sábado, 31 de maio de 2014

31 de Maio - Nossa senhora Rainha (Coroação de Nossa Senhora)


Rainha do Céu e da Terra
Rainha dos Anjos e do Homens


A encíclica Ad Caeli Reginam (Rainha do Céu), do Papa Pio XII, de 11 de outubro de 1954 trata sobre a Realeza de Maria e a instituição da Festa de Nossa Senhora Rainha, celebrada a cada dia 31 de maio com o costume de coroar-se a imagem da Virgem e da recitação pública da Consagração do Gênero Humano ao Imaculado Coração de Maria.Na mesma encíclica o Papa Pio XII escreveu: “Maria é Rainha não só por ser a Mãe de Deus, mas também por ter sido associada, pela vontade de Deus, a Jesus Cristo na obra da salvação. Isenta de qualquer culpa pessoal ou hereditária, e sempre estreitissimamente unida ao Filho, ela o ofereceu no Calvário ao Eterno Pai, sacrificando seu amor de mãe em benefício de toda a humanidade manchada pelo pecado.

Por isso, assim como Jesus é Rei não só por ser o Filho de Deus, mas também por ser o nosso Redentor, assim pode-se afirmar que Maria é Rainha não só por ser a Mãe de Deus, mas também porque se associou a Cristo na redenção do gênero humano. "Maria participa da dignidade real - ensina Pio XII - porque desta união com Cristo Rei deriva para ela tão esplendente sublimidade, que supera a excelência de todas as coisas criadas.


Desta mesma união com Cristo nasce aquele poder real, pelo qual ela pode dispor dos tesouros do Reino do Redentor divino". O Reino de Maria é vasto como o de seu Filho, porque nada se exclui de seu domínio.”


sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ó Doce Virgem Maria




CAPÍTULO X

Ó DOCE VIRGEM MARIA


É suave na vida e na morte o nome de Maria


1-      O nome de Maria vem do céu

O sublime nome de Maria não foi encontrado na terra, nem inventado pelo entendimento ou arbítrio dos homens, como se dá com os outros nomes. Veio de Deus e foi-lhe imposto por ordem divina, como o atestam S. Jerônimo, S. Epifânio, S. Antonino e outros. Diz Ricardo de S. Lourenço: A Santíssima Trindade vos conferiu este nome, ó Maria, que é superior a todo o nome, depois do nome do vosso Filho; ela enriqueceu-o de tanto poder e majestade, que ao proferi-lo quer que se dobrem os joelhos dos que estão no céu, na terra e no inferno. Vários privilégios outorgou o Senhor ao nome de Maria. Consideremos apenas um entre todos os demais: quanto Deus o fez suave na vida e na morte aos servos dessa Santíssima Senhora.

2-     O nome de Maria é suave na vida

Honório, santo anacoreta, dizia que o nome de Maria é cheio de divina doçura, e o glorioso S. Antônio de Pádua nele achava tanta doçura como S. Bernardino no de Jesus. O nome da Virgem Mãe, repetia ele, é alegria para o coração, mel para a boca, melodia para o ouvido de seus devotos. Muito grande era a doçura que achava nesse nome o venerável Juvenal, Bispo de Saluzzo, lê-se em sua vida que se lhe notava nos traços do rosto a sensível doçura, que lhe ficara nos lábios, sempre que pronunciava o nome de Maria. Coisa idêntica sabe-se de uma senhora de Colônia, a qual contou ao Bispo Marsílio sentir sempre um sabor mais doce que o mel toda vez que pronunciava o nome da Virgem Santíssima. E, repetindo-o devotamente, o bispo experimentou a mesma doçura. No momento da Assunção da Senhora três vezes perguntaram-lhe os anjos pelo nome: Quem é esta que sobe pelo deserto, como uma varinha de fumo composta de mirra e de incenso? (Ct 3,6). Quem é esta que vai caminhando como a aurora quando se levanta? (6,9). Quem é esta que sobe do deserto inundando delícias? (8,5). E para que lhe indagam com tanta insistência o nome? Pergunta Ricardo de s. Lourenço. É para terem o prazer de ouvi-lo mais vezes, tão suavemente lhes soava aos ouvidos.

Mas eu não falo aqui dessa doçura sensível, porque esta não se concede comumente a todos. Falo dessa salutar doçura de conforto, de amor, de alegria, de confiança e de fortaleza, que este nome de Maria ordinariamente dá àqueles que o pronunciam com devoção. Na opinião de Franco, abade, é esse nome tão rico de bênçãos que, depois do nome de Jesus, nem no céu nem na terra outro se profere e do qual as almas devotas recebam tanta graça, tanta esperança, nem tanta doçura. Porque, continua ele, o nome de Maria contém em si uma virtude tão admirável, tão doce e tão divina, que deixe nos corações amigos de Deus um odor de santa suavidade. Sempre nele encontram novos encantos os servos de Maria, e essa é a coisa mais maravilhosa deste nome. Embora o pronunciem e ouçam pronunciar mil vezes, sempre saboreiam a mesma doçura. Assim concluiu Franco.

Dessa doçura fala também o Beato Henrique Suso. Em o pronunciando, sentia-se animado de grande confiança e todo o possuído de jubiloso amor. Mal o podia proferir por entre lágrimas de alegria. Desejava então que o coração lhe viesse parar nos lábios por causa da suavidade desse nome, que semelhante a um favo de mel se liquefazia no fundo de sua alma.

Abrasado em amor, assim falava ternamente S. Bernardo à sua bondosa Mãe: Ó excelsa, ó bondosa e veneranda Virgem Maria! Como é vosso nome tão cheio de doçura e de amabilidade! Ninguém o pode proferir, sem que se veja abrasado de amor para com Deus e para convosco. Perpasse ele pela mente dos que vos amam , e eis o quanto basta para consolá-los e incitá-los a vos amarem cada vez mais. As riquezas consolam os pobres porque os aliviam de suas misérias, diz Ricardo de S. Lourenço; porém, sem comparação, mais nos consola vosso nome, ó Maria, e muito mais alivia das angústias desta vida, do que todas as riquezas da terra.

Dilma decidiu extinguir a democracia por decreto. É golpe!





Atenção, leitores!

Seus direitos, neste exato momento, estão sendo roubados, solapados, diminuídos. A menos que você seja um membro do MTST, do MST, de uma dessas siglas que optaram pela truculência como forma de expressão política.

De mansinho, o PT e a presidente Dilma Rousseff resolveram instalar no país a ditadura petista por decreto. Leiam o conteúdo do decreto 8.243, de 23 de maio deste ano, que cria uma tal “Política Nacional de Participação Social” e um certo “Sistema Nacional de Participação Social”. O Estadão escreve nesta quinta um excelente editorial a respeito. Trata-se de um texto escandalosamente inconstitucional, que afronta o fundamento da igualdade perante a lei, que fere o princípio da representação democrática e cria uma categoria de aristocratas com poderes acima dos outros cidadãos: a dos membros de “movimentos sociais”.

O que faz o decreto da digníssima presidente? Em primeiro lugar, define o que é “sociedade civil” em vários incisos do Artigo 2º. Logo o inciso I é uma graça, a saber: “I – sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”.

Duas boas notícias para o Brasil




Duas boas notícias para o Brasil.


          1)      O Plano Nacional de Educação, que dará as diretrizes para a edução no país para o decênio 2011-2020, foi aprovado ontem, no Plenário da Câmara, sem a malfadada ideologia de gênero. Deo gratias!

       2) Palavras do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ): “Ontem (27), recebendo o ministro da Saúde na Liderança do PMDB, alertei que estava ingressando na Câmara dos Deputados com um projeto de decreto legislativo para revogar a portaria 415 do ministério. Alertei a ele que pelos termos da portaria ela estaria legalizando o aborto ilegal. Nesta quarta (28), o ministro me procurou para comunicar que estudou a portaria editada por uma secretaria do Ministério e entendeu que havia falhas. Logo resolveu revoga-lá para melhor estudá-la. Quero deixar aqui registrado o agradecimento ao ministro pela compreensão do tema e pela decisão tomada de revogação da portaria 415. Certamente, após estudá-la, ele deverá apresentar alguma nova proposta ou nova portaria nos estritos termos da legislação vigente.”


        Ou seja, a “portaria dos R$ 443,40″ deverá ser revogada (promessa que o deputado Eduardo Cunha deverá acompanhar). Cabe agora batalharmos pela revogação da Lei Cavalo de Troia, pois ele é um dos dispositivos que, tortuosamente, permitem a redação desse tipo de porcaria portaria.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

A cruz do bom ladrão.




A cruz do bom ladrão.


Salomão diz que tudo o que se passa neste mundo é nada e aflição de espírito. Ninguém há neste mundo que possa evitar a cruz e os sofrimentos; mas os ímpios e pecadores estão ligados à cruz e às tribulações contra vontade; e por sua impaciência tornam essas cruzes inúteis; têm sentimentos de estima de si mesmos semelhantes aos do mau ladrão; por este meio unem as suas cruzes às deste malvado e os seus prêmios serão iguais.

O bom ladrão transformou sua má cruz na cruz de Jesus Cristo. Certamente os trabalhos, as injúrias, as tribulações, que recebemos são cruzes de ladrão e merecemo-las, devemos pois dizer humildemente, como o bom ladrão: "Recebemos em nossos sofrimentos a que merecemos por nossos pecados." É assim que por nossa humildade transformaremos a cruz de ladrão em cruz de cristão verdadeiro. Unamos, pois com o bom ladrão, a nossa cruz de pecador a cruz daquele que nos salvou; e por esta amorosa e devota união dos nossos sofrimentos e à Jesus Cristo, entraremos como o bom ladrão na sua amizade e no paraíso.

(São Francisco de Sales) 

FONTE: São Pio V

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ó Clemente, ó Piedosa




CAPÍTULO IX

Ó CLEMENTE, Ó PIEDOSA

Da grande clemência e piedade de Maria.


1-      Maria é toda clemência e bondade

O autor dos discursos sobre a Salve Rainha diz que Maia é a terra prometida pelo Senhor, na qual manava leite e mel. Quer assim mostrar-nos de modo bem intuitivo a grande bondade dessa Rainha para conosco, miseráveis e deserdados. S. João acrescenta que Maria tem entranhas de tanta misericórdia, que merece ser chamada não só misericordiosa, mas a própria misericórdia. Por causa dos infelizes foi Maria constituída Mãe de Deus e colocada para lhes dispensar misericórdia, ensina-nos S. Boaventura. Consideram em seguida a imensa solicitude que ela tem para todos os miseráveis, bem como a sua grande bondade que acima de tudo deseja socorrer os necessitados. Essa consideração leva o santo a dizer: Quando olho para vós, ó Maria, parece-me não ver mais a divina justiça, mas a divina misericórdia somente, da qual estais cheia. Em suma, seu amoroso coração não pode cessar um momento de ser misericordioso conosco.

E que outra coisa pode jorrar de uma fonte de piedade, senão piedade? Pergunta S. Bernardo. Por isso, Maria foi chamada “uma bela oliveira no campo” (Eclo 24,19). Como da oliveira só sai óleo, símbolo da misericórdia, também só graças e misericórdia destilam as mãos de Maria.

Temos por conseguinte, muita razão, para, com Luís da Ponte, chamá-la Mãe do óleo da misericórdia. Recorrendo, portanto, a essa Mãe para pedir-lhe o óleo da sua piedade, não podemos temer que no-lo recuse, como o negaram as virgens prudentes às loucas, dizendo-lhes: Para que não suceda faltar-nos ele a nós e a vós. Não; porque ela é muito rica desse óleo de piedade, previne Conrado de Saxônia. Eis a razão porque a Igreja lhe chama não só de prudente, mas de prudentíssima. Por aí compreendamos, diz Hugo de S. Vitor, que Maria é tão cheia de graça e de misericórdia, que tem como prover a todos, sem nunca ficar desprevenida.

domingo, 25 de maio de 2014

E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre.



CAPÍTULO VIII

E DEPOIS DESTE DESTERRO, MOSTRAI-NOS JESUS, BENDITO FRUTO DO VOSSO VENTRE.

I - Maria livra do inferno a seus devotos.

1-       Um verdadeiro devoto de Maria não se perde

É impossível que se perca um devoto de Maria, que fielmente a serve e a ela se encomenda. À primeira vista talvez pareça um tanto ousada esta preposição. Antes, porém, que seja rejeitado peço se leia o que a respeito eu vou apresentar.

Afirmo que é impossível perder-se um devoto da Mãe de Deus. Não me refiro àqueles que abusam dessa devoção para pecarem com menos temor. Desaprovam alguns que muito se celebrem as misericórdias de Maria para com os pecadores, dizendo que estes dela abusam para mais pecarem. Mas, injustamente, o desaprovam. Pois esses presumidos, por esta sua temerária confiança, merecem castigo e não misericórdia.

Falo tão somente daqueles devotos de Maria que, ao desejo de emenda, unem a perseverança em obsequiá-la. Quanto a estes repito, é moralmente impossível que se percam. O mesmo afirma o Padre Casset em seu livro sobre “A verdadeira devoção à Virgem Maria”. E antes já o afirmaram Vega em sua Teologia Mariana, Mendoza e outros teólogos. Que não falaram irrefletidamente, vê-lo-emos pelas afirmações dos Doutores e dos santos. Ninguém se admire à vista de tantas sentenças uniformes dos autores. Quis referi-las todas, a fim de provar o acordo geral dos escritores sobre este ponto.


2-     A devoção a Maria é penhor de eterna bem-aventurança

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A nós volvei esses vossos olhos misericordiosos




            A NÓS VOLVEI ESSES VOSSOS OLHOS MISERICORDIOSOS

Tem Maria olhos compassivos sobre nós para aliviar nossas misérias.


3- Para todos é Maria um trono de misericórdia.


Predissera o profeta Isaías que pela grande obra da redenção nos devia ser preparado um sólio de misericórdia. “E será estabelecido um sólio em misericórdia” (16,5). Mas qual é esse sólio? É Maria, na qual acham confortos de misericórdia, não só os justos, mas também os pecadores, responde Conrado de Saxônia. Assim, como o Salvador é cheio de piedade, também o é Nossa Senhora; à semelhança do Filho, a Mãe nada pode recusar a quem a chama em seu socorro. Guerrico, Abade, faz Jesus dizer a Maria: Minha Mãe, em vós quero colocar a sede do meu reino e por intermédio vosso hei de espalhar as graças que me forem solicitadas. Vós me destes o ser humano, e eu vos darei ter parte em minha onipotência, com a qual possais ajudar e salvar a quem quiserdes.

Com grande afeto dirigia S. Gertrudes certa vez as sobreditas palavras à Virgem Santíssima: A nós volvei esses vossos olhos misericordiosos. Apareceu-lhe então a Senhora com o Menino Jesus nos braços e, mostrando-lhe os olhos de seu divino Filho, disse: São estes os olhos misericordiosos que posso inclinar, a fim de salvar todos aqueles que me invocam.

Chorando uma vez um pecador diante de uma imagem de Maria, e pedindo-lhe que lhe alcançasse de Deus o perdão de seus pecados, viu a bem aventurada Virgem voltar-se para o Menino que tinha nos braços e lhe dizer: Filho, perder-se-ão estas lágrimas? Reconheceu o infeliz que Jesus Cristo lhe concedera o perdão.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

22 de Maio - Santa Rita de Cássia




Santa Rita nasceu no ano de 1381, na província de Umbria, Itália, exatamente na cidade de Cássia. Rita, ainda na infância, manifestou sua vocação religiosa. Diferenciando-se das outras crianças, ao invés de brincar e aprontar as peraltices da idade preferia ficar isolada em seu quarto, rezando.

Para atender aos desejos de seus pais já idosos, Rita casou-se com um homem de nome Paulo Ferdinando, que, a princípio, parecia ser bom e responsável. Mas, com o passar do tempo, mostrou um caráter rude, tornando-se violento e agressivo. A tudo ela suportava com paciência e oração. Tinha certeza de que a penitência e a abnegação conseguiriam convertê-lo aos preceitos de amor a Cristo.

Um dia, Paulo, finalmente, se converteu sinceramente, tornando-se bom marido e pai. Entretanto suas atitudes passadas deixaram um rastro de inimizades, que culminaram com seu assassinato, trazendo grande dor e sofrimento ao coração de Rita.

Dedicou-se, então, aos dois filhos ainda pequenos, que na adolescência descobriram a verdadeira causa da morte do pai e resolveram vingá-lo, quando adultos. Rita tentou, em vão, impedir essa vingança. Desse modo, pediu a interferência de Deus para tirar tal ideia da cabeça dos filhos e que, se isso não fosse possível, os levasse para junto dele. Assim foi. Em menos de um ano, os dois filhos de Rita morreram, sem concretizar a vingança.

 Santa Rita ficou sozinha no mundo e decidiu dar um novo rumo à sua vida. Determinada, resolveu seguir a vocação revelada ainda na infância: tornar-se monja agostiniana. As duas primeiras investidas para ingressar na Ordem foram mal-sucedidas. Segundo a tradição, ela pediu de forma tão fervorosa a intervenção da graça divina que os seus santos de devoção, Agostinho, João Batista e Nicolau, apareceram e a conduziram para dentro dos portões do convento das monjas agostinianas. A partir desse milagre ela foi aceita.
 Ela se entregou, completamente, a uma vida de orações e penitências, com humildade e obediência total às regras agostinianas. Sua fé era tão intensa que na sua testa apareceu um espinho da coroa de Cristo, estigma que a acompanhou durante quatorze anos, mantido até o fim da vida em silencioso sofrimento dedicado à salvação da humanidade.

 Rita morreu em 1457, aos setenta e seis anos, em Cássia. Sua fama de santidade atravessou os muros do convento e muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão. Sua canonização foi assinada pelo papa Leão XIII em 1900.

Santa Rita de Cássia, rogai por nós.



Eia, pois, Advogada Nossa




CAPÍTULO VI

EIA, POIS, ADVOGADA NOSSA.

I – Maria é advogada poderosa para todos salvar


1-      Maria é toda poderosa junto de Deus.


Tão grande é o prestígio de uma mãe, que nunca pode tornar-se súdita de seu filho, ainda que seja monarca e tenha domínio sobre todas as pessoas do seu reino. É verdade, sentado agora à direita de Deus Pai, no céu, reina Jesus e tem supremo domínio sobre todas as criaturas e também sobre Maria. E o tem mesmo como homem, diz Santo Tomás, por causa da união hipostática com a pessoa do Verbo. Todavia, é também certo que nosso Redentor, quando vivia na terra, quis humilhar-se a ponto de ser submisso a Maria. “E lhes estava sujeito” (Lc 2, 51). Sim, desde que Jesus Cristo se dignou escolher Maria por Mãe, estava como Filho realmente obrigado a obedecer-lhe, diz S. Ambrósio. Os outros santos – reflete Ricardo de S. Lourenço – estavam unidos à vontade de Deus; mas teve Maria por ventura. Pois não só foi submissa à vontade de Deus, mas também o Senhor se submeteu à sua vontade. Das outras virgens diz-se que “seguem o Cordeiro por parte”. Porém, de Maria dizer se pode que o Cordeirinho de Deus a seguia, porque lhe foi submisso.

Daí, concluímos que são as súplicas de Maria eficacíssimas para obterem tudo quando ela pede, ainda que não possa dar ordens a seu Filho no céu. Pois os seus rogos sempre são rogos de Mãe. Tem Maria o grande privilégio de ser poderosíssima junto ao Filho, diz Conrado de Saxônia. E por quê? Justamente pela razão já apresentada, e que mais abaixo vamos  examinar minuciosamente: porque as súplicas de Maria são súplicas de Mãe. De onde as palavras de S. Pedro Damião: A Virgem consegue quanto quer, no céu como na terra; até aos desesperados pode dar esperança de salvação. O Santo chama o Redentor de altar de misericórdia, onde os pecadores obtém de Deus a graça do perdão. A ele, Jesus, dirige-se Maria quando quer obter-nos alguma graça. O filho tanto aprecia, porém, os rogos de sua Mãe e tanto deseja ser-lhe agradável, que sua intercessão mais afigura uma ordem do que uma prece, e ela parece antes uma Rainha do que uma serva, remata o santo. Assim quer Jesus honrar sua querida Mãe, que tanto o honrou em vida, prontamente concedendo-lhe tudo que pede ou deseja. Belamente o exprime S. Germano nas suas palavras dirigidas à Virgem: Sois onipotente, ó Mãe de Deus, para salvar os pecadores; não precisais de recomendação alguma diante de Deus, pois que sois a Mãe da verdadeira vida.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.




A VÓS SUSPIRAMOS, GEMENDO E CHORANDO NESTE VALE DE LÁGRIMAS.


I – Necessidade da intercessão de Maria para a nossa salvação.


1-      É muito salutar a intercessão dos santos

É a invocação e veneração dos santos, particularmente a de Maria, Rainha dos santos, uma prática não só lícita senão útil e santa. Pois procuramos por meio dela obter a graça divina. Esta verdade é de fé, estabelecida pelos Concílios contra os hereges que a condenam como injúria feita a Jesus Cristo, nosso único medianeiro. Mas de, depois da morte, um Jeremias reza por Jerusalém; se os anciãos do Apocalipse apresentam a Deus as orações dos santos; se um São Paulo promete a seus discípulos lembrar-se deles depois da morte; se S. Estevão intercede por seus perseguidores e um S. Paulo, por seus companheiros; se, em suma, podem os santos rogar por nós, por que não poderíamos nós, por nossa vez, rogar-lhes para que intercedam por nós? Às orações de seus discípulos recomenda-se S. Paulo: Irmãos, rezai por nós (1 Tes 5, 25). S. Tiago exorta-nos “que roguemos uns pelos outros” (5,16). Podemos por conseguinte fazer o mesmo.

Que seja Jesus Cristo único Mediador de justiça, a reconciliar-nos com Deus, pelos seus merecimentos, quem o nega? Não obstante isto, compraz-se Deus em conceder-nos suas graças pela intercessão dos santos e especialmente de Maria, sua Mãe, a quem tanto deseja Jesus ver amada e honrada.

Seria impiedade negar semelhante verdade. Quem ignora que a honra prestada às mães redunda em glória para os filhos? Os pais são as glórias dos filhos, lemos em Provérbios (17,6). Quem muito enaltece a mãe, não precisa ter receio de obscurecer a glória do filho. Pois quanto mais se honra a Mãe, tanto mais se louva o Filho, diz S. Bernardo. E observa S. Idelfonso: É tributada ao Filho e ao Rei toda a honra que se presta à Mãe e à Rainha. Ao mesmo tempo está fora de dúvida que pelos merecimentos de Jesus Cristo foi concedida a Maria a grande autoridade de ser medianeira da nossa salvação, não de justiça, mas de graça e de intercessão, como bem lhe chamou Conrado de Saxônia com o título de “fidelíssima medianeira de nossa salvação”. E S. Lourenço Justiniano pergunta: Como não ser toda cheia de graça, aquela que se tornou a escada do paraíso, a porta do céu e a verdadeira medianeira entre Deus e os homens?

Portanto, bem adverte Suárez: Quando suplicamos à Santíssima Virgem nos obtenha as graças, não é que desconfiemos da misericórdia divina, mas é muito antes porque desconfiamos da nossa própria indignidade. Recomendamo-nos, por isso, a Maria, para que supra sua dignidade a nossa miséria.


Ligório, Santo Afonso de. Glórias de Maria. 11º versão italiana. Editora Santuário.





terça-feira, 20 de maio de 2014

20 de Maio - São Bernardino de Sena

  


 Nasceu em Massa, perto de Siena, em 1380. Cedo perdeu os pais e sua educação foi confiada a uma tia, de nome Diana, mulher de grandes e sólidas virtudes. Menino, ainda, manifestou Bernardino uma predileção declarada pela oração, pela vida religiosa e pelo estudo. Grande era o amor que tinha à pureza do coração. Não dando maus exemplos aos companheiros, também não tolerava proferissem uma palavra sequer contra o pudor. Bastava-lhe a presença, para contê-los na linha. "Calados, aí vem Bernardino!", diziam interrompendo a conversa, pois sabiam que lhes importava uma repreensão. Um homem que se atrevera a dizer palavras obscenas em presença de Bernardino, dele recebeu um tapa no rosto, com a intimação de não continuar e proferir obscenidades. Contra um outro despudorado recrutou um bando de meninos, que a pedradas o perseguiam até fora da cidade.

Diana tinha uma filha muito piedosa, de nome Tobia. Bernardino de vez em quando a visitava com o fim de receber salutares instruções. Um dia, Bernardino confidenciou à tia que achava-se enamorado de uma donzela formosíssima e lhe faltaria paz e sossego se não a visitasse diariamente. A piedosa Diana, ao ouvir tal declaração, não pouco se assustou sem, porém, dar demonstração de desassossego. Para descobrir o segredo de Bernardino, observou-o atentamente e qual não foi a alegria e consolo quando soube que a querida de Bernardino era Maria Santíssima, a Virgem Imaculada, cuja imagem belíssima encontrava-se às portas da cidade.

Bernardino contava 20 anos, quando sua terra foi visitada pela peste, tendo com muita dedicação tratado dos doentes no hospital, serviço esse que perdurou quatro meses, quando se sentiu acometido por violenta febre. Reconvalesceu, porém, e foi morar num subúrbio de Siena, onde, com extremo fervor, dedicou-se às obras de caridade para conhecer a vontade de Deus, relativa à sua vocação. Após longo exame, decidiu-se pelo hábito de São Francisco e foi admitido na ordem. Em pouco tempo admitiu tal popularidade que era chamado o "Apóstolo da Itália".

domingo, 18 de maio de 2014

A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva




A VÓS BRADAMOS, OS DEGREDADOS FILHOS DE EVA

I – Da prontidão de Maria em socorrer os que a invocam.


1 – Maria ajuda em muitos apuros da vida

Como pobres filhos da infortunada Eva, somos réus da mesma culpa e condenados à mesma pena. Andamos errando por este vale de lágrimas, exilados de nossa pátria, chorando por tantas dores que nos afligem no corpo e no espírito. Feliz, porém, aquele que por entre tais misérias se dirige muitas vezes à consoladora do mundo, ao refúgio dos pecadores, à grande Mãe de Deus. Feliz quem a invoca e implora com devoção! Bem-aventurado o homem que me ouve e que vela todos os dias à entrada de minha casa (Pr 8, 34). Bem-aventurado, diz Maria, quem ouve meus conselhos e permanece constantemente à porta de minha misericórdia, invocando minha intercessão e meu auxílio.

A Santa Igreja bem a nós, seus filhos, ensina com quanto zelo e quanta confiança devemos recorrer sem cessar a esta nossa amorosa protetora. Pois é ordem sua que se lhe tribute um culto particular. Durante o ano celebra muitas festas em sua honra e prescreve que um dia da semana lhe seja dedicado. Exige também que, diariamente no Ofício Divino, todos os eclesiásticos e religiosos a invoquem em nome do povo cristão, e que três vezes ao dia, os fieis a saúdem ao toque das Ave-Marias.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Como Deus ama os santos, apesar de seus defeitos e imperfeições.




Todo o homem, por mais santo que seja, tem imperfeições, visto que foi feito do nada; de forma que não prejudicamos aos santos, se, ao narrarmos as suas virtudes, contamos também os seus pecados e imperfeições . Aqueles que ocultam os defeitos e faltas dos santos , com o pretexto de os honrar, fazem mal, porque não contam o princípio da sua conversão, com medo que diminua a estima em que temos a sua santidade. Todos os grandes santos, escrevendo as vidas de outros santos, narraram sempre as faltas e imperfeições, pensando, e com razão, dar nisto tanta glória a Deus e aos seus mesmos santos como narrando as suas virtudes.

O grande São Jerônimo, escrevendo em epitáfio, os louvores e as virtudes de Santa Paula, explica claramente as suas imperfeições, condenando com toda a lisura muitas das suas ações e sendo sempre claro e sincero ao escrever as suas virtudes e defeitos, pois sabia que uma coisa lhe era tão útil como a outra; porque vendo os defeitos dos santos e a sua vida, bastá-nos, para conhecermos a vontade de Deus, que lhes perdoou; e nos ensina a evitá-los e a fazer deles penitência como os santos fizeram, assim como lemos as suas virtudes para o imitar.

Quando os mundanos querem elogiar as pessoas que estimam, contam sempre as suas graças, virtudes, perfeições e excelências, dando-lhes todos os títulos e dignidades honrosas, procurando encobrir os seus  pecados e imperfeições, e esquecendo tudo o que os poderia tornar desprezíveis. Mas a Santa Igreja nossa mãe faz o contrário; porque embora ame muito os,  seus filhos, contudo, quanto os quer louvar e exaltar, conta exatamente os pecados que cometeram antes da conversão, para dar mais honra e glória á majestade d'Aquele que os santificou, fazendo brilhar sobre eles a sua infinita misericórdia, pela qual os levantou da sua miséria e pecados, enchendo-os de graça e dando-lhes o seu santo amor, afim de chegarem a santidade.

É fora de dúvida que a Igreja, contando e escrevendo os pecados dos santos, não tem intenção senão de nos mostrar que não quer que nos admiremos e aterremos com os pecados passados e as misérias presentes, contanto que tenhamos uma resolução firme e inabalável de pertencer a Deus, e de abraçar a perfeição, e todos os meios que nos podem adiantar no amor divino, fazendo com que esta resolução seja eficaz, e produza obras. As nossas misérias e fraquezas, em vez de nos aterrarem, devem-nos humilhar e lançar nos braços da misericórdia divina, que será tanto mais glorificada, quanto maiores forem as misérias, contanto que delas nos emendemos; o que devemos esperar mediante a graça de Nosso Senhor.

O grande São Crisóstomo, falando de São Paulo, louva-o o mais que pode e fala dele com tanta honra e estima, que é coisa admirável a narração das virtudes, graças, prerrogativas, excelências e perfeições de que Deus encheu a alma daquele santo apóstolo: mas, após isto, este mesmo Doutor, para mostrar que essas graças não vêm dele mas da infinita bondade de Deus, fala também dos seus defeitos, e narra com exatidão os seus pecados e imperfeições.

Vede, diz ele, como este grande perseguidor da Igreja, Deus fez um vaso de eleição, e como transformou este grande pecador, fazendo de um lobo uma ovelha; vede como encheu de graças a este ambicioso e iracundo, tornando-o tão submisso, que chega a dizer: "Senhor! Que vos agrada que eu faça?" E tão humilde que diz ser o menor dos apóstolos e o maior dos pecadores; que se faz tudo para todos, é para os ganhar para Jesus: "Quem está doente, diz ele, com o qual eu não esteja doente? Quem está triste, com o qual eu não me entristeça? Quem está alegre com o qual eu não me alegre também? Quem se escandaliza com que eu não me escandalize?" Os antigos Padres, ao contarem a vida dos santos, eram exatos em contar os pecados e faltas deles, para exaltarem e glorificarem a bondade divina, fazendo ver a eficácia da graça por cujo meio se converteram.

(São Francisco de Sales)

FONTE: São Pio V