - formam eles o ilustre grupo dos chamados quatro Padres da Igreja latina daquela época.
A vida de São Jerônimo é tão extraordinária, que se torna impossível resumi-la em poucas páginas. Dele diz o eminente jesuíta, Pe. Pedro de Ribadaneira, discípulo e biógrafo de Santo Inácio de Loyola: “Foi nobre, rico, de grande engenho, eloqüentíssimo; sapientíssimo nas línguas e ciências humanas e divinas; na vida, espelho de penitência e santidade; luz da Igreja e singular intérprete da divina Escritura, martelo dos hereges, amparo dos católicos, mestre de todos os estados e condições de vida e luzeiro do mundo”.
Nos confins da Dalmácia e Panônia (na atual Hungria), nasceu Jerônimo, de pais cristãos, nobres e opulentos. Dotado de precoces aptidões para o estudo, o pai enviou-o, quando adolescente, para Roma, então a capital do mundo civilizado.
Na Cidade Eterna, Jerônimo dedicou-se ao estudo da gramática, da retórica e da filosofia. Tal era seu amor pelos escritores clássicos, que formou para si rica biblioteca, copiando à mão os livros que não podia obter.
Com dor, reconheceria depois, que em sua inexperiência tornou-se vítima do ambiente mundano da grande e decadente metrópole, extraviando-se do bom caminho. Porém, ao mesmo tempo declara que seu passatempo aos domingos consistia em visitar as catacumbas e as relíquias dos mártires, além de ser catecúmeno, pois, na época, a pessoa  recebia o santo batismo já quase adulta.
Tentações diabólicas e consolações celestes
Depois de batizado, Jerônimo, juntamente com Bonoso, seu irmão de leite, empreendeu uma viagem de estudos às Gálias. Em Treveris, onde havia uma das academias mais doutas do Ocidente, decidiu entregar-se inteiramente ao serviço de Deus. Continuou entretanto sua viagem de estudos pela Grécia e cidades do Oriente Médio, detendo-se numa região desértica perto de Antioquia, onde viveu alguns anos na solidão.
Aproveitou então para aprender o hebreu com um judeu converso, a fim de poder estudar as Sagradas Escrituras em seu original. Afirma ele em uma de suas cartas: “As fadigas que isto me causou e os esforços que me custaram, só Deus sabe. Quantas vezes desanimei e quantas voltei atrás e tornei a começar pelo desejo de saber; sei-o eu que passei por isso, e sabem-no também os que viviam na minha companhia. Agora dou graças ao Senhor, pois que colho os saborosos frutos das raízes amargas dos estudos”.
Deus permitiu que o demônio o assaltasse constantemente com tentações da carne; e, para combatê-las, Jerônimo dilacerava seu corpo e entregava-se a jejuns que duravam às vezes semanas inteiras. Mas, em meio às tentações, tinha também consolações inefáveis: “Mas disto é o Senhor testemunha: depois de chorar muito e contemplar o céu, sucedia-me, por vezes, ser introduzido dentro dos coros dos anjos. Louco de alegria, cantava então: ‘Ó soledade, soledade embelezada pelas flores de Cristo! Ó soledade que mais familiarmente gozas de Deus’”.
Juízo de Deus antecipado e amor às Escrituras
Quatro anos depois partiu para Jerusalém, a fim de venerar os lugares santificados pela presença do Salvador e aperfeiçoar-se na língua hebraica. São Dâmaso, Papa, consultava-o constantemente a respeito de passagens difíceis dos Livros Sagrados. Mas não se pense que para o santo exegeta era um gáudio essa leitura. Porque, acostumado à eloqüência e elegância de estilo dos clássicos latinos e gregos, sentia muita aridez na leitura da Bíblia, cujo texto julgava simples demais e desprovido de ornato. Foi preciso que o próprio Deus o castigasse por isso, como ele próprio narra em carta à sua discípula Santa Eustóquia: devido às suas austeridades, chegara então a tão extrema fraqueza, que seus discípulos julgaram que a qualquer momento fosse exalar o último suspiro. Foi então arrebatado em espírito e viu-se diante do Juízo de Deus. Cristo Jesus, que o presidia, perguntou-lhe sobre sua condição e fé. “Sou cristão”, respondeu Jerônimo. “Mentes, respondeu-lhe o Juiz, pois não és cristão, mas ciceroniano”. E mandou açoitar violentamente o réu, que só podia implorar perdão. Finalmente, alguns que estavam assistindo ao juízo juntaram suas vozes à do infeliz pedindo clemência para ele, pois era ainda jovem, e corrigir-se-ia do erro. Jerônimo jurou emendar-se, e com isso foi deixado livre, voltando do arrebatamento muito compungido. Durante muito tempo trouxe em seu dorso os sinais dos açoites. “Desde aquela hora eu me entreguei com tanta diligência e atenção a ler as coisas divinas, como jamais havia tido nas humanas”, conclui o Santo.
Luz da Igreja
Clemente VIII afirmou que São Jerônimo foi assistido pelo Espírito Santo na ingente tarefa de tradução dos Livros Sagrados
Na idade de 30 anos, recebeu em Antioquia a ordenação sacerdotal, sob a condição de não ficar sujeito a nenhuma diocese e continuar monge como antes.
Dirigiu-se depois a Constantinopla para ver e ouvir São Gregório Nanzianzeno, conhecido, por sua erudição, como o Teólogo. Lá permaneceu três anos, travando amizade também com os grandes luminares da Igreja no Oriente, São Basílio e seu irmão São Gregório de Nissa.
As heresias pululavam, principalmente no Oriente, e tal era a confusão que o Imperador Teodósio e o Papa São Dâmaso resolveram convocar um sínodo em Roma. São Jerônimo foi convidado a dele participar, e  escolhido para desempenhar a função de secretário, no lugar de Santo Ambrósio, que adoecera.
Terminado o sínodo, São Dâmaso conservou Jerônimo como seu secretário, dando-lhe ordem de rever o texto latino da Sagrada Escritura, comparando-o com o original hebreu. Esta tarefa  viria a dar na tradução conhecida como Vulgata (do latim “vulgare”, que significa uso comum). Foi encarregado também pelo Pontífice “de responder a todas as questões que se referissem à religião, de esclarecer as dificuldades das Igrejas particulares [dioceses], das assembléias sinodais, de prescrever àqueles que voltavam das heresias o que eles deveriam crer ou não, e de estabelecer, para isso, regras e fórmulas”. Na tradução que São Jerônimo empreendeu  da Bíblia, afirma Clemente VIII que ele foi assistido e inspirado pelo Espírito Santo. Tal tradução substituiu todas as outras que havia até então, tornando-se a tradução oficial da Igreja.
Enquanto viveu São Dâmaso, Jerônimo permaneceu em Roma. “Todos acorriam a ele, e cada qual procurava ganhar-lhe a vontade: uns louvavam sua santidade, outros a doutrina, outros sua doçura e trato suave e benigno, e finalmente todos tinham postos os olhos nele como em um espelho de toda virtude, de penitência, e oráculo de sabedoria”.
Um grupo de matronas e virgens romanas da mais alta aristocracia pôs-se sob sua direção espiritual, entre elas Santa Paula e suas filhas Paulina, Estóquia, Blesilla e Rufina; Santa Marcela, Albina, Asela, Leta e outras. Para elas fundou um convento em Roma. Converteu e atraiu também alguns varões, para os quais fundou um mosteiro.
Nessa época combateu vários hereges, como Helvídio e Joviniano.
Na terra onde nasceu o Salvador
Em 384 faleceu  São Dâmaso, e os inimigos de São Jerônimo iniciaram uma campanha de difamação que fez com que o santo deixasse definitivamente Roma e voltasse para a Terra Santa, estabelecendo-se em Belém. Seguiram-no Santa Paula e sua filha Eudóxia. Com o rico patrimônio de que dispunham, fundaram, sob a direção do Santo, um mosteiro masculino e um feminino, este dirigido por Santa Paula.
Os 34 anos em que São Jerônimo viveu em Belém, passou-os escrevendo obras notáveis, combatendo os hereges, e dirigindo, por correspondência, inúmeras almas.
Por um mal-entendido, houve um princípio de polêmica entre os dois grandes Doutores da Igreja, Santo Agostinho e São Jerônimo. Mas, estabelecidas as coisas em seu lugar, uma amizade cheia de respeito os uniu. São Jerônimo dizia que Santo Agostinho era “seu filho em idade, e seu pai em dignidade”, uma vez que era Bispo. Por seu lado, o Bispo de Hipona escreveu-lhe: “Li dois escritos vossos que me caíram nas mãos, e achei-os tão ricos e plenos que não quereria, para aproveitar em meus estudos, senão poder estar sempre a vosso lado”.
Baluarte da Cristandade perseguida
Entretanto, os bárbaros começaram suas grandes invasões. Em 395, os ferozes hunos, vindo pela Armênia, espalharam o terror no Oriente, chegando até o Egito. Em 410, Alarico, rei dos godos, destruiu várias cidades da Grécia e  pilhou Roma. Muitas famílias fugiram para a Terra Santa e foram socorridas por Jerônimo e Paula. “Belém, escreve o primeiro, vê todos os dias mendigar em suas portas os mais ilustres personagens de Roma. Hélas! Não podemos socorrer a todos; damo-lhes, pelos menos, nossas lágrimas, choramos juntos”.
Todos se espantam pelo fato de São Jerônimo, tão enfermo que tinha que ditar suas obras, pudesse produzir tanto em tão pouco tempo. Em três dias,  traduziu ele os livros de Salomão, e num só verteu para o latim o livro de Tobias que estava em caldaico. Em 15 dias ditou os comentários sobre São Mateus. Ao mesmo tempo escrevia apologias do Cristianismo contra os erros dos hereges do tempo, e refutação meticulosa de suas doutrinas.
“Que doutor da Igreja há que trate as coisas sagradas com tão grande majestade, as chãs com tanta erudição, as ásperas com tanta eloqüência, as obscuras com tanta luz, que assim se sirva de todas as ciências, divinas e humanas, para explicar e pôr aos nossos olhos os mistérios de nossa santíssima religião?”, pergunta um autor.
O empenho insuperável de São Jerônimo na tradução das Escrituras foi por ele mesmo assim descrito: “Cumpro o meu dever, obedecendo aos preceitos de Cristo que diz: ‘Examinai as Escrituras e procurai e encontrareis’ para que não tenhais de ouvir o que foi dito aos judeus: ‘Estais enganados, porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus’. Se, de fato, como diz o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, aquele que não conhece as Escrituras não conhece o poder de Deus nem a sua sabedoria. Ignorar as Escrituras é ignorar  Cristo”.
São Jerônimo faleceu no dia 30 do mês de setembro do ano 420, muito avançado em idade e virtude. No mesmo dia, aparecia a Santo Agostinho e desvendava-lhe o estado das almas bem-aventuradas no Céu.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

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29 de Setembro - São Miguel Arcanjo




Quem é São Miguel Arcanjo? 



A exclamação "Quem como Deus?" É um gri­to de humildade e de obediência em defesa dos di­reitos divinos e consta cinco vezes na Sagrada Escritura: Dn 10, 13; 10, 22;12,1; Ap 12,7; Jd 9. So­mente na carta de Judas, Miguel é chamado arcanjo, enquanto São Paulo (ITs 4,16) o designa com esse apelativo, sem o seu nome próprio.

A Igreja, desde os tempos antigos, professou a Miguel um culto especial, chegado bem rápido do Oriente ao Ocidente, onde surgiram importantes igrejas e santuários dedicados aos arcanjos. Os mais célebres são o santuário de Monte Santo Ângelo so­bre o Gargano e o de Mont-S. Michel-au Péril-de Mer na Normandia. Pio XII proclamou Miguel patrono dos radiologistas.

Várias são as funções atribuídas a Miguel. É cha­ma "turiferário"; "psicagogo", isto é, guia das almas ao Juízo Divino; "pescador de almas", por isso vem freqüentemente representado por uma balança na mão. Mas a missão principal do arcanjo é aquela de protetor da Igreja e defensor da cristandade.

[...]

A figura do Arcanjo, que é protagonista em tantas páginas do Antigo e do Novo Testamento, deve ser sentida e invocada pelo povo e quanto a Igreja tem a necessidade da sua ce­leste proteção: dele, que vem representado na Bíblia como o grande lutador contra o Dragão, o chefe dos demônios na dramática descrição do Apocalipse: a história da queda do primeiro anjo, que foi seduzi­do pela ambição de se tornar como Deus. Daí a rea­ção do Arcanjo Miguel de reivindicar a unidade de Deus e sua inviolabilidade.

Embora fragmentárias, as noticias da revelação sobre a personalidade e o papel de Miguel são muito eloqüentes. Ele é o arcanjo que reivindica os direi­tos inalienáveis de Deus. É um dos príncipes do Céu, o protetor de Israel, de onde sairá o Salvador. Agora o novo povo de Deus é a Igreja. Eis a razão pela qual essa o considera como seu próprio sustentador em todas as suas lutas para a defesa e a difusão do Reino de Deus sobre a Terra. É verdade que "as portas do inferno não prevalecerão", segundo a afirmação do Senhor (Mt 16,18), mas isso não significa que esteja isenta das provas e das batalhas contra as investidas do maligno. Nessa luta, o Arcanjo Miguel está ao lado da Igreja, para defendê-la contra todas as iniqüidades do século; para ajudar os fiéis a resistir ao diabo que, como leão a rugir, procura a quem devorar. A essa luta nos reporta a figura do Arcanjo Miguel, a quem a Igreja, seja no Oriente quanto no Ocidente, nunca cessou de tributar um culto especial.

Todos recordam a prece que se re­za ao final da Santa Missa: Sancte Michael Archangele defende nos in praelio.

As aparições de Miguel tiveram um papel im­portante na vida e na singular missão de Santa Joana D´Arc, a Virgem de Orleans, a libertadora da França da invasão inglesa, que assim testemunhou diante dos juízes no processo movido contra ela: "foi Miguel quem vi diante dos meus olhos e não estava só, mas acompanhado por anjos do Céu. Eu os vi com os olhos físicos tão bem como vejo vocês. E, quando me deixaram, chorei e teria gostado que me levasse com eles".

São Francisco de Assis, nos informa Tomás de Celano, repetia freqüentemente que se deve honrar em modo mais solene o Arcanjo Miguel, porque é responsável pela apresentação das almas a Deus. Por isso em honra de São Miguel, entre a festa da Assunção e a sua, jejuava com a máxima devoção quarenta dias. E dizia: "cada um, para a honra do tão glorioso príncipe, deveria oferecer a Deus uma homenagem de louvor ou qualquer outro presente particular".

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate.


Extraído e Adaptado do livro Devocionário a São Miguel Arcanjo


A Imitação de Cristo - Tomas de Kempis - Livro III - Capítulo XXIX


A IMITAÇÃO DE CRISTO - TOMAS DE KEMPIS



LIVRO TERCEIRO
CAPÍTULO 29

Como, durante a tribulação, devemos invocar a Deus e bendizê-lo
1. A alma: Senhor, bendito seja para sempre o vosso nome! Pois quisestes que me sobreviesse esta tentação e este trabalho. Não lhes posso fugir, mas tenho necessidade de recorrer a vós, para que me ajudeis e tudo convertais em meu proveito. Eis-me, Senhor, na tribulação, com o coração aflito; e quanto me atormenta o presente sofrimento. Pois que direi eu agora, Pai amantíssimo? Apertado estou entre angústias: "Salvai-me nesta hora. Veio sobre mim este transe, só para que vós fôsseis glorificado (Jo 12,17), quando eu estivesse muito abatido e fosse por vós livrado". "Dignai-vos, Senhor, livrar-me" (Sl 39,14); pois, pobre de mim, que farei e aonde irei, sem nós? Daí-me, Senhor, paciência ainda por  esta vez. Socorrei-me, Deus meu, e não temerei, por mais que seja atribulado.

2. E que direi em tamanha necessidade? Senhor, seja feita a vossa vontade. Bem mereço ser atribulado e angustiado. Convém-me sofrer, e oxalá seja com paciência, até que passe a tempestade e volte a bonança. Bastante poderosa é, entretanto, vossa mão onipotente para tirar-me esta tentação, e moderar-lhe a violência, a fim de que não sucumba de todo; assim como já tantas vezes tendes feito comigo, ó meu Deus e minha misericórdia. E quanto mais difícil para mim, tanto mais fácil para vós é esta mudança da destra do Altíssimo (Sl 76,11). 


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Imitação de Cristo - Tomas de Kempis - Livro III - Capítulo XXVIII



A IMITAÇÃO DE CRISTO - TOMAS DE KEMPIS


LIVRO TERCEIRO
CAPÍTULO 28
Contra as línguas maldizentes

1. Filho, não te aflijas se alguém fizer de ti mau conceito ou disser coisas que não gostas de ouvir. Pior ainda deves julgar de ti mesmo, e avaliar-te o mais imperfeito de todos. Se praticares a vida interior, pouco te importarás de palavras que voam. É grande prudência calar-se nas horas da tribulação, volver-se interiormente a mim, e não se perturbar com os juízos humanos.

2. Não faças depender tua paz da boca dos homens; porque, quer julguem bem, quer mal de ti, não serás por isso homem diferente. Onde está a verdadeira paz e a glória verdadeira? Porventura não está em mim? Quem não procura agradar aos homens, nem teme desagradar-lhes, esse gozará grande paz. É do amor desordenado e do vão temor que nascem o desassossego do coração e a distração dos sentidos. 

27 de Setembro - São Cosme e Damião

 
(Eles tornaram-se famosos por uma cirurgia milagrosa na qual eles transplantaram a perna de um etíope (negro) no corpo de um homem branco. O milagre geralmente é celebrado na arte católica descrevendo o ato dos santos gêmeos.)
 
Cosme e Damião eram irmãos gêmeos e cristãos. Mas nasceram na Arábia e viveram na Ásia Menor, Oriente. Desde muito jovens, ambos manifestaram um enorme talento para a medicina. Estudaram e diplomaram-se na Síria, exercendo a profissão de médico com muita competência e dignidade. Inspirados pelo Espírito Santo, usavam a Fé aliada aos conhecimentos científicos. Com isso, seus tratamentos e curas a doentes, muitas vezes à beira da morte, eram vistos como verdadeiros milagres.
 
Deixavam pasmos os mais céticos dos pagãos, pois não cobravam absolutamente nada por isso. A riqueza que mais os atraía era fazer de sua arte médica também o seu apostolado para a conversão dos pagãos, o que, a cada dia, conseguiam mais e mais. 
Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. Na Ásia Menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas. 
 
Mandou que fossem barbaramente torturados por negarem-se a aceitar os deuses pagãos. Em seguida, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV. Os fatos ocorreram em Ciro, cidade vizinha a Antioquia, Síria, onde foram sepultados. Mais tarde, seus corpos foram trasladados para uma igreja dedicada a eles. 
 
Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse, em Constantinopla, uma grandiosa Igreja em honra dos seus protetores. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada a eles, construída, a pedido do papa Félix IV, entre 526 e 530. 
 
Os nomes de são Cosme e são Damião, entretanto, são pronunciados infinitas vezes, todos os dias, no mundo inteiro, porque, a partir do século VI, eles foram incluídos no cânone da Santa Missa, fechando o elenco dos mártires citados. Os santos Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e das faculdades de medicina.
 
São Cosme e Damião rogai por nós.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

26 de Setembro - São Cipriano, Mártir e Santa Justina, Virgem e Mártir






Cipriano foi autor de diversas obras e tratados maliginos, e era já um feiticeiro respeitado, reputado e temido, quando foi contatado por um rapaz chamado Aglaide. O rapaz estava ardentemente apaixonado por uma belíssima donzela cristã chamada Justina. Sendo rico, Aglaide rapidamente conseguiu o consentimento dos pais de Justina para unir-se a ela em casamento. Entretanto a jovem donzela professava uma forte Fé cristã e desejava manter sua pureza, oferecendo sua virgindade a Deus, por esse motivo Justina recusou-se a contrair matrimônio com Aglaide.

Desgostoso e contrariado, mas com forte determinação em possuir a donzela Justina, Aglaide encomendou os serviços de Cipriano. O Grande Feiticeiro usou toda extensão de sua bruxaria, para fazer Justina oferecer-se a Aglaide, cair em tentação carnal e renunciar a Fé cristã. Cipriano fez uso de diversos trabalhos de magia, contudo nenhum deles surtiu qualquer efeito. Para espanto de Cipriano, toda gama de feitiços que usava era repelido pela jovem donzela, apenas através do sinal-da-cruz e orações.

Acostumado a fazer belas moças caírem em tentação carnal; levando-as a entrar pelos caminhos da luxúria e conquistando-as para si mesmo, ou fazendo-as se abrirem a quem lhe encomendava os serviços de feitiçaria, Cipriano não conseguia entender o que estava acontecendo. Ele encontrou muitas dificuldades, e noite após noite visitava a jovem Justina com a sua infernal quantidade de feitiços. Nada resultou.

Cipriano desiludiu-se então profundamente com as suas artes místicas, que até então tinham funcionado de maneira infalível. Viu todo seu conhecimento de magia e ciências ocultas, todo seu poder, ser derrotado por uma mera donzela com Fé no Deus de Cristo. Foi então que, aconselhado por um amigo seu, de nome Eusébio, e observando o enorme poder sobrenatural da Fé de Justina, Cipriano resolveu converter-se ao cristianismo. Assim feito, o Grande Feiticeiro destruir todas suas obras esotéricas e tratados de magia negra, bem como ofereceu e distribuiu todos seus bens materiais e riquezas entre os pobres.

Depois de converter-se, Cipriano foi fortemente atormentado pelos espíritos de bruxas e demônios que o perseguiam, mas ele não vacilou, foi forte e manteve sua Fé, afastando de si estas aparições malignas que pretendiam fazer com que ele retornasse aos caminhos do maligno. A fama de Cipriano era, contudo, grande e as noticias da sua conversão ao cristianismo chegaram até a corte do Imperador Diocleciano que no então tinha fixado residência na Nicomédia. A notícia despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão.

Cipriano e Justina foram então perseguidos, tendo sido aprisionados e lavados à presença do imperador, diante do qual foram forçados a negar sua Fé. Ao negarem renunciar a Fé cristã Justina foi despida e chicoteada, enquanto Cipriano era martirizado com um chicote de pentes de ferro. Mesmo assim, a cada açoite do chicote com dentes de ferro, e tendo a carne arrancada do corpo, Cipriano não renegou a sua  adquirida Fé, e Justina manteve-se sofredoramente fiel a Deus.

Mesmo sob tortura, Cipriano e Justina negaram-se a renunciar a Fé em Cristo, então o imperador ordenou que fossem executados. Cipriano e Justina acabaram por ser decapitados, em 26 de Setembro de 304 d.C., juntamente com outro mártir , de nome Teotiso. Aceitaram a sua execução com grande fé e serenidade, tendo desencarnado com coragem e dignidade. Seus corpos nem sequer foram sepultados, ficaram expostos por seis dias, até que um grupo de cristãos, comovidos pela barbárie, acabou recolhendo-os.


Os pecados contra o Espírito Santo.




Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro. (Mt. 12,32)
 
Quanto pior castigo julgais que merece quem calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança, em que foi santificado, e ultrajar o Espírito Santo, autor da graça! (Hb. 10,29)

O pontificado do Papa São Pio X de 1903 a 1914 - em seu Catecismo Maior, ensinou que são seis os pecados contra o Espírito Santo:

O pecado contra o Espírito Santo consiste na rejeição da graça de Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à ação, ao convite e à advertência do Espírito Santo.

1º - Desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.

2º - Presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma idéia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do Juízo.

O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos.

Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus.

A Igreja Católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do Juízo.

3º - Negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da Santa Igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges.

Considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.

4º - Inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom. Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a Lei do Amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça.

5º - A obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. É não aceitar a ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a Salvação.

6º - A Impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus: o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao Adversário de Cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do Pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do Espírito Santo definitivamente.

Fonte: Catecismo Maior de São Pio X.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O otimista como um suicida - Chesterton



O otimista como um suicida

Gilbert Keith Chesterton



Livre-pensadores pensam ocasionalmente, mas nunca são livres. No moderno mundo ocidental, eles parecem sempre presos à monotonia de um cosmos materialista e monista. O cético universal, na Ásia ou na antiguidade, foi provavelmente um pensador mais ousado, embora muito provavelmente um homem mais infeliz. Mas o que temos de tratar de ceticismo não é ceticismo; mas uma fé fixa no monismo. O livre-pensador não é livre para questionar o monismo. Ele é proibido, por exemplo, no único inteligível sentido moderno, de acreditar num milagre. É proibido exatamente no mesmo sentido em que ele diria estarmos proibidos de acreditar numa heresia. Ambos são proibidos por primeiros princípios, não pela força. A Associação de Imprensa Racionalista não seqüestrará, amordaçará ou estrangulará Sir Arthur Keith se ele admitir a evidência de uma cura em Lourdes. Tampouco o Arcebispo de Westminster me enforcará, estripará ou esquartejará se eu anunciar que serei um agnóstico amanhã. Mas em ambos os casos é certo dizer que um homem não pode se livrar de seus primeiros princípios sem a rendição e a revolução de seu mais íntimo eu. De fato, somos o mais livre dos dois; pois, dificilmente haverá uma evidência, natural ou preternatural, que não possa ser acolhida, em algum lugar, pelo nosso sistema; enquanto que o materialista não pode acolher o mínimo milagre em nenhum lugar em seu sistema. Mas deixemos isso de lado, como uma questão em separado; e concordemos, apenas para efeito de argumentação, que ambos o católico e o materialista estão limitados somente pela sua convicção fundamental sobre o sistema cósmico; em ambos o pensamento está, nesse sentido, proibido e, nesse sentido, livre. Conseqüentemente, quando vejo em algum encontro promovido pela imprensa, como aquele sobre espiritualismo, um eminente materialista com o Sr. John M. Robertson discutindo a evidência para o espiritualismo, sinto exatamente como imagino que ele sentiria quando ouvisse um bispo com uma mitra ou um jesuíta com uma batina discutindo a evidência para o materialismo. Sei que o Sr. Robertson não consegue aceitar a evidência sem se tornar alguém muito diferente do Sr. Robertson; que também está ao alcance do poder da graça de Deus. Mas sei muito bem que ele não é um livre-pensador. Há muito ele chegou a uma conclusão que controla todas suas outras conclusões. Ele não é levado a aceitar o materialismo por evidências científicas. Ele está proibido, pelo materialismo, a aceitar evidências científicas.

Mas há um outro modo em que o livre-pensador não só pensa como é útil. O homem que rejeita a Fé totalmente é sempre muito valioso ao homem que a rejeita por partes, ou pouco a pouco, ou hora sim hora não. O homem que escolhe alguma parte do catolicismo que o apetece, ou joga fora alguma parte que o confunde, de fato produz, não somente o tipo de resultado mais estranho, mas geralmente o resultado exatamente oposto ao que ele pretendia. E sua inconsistência pode freqüentemente ser efetivamente exposta tanto do ponto de vista negativo quanto do positivo. Diz-se que quando os meio-deuses se vão, os deuses surgem; pode-se dizer, numa agradável paródia, que quando as não-deidades surgem, as meia-deidades se vão; e não estou certo de que isso não seja uma boa libertação. De qualquer forma, mesmo o ateu pode ilustrar quão importante é manter o sistema católico integral, mesmo se ele o rejeita integralmente.

Um curioso e divertido exemplo vem dos EUA; em relação ao Sr. Clarence Darrow, uma espécie de cético simples e ingênuo daquela terra da simplicidade. Ele parece ter escrito algo sobre a impossibilidade de alguém ter uma alma; do que nada precisa ser dito exceto (como sempre) que parece que é o cético que realmente pensa supersticiosamente sobre a alma, como um isolado e secreto animal com asas; que considera a alma separada do eu. Mas o que me interessa sobre ele no momento é isto: um de seus argumentos contra a imortalidade é que as pessoas não acreditam realmente nela. E um de seus argumentos para isso é que se elas acreditassem em certa felicidade além da cova, elas se matariam. Ele diz que ninguém suportaria o martírio do câncer, por exemplo, se realmente acreditasse (como ele aparentemente supõe que todos os cristãos acreditam) que o mero fato da morte introduzisse instantaneamente a alma na perfeita felicidade e na companhia de seus melhores amigos. Um católico saberá certamente que resposta ele tem de dar. Mas o Sr. Clarence Darrow não sabe minimamente que tipo de pergunta ele fez.

Agora temos a última flor e coroa de todo o moderno otimismo, universalismo e humanitarismo em religião. Os sentimentalistas falam sobre amor até que o mundo esteja cansado da mais gloriosa das palavras humanas; eles supõem que possa haver um tipo de utopia de prazer prático que nos prometem (mas não nos dão) neste mundo. Eles declaram que tudo será perdoado, porque não há nada a se perdoar. Eles insistem que o “passamento” é somente como ir para a sala ao lado, insistem que não será sequer uma sala de espera. Declaram que seremos introduzidos numa sala de estar repleta de todos os confortos concebíveis, sem qualquer referência a como chegamos lá. Eles estão certos de que não há nenhum perigo, nenhum demônio; não há sequer morte. Tudo é esperança, felicidade e otimismo. E, como o ateu muito verdadeiramente observa, o resultado lógico de toda aquela esperança, felicidade e otimismo seria centenas de pessoas se enforcando nos postes ou milhares de pessoas se jogando em poços e canais. Devemos encontrar o resultado racional da moderna religião da alegria e do amor num imenso estouro de suicídio humano. O pessimismo teria matado seus milhares, mas otimismo, seus milhões.

Ora, como eu disse, um católico sabe a resposta; porque detém uma filosofia completa, que mantém um homem são; e não algum simples fragmento dela, seja triste ou alegre, que pode facilmente levá-lo à loucura. Um católico não se mata porque não considera seguro que ele mereça o paraíso, ou que não faça diferença que ele o mereça ou não. Ele não professa saber exatamente que perigos encontrará; mas ele sabe que lealdade ele violaria e que mandamento ou condição ele desconsideraria. Ele realmente pensa que um homem pode ser mais adequado ao paraíso porque ele suportou como um homem; e que um herói poderia ser um mártir do câncer como São Lourenço ou Santa Cecília foram mártires de caldeirões ou de grelhas. A fé numa vida futura, a esperança numa futura felicidade, a crença que Deus é Amor e que a lealdade é a vida eterna, essas coisas não produzem lunáticos e anarquistas, SE elas forem consideradas juntamente com outras doutrinas católicas sobre dever, vigilância e cuidados contra os poderes do inferno. Elas podem produzir lunáticos e anarquistas se forem tomadas em separado. E os modernistas, isto é, os otimistas e sentimentalistas, querem tomá-las em separado. Claro, o mesmo seria verdade se alguém tomasse as outras doutrinas – do dever e disciplina – em separado. Isso produziria outra idade das trevas de puritanos rapidamente enegrecendo os pessimistas. De fato, os extremos se encontram, quando ambos são cortados do que deveria ser uma coisa completa. Nossa parábola termina poeticamente com dois cadafalsos frente a frente; um para o suicida pessimista e outro para o suicida otimista.

A questão é que essa passagem do cético americano está respondendo o modernista; mas não está respondendo o católico. O católico tem um motivo muito simples e razoável para não cortar sua garganta a fim de voar instantaneamente para o paraíso. Mas o cético americano pode realmente levantar uma questão para aqueles que falam do paraíso como sendo invariavelmente e instantaneamente povoado de pessoas que cortaram suas gargantas. E isso é somente um exemplo de uma longa lista de exemplos; nos quais aqueles que tentaram fazer a Fé mais simples, invariavelmente a fizeram menos sã. Os muçulmanos imaginaram que estavam sendo meramente razoáveis quando reduziram o credo à mera crença em um único Deus; mas no mundo da psicologia prática, eles realmente o reduziram a um único Destino. O efeito real no homem comum foi simplesmente fatalismo; como o do turco que não leva seus feridos a um hospital porque está resignado ao Kismet ou à vontade de Alá. Os puritanos pensavam que estavam simplificando as coisas quando recorriam ao que eles chamavam de simples palavras da Escritura; mas, de fato, eles estavam complicando as coisas criando centenas de raivosas seitas e loucas sugestões. E os modernos universalistas e humanitários pensavam estar simplificando as coisas quando interpretavam a grande verdade de que Deus é Amor como significando que possa não haver guerra com os demônios e perigos para a alma. Mas, de fato, eles estavam inventando enigmas ainda mais obscuros com respostas ainda mais amplas; e o Sr. Clarence Darrow sugeriu um deles. Ele ficará gratificado em receber por isso os agradecimentos de todos os católicos.

Do livro “A Coisa”, publicado em 1929



O Católico e o Sofrimento - Gustavo Corção



O Católico e o Sofrimento
Por Gustavo Corção




Pode-se dizer que o católico, na medida em que é fiel e coerente, possui um equilíbrio, uma paz interior que o homem do mundo desconhece; mas essa paz não quer dizer ausência de sofrimento. Seria mais acertado dizer que o católico, na medida em que progride no caminho que Deus lhe propõe, alarga na alma espaços novos para a dor. Como no seu próprio Filho, com o suor sanguíneo, preparou a pele para a subsequente flagelação, assim também a nossa é preparada, é enriquecida com um grau de sensibilidade que o mundo não suspeita. O católico na medida em que procura ser o que é, aprende a sofrer como o músico aprende a ouvir e o pintor aprende a ver. [...]

Os seguidores de Cristo aprendem a sofrer, mas é agora num outro sentido que repetimos a sentença: aprendem a sofrer, não somente porque adquirem ouvido mais fino para os desconcertos do mundo, mas também, e sobretudo, porque adquirem a compreensão do valor positivo e construtivo da dor. Aprendem a sofrer para os outros e pelos outros. Se é verdade que o mundo anda cheio de aflições é também verdade que nem sempre os homens as sentem como deveriam sentir. Ora, é preciso que as injustiças sejam sentidas como injustiças, que o mal seja visto como mal, que as ofensas a Deus sejam compreendidas como ofensas a Deus; e por isso é necessário que uma equipe assuma na carne essa dívida tremenda, e que chore por seus olhos as lágrimas dos outros. E através de um sutil mecanismo que o mundo não conhece, mas dele se beneficia, essas lágrimas trarão alívio àqueles que as não choraram. Pelos outros como vítimas oferecidas, e para os outros como pagadores de um resgate, assim aprendem a sofrer os que caminham na sequela do Homem das Dores. 

Fonte: Grupo São Domingos de Gusmão 

Fonte Origem: Livro: Claro Escuro - Livraria AGIR Editora. 2a. edição, p.125.


Início da Novena de Santa Teresinha



Início da Novena de Santa Teresinha

Caríssimos leitores, 

Hoje tem início a novena de Santa Teresinha do Menino Jesus, que terminará no dia em que se comemora sua festa, 3 de outubro, conforme o calendário promulgado em 25 de julho de 1960.




O Reverendíssimo Padre Antônio Putingan, SJ, no dia 3 de dezembro de 1925, começou uma novena em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus pedindo à milagrosa santa uma graça importante. Pediu o padre à Santa Teresinha que lhe desse um sinal de que a novena era ouvida, e este sinal seria receber uma rosa fresca e desabrochada de alguém.

Já idoso e doente, o Pe. Putingan escreveu, em fevereiro de 1926, de um quarto de hospital em Viena o que segue:
"No dia 3 de dezembro do ano passado comecei uma novena em honra à Santa Teresinha pedindo que me mimoseasse com uma rosinha, isto é, que alcançasse uma graça qualquer que ela julgasse útil e salutar para mim. Escolhi como oração para os nove dias, 24 "Glória ao Pai" em ação de graça por todos os benefícios que a Santíssima Trindade concedera à Santinha durante os 24 anos de sua vida.

Estava muito ansioso por saber se alcançaria realmente alguma graça. Por isso, pedi à Santa que me mandasse um sinal qualquer. Tomaria por sinal se ela, por exemplo, sugerisse a alguém a idéia de me oferecer uma bela rosa.

Esperei com grande curiosidade. E de fato, no terceiro dia da novena, apresenta-se uma senhorita, trazendo-me uma bonita rosa vermelha de haste comprida. Perguntei-lhe logo: "Como teve a idéia de trazer-me esta rosa?"

A jovem respondeu: "transcorrendo ontem, meu aniversário, trouxeram-me algumas rosas; pensei então que Vossa Reverendíssima talvez gostasse de ter uma nessa estação do ano."

Pode ter sido acaso, mas jamais alguém se lembrara de me oferecer uma rosa, mormente no inverno, com neve copiosa e dez graus abaixo de zero.

No dia 24 de dezembro, comecei outra novena e pedi duas graças. Para a primeira não pedi sinal, porque devia eu mesmo sentir o efeito, mas solicitei-o para a segunda. Como sinal sugeri, desta vez, uma rosa branca. Ninguém sabia disto.

Eis que no quarto dia a irmã Vitalis entra no meu quarto com uma rosa branca na mão, dizendo: "Padre, trago-lhe este pequeno presente da Teresinha; ela lhe manda lembranças". Todo alvoroçado pergunto: "Mas donde vem esta rosa?"

A irmã explica: "estava na capela, onde se acha uma estátua de Santa Teresinha. Não tenho o costume de ir ao altarzinho dela, mas hoje fui e vi que uma rosa caíra do altar. Lembrei-me então de Vossa Reverendíssima e vim trazer-lhe a rosa."

O Pe. Putingan, alcançada as graças pedidas na novena, resolveu propagá-la em honra de Santa Teresinha, organizando em cada mês esta novena. Assim, no dia 9 a 17 de cada mês, todas as pessoas que desejarem fazer a novena unem as suas intenções às das pessoas que, na mesma época, fazem a novena, formando desta maneira, uma bela comunhão de orações.

A novena pode ser feita, individualmente, em família, ou em comunidade, incluindo nas suas petições as intenções de todas as pessoas que fazem a novena ao mesmo tempo.

Fonte: Santuário de Santa Terezinha

Oração para cada dia da novena:

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu Vos agradeço todos os favores, todas as graças com que enriquecestes a alma de Vossa serva Santa Teresinha do Menino Jesus, durante 24 anos que passou na terra e, pelos méritos de tão querida Santinha, concedei a graça que ardentemente Vos peço (faça o pedido da graça), se for a Vossa Santíssima vontade e para salvação de minha alma. Ajudai minha fé e minha esperança, ó Santa Teresinha, cumprindo mais uma vez Vossa promessa de que ninguém Vos invocaria em vão, fazendo-me ganhar uma rosa, sinal de que alcançarei a graça pedida.

Um Padre Nosso e   três Ave Maria.

Rezam-se em seguida 24 vezes: 

"Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém."

Fonte: Grupo São Domingos de Gusmão

A Imitação de Cristo - Tomas de Kempis - Livro III - Capítulo XXVII



A IMITAÇÃO DE CRISTO - TOMAS DE KEMPIS


LIVRO TERCEIRO
CAPÍTULO 27

Como o amor-próprio afasta no máximo grau do sumo bem
1. Jesus: Filho, cumpre que dês tudo por tudo, sem reservar-te a ti mesmo. Fica sabendo que teu amor-próprio te prejudica mais que qualquer coisa do mundo. Cada objeto mais ou menos te prende, segundo o amor e afeto que lhe tens. Se teu amor for puro, simples e bem ordenado, de nenhuma coisa serás escravo. Não cobices o que não te é lícito possuir, nem possuas coisa alguma que te possa impedir a liberdade interior ou dela privar-te. É de estranhar que te não entregues a mim, do íntimo do teu coração, com tudo que possas ter ou desejar.

2. Por que te consomes em vã tristeza? Por que te afanas em cuidados supérfluos? Conforma-te com a minha vontade e nenhum dano sofrerás. Se buscares isto ou aquilo, se desejares estar aqui ou ali, por tua comodidade ou teu capricho, nunca estarás quieto, nem livre de cuidados, porque em todas as coisas há algum defeito, e em todo lugar quem te contrarie.

3. De nada te serve, pois, adquirir ou acumular bens exteriores, mas muito te aproveita desprezá-los e desarraigá-los do coração. Isso não se entende somente do dinheiro e das riquezas, senão também da ambição das honras, e do desejo de vãos louvores porque tudo isso passa com o mundo. Pouco resguarda o lugar, se falta o espírito de fervor; nem durará muito tempo aquela paz procurada fora, se faltar ao teu coração o verdadeiro fundamento. Isto é, se não se firmar em mim. Mudar tu podes, mas não melhorar, porque, chegada a ocasião, e aceitando-a, encontrarás de novo aquilo de que fugiste e pior ainda.

 Oração para implorar a limpeza do coração e sabedoria celestial:

1. Confirmai-me Senhor, pela graça do Espírito Santo. Confortai em mim o homem interior e livrai meu coração de todo cuidado inútil e de toda ansiedade, para que não me deixe seduzir pelos vários desejos das coisas terrenas, sejam vis ou preciosas, mas para que as considere todas como transitórias, e me lembre que eu mesmo sou passageiro, como elas: Pois nada há estável debaixo do sol, onde tudo é vaidade e aflição de espírito (Ecle 1,14). Como é sábio quem assim pensa!

2. Dai-me, Senhor, sabedoria celestial, para que aprenda a buscar-vos, e achar-vos, antes que tudo, a gostar-vos e amarvos acima de tudo, e a compreender todas as coisas como são, segundo a ordem de vossa sabedoria. Dai-me prudência, para afastar-me do lisonjeiro, e paciência para suportar a quem me contraria. Porque é grande sabedoria não se deixar mover por todo sopro de palavras, nem prestar ouvidos aos traiçoeiros encantos da sereia; pois só deste modo prossegue a alma com segurança no caminho começado.

Ordem Dominicana



Ordem dos Pregadores



Frades Dominicanos

Convento de La haye aux bonshommes
[Avrillé, França]

“ É sabido que nossa ordem, desde o começo, foi especialmente instituída para pregação e para a salvação das almas. Este é o porque de nossos esforços tenderem principalmente em nos fazer úteis para a alma de nosso próximo. Para este fim específico, esta intimamente unido o ensino e a defesa da verdade da fé católica, ambos ditos por palavras e por numerosos escritos. É necessário então, que nós persigamos este fim pela pregação e pelo ensino da abundancia de nossa contemplação, de acordo com o exemplo de nosso Pai São Domingos quem afim de salvar almas, falava apenas para Deus ou de Deus.” (constituição da Ordem dos Pregadores)

São Domingos de Gusmão

São Domingos (1170-1221) foi um cônego regular na Espanha. Durante uma viajem em 1203 no sul da França, na época infestada de hereges albigenses, ele constatou que o dono da pousada onde ele estava passando a noite era um herege. Imediatamente ele se empenhou em converte-lo e depois de uma noite de discussão, ele conseguiu. Os historiadores marcam este episódio como um dos momentos decisivos na vida de São Domingos. Pouco depois, providenciará o santo a dedicar sua vida pela conversão dos hereges e a fundar a Ordem dos Pregadores, instituída desde sua criação para a pregação doutrinaria contra heresia.


O claustro
Uma Ordem essencialmente apostólica

São Domingos redescobriu o ideal apostólico no curso do seculo XIII, é o golpe de gênio que permitiu-o lançar novamente missões por toda a Cristandade e além. Mas o que é este ideal apostólico? “ Para São Pedro, o ministério consiste antes de tudo na oração, em segundo vem a pregação; a administração dos sacramentos não vêm senão como uma coisa secundária, que os apóstolos  frequentemente deixavam para os diáconos (o sacramento do batismo) ou aos padres (o batismo e outros sacramentos).” (Padre Emanuel, Tratado do ministério eclesiástico, ch.2). Esta é nossa vida dominicana.


O monastério

O cemitério

Oração
“Nós, porém, ocupar-nos-emos totalmente na oração” (Atos 6, 4).

Dominicanos são contemplativos. Nos conventos reinam as observâncias monásticas: Oração litúrgica(oficio recitado solenemente no coro todos os dias), meditação, silêncio, capitulo das culpas( onde cada um se acusa perante a comunidade de faltas exteriores contra as constituições e a vida comum, que estimula a humildade e o fervor da comunidade). Esta vida contemplativa desenvolve sob os cuidados de Nossa Senhora: a meditação do Santo Rosário (confiado pela Virgem Maria à Ordem Dominicana) ilumina as ações do dia.

Estudos monásticos

Pregação


“Nós, porém, ocupar-nos-emos totalmente na oração e no ministério da palavra” (Atos 6, 4). 

Contemplar e dar aos outros o que foi contemplado (Lema da Ordem Dominicana).

Nossa vida contemplativa flui sobre as almas e leva-as a Deus. Assim nosso apostolado não consiste apenas em nossas orações e sacrifícios, estes são exteriorizados por meio da pregação doutrinaria; A Ordem Dominicana teve sempre a missão na Igreja de proteger a verdade, ilustrar e defender o dogma, expor o mistério da fé. É necessário ensinar doutrina, mas é também necessário se defender contra os hereges, pois nosso amor pela verdade é mostrado pelo ódio que nós temo ao erro, de acordo com a fórmula de Tertuliano. Os nomes de Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino vem imediatamente  a memória. E assim, mais recentemente o Pe. Garrigou-Lagrange em Roma ou Pe. Pinon nas Filipinas. Mas algo que deve ser também mencionado é a multidão de apóstolos dominicanos como Beato Afonso Navarette e seus companheiros, mártires no Japão; o grande São Vicente de Ferrer; o ilustre São Pedro de Verona, inquisidor, mártir (+1253) e etc. O apostolado dominicano inclui todas as formas de pregação: missões, retiros, publicações. Quando se considera o presente colapso da Cristandade, é evidente que o trabalho será gigantesco. Mas esta pregação nutrida por uma vida contemplativa e monastica é também preparada por intenso estudo. Diferentemente da vida monastica das demais ordens, na vida dominicana o estudo tem um lugar essencial. Isto foi de fato a grande novidade da Ordem Dominicana durante o século XIII: nos conventos o estudo substituiu o trabalho manual. A verdade que o pregador estuda é a verdade sobrenatural revelada. A ciência dos pregadores é a teologia. Ele estuda principalmente os escritos de São Tomás de Aquino, o mais ilustre filho de São Domingos, quem a Igreja fez seu Doctor Comum. Para ele os estudo constitui uma preparação direta para o ensino e o ministério da palavra, mas isso também o ajuda na meditação da verdade divina. A ciência contemplativa é a ciência da Fé inflamada pela caridade, iluminada pelos dons do Espirito Santo. É a ciência que faz alguém ver tudo com os olhos do próprio Deus.

Administração dos Sacramentos 

“Porque Cristo não me enviou a batizar, mas a pregar”(1 Cor. 1, 17)

O apostolado dos sacramentos é apenas o resultado final do apostolado que não pode consistir essencialmente na administração dos sacramentos mas acima de tudo na preparação das almas para receber o sacramento frutuosamente. A Graça Divina irá cair em solo que foi preparado para recebê-la e isto dará muitos frutos. Uma vez que a vocação do padre dominicano é apostólica, eles administram acima de todos os sacramentos da Eucaristia e da Penitência, e raramente os outros sacramentos, diferentemente dos padres seculares. Eles tem uma missão diferente, esta é a riqueza da Igreja.

Conclusão

Uma Ordem sacerdotal: “Seu Pai Domingos, meu amado filho”, disse Deus a Santa Catarina de Siena, “desejoso de que seus irmãos não tenham outro desejo senão minha honra e a salvação das almas, pela luz da ciência. Esta é a luz que ele desejou para ser o principal objeto de sua Ordem... no intuito de extirpar as heresias que tinham surgido no seu tempo. SEU PAPEL ERA O DO VERBO, MEU UNICO FILHO...” A vida dominicana personifica a mais completa imitação da vida levada por Jesus Cristo durante o tempo que esteve conosco.



O Dominicano é:

Padre no intuito de imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o Sumo Sacerdote.
Religioso no intuito de ser padre mais perfeitamente, e de imitar mais corretamente Nosso Senhor Jesus Cristo pobre, casto e obediente.
Contemplativo no intuito de se nutrir em Deus, conhecer através da fé  como Nosso Senhor nutriu a si mesmo pela contemplação de Seu Pai, face a face.
Pregador no intuito de levar a missão da palavra.

Os principais objetos de devoção na Ordem são:

- o Santíssimo Sacramento;
- a Santíssima Virgem Maria, invocada especialmente em seu Rosário - que resume todo o evangelho e toda a doutrina cristã;
- rezar pelas almas do Purgatório.

Irmãos conversos tem um importante papel na Ordem. Seu trabalho assegura o bom funcionamento do lado material da vida em comunidade: a cozinha, a sacristia, o oficio, o jardim, a lavanderia. Eles ajudam no seu lugar, no trabalho comum do apostolado, que eles suportam por sua vida de oração e trabalho consagrado a Deus,  também tem outras tarefas (catecismo, hospitalidade...).


Escola

A confraria do Rosário

A Confraria do Rosário é uma associação destinada a difundir largamente a devoção do Rosário. Ela é muito antiga (uma das primeiras confrarias foi fundada em Valência no ano de 1221, o ano da morte de São Domingos) e muito rica de favores espirituais e de vários privilégios que os Papas não cessaram de conceder a esta devoção.

A filiação à confraria tem três tipos de vantagens:

1- Um amor crescente e uma proteção toda especial de Nossa Senhora.
2- Uma rica participação nos bens espirituais de todos os confrades.
3- Numerosas e preciosas indulgencias.

A ordem terceira
A ordem terceira dominicana, que remonta a São Domingos no século XIII, ainda existe. Ela é composta de fiéis que vivem no mundo, mas desejam alcançar a perfeição cristã conforme o espirito e as diretivas dos frades pregadores. Sua regra foi aprovada pelo santo oficio e tem santificado muitos leigos como Santa Catarina de Siena, Santa Rosa de Lima e tantos outros.

Horários da comunidade



Semana:

4:15- Matinas - Laudes - meditação (30 min.) - missas rezadas
7:35- Duas primeiras aulas
9:30- Prima, Terça, Missa da comunidade
11:15- Terceiro curso
12:20- Sexta- almoço - nona - recreação
15:00- Rosário, seguido de uma hora de aula (eventualmente); depois estudo ou trabalhos manuais.
18:00- Vésperas e jantar
19:15- Completas- meditação (30 min.)
20:30- Se deitar.

Domingos e festas:

10:00- Missa cantada
17:00- Vésperas e adoração ao Santíssimo Sacramento.






***

Uma comunidade dominicana tradicional existe na Franca; esta deseja viver devotamente o espirito de São Domingos e as tradições da Ordem. Todos os padres da comunidade foram ordenados pelo Arcebispo Lefebvre ou pelos bispos sagrados por ele.

Rev. Pe. Innocent Marie, o atual prior com o Bispo A. de Galarreta FSSPX (agosto, A.D.2000)




 Ordem Terceira Dominicana

O que é Ordem Terceira Dominicana?

Como o próprio nome sugere, é a terceira parte da Ordem dos Pregadores. A primeira ordem consiste de padres e frades, que pronunciou os votos solenes de pobreza, castidade e obediência. A segunda ordem consiste de monjas contemplativas que fertilize a sua vida de oração e penitência o apostolado de seus irmãos da grande Ordem. Finalmente, a terceira ordem, ou Ordem Terceira é dividida em Terceira Ordem - Regular, cujos membros vivem sob uma regra religiosa comum (professores dominicanos) e Ordem Terceira Secular. É este último que estamos falando.  Os dominicanos Ordem Terceira é de fato uma associação de fiéis, que vivem no mundo ansiosos para alcançar a perfeição cristã no espírito e nas orientações dos Pregadores. 

Santa Catarina de Siena
Desde o tempo de S. Domingos, havia em torno dos conventos da Ordem, fraternidades de leigos desejosos de progresso espiritual sob o auspício dos Pregadores. Para padronizar o modo de vida de muitos terciários, o Mestre Geral Munio de Zamora escreveu uma Regra, que foi aprovada pela Santa Sé em 1285. Esta regra muito exigente esteve em vigor por séculos. Ela foi modificada por Pio XI em 1923 para ser um pouco adaptada aos dias de hoje e do Direito Canônico de 1917. Ela santificou uma quantidade de leigos dos dois sexos, que eram exemplo de edificação para os seus contemporâneos. 

Santa Rosa de Lima
Entre aquelas almas escolhidas estão: Santa Zedislava Berkiana (1252), uma nobre senhora do reino da Boêmia; a venerável Benoîte Rencurel (1718) pastora de Laus, que foi por 50 anos confidente e instrumento dedicado à Virgem Maria; a princesa Maria Clotilde de Sabóia (1912) filha heróica do Rei de Piedmont, Victor Emmanuel II; Estelle Faguette, a vidente de Pellevoisin; Charlotte, Duquesa de Alençon, morreu vítima de sua devoção com duas outras terciárias no incêndio no Bazar de la Charité (1899); Dupouey Mireille (1932), a esposa modelo e viúva do brilhante oficial de Pierre Dupouey; Tangari Katharina (1989), filha espiritual do Padre Pio, que tem um apostolado heróico na Tchecoslováquia.

Mais conhecidas são as duas santas, Catarina de Siena (1380) e Rosa de Lima (1617). A primeira desempenhou um papel de liderança no retorno dos papas de Avignon para Roma e continua a ser uma guia muito segura e muito emocionante nos caminhos espirituais. Santa Catarina é a padroeira dos dominicanos terciários. A segunda, Santa Rosa, foi a primeira flor de santidade do continente sul-americano.

São Luís de Montfort
Dos Homens do mundo também se destacaram na Ordem Terceira de São Domingos, entre outros, o humilde camponês da Itália: Emile Keller (1909), uma das principais figuras do catolicismo social do século XIX, membro da Alsácia. Ernest Psichari (+ 1914), um jovem oficial, filho de Ernest Renan apóstata, que fez uma conversão ao catolicismo sensacional. Henri Gheon, autor de muitas peças edificantes. Charles de Koninck (1965), decano da Faculdade de Filosofia na Universidade de Laval, em Quebec, um colaborador da revista Intinerário.

Os próprios sacerdotes dão a honra de ser membros da Ordem Terceira de São Domingos: Cônego Nicolau Copérnico, bem conhecido por suas descobertas astronômicas; o Pe. Olier, fundador do Seminário São Sulpício; São Luís Maria de Montfort, apóstolo do Rosário; o Abade de Genettes, pároco de Nossa Senhora das Vitórias, que em 1836 dedicou a sua paróquia ao Santo e Imaculado Coração de Maria; Bispo Gay, auxiliar do cardeal Pie, e autor de livros muito bons de espiritualidade; o falecido Papa Pio XII; o Abade Berto, um teólogo no Conselho do Arcebispo Lefebvre; o Padre Barrielle, SCRC, o primeiro diretor espiritual no Seminário de Ecône, e muitos outros.

Nicolau Copérnico
Juntando-se a família dominicana os participantes tornam-se participantes de todos os méritos acumulados ao longo de oito séculos pela grande ordem religiosa, com quase setenta santos canonizados e mais de duzentos bem-aventurados. A finalidade da Ordem Terceira é proporcionar a santificação pessoal dos seus membros pela prática da vida cristã mais perfeita, e a salvação das almas pelo modo de acordo com o estado dos fiéis que vivem no mundo.  Para atingir este objetivo, além daqueles comuns a todos os cristãos (isto é, a oração, os sacramentos, a prática dos mandamentos de Deus e o cumprimento de seu dever de estado), os meios propostos são: observância da regra, que exige certas orações (litúrgica tanto quanto possível, graças ao pequeno ofício da Santa Virgem), algumas penitências (abster-se de mundanismos e a prática de jejuns em certos dias), obras de apostolado em defesa da fé e da Igreja e obras de caridade (visitar colegas doentes, por exemplo). Associações terciárias em uma localidade são chamados de "fraternidades".  Elas são uma poderosa ajuda para a ascensão ao céu, que hoje se tornou extremamente difícil e dolorosa por causa do resfriamento da caridade e da corrupção em geral.  Mas deixemos a palavra, finalmente, para o Papa Bento XV (Carta de 4 de agosto de 1919):

« O forte desejo de oferecer a salvação às almas, nos leva a indicar para os fiéis os meios de santidade que os protejeriam dos perigos que os ameaçam.  Além disso, exortamos a todos aqueles que desejam santificar-se e santificar o próximo para ajuntar-se sob a bandeira branca de São Domingos, porque, graças à proteção especial da Bem-Aventurada Virgem Maria, sua Ordem teve distintivo exercido ao longo dos séculos e irá exercer ainda maior entre as necessidades do nosso tempo uma missão providencial. » 


Fonte: Grupo São Domingos de Gusmão