São Carlos nasceu em Arona (Lombardia Itália) - uma comunidade italiana na província de
Novara, no Piemonte 2 de outubro de 1538 é filho do Conde Gilberto
Borromeu e de Margarete de Medici, irmã do Papa Pio IV (1559-1656), do qual era
sobrinho.Carlos recebeu ótima formação humana e cristã, de forma que estudou na
Universidade de Pavia e destacou-se pela facilidade de administrar e tratar as
pessoas. Chamado a Roma, pelo tio Papa, São Carlos mesmo antes de receber os
Sacramentos da Ordem, aceitou a nomeação e responsabilidades de Cardeal e Arcebispo
de Milão, num tempo em que a Igreja abria-se para sua renovação interna.
Bispo
que tornou-se para a Igreja um modelo de pastor e caridade, já que se consumiu
por inteiro pela guarda e salvação das almas. Ele, logo após ter auxiliado o
Papa e tê-lo motivado para colocar em prática todo o inspirado conteúdo do
Concílio de Trento (1545-1563), assumiu com todo o ardor a missão de obedecer
as decisões que levaram à contra-reforma, o qual respondia as necessidades da
Igreja daquela época, e também levar a todos os fiéis da diocese de Milão para
o Cristo. Determinado, foi o primeiro bispo a fundar seminários para a formação
dos futuros padres; promoveu sínodos diocesanos; abundou os escritos
catequéticos e conhecimento da doutrina católica; impulsionou a boa empresa e
assistiu com seu zelo e apostolado santo toda a sua região além de ajudar na
Evangelização de outras áreas da Europa, desta maneira deu sua vida a Deus
gastando-se totalmente pelo bem dos outros e da Igreja construiu hospitais e
destinou as riquezas de família ao serviço dos pobres; defendeu os direitos da
Igreja contra os poderosos; renovou a vida religiosa e instituiu uma nova
Congregação de sacerdotes seculares, os Oblatos.
Seu lema consistia em
uma só palavra: "Humilitas". “A humildade o impulsionou, como o
Senhor Jesus, a renunciar a si mesmo para fazer-se servo de todos”. Sentindo-se
atraído pela vida contemplativa, pensou em renunciar à arquidiocese. Mas seu
amigo o Venerável Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga,
dissuadiu-o dessa ideia, convencendo-o de que, naquele século em que o alto
Clero tantas vezes dava mau exemplo, seria melhor que ele, altamente colocado
na escala social e ademais sobrinho de um Papa, desse o bom exemplo de vida
santa como arcebispo. Foi o que fez São Carlos Borromeu, modelo perfeito de
pastor de almas zeloso, que aplicou em Milão as reformas ordenadas pelo
Concílio de Trento.
Um capítulo à parte
deve ser dedicado à relíquia do Santo Prego [um dos pregos da Cruz de Jesus],
que, segundo a tradição, Ambrósio recebeu de Teodósio e foi guardada na
Catedral pale o cristã de Santa Tecla (na oração fúnebre em sufrágio do
imperador, o próprio Ambrósio menciona a relíquia). Quando Borromeu entrou no
Domo, a relíquia estava no ponto mais alto do coro, a mais de trinta metros de
altura; fazia vinte e cinco anos que ninguém a descia para expô-la à veneração
dos fiéis. Em 1566, Carlos providenciou uma primeira reforma, recomendando que
“se limpe diligentemente a lamparina do Prego, todas as semanas” (para
Borromeu, os detalhes eram tudo...).
Em 1576, com Milão subjugada pela peste, o
arcebispo convocou três procissões públicas para implorar o fim do flagelo, as
quais ele mesmo guiou, descalço e com uma corda amarrada ao pescoço, conduzindo
a relíquia pela cidade. “Fez com que o Santo Prego”, anota o fidelíssimo bispo
e biógrafo Carlo Bescapé, “fosse descido por sacerdotes elevados até o alto por
certas máquinas, e o levou em procissão, inserido para a ocasião numa grande
cruz [que ainda podemos ver, no quinto altar da nave esquerda, ndr.], em meio à
grandiosa reverência de todo o povo”. Em 3 de outubro, uma terça-feira,
percorreu-se o caminho até Santo Ambrósio; na quinta-feira, 5, até a Basílica dos
Santos Apóstolos e Nazário Maior; sábado, 6, até Santa Maria de São Celso. Foi
um evento épico, que ficou impresso na memória da cidade, imortalizado por mil
imagens e revocações: um bispo que participa e compartilha o destino de seu
povo e o chama a um ato de esperança. “E o resultado foi tão feliz”, escreve o
mesmo Bescapé, “que, em tão grande multidão de pessoas, não apenas ninguém caiu
pelas ruas, mas nem ao menos ocorreu nada que provocasse um aumento do contágio
da peste”.
São Carlos Borromeu, rogai por nós.
Fonte: Escravas de Maria
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