O FILÓSOFO E O
BARQUEIRO
Um barqueiro
transportava um filósofo em sua barca.
Durante a travessia,
disse o filósofo ao barqueiro:
- Então, meu velho,
você sabe alguma coisa?
- Eu? Sei remar e
nadar.
- Não sabe filosofia?
- Nunca ouvi falar
disso.
- Não sabe astronomia?
- Não, senhor.
- Não conhece a
gramática?
- Também não, senhor.
E assim foi o filósofo
perguntando muitas coisas e o barqueiro respondendo:
- Não sei nada disso.
- Pois, assim, você
perdeu a metade da vida, acrescentou o filósofo.
Nisso, distraídos pela
conversa, deram contra um rochedo, partiu-se a barca e os dois naufragaram... O
barqueiro, nadando, alcançou a margem; ao passo que o filósofo se afogava.
O barqueiro,
malicioso, gritou-lhe:
- Senhor filósofo, não
sabe nadar?
- Não.
- Ah! não sabe? Então
o sr. é um infeliz; perdeu a vida inteira. Suas astronomias e filosofias não
lhe servem para nada.
Isto mesmo se pode
dizer dos que sabem tudo deste mundo, menos a doutrina cristã, pois: A ciência
mais apreciada é que o homem bem acabe: porque, no fim da jornada, aquele que
se salva sabe, e o que não, não sabe nada.
O SOLDADO E O OVO
A pessoa que sabe
sofrer com paciência é semelhante a um anjo.
Conta Spirago que, num
hospital servido por Irmãs de Caridade, achava-se um soldado em tratamento.
Certo dia pediu lhe trouxessem um ovo cozido. Poucos instantes após uma das
Irmãs servia ao enfermo o ovo cozido; mas aquele indivíduo, querendo, ao que
parece, provar a paciência da religiosa, rejeitou o ovo bruscamente, dizendo:
- Está duro demais.
Retirou-se a Irmã em
silêncio e, depois de alguns minutos, trouxe outro ovo; mas o doente rejeitou-o
de novo, alegando:
- Está mole demais.
Sem mostrar o menor
indício de impaciência, foi a Irmã, pela terceira vez, à copa e trouxe ao
soldado um vaso com água fervente e um ovo fresco e disse-lhe com toda calma:
- Aqui tem o senhor
tudo que é necessário; prepare o ovo do modo que lhe agradar.
Essa paciência
inalterável da boa Religiosa causou ao soldado tal impressão, que não pôde
deixar de exclamar:
- Agora compreendo que
há um Deus no céu, uma vez que há tais anjos na terra.
Por aí se vê que pela
paciência se pode fazer um grande bem ao próximo.
(Tesouro de Exemplos,
Pe. Francisco Alves, Editora Vozes (quando ainda católica!)).
Fonte: Blog do Angueth
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