sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mês de Dezembro - Pensamentos de Santa Teresinha






1. Durante os curtos instantes que nos restam, salvemos almas! Sinto que Jesus pede que saciemos a sua sede, dando-lhe almas, almas sacerdotais sobretudo... (Carta à Celina, 14 de julho de 1889)


2.     Sim, oremos pelos sacerdotes, seja-lhes consagrada a nossa
Vida. (Carta à Celina, 1890)


3.     Peço a Deus que todas as orações que se fazem para mim não
sirvam para aliviar os meus sofrimentos, mas sim para alcançar a Salvação dos pecadores. (Novíssima Verba)


4. Ofereçamos nossos sofrimentos a Jesus para salvar as
almas. Oh! Vivamos por elas, sejamos apóstolos! (História de uma
Alma, c. IX)


5. Os sacerdotes!   Essas almas deveriam ser mais
transparentes que o cristal; mas, ai! Sinto que há maus padres,
como houve um Judas, sinto que há ministros do Senhor que não
são o que deveriam ser. Oremos, pois, e soframos por eles...
Compreendeis o brado do meu coração. (Carta à Celina, 1890)


6.Entrei no Carmelo para salvar as almas e orar pelos Sacerdotes. (História de uma Alma, c. VIU)


7. Quando estiverdes tentada contra alguém, ainda mesmo que este sentimento chegue até a cólera, o meio de recobrar a paz é orar por essa pessoa, pedindo a Deus que a recompense de ser ocasião de VOSSO Sofrimento. (Lembranças)


8.     A Santíssima Virgem quis me adotar como Sua filha no belo
dia de minha Primeira Comunhão e no da minha recepção na
Congregação das Filhas de Maria. E não posso duvidar que a graça
insigne da minha vocação religiosa, germinou nesses dias felizes em meu coração. (Carta à Madre São Plácido, antiga diretora do Pensionato das Beneditinas de Lisieux. Santa Teresa do Menino Jesus. Mgr. Laveille)


9.     Viver para si mesmo, isso torna estéril a alma, devemos voar às obras de caridade. (Conselhos e Lembranças)


10.   Oh! Quanto desejaria o ofício de enfermeira! Bem sei que
exige muita abnegação, mas parece-me que o exercitaria com tanto
amor! Pensando no que diz Nosso Senhor: Estive enferma e Vós me visitastes. (Conselhos e Lembranças)


11.Não devo ser obsequiosa para que se diga que o sou, ou com a
esperança de que em outra ocasião me prestem também serviços,
pois Nosso Senhor disse: Se emprestardes àqueles de quem esperais
receber alguma coisa, que prêmio será o vosso? Os pecadores
também emprestam aos pecadores a fim de receber outro tanto.
Quanto a Vós, porém, emprestai sem esperar retribuição e grande
será a vossa recompensa.


12.Não devo me afastar das Irmãs que com a maior facilidade
costumam pedir favores, pois o Divino Mestre disse: Não te desvies
daquele que deseja que lhe emprestes.


13.Quando quero aumentar em meu coração o amor do próximo,
ao passo que o demônio busca pôr-me diante dos olhos os defeitos
desta ou daquela Irmã, procuro imediatamente descobrir-lhe as
virtudes, os bons desejos, refletindo que, se a vi cair em falta uma
vez, pode bem ser que tenha alcançado muitas vitórias, que por
humildade oculta. Talvez até o que me parece falta, seja ato de
virtude pela intenção que a moveu. (História de uma Alma, c. IX)


14.Não me basta dar a quem me pede, devo ultrapassar os seus
desejos, mostrar-me muito penhorada, honrada mesmo de prestar-
lhe algum serviço, e, se me tomarem algum objeto de meu uso, devo
aparentar felicidade por me ver desembaraçada dele. (História de uma
Alma, c. IX)


15.Ao que quer demandar-te em juízo e tomar a tua túnica, larga-
lhe também a capa. - Largar a capa é renunciar aos últimos direitos e
considerar-se como servo e escravo dos outros. (História de uma Alma,
c. IX)


16.   Sobre tua imortal Igreja vela,
Rogo-te, a cada instante, com fervor.
E sou filha, imole-me por ela.
Vivo de amor!
(Poesias- Viver de amor)



17.   Meu Céu oculto está nessa Hóstia pequenina,
Onde Jesus, meu Deus, se vela por amor.
Nessa fornalha sempre acho a vida divina
E noite e dia me ouve o meu doce Senhor.
Oh! Que instante feliz quando com tua ternura
Em Ti vens transformar-me, ó meu Amado, enfim!
Essa união de amor, essa inefável doçura
Eis o Céu para mim!
(Poesias - "O Céu para mim ")


18.A minha loucura é a esperança de voar até Vós, ó Jesus, em
Vossas próprias asas, ó minha Águia adorada! (História de uma Alma,
c. IX)


19.Nutro sempre a mesma confiança verdadeira de me tornar uma grande santa... (História de uma Alma, c. IV)


20.   Em Teu Coração, Jesus, eu me oculto.
Não, não temerei; minha força és Tu. (Poesias - Ao Sagrado Coração)


21.   Ó meu padre, é verdade, sim, que não formei a minha coroa, mas Jesus a formará. (Palavras ao Superior do Mosteiro, nos últimos dias de vida)


22.   Jesus nos quer dar gratuitamente o Céu. (Cana à irmã Maria do Sagrado Coração)


23.   Foi a Deus que aprouve pôr em mim coisas que fazem bem à
minha alma e que comunica ao próximo; o Espírito de Deus sopra Onde quer... (Novíssima Verba)


24.   Surge um anjo do Senhor:
Vai, te será revelado
Lá em Belém de Judá
O dom do Verbo encarnado.
(Poesias)


25.   Ó pequeno Menino Jesus! Meu único Tesouro! Abandono-
me aos Teus divinos caprichos, não quero outra alegria senão a de Te fazer sorrir... (Uma oração ao Menino Jesus)


26.   Os mais sublimes discursos dos maiores Santos seriam
incapazes de fazer jorrar um só ato de amor, sem a graça divina,
que move o coração: Jesus só é quem sabe vibrar a sua lira.
(Carta à Celina, 13 de agosto de 1893)


27.   Apanhar um alfinete por amor de Deus pode converter uma
alma. Só Jesus é quem pode dar valor às nossas ações. (Carta à Leonia, janeiro de 1895)


28.   No Céu os meus protetores e os meus prediletos são aqueles
que o furtaram como os Santos Inocentes e o bom ladrão. Os
grandes Santos conquistaram-no pelas suas obras; eu, ah! Eu
pretendo imitar os ladrões, quero adquiri-lo por fraude, uma
fraude de amor que me abrirá as Suas Portas e aos pecadores. O
Espírito Santo a isto me anima, dizendo, nos Provérbios: "Ó
Pequenino!   Vem,   aprende   de   Mim  a  astúcia"(Conselhos  e Lembranças)


29.   "Quando em meu coração bem tenro a chama pura
           Do amor surgiu, tu logo a vieste reclamar,
        Só em ti Jesus, minha alma achou fartura
        Pois até ao infinito eu precisava amar".
       (Poesias - Um lírio entre os espinhos)


30.   O Todo-Poderoso deu-nos um ponto de apoio, que é Ele mesmo, Ele SÓ. (História de uma Alma, c.X)


31.   Oh! Longe de me queixar a Jesus da cruz que nos envia, não
posso compreender o amor infinito que o leva a tratar-nos assim...
O ano que acaba de decorrer foi ótimo, sim, foi precioso para o
Céu; praza a Jesus que a Ele se assemelhe o próximo. (Carta à Celina, dia 31 de dezembro de 1889)


A vida passa... A eternidade se aproxima...
(Santa Teresinha)

Imitação de Cristo - Tomas de Kempis - Livro IV - Capítulo IX




IMITAÇÃO DE CRISTO – TOMAS DE KEMPIS




LIVRO QUARTO

CAPÍTULO 9


Que devemos com tudo quanto é nosso oferecer-nos a Deus, e orar por todos


Voz do discípulo

1. Senhor, vosso é tudo quanto existe no céu e na terra. Desejo oferecer-me a vós em oblação voluntária e ser vosso para sempre. Senhor, na simplicidade do meu coração me ofereço hoje a vós por servo perpétuo em obséquio e eterno sacrifício de louvor. Recebei-me com este santo sacrifício de vosso precioso corpo, que vos ofereço hoje na presença dos anjos, que a ele invisivelmente assistem, a fim de que sirva para minha salvação e de todo o povo.

2. Senhor, ofereço-vos sobre vosso altar de propiciação todos os meus pecados e delitos que tenho cometido em vossa presença e de vossos santos anjos, desde o dia em que pela primeira vez pequei até à hora presente, para que os consumais e queimeis no fogo de vossa caridade, também apagueis todas as manchas de meus pecados e purifiqueis minha consciência de toda a culpa e me restituais a vossa graça, que perdi pelo pecado, perdoando-me tudo plenamente e admitindo-me na vossa misericórdia ao ósculo da paz.

3. Que posso eu fazer em expiação dos meus pecados, senão confessá-los humildemente e chorá-los, implorando incessantemente vossa misericórdia? Rogo-vos, meu Deus, ouvi-me propício, aqui onde estou em vossa presença! Detesto sumamente todos os meus pecados, e proponho nunca mais cometê-los; arrependo-me deles e me hei de arrepender enquanto viver; pronto estou a fazer penitência e satisfazer conforme as minhas forças. Perdoai-me, meu Deus, perdoai-me os meus pecados pelo vosso santo nome; salvai minha alma que remistes com vosso precioso sangue. Eis que me abandono à vossa misericórdia, e me entrego em vossas mãos. Tratai-me segundo a vossa bondade, não segundo a minha iniqüidade e malícia.

4. Ofereço-vos todas as minhas boas obras, por poucas e imperfeitas que sejam, para que vós as emendeis e santifiqueis, e as façais agradáveis a vós e as aperfeiçoeis cada vez mais, e para que me leveis a mim, servo indolente e inútil, a um fim glorioso e bem-aventurado.

5. Ofereço-vos também todos os santos desejos das almas devotas, as necessidades de meus pais, amigos, irmãos, parentes e de todos os que me são caros, ou me fizeram bem a mim e a outros, por vosso amor; também daqueles que me encomendaram e pediram orações e Missas por si e para todos os seus, sejam vivos ou defuntos, para que todos sintam o auxílio da vossa graça, o socorro da vossa consolação, a proteção nos perigos, o alívio das penas e que, livres de todos os males, vos rendam jubilosos, muitas graças.

6. Ofereço-vos, finalmente, todas as orações e a hóstia de propiciação particularmente por aqueles que de qualquer modo me ofenderam, contristaram, censuraram, prejudicaram ou molestaram. Enfim, por todos a quem eu tenha afligido, perturbado, contrariado ou escandalizado, com palavras ou obras, por ignorância ou com advertência, a fim de que a todos nos perdoeis os nossos pecados e mútuas ofensas. Apartai, Senhor, dos nossos corações toda suspeita, indignação, e ira e contenda e tudo que possa ofender a caridade e diminuir o amor fraternal. Compadecei-vos, Senhor, compadecei-vos de todos os que imploram vossa misericórdia; daí graças aos que dela necessitam, e fazei-nos tais, que sejamos dignos de gozar a vossa graça e alcançar a vida eterna. Amém.

30 de Novembro - Santo André, Apóstolo e Mártir





Apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo nascido em Betsaida da Galiléia, também conhecido como o Afável foi escolhido para ser um dos Doze, e nas várias listas dos Apóstolos dadas no Novo Testamento é sempre citado entre os quatro primeiros junto com Pedro, João e Tiago, sendo seu nome mencionado explicitamente três vezes: por ocasião do discurso escatológico de Nosso Senhor Jesus Cristo (Mc 13,3), na primeira multiplicação dos pães e dos peixes (Jo 6,8) e quando, juntamente com Filipe, apresenta a Jesus alguns gentios (Jo 12,22). 

Também pescador em Cafarnaum, foi o primeiro a receber de Cristo o título de Pescador de Homens e tornou-se o primeiro a recrutar novos discípulos para o Mestre. Filho de Jonas tornou-se discípulo do João Batista, cujo testemunho o levou juntamente com João Evangelista a seguirem Nosso Senhor Jesus Cristo e convencer seu irmão mais velho, Simão Pedro a seguí-los. Desde aquele momento os dois irmãos tornaram-se discípulos de Cristo e deixaram tudo para seguir a Nosso Senhor Jesus Cristo. No começo da vida pública de nosso Senhor ocuparam a mesma casa em Cafarnaum. 

Segundo as Escrituras esteve sempre próximo ao Cristo durante sua vida pública. Estava presente na Última Ceia, viu o Senhor Ressuscitado, testemunhou a Ascensão, recebeu graças e dons no primeiro Pentecostes e ajudou, entre grandes ameaças e perseguições, a estabelecer a Fé na Palestina, passando provavelmente por Cítia, Épiro, Acaia e Hélade. Para Nicéforo ele pregou na Capadócia, Galácia e Bitínia, e esteve em Bizâncio, onde determinou a fundação da Igreja local e apontou São Eustáquio como primeiro bispo. Finalmente esteve na Trácia, Macedônia, Tessália e Acaia. 

Na Grécia, segundo a tradição foi crucificado em Patros da Acaia, cidade na qual havia sido eleito bispo, durante o reinado de Trajano, por ordem do procônsul romano Egéias. Atado, não pregado, a uma Cruz em forma de X, que ficou conhecida como a Cruz de Santo André, ainda que a evidência disso não seja anterior ao século catorze. 

Suas relíquias foram transferidas de Patros para Constantinopla (356) e depositadas na igreja dos Apóstolos (357), tornando-se padroeiro desta cidade. Quando Constantinopla foi tomada pelos franceses no início do século treze, o Cardeal Pedro de Cápua trouxe as relíquias à Itália e as colocou na catedral de Amalfi. Anos mais tarde, seus restos mortais foram levados para Escócia, mas o navio que os transportava naufragou em uma baía que assim foi denominado a Baía de Santo André. É honrado como padroeiro da Rússia e Escócia e no calendário católico é comemorado no dia 30 de novembro, data de seu martírio. 


Fonte: Escravas de Maria

O farisaísmo encapado dentro do "movimento modéstia"!


(mulheres católicas que nos servem de inspiração)



Hoje muito se fala da modéstia, inúmeros são os blogues e sites que abordam o tema... mas não nos esqueçamos de que a modéstia é exercida por atitudes exteriores movidas por uma conversão interior ou, pelo menos, um desejo reto dela.

O que se vê são muitos apostolados que abordam as normas marianas para vestimentas, o uso do véu... e não digo que isso seja errado, é sim fundamental que principalmente as mulheres retomem a modéstia no vestir, que resgatem novamente o valor do pudor e não sejam, com suas vestimentas imodestas, ocasião de pecado para o próximo.

Sabemos que a sociedade atual é pagã, que as famílias foram moralmente corrompidas com costumes não cristãos e que, desgraçadamente, os padres, em sua maioria, não falam mais disso em seus sermões, não exortam mais os fiéis, e até mesmo, em alguns casos, proíbem o uso do véu. São lobos e pagarão muito caro por isso. Mas... senhoras e senhoritas que arriscam a manter um apostolado de modéstia, eu pergunto: porque "rasgam suas vestes" quando um texto (tradução) de um bispo, abordando aquilo que não deveria ser segredo para uma católica é disponibilizado na internet? (eu que pedi para a dona do blogue Maria Rosa traduzir esse texto e ela gentilmente traduziu).

Uso de saia sim, mas reconhecer que a sociedade atual, com todos os seus truques maçônicos, envolve a mulher numa ideologia de igualitarismo... ah, isso jamais!

Uso de saia sim, mas reconhecer que a mulher é muito mais tendenciosa ao pecado, por sua debilidade de vontade, tanto que a serpente (demônio) no paraíso tentou Eva e não Adão, ah, isso jamais!

Uso de saia sim, mas admitir que não convém a mulher exercer determinados cargos, pois foi feita para ser dona de casa, mãe e esposa e por isso Deus a dotou de talentos todos interiores, que ela é frágil, vulnerável e que se se expôr terá sua alma maculada ou no mínimo que colocá-la-á em perigo ah, isso jamais!

Senhoras e senhoritas, não quero saber se movimento A ou Administração B ensinam que a mulher pode e tem competência para se meter numa vida exterior, e que a experiência de fulana ou beltrana prova que isso é possível, isso não me interessa, me pauto naquilo que a Igreja sempre ensinou e que sempre foi costume:


1-      A mulher foi feita para trabalhos interiores: a cuidar da casa, dos filhos e do marido, se necessário, para ajudar nas finanças, que seu trabalho seja feito conforme suas aptidões e que jamais isso atrapalhe na educação de seus filhos nem jamais atrapalhe na hierarquia do lar com risco de perderem os filhos com o exemplo (uma mulher com salário maior que o salário do marido?! A quem foi dado o dever de prover o lar?), portanto, que ela (mulher) nunca se afaste de sua casa, pois ela é a lareira que aquece seu lar, sem ela, o lar torna-se frio e sem luz.


2-      A mulher deve ser submissa aos seus superiores em especial ao pai e marido. Sim, evidentemente que o marido não deve exercer a autoridade como um carrasco, mas como Nosso Senhor é autoridade sob a Igreja (Sua esposa), mas ela é submissa sim, e quantas mulheres maculam essa palavra que, diferentemente de rebaixá-las (como muitas acham e “pregam”), as preservam de voltarem ao paganismo do qual o Cristianismo as retirou quando colocou-as como “rainhas de seus lares”.


3-      A mulher foi feita para o sacrifício. Deus a dotou de todos os talentos, dons e a conduz para isso em sua missão. Ela dá a luz em meio à dores, ela arrancaria sua pele para cobrir os próprios filhos, e por isso, na Sagrada Escritura, o amor de Deus é comparado ao amor de uma mãe. A mulher que não está pronta para se abster de cargos, títulos, carreira, status, luxo, olhares de admiração, independência financeira, beleza (desenfreada), tempo, noites bem dormidas, não exerce sua missão, não se sacrifica, aliás, sacrifica o direito que seus filhos e marido têm de tê-la como uma verdadeira católica, as pés da Cruz.

Uma mulher sensata gosta do silêncio:
nada é comparável a uma mulher instruída.


A mulher deve se instruir sim, para bem exercer seu papel, a melhor instrução é aquela que é realizada para combater o paganismo e edificar a família católica.

Que estude sobre culinária, sobre prendas a ensinar as filhas, a bem decorar uma casa, como administrar e lidar com empregados (se assim a condição de vida permitir), além de aprender a gramática, arte, música, psicologia infantil (católica), base de outras matérias, vida de santos, espiritualidade, tudo isso é possível aprender em casa ou através do marido (o mestre de sua mulher, pois ele educá-la-á para santificar seus filhos), e se precisar de um “canudo” (no caso de ser professora num colégio católico, como algumas celibatárias e irmãs fazem), que recorra ao mal menor que seria a educação à distância, e é claro, segurando um crucifixo e o rosário.

Sem modéstia interior (atos de renúncia, simplicidade e reconhecimento de seu papel), a exterior é farisaísmo, um antigo instrumento (usado pelo demônio) “encapado” por certos movimentos ditos tradicionais ou conservadores para mascarar a verdadeira modéstia.

Letícia de Paula
Fonte: A Grande Guerra


O Farisaísmo na 'modéstia'





O termo "modéstia" tornou-se mais conhecido nos últimos anos, mas infelizmente parece que são muitos os que não compreenderam ainda o que é ser modesta (ou modesto, mas vou aqui usar o feminino porque o artigo do Grande Guerra e esse meu aqui tiveram origem nos protestos de mulheres contra as palavras do Bispo Williamson no artigo
 Garotas na Universidade, que foi traduzido por mim a pedido de Letícia).

Modéstia vem em primeiro lugar de dentro, da alma, do coração, da vontade da pessoa. Não é simplesmente usar roupas decentes, saias e véus. Isso tudo é ótimo, claro, mas tem que ter a disposição interior. E qual a disposição necessária para ser modesta? Humildade. Sem humildade não é possível haver modéstia verdadeira, é possível ter apenas uma "capa", digamos assim, uma aparência de modéstia.

Sem a disposição interior de abdicar de gostos e caprichos, de sonhos e posições na sociedade, não é possível ser modesta. Se a mulher que tem um emprego não pensar em deixá-lo quando se casa (e quando o que o marido ganha é o suficiente para viver e sustentar uma família) então ela tem um problema, pois a esta atitude falta humildade. A mulher tem que buscar ser humilde e reconhecer que seu papel é diferente do papel masculino. A católica principalmente deve buscar saber o que a Igreja ensina e deve seguir isso! Não é possível se dizer católica e fazer o contrário do que a Igreja ensina. Não é possível aderir ao liberalismo e continuar sendo católica. Essa divisão interna vai cobrar seu preço.  E não vai ser nada agradável pagá-lo, acredite.

É preciso buscar viver o plano de Deus verdadeiramente. É preciso ser sincera, ter um coração disposto a aceitar a vontade de Deus. E a vontade Dele, conforme ensina a Santa Madre Igreja, é que a mulher esteja dentro de casa, esteja no lar, esteja cuidando de sua família. Não adianta buscar casos isolados de mulheres que conseguiram cuidar de tudo, e muitas nem mesmo sabem o que essas mulheres sofreram para conseguir dar conta de tudo. Se é que conseguiram mesmo, porque algumas vezes a aparência é uma coisa, a realidade é outra.

Muitas vezes quando tocamos no assunto "mulher no lar" as pessoas levantam questões como "eu conheço uma mulher que é mãe, esposa e trabalha fora e faz tudo muito bem". Se é que realmente ela faz tudo muito bem, isso seria uma exceção, e não a regra. E mais, o que importa não é o que fulana ou beltrana vivem, mas o que ensina a Igreja.

Veja o caso de Zelia Martin, que além de mãe e esposa, tinha um negócio. Mas ela sofreu por isso, se desgastou muito. Não era fácil. E também não fazia isso porque gostava ou porque queria ter uma "carreira" ou porque queria ter o "próprio" dinheiro, "ser independente", enfim, todos esses motivos que levam as mulheres de hoje a buscar uma profissão. Ela trabalhou em algo além do lar porque teve necessidade material disso. E também tenho certeza de que se o marido dela dissesse "largue esse negócio, não precisamos mais dele, quero que você fique somente em casa", ela atenderia o marido. Mas e hoje, quantas são as mulheres dispostas a ouvir e obedecer o marido? Quantas? As católicas sabem que isso é ensino da Igreja? E antes que alguém venha dizer que há maridos maus, e coisas assim, é claro que a obediência deve ser de acordo com o que Nosso Senhor ensinou, e não para satisfazer os caprichos de homens maus.

Mulheres: atentem para o que Deus planejou. Eu sei que hoje a situação é bem difícil, mas se você pode ficar no lar, fique. Trabalho fora somente para as que tem necessidade disso (no caso de maridos que ganham pouco ou estão desempregados, coisa assim). O lar precisa da mulher, os filhos precisam da mãe o máximo de tempo possível. Há estudos e mais estudos que comprovam a importância da presença diária e constante da mãe junto aos filhos, especialmente quando eles são pequenos.

Garotas: se vocês querem se casar, atentem para o fato de que poderão ter que deixar seus trabalhos, suas profissões para poderem se dedicar inteiramente ao lar. E é somente assim que vocês conseguirão se santificar. A santificação da pessoa está no cumprimento dela do seu papel na sociedade, no atendimento dela à vocação. Sendo bom pai, uma boa mãe, um bom filho, a pessoa se santifica. E o que há de mais importante do que ser santo, ou seja, do que ser um amigo de Deus? Há algo mais importante do que isso? Do que amar a Deus acima de tudo? Amar a Deus não é sentir coisas agradáveis com relação a Ele, é fazer a vontade Dele. Você busca fazer a vontade de Deus? Está pronta para abdicar de sua posição hoje para ser mãe e esposa?

O lar é um santuário, e santifica os seus ocupantes. Mas se os seus ocupantes jogam a bênção fora, não poderão esperar santidade alguma, pelo contrário.

A modéstia é caminho para a santidade, mas para ser santo é preciso ser humilde.

Andrea Patrícia
Fonte: Maria Rosa









Imitação de Cristo - Tomas de Kempis - Livro IV - Capítulo VIII



IMITAÇÃO DE CRISTO – TOMAS DE KEMPIS


LIVRO QUARTO
CAPÍTULO 8

Da oblação de Cristo na cruz e da própria resignação

Voz do Amado

1. Assim como eu a mim mesmo ofereci espontaneamente ao Pai eterno, com os braços estendidos e o corpo nu, de modo que nada restasse em mim que não fosse oferecido em sacrifício de reconciliação divina: assim também deves tu de coração oferecer-te voluntariamente a mim todos os dias na Santa Missa, em oblação pura e santa, com todas as tuas potências e afetos. Que outra coisa exijo de ti senão que te entregues inteiramente a mim? De tudo que me deres fora de ti, não faço caso; porque não busco teus dons, mas a ti mesmo.

2. Assim como não te bastariam todas as coisas sem mim, assim me não pode agradar o que sem ti me ofereces. Oferece-te a mim, dá-te todo a Deus, e será aceita a tua oblação. Olha como me ofereci todo ao Pai por ti, e dei-te todo o meu corpo e sangue em alimento, para ser todo teu e para que tu te tornasses meu. Se, porém, te apegares a ti mesmo, e não te ofereceres espontaneamente à minha vontade, não será completa tua oblação, nem perfeita a união entre nós. Portanto, a todas as tuas obras deve preceder o voluntário oferecimento de ti mesmo nas mãos de Deus, se desejas alcançar a liberdade e a graça. O motivo de haver tão poucos interiormente esclarecidos e livres é que muitos não sabem abnegar-se de todo a si mesmos. É imutável minha sentença: Quem não renunciar a tudo não poderá ser meu discípulo (Lc 14,33). Se desejas, pois, ser meu discípulo oferece-te a mim com todos os teus afetos.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Santo Tomás de Aquino, por Chesterton.


Artigo de G. K. Chesterton, publicado originalmente na revista The Spectator, em 27 de fevereiro de 1932, antes do autor lançar seu livro sobre Santo Tomás de Aquino.


Tradução: Rafael Carneiro Rocha

A dificuldade de falar sobre Santo Tomás de Aquino neste breve artigo é selecionar qual aspecto de sua mente multifacetada seria melhor para sugerir a dimensão ou a escala dela. Por causa do seu corpo opulento que carregava seu igualmente maciço cérebro, ele era chamado de “O boi”. É assim: qualquer tentativa de reduzir tamanha inteligência para um artigo de tablóide se parece com todas as piadas possíveis sobre um boi numa xícara de chá. Ele foi um dos dois ou três gigantes; um dos dois ou três maiores homens que já viveram; e eu não ficaria surpreso se ele realmente fosse, independentemente da santidade, o maior deles. Outra maneira de considerar Santo Tomás de Aquino com outros gigantes é assumir que a proporção varia de acordo com o que os outros homens são comparáveis ou não a ele. Não teremos uma escala de grandiosidade até constatar que poucas criaturas históricas poderiam rivalizar com o santo.

Assim, para começar, poderemos situá-lo no contexto da vida ordinária de seu tempo e narrar suas aventuras no meio dos contemporâneos dele. Sozinho, ele lançou uma luz sobre a história, a despeito da luz que lançara sobre a filosofia. Nascido em berço de ouro, não muito distante de Nápoles, quando este filho de um grande nobre de Aquino revelou seu desejo de se tornar monge, pareceria, de acordo com aquela época, que tudo seria facilitado para ele. Uma figura influente poderia ser admirada, com decoro, na hoje antiga rotina dos beneditinos; como o filho mais novo de um escudeiro teria se tornado um pároco daquelas redondezas. Mas o mundo de então havia sido pisoteado em todos os seus caminhos por uma revolução religiosa. Quando o jovem Tomás insistiu em se tornar um dominicano – um frade vagante e pedinte – seus irmãos se utilizaram de táticas como perseguição, sequestro e silêncio no cárcere. Era como se o filho de um latifundiário se tornasse um cigano ou um comunista. Contudo, ele conseguiu se tornar frade e o discípulo preferido do grande Santo Alberto Magno (1). Em seguida, se estabeleceu em Paris, onde foi um proeminente defensor das ordens mendicantes (2) que surgiam em Sorbonne e onde quer que fosse. Adiante, ele se encontrou no cerne da controvérsia sobre Averróis (3) e Aristóteles, que refletiu na reconciliação entre a fé cristã e a filosofia pagã. Mesmo em sua vida social, as preocupações de espírito lhe ocupavam muito. Homem grande, corpulento, manso e bem-humorado, às vezes era dado a transes. Durante um jantar com São Luís (4), o rei francês, Santo Tomás ensimesmou-se de tal forma que, subitamente, bateu na mesa com o punho e bradou: “Isto vai liquidar os maniqueus!” O rei, com a fineza irônica e inocente, pediu para um serviçal anotar o raciocínio de Santo Tomás, para que as palavras não fossem esquecidas.

Então, ele poderia ser comparado com santos e teólogos mais místicos do que dogmáticos. Como homem sensato, Santo Tomás era místico privadamente e, em público, um filósofo. Tudo bem que ele tinha “experiência religiosa”; mas ele não pedia, à maneira moderna, que outras pessoas racionalizassem sua experiência. Sua vivência religiosa incluía casos bem comprovados de levitação em êxtase; e uma aparição da Santíssima Virgem, que o confortou com a ótima notícia de que ele nunca se tornaria um bispo. Similarmente, poderíamos comparar a filosofia tomista com outras, nos aspectos em que se diferenciava de Escoto (5) ou São Boaventura (6). Mas não há espaço para distinções aqui, além de uma genérica: que Santo Tomás tende relativamente para o racional, enquanto os outros se aproximam do místico, ou poderíamos dizer, romântico. Em qualquer caso, é certo que nunca houve um teólogo maior, e provavelmente, nunca um santo tão grandioso. Porém, afirmar que ele era maior do que São Domingos ou São Francisco não sinalizaria (no sentido que pretendemos) para o quão grande ele foi.

Para entender a sua importância, devemos opor Santo Tomás a duas ou três possibilidades de credos cósmicos: ele é todo o intelecto cristão falando ao paganismo ou ao pessimismo. Ele argumenta ao longo dos tempos com Platão ou com Buda; e tem sempre o melhor raciocínio. Sua mente era tão vasta e suas conexões tão bonitas que sugeri-la seria discutir um milhão de coisas. Mas talvez a melhor simplificação seja esta: São Tomás confronta outros credos do bem e do mal, sem negar todo o mal com uma teoria de dois níveis de bondade. A ordem sobrenatural é o bem supremo, como para qualquer mística oriental; mas a ordem natural é boa,  tão solidamente boa como é para qualquer transeunte das cidades. Isto é o que “liquida os maniqueus”. A fé é maior do que a razão, mas a razão é maior do que qualquer outra coisa, e tem direito supremo em seu próprio domínio. Isto é o que antecipa e responde o clamor antirracional de Lutero e dos outros; como um poeta pagão me disse certa vez: “A Reforma aconteceu porque as pessoas não tiveram cérebro para entender Aquino”. a Igreja é mais imortalmente importante do que o Estado, mas por tudo, o Estado tem os seus direitos. Esta dualidade cristã sempre esteve implícita, assim como a distinção de Cristo entre Deus e César, ou a diferença dogmática entre as naturezas de Cristo. Mas Santo Tomás tem a glória de ter apanhado a duplicidade como indício de milhares de coisas; e assim forjou o único credo em que os santos podem ser sãos. Talvez ele apresenta, principalmente para o mundo moderno, o único credo em que os poetas podem ser sãos. Por agora não há ninguém para liquidar os maniqueus; e toda a cultura está infectada com um senso vago e imundo de que a natureza e todas as coisas atrás e debaixo de nós são más, e que só há glórias para os elevados eruditos. Santo Tomás exaltou a Deus sem diminuir o homem, e exaltou o homem sem rebaixar a Natureza. Desse modo, ele fez um cosmos do senso comum e a vientum terra, a terra dos vivos. Sua filosofia, assim como a sua filosofia, é do senso comum. Não se tortura o cérebro com desesperadas tentativas de explicar a existência, explicando-a. Os primeiros passos da mente tomista são os primeiros passos de qualquer mente honesta; assim como as primeiras virtudes de seu credo podem ser de qualquer camponês de boa vontade. Ele, que combinou tantas coisas, combinou também a sutileza intelectual e a simplicidade espiritual.

O sacerdote que compareceu ao leito de morte deste Titã da energia intelectual, cujo cérebro tinha devassado as raízes do mundo, perfurado cada estrela e caminhado por todo o universo do pensamento e até do ceticismo, disse que, ao ouvir a confissão do moribundo, imaginou de repente que ouvia a primeira confissão de uma criança de cinco anos.

Notas do tradutor:
(1) Doutor da Igreja, também conhecido como Alberto de Colônia, morreu em 1280. Foi pioneiro nos estudos de Aristóteles aplicados ao pensamento cristão e se dedicou a diversas ciências, como agricultura, física, mineração, navegação e química. 
(2) Os frades e as freiras das ordens mendicantes, como os agostinianos e os carmelitas, vivem em comunidades fechadas, mas tem apostolado vagante em serviço aos pobres. São Francisco de Assis e São Domingos são exemplos importantes de fundadores de ordens mendicantes, os franciscanos e dominicanos.
(3) Os árabes contribuíram para a redescoberta de Aristóteles na Europa medieval. O filósofo muçulmano Abu al-Walid Muhammad Ibn Ahmad Ibn Munhammad Ibn Ruchd, ou na denominação latina Averróis, foi um dos grandes estudiosos do grego naquela época. Porém, apesar de ter inspirado Santo Tomás, Averróis, que viveu um século antes dele, defendia teses que se chocavam com o pensamento cristão. Em sua teoria da dupla verdade, a alma é imortal e o mundo é criado (de acordo com a fé), e a alma é corruptível e o mundo é eterno (de acordo com a razão). Santo Tomás de Aquino, firme na tese agostiniana de que a verdade é única, se opunha ao naturalismo racional de Averróis.
(4) São Luís da França foi rei dos doze anos até o fim de sua vida, em 1270. É considerado um monarca cristão ideal, cuja aura de santidade afetou as épocas vindouras. Diversas insituições e locais ao redor do mundo recebem o seu nome.
(5) Beatificado em 1993 pelo Papa João Paulo II, Duns Scot (ou Scotus) se posicionava contrário à filosofia de Santo Tomás de Aquino.  Conhecido como o “Doutor Sutil”, ele sustentava a separação entre a fé e a razão. Viveu de 1265 a 1308.
(6) São Boaventura (1221-1274), contemporâneo de Santo Tomás de Aquino, foi eleito ministro-geral dos franciscanos. Assim como Escoto, sua filosofia tinha matiz agostiniana e confrontava o aristotelismo.