terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Para o último dia do Ano.



Devemos aproveitar bem o tempo.


Ecce breves anni transeunt, et semitam per quam non revertar ambulo “Vê que passam os breves anos, e eu caminho por uma vereda pela qual não voltarei” (Iob. 16, 23)

I. O tempo, soube ser a coisa mais preciosa, porque é um tesouro que só neste mundo se acha, é ainda de muito curta duração. Ecce breves anni transeunt. Lembra-te de como se passaram depressa os doze meses do ano que hoje finda! É, portanto, com razão que o Espírito Santo nos exorta a conservarmos o tempo, e não deixarmos perder-se um só momento sem o aproveitarmos bem. Mas, ai de nós! Quão diversamente vão as coisas! Ó tempo desprezado, tu serás a coisa que os mundanos mais desejarão na hora da morte, quando ouvirem dizer que para eles não haverá mais tempo: Tempus non erit amplius.

E tu, irmão meu, em que empregas o teu tempo? Deus te concedeu a graça de teres chegado até ao dia de hoje, com preferência a tantos milhares e milhões de pessoas, talvez da tua idade, ou mesmo mais novas, talvez fortes como tu ou ainda mais robustos, com a mesma compleição que tu, ou talvez mais sadia. Elas morreram e tu estás vivo! Elas estão reduzidas à podridão e cinzas no túmulo e tu estás aqui meditando! Elas na eternidade, e muitas infelizmente no inferno, e tu ainda no tempo! Mas como é que passas o tempo? Em que coisas o empregaste até hoje?

Faze aqui, aos pés de Jesus Cristo, um exame geral da tua vida. Pondera, por um lado, as inúmeras graças com que Deus te tem cumulado especialmente no correr deste ano; por outro, recorda as faltas, as imperfeições, quiçá os pecados, com que continuamente, desde o primeiro dia do ano até este último, tens ofendido o Senhor, retribuindo-Lhe a liberalidade infinita com ingratidão. Ah! Se não resgatares desde já o tempo inutilmente perdido, ou quiçá mal empregado, ele te causará remorsos amargosos, quando, no leito da morte, te achares próximo àquele grande momento do qual depende a eternidade!

II. Meu irmão, se, por desgraça, tiveres de reconhecer que passaste na tibieza o tempo do ano que terminou, procura passar no fervor ao menos este último dia. Agradece muitas vezes a Deus o ter-te conservado em vida até ao dia de hoje e pede-Lhe perdão das negligências passadas no Seu serviço. Visto que não sabes se viverás até ao dia de amanhã e se entrarás ainda no ano novo, põe hoje mesmo em ordem as coisas de tua consciência e purifica a tua alma por meio de uma confissão anual. Afinal, faze um propósito firme e eficaz de servires a Deus para o futuro com mais zelo, e de empregares melhor o ano vindouro. É assim que, no dizer do Apóstolo, andarás no caminho da Salvação com circunspeção, e recobrarás o tempo: Videte quomodo caute ambuletis... redimentes tempus (1) — “Vêde como andais prudentemente... remindo o tempo”.

“Ó Senhor, cuja misericórdia não tem limites, cuja bondade é um tesouro inesgotável, dou graças à Vossa Majestade piedosíssima por todos os benefícios que me tendes feito, e em particular, pelo tempo que me concedeis para chorar as minhas culpas, e reparar as minhas desordens. Quem sabe se o ano que hoje finda, não será talvez o último inteiro da minha vida? Não, não quero mais resistir aos vossos convites tão amorosos. Pesa-me, ó meu Bem supremo, de Vos ter ofendido e proponho fazer de hoje em diante contínuos atos de amor, a fim de compensar o tempo perdido”.

“Como, porém, os misteres da vida não me permitem dirigir os meus pensamentos sem interrupção para Vós, faço hoje o seguinte ajuste, que será válido durante todo o ano vindouro e todo o tempo da minha vida. Cada vez que levantar os olhos para contemplar o céu, tenho intenção de glorificar as vossas perfeições infinitas. Quantas vezes respirar, quero oferecer-Vos a Paixão e o Sangue de meu divino Redentor, bem como os merecimentos de todos os Santos, para a Salvação do mundo inteiro e em satisfação dos pecados que se cometerem. — Toda a vez que bater no peito, quero amaldiçoar e detestar cada um dos pecados cometidos desde o princípio do mundo, e quisera poder repará-los com o meu sangue. Finalmente, a cada movimento das mãos, ou dos pés, ou de qualquer outra parte do corpo, tenciono submeter-me à vossa santíssima vontade, desejando que de conformidade com esta, se façam todas as coisas. Para que este meu ajuste nunca mais seja violado, confirmo-o e selo-o com as cinco Chagas de Jesus Cristo, e deposito-o em Vossas mãos, ó Mãe da perseverança, Maria (2).

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1. Eph. 5, 15.
2. Esta fórmula de reta intenção foi composta por São Clemente Maria Hoffbauer, C.SS.R.
(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 101 - 104.)

Fonte:  São Pio V.

Meditações para o tempo de Natal (VI)



JESUS DORME NO PRESÉPIO.


O sono de Jesus Menino era curto e penoso. Uma manjedoura servia-lhe de berço, a palha formava o seu leito e travesseiro, de sorte que o seu repouso era frequentemente interrompido pela dor que lhe causava essa cama tão dura e incômoda, e pelo rigor do frio que reinava na gruta. Não obstante, de tempo em tempo o tenro menino adormecia apesar de todos os seus sofrimentos.

Mas o sono de Jesus diferia muito do das outras crianças. O sono das outras crianças lhes é útil para a conservação da vida, mas não para as operações da alma, as quais são detidas pelo entorpecimento dos sentidos. Não foi assim o sono de Jesus. Eu durmo, mas o meu coração vigia. Seu corpo repousava, mas sua alma vigiava; pois em Jesus, a natureza humana estava unida à pessoa do Verbo, que não podia dormir nem sofrer o efeito dos sentidos. O santo Infante dormia, pois; mas dormindo pensava em todas as penas que devia sofrer por nosso amor durante a sua vida e a sua morte. Pensava no que devia suportar no Egito e em Nazaré, onde viveria uma extrema pobreza e obscuridade; pensava, sobretudo nos açoites, nos espinhos e nos opróbrios, nas agonias, em todos os tormentos da paixão e na morte desolada que teria de sofrer na cruz; e dormindo, tudo oferecia a seu Pai eterno, para nos obter o perdão dos pecados e a salvação. Assim, até dormindo, nosso Salvador merecia por nós, aplacava a seu Pai e nos proporcionava graças.

Peçamos-lhe que, pelo mérito de seu bem-aventurado sono, nos livre do sono mortal dos pecadores, que dormem miseravelmente na morte do pecado, no esquecimento de Deus e de seu amor; e que nos dê, ao contrário, o sono feliz da Esposa sagrada, da qual Ele dizia: Não perturbeis o repouso da minha dileta, deixai-a dormir quanto ela queira. O doce sono que Deus dá às suas almas amadas não é outra coisa, segundo S. Basílio, que um profundo esquecimento das criaturas. A alma o goza quando se esquece inteiramente de todos os objetos terrestres para só pensar em Deus e no que interessa a sua glória.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Meditações para o tempo de Natal (V)



JESUS SOBRE A PALHA.


Jesus nasce no estábulo de Belém. A sua pobre Mãe não tem lã nem pluma para confeccionar um leito conveniente ao tenro Menino. Que fará então? Ajunta um pouco de palha numa manjedoura e nela o deita. Mas, ó céu! Esse é um leito demasiado duro e penoso para uma criancinha recém-nascida! Os membros duma criancinha recém-nascida! Os membros duma criancinha são extremamente delicados, e, sobretudo os membros de Jesus, formados expressamente pelo Espírito Santo para serem mais sensíveis à dor. A dureza desse leito foi-lhe, pois penosíssima.

Foi uma pena e foi também um opróbrio. Que criança, mesmo entre as mais pobres pessoas do povo, se vê ao nascer obrigada a deitar-se sobre palha? A palha é leito para os animais; e o Filho de Deus não acha sobre a terra senão vil palha por leito! S. Francisco de Assis ouviu um dia ler, quando se achava à mesa, as palavras do Evangelho: Ela o deitou numa manjedoura; e exclamou: “Como? meu Senhor está sobre palha, e eu continuaria sentado?” No mesmo instante deixa seu lugar, lança-se por terra e assim termina sua pobre refeição que rega de lágrimas de ternura ao considerar os sofrimentos de Jesus Menino deitado sobre a palha.

Mas por que Maria, que tanto desejara ver nascer esse Filho adorável e que o amava tão ternamente, por que, em vez de conservá-lo em seus braços, o pôs sobre esse leito de dores? — Eis um mistério, responde S. Tomás de Vilanova. Esse mistério é interpretado de vários modos; mas, entre todas as explicações é a de S. Pedro Damião que mais me agrada: Jesus recém-nascido quis ser deitado sobre a palha para nos ensinar a mortificação dos sentidos. O mundo perdera-se pelos prazeres sensuais; assim perderam-se Adão e grande número de seus descendentes. O Verbo eterno veio do céu para ensinar-nos o amor dos sofrimento, e começou ao nascer a ensinar-nos escolhendo para si o que uma criancinha pode suportar de mais penoso. Foi, pois Ele que inspirou sua Mãe a não conservá-lo em seus braços tão suaves, e a colocá-lo no duro leito a fim de melhor sentir o frio da gruta e sofrer as picadas da palha. 

domingo, 29 de dezembro de 2013

Meditações para o tempo de Natal (IV)



JESUS AMAMENTADO.


O Menino Jesus, depois de envolvido em paninhos, pedia e tomava o leite do seio de Maria. A Esposa dos Cânticos desejava ver seu irmãozinho sugando o leite de sua mãe; mas seu desejo não foi satisfeito. Nós, ao contrário, tivemos a felicidade de ver o Filho de Deus feito homem e tornado nosso irmão, tomar seu alimento do seio de Maria. Oh! que espetáculo para o céu ver o Verbo divino feito menino e sugando o leite duma jovem virgem, sua criatura!

Eis pois Aquele que alimenta todos os homens e todos os animais da terra, feito tão fraco e tão pobre, que necessita dum pouco de leite para sustentar a vida! A Irmã Paula, camaldulense, ao ver uma imagem de Jesus amamentado, sentiu-se logo abrasada de terno amor para com Deus. Jesus tomava pouco leite e só raramente; foi revelado à Irmã Maria Ana, franciscana, que sua Santíssima Mãe lhe dava o seio só três vezes ao dia. Ó leite precioso para nós! Convertido em sangue nas veias de nosso Redentor, tornou-se depois num banho de salvação para nossas almas manchadas.

Consideremos ainda que Jesus tomava esse leite para sustentar o corpo que queria dar-nos em alimento na santa comunhão. — Assim, meu terno Salvador, sugando o leite de vossa Mãe, pensastes em mim: pensastes em mudar esse leite em sangue, para o derramar depois na vossa morte, em fazer dele o preço da minha redenção, e em nutrir minha alma no Santíssimo Sacramento, que é o leite salutar pelo qual conservais nossas almas na vida da graça: “O leite de vossas almas é Jesus Cristo”, dizia S. Agostinho.

Ó Menino querido ao meu coração, ó meu Jesus, permiti exclame eu como a mulher do Evangelho: Felizes as entranhas que vos levaram, e os peitos que sugastes. — Sim, sois bem aventurada ó Mãe de Deus, que amamentastes o Verbo encarnado! Ah! Permiti que me una a vosso divino Filho para receber de vós o leite duma terna e afetuosa devoção ao Menino Jesus e a vós, minha queridíssima Mãe!

Rendo-vos graças, ó divino Infante, que vos sujeitastes à necessidade do leite a fim de me testemunhar o vosso amor! — O Senhor deu a entender a S. Maria Madalena de Pazzi que se reduziu a essa necessidade precisamente para nos mostrar seu amor para com as almas por Ele resgatadas.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Sermão da Missa do Galo - Mosteiro da Santa Cruz






sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Meditações para o tempo de Natal (III)



JESUS ENVOLTO EM PANOS.



Representai-vos Maria que, tendo dado à luz seu divino Filho, o toma respeitosamente em seus braços e, depois de adorá-lo como seu Deus, o envolve em panos. Assim atesta o Evangelho, e a Santa Igreja o repete em seus cânticos:

Membra pannis involuta
Virgo Mater alligat.

Vede a Jesus Menino que, obediente, oferece suas mãozinhas, estende seus pezinhos e se deixa envolver. Considerai como cada vez que sua Mãe o apertava assim nos paninhos, o santo Menino pensava nas cordas com que seria ligado um dia no jardim das Oliveiras, depois atado a uma coluna, e nos cravos que deviam prendê-lo na cruz; e como, assim pensando, Ele sofria voluntariamente aqueles laços a fim de livrar nossas almas das cadeias do inferno. Jesus, estreitamente apertado nos paninhos, dirige-se a nós e convida a nos unirmos estreitamente a Ele pelos doces vínculos do amor; e voltando-se a seu Pai eterno, diz-lhe: Meu Pai, os homens abusaram de sua liberdade e, revoltando-se contra vós, tornaram-se escravos do pecado; para expiar a sua desobediência consinto em ser ligado e apertado nestes panos. Nesse estado, faço-vos o sacrifício de minha liberdade, a fim de que o homem seja libertado da escravidão do demônio. Aceito estes panos; são-me caros, e tanto mais caros porque representam as cordas com as quais me ofereço a ser um dia atado e conduzido à morte para a salvação dos homens.

Os seus vínculos, os de Jesus, são ligadura salutar para curar as chagas de nossa alma. — Meu Jesus, quisestes, pois ser ligado em paninhos por amor de mim. Ó divina caridade, direi com S. Lourenço Justiniano, só tu pudeste fazer meu Deus meu prisioneiro. — E eu, Senhor, recusaria ainda deixar-me unir a vós por vosso santo amor? teria ainda a triste coragem de romper vossas doces e amáveis cadeias, e isso, para tornar-me escravo do inferno? Meu Jesus, estais ligado no presépio por meu amor; quero permanecer sempre preso a vós.

S. Maria Madalena de Pazzi dizia que esses panos significam para nós a firme resolução de nos unirmos a Deus pelos laços do amor e de nos desapegarmos de tudo que não é Deus. Para esse mesmo fim, como é evidente, e para ver as almas diletas enlaçadas pelos vínculos de seu amor, é que nosso amantíssimo Jesus quis ficar nos altares como ligado e preso sob as espécies do Santíssimo Sacramento. 

27 de Dezembro - São João Apóstolo e Evangelista




 São João Evangelista ou Apóstolo São João,consta que seria solteiro e Virgem vivia com os seus pais São João Evangelista (6-103) nasceu em Batsaida na Galileia. Filho do pescador Zebedeu e de Maria Salomé, uma das mulheres que auxiliaram os discípulos de Jesus . João e seu irmão mais velho Tiago, foram convidados a seguir Jesus, logo depois dos apóstolos Pedro e André.Foi pescador de profissão, consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago Maior, e em provável sociedade com André e Pedro.São João era o mais novo dos 12 discípulos, tinha provavelmente 16 anos de idade à altura do seu chamado por Nosso Senor Jesus Cristo e apelidado como filho do trovão.

   Foi manifesta nos livros da Bíblia a admiração de João por Jesus. Jesus chamou-lhe o Filho do Trovão e posteriormente ele foi considerado o “Discípulo Amado”. O "Novo testamento", São João foi o apóstolo que seguiu com Nosso Senhor Jesus Cristo, na noite em que foi preso e foi corajoso ao ponto de acompanhar o seu Mestre até à morte na cruz está presença, e ao alcance de Nosso Senhor Jesus Cristo, e recebeu dEle em seus últimos momentos o mais precioso dos presentes. Cristo lhe encomendou que se encarregasse de cuidar da Mãe Santíssima Maria, como se fora sua própria mãe, lhe dizendo: "Eis aí a sua mãe". E dizendo a Maria: "Eis aí a seu filho", e a Tradição da Santa Igreja interpreta São João representa também todos os fiéis  de acolhendo Santíssima Virgem como nossa Mãe e de toda a Santa Igreja.

     São João Evangelista em sua peregrinação esteve em Antioquia, por ocasião do Concílio dos Apóstolos. E após as perseguições sofridas em Jerusalém, transferiu-se com Pedro para a Samaria, onde desenvolveu uma intensa evangelização. Mudou-se para Éfeso, onde dirigiu muitas Igrejas e foi em Éfeso que escreveu o quarto Evangelho, o último dos Evangelhos Canônicos. Escreveu também as Epístolas, três cartas com mensagens sobre a vida eterna e a vida da comunhão com Deus através da fé em Cristo.

    De acordo com os Atos dos Apóstolos, o quinto livro do Novo Testamento, quando São João acompanhou Pedro na catequese dos samaritanos, foi orientado por São Paulo a desistir da imposição de práticas judaicas aos neófitos cristãos. Durante o governo de Domiciano foi exilado na ilha de Patmos, no mar Egeu, onde escreveu o Livro do Apocalipse ou Revelação, que é o último livro da Bíblia, onde narrou as suas visões e descreveu mistérios, predizendo as tribulações da Igreja e o seu triunfo final.

   Conta a tradição que, antes de o imperador Domiciano exilar João, ele teria sido jogado dentro de um caldeirão de óleo fervente. Mas saiu ileso, vivo, sem nenhuma queimadura. Após muito sofrimento por todas as perseguições que sofreu durante sua vida, por pregar a Palavra de Deus entregou sua alma a Deus com 94 anos em 103, na cidade de Éfeso, onde foi sepultado.


São João Evangelista, rogai por nós.




Em Defesa da Família




Por D. Williamson
Traduzido por Andrea Patrícia
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Caros Amigos e Benfeitores,

Como esta carta já disse antes, uma vez por ano não é, certamente, muita frequência para escrever em defesa da família. As ideias liberais que possuem as mentes da maioria das pessoas hoje as mantêm sob ataque implacável. Mas a família é o viveiro projetado por Deus para o engendramento e crescimento dos seres humanos. Portanto, ao passo em que se desintegra a família, tudo o que é humano se desintegra.

As histórias de horror locais continuam a vir ao nosso conhecimento no Seminário. Na esperança de atacar a mentalidade doentia do tipo “A Noviça Rebelde", vamos a mais uma história desse tipo: um menino de 14 anos - que com seus três irmãos de 12, 11 e 10 - é forçado por seu pai a aprender a "ser um homem" com sua irmã de nove anos de idade! O problema não é que tal insanidade nunca tenha acontecido antes, mas sim que está aumentando de forma gigantesca, enquanto a quantidade de sanidade disponível para lidar com isso está diminuindo o tempo todo.

Através de um casal esse garoto de 14 anos de idade aprendeu a confiar, e através de um bom "TEM" (Técnico de Emergência Médica!) este rapaz foi admitido ao hospital (por causa das graves lacerações nas costas causadas pelo cinto de seu pai, infligidas toda vez que ele não queria cometer o incesto forçado) e aos "Serviços Sociais". Problema resolvido? Ouça o comentário do rapaz: "Esses adultos são tão idiotas. Dizem que nós temos que ouvi-los, mas tudo o que dizem é vazio e eles tentam se vestir e se comportar como adolescentes!".

Verdade. Como podem os adultos ser tão estúpidos a ponto de enviar "técnicos" para tratar horrores humanos do tipo evocado acima? Se este TEM é um bom homem que conseguiu rapidamente ganhar a confiança do rapaz, isso não teve nada a ver com ele ser qualquer tipo de "técnico", teve tudo a ver com ele ter ainda alguma humanidade à moda antiga e bom senso. Mas estes estão sendo rapidamente erodidos.

A razão pela qual nossa sociedade deixa seus jovens loucos ao tratá-los como máquinas é claro que é porque ela é tão forte nas coisas materiais quanto é fraca nas coisas espirituais, e assim, a cada passo ela quer interpretar de forma errônea os problemas espirituais. O ponto forte da nossa sociedade é a tecnologia, então é claro que ela desempenha seu papel com seu ponto forte. Por isso ela dopa seus jovens problemáticos com drogas violentas como "Prozac" ou "Ritalina". Mas esses jovens estão se voltando para drogar seus anciãos com a eutanásia! O que inclui seus pais! Que pode começar com os seus pais!

No entanto, apenas suponhamos que um desses jovens olhe na direção da Igreja Católica, e eu quero dizer a Igreja Católica conservadora. O que ele vai encontrar? "Açúcar na parte da manhã, açúcar à noitinha, açúcar na hora do jantar", enquanto ele está clamando por carne e batatas! Veja a campanha de vendas de livros supostamente católicos num Catálogo Comercial do Inverno de 2000, que acaba de pousar na minha mesa (antes de pousar na circular. O título somente já é uma revelação: “Belos Livros Espirituais Inspiradores, da XYZ Press”):

“Transforme seus ‘atos aleatórios de bondade’ em fontes dinâmicas de regeneração espiritual”... "Encontre repouso para o seu coração na paz que só Deus dá”... "Experimente um dos maiores e mais puros prazeres da alma”... "O tesouro de santidade”... "Como desenvolver maturidade, consciência espiritual e até mesmo nobreza”... "Um 'Dear Abby’ para os cristãos"..." Aprenda pelo exemplo como ser bem-humorado, auto-disciplinado, e inabalavelmente santo '... "Vença a sua ansiedade para sempre”... "Encontre a felicidade duradoura”... "Um grande benefício para todos os que sofrem de desânimo", etc., etc., etc.

Alguém perguntou ao TEM mencionado anteriormente, um bom homem com um histórico distinto em realmente ajudar os jovens, como acima, se a religião o ajudou de alguma forma: "Oh, todas aquelas igrejas falsas! Quando eu não aguento mais eu vou para a floresta e converso a sós com Deus”. Será que esse “Belo Catálogo Espiritual Inspirador” dar-lhe-ia alguma razão para pensar que a Igreja Católica não era também centrada no homem, fazedora de dinheiro, de roupagem juvenil?

Certamente não! Tais títulos de publicidade, que devem ter sucesso com a venda de livros para XYZ Press, continuam traidores: a busca da satisfação pessoal. E mesmo que a gratificação seja "espiritual", em vez de física, é muito egocêntrica para ser um pouco melhor. Posso imaginar o TEM querendo gritar para a XYZ Press: "Mas acordem, acordem, pelo amor de seu Deus - seus filhos estão perecendo em suas casas, e tudo que vocês podem fazer é vender livros para que as pessoas se sintam “espiritualmente" bem sobre si mesmas enquanto elas enchem seus filhos com Prozac e Ritalina? A sua religião é para valer?".

Caros leitores, o nosso Catolicismo “Tradicional” é melhor? Que tipo de Catolicismo é para valer?

Especial: Rachel Sheherazade





Rachel Sheherazade - Natal: O Aniversariante Faltou à Festa





Comentário de Rachel Sheherazade sobre a Jornada Mundial da Juventude





Rachel Sheherazade fala sobre a prisão dos mensaleiros





Rachel Sheherazade fala sobre o Estatuto do Desarmamento

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Adeste Fidelis / Noite Feliz - Mosteiro da Santa Cruz









26 de Dezembro - Santo Estevão, mártir.


Santo Estevão
Festa de Primeira Classe




Santo Estevão, seu nome vem do grego Στέφανος (Stephanós), o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa - e Santo Estêvão é, de resto, representado com a coroa de martírio da cristandade, recordando assim o facto de se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé - o protomártir. Alguns da sinagoga se levantaram a disputar com Estevão, mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito que nele falava.

Então subornaram alguns homens, que agitaram o povo. Levaram-no ao conselho e apresentaram falsas testemunhas, que disseram: “Este homem não cessa de proferir palavras contra o lugar santo e contra a lei”. (Atos 6,8-13). Ele, porém, disse: “Irmãos e pais, escutai. O Altíssimo não habita em edifícios construídos por mãos de homens, como diz o profeta: “O Céu é o Meu trono e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis?” diz o Senhor, “ou qual é o lugar do meu repouso? Não fez porventura a minha mão todas estas coisas?”  Homens de dura cerviz e de corações e ouvidos incircuncisos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como agiram vossos pais, assim o fazeis também! A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? E mataram até os que anunciavam a vinda do Justo, do qual agora fostes traidores e homicidas, vós que recebestes a lei por ministério dos Anjos e não a guardastes”. Ao ouvir, porém, tais palavras, enraiveceu-se-lhes o coração e rangiam os dentes contra Estevão. Mas como estava cheio de Espírito Santo, olhando para o céu, viu a glória de Deus e Jesus à destra de Deus. E disse: “Eis que estou vendo os céus abertos e o Filho do Homem à direita de Deus”. Então, levantando uma grande gritaria, taparam os ouvidos e, todos juntos, arremeteram com fúria contra o santo diácono e, tendo-o lançado para fora da cidade, apedrejaram-no; e as testemunhas depuseram os mantos aos pés de um moço, que se chamava Saulo.

E apedrejaram Estevão, que invocava Jesus e dizia: “Senhor Jesus, recebi o meu espírito”. E pondo-se de joelhos, clamou em alta voz, dizendo: “Senhor, não lhes imputeis este pecado”. E tendo dito isto, adormeceu no Senhor. E Saulo consentiu no homicídio de Estevão“. (Atos 7, 48-60) Estevão sofreu o martírio mais ou menos um ano depois da crucificação de Cristo. A piedosa Emmerich narra o seguinte: “Vi Estevão, sem se lembrar do apedrejamento, rezando apenas pelos carrascos e olhando para o céu aberto.

O martírio deu-se fora da porta, ao norte, ao lado de uma estrada. Era um lugar aberto, circular, em cujo centro se achava uma pedra, sobre a qual se ajoelhou o santo moço, rezando, com as mãos erguidas. Vestia uma longa veste branca, arregaçada, sobre a qual pendia, no peito e nas costas, uma espécie de escapulário, com duas fitas transversais; creio que era uma parte das vestes sacerdotais. Procederam no apedrejamento em certa ordem; em volta do lugar haviam juntado pedras, ao pé de cada um dos apedrejadores. Vi também Saulo, homem extraordinariamente sério e zeloso, que arranjara tudo o que era necessário para a lapidação e os lapidantes depositaram os mantos aos seus pés. Estevão levantara as mãos, rezando e não se movia, sob as pedradas; era como se não as sentisse.

Também não fazia movimentos espontâneos para se proteger; parecia extasiado, olhava para o alto e o céu estava aberto acima dele; via Jesus e com Ele, Maria, sua Mãe. Finalmente uma pedra lhe bateu na cabeça, prostrando-o morto. Era um moço alto e belo, de cabelo castanho e liso. Saulo não causava uma impressão repugnante, pelo grande zelo com que preparava a lapidação, como acontecia com os outros, que eram cheios de inveja e hipocrisia; pois o fazia impelido por um falso zelo, mas que julgava justo, pela lei judaica; foi por isso também que Deus o iluminou”.

Os ossos do santo mártir Estevão foram mais tarde milagrosamente encontrados, em consequência de uma Visão, junto com os corpos de Nicodemos, Gamaliel e seu filho Abidon.“O corpo de Estevão, que jazia numa posição natural, foi levado a Jerusalém, a uma Igreja situada no monte em que estivera o Cenáculo. Esses ossos foram depois várias vezes distribuídos e levados a vários lugares e muitos milagres se deram com eles. Lembro-me que uma cega tocou o caixão das relíquias com flores, por meio das quais recobrou de novo a vista. Em outro lugar se converteram muitos judeus. Em certa região o demônio, assumindo a forma de um homem muito respeitável, pediu uma parte das relíquias de S. Estevão, mas quando o bispo pediu a luz de Deus, para saber se o suplicante o merecia, fugiu o demônio, rugindo e tomando um aspecto horrível. De tais milagres vi muitos e também que parte das relíquias foram levadas para Roma e depositadas junto ao corpo de S. Lourenço. Deu-se então um fato milagroso: O corpo de S. Lourenço mudou de posição, cedendo lugar às relíquias de Santo Estevão”. Com a morte de Estevão a perseguição não terminou absolutamente, pois S. Lucas acrescenta à narração do apedrejamento de S. Estevão estas palavras: “Saulo, porém, assolava a Igreja, entrando pelas casas e tirando com violência homens e mulheres, fazia com que os metessem no cárcere. Entretanto os que se tinham dispersado iam de um lugar para outro, anunciando a palavra de Deus”. (Atos 8, 3-4).

Assim servia essa perseguição ao plano de Deus, não só para provar e purificar os eleitos, mas também para propagar a doutrina de Jesus em outras regiões e aumentar o número de fiéis.