São Clemente I, Papa da Igreja(89-97) ,também conhecido como
Clemente Romano(em latim, Clemens Romanus) , São Pedro, São Lino, foi
sucessor de Anacleto I (ou Cleto) e assim terceiro na sucessão do
Papado, nascido em Roma, de família hebraica. Autor da carta endereçada à Igreja
de Corinto pela Igreja de Roma uns do primeiro documento de literatura cristã,
e que chegou até nós; sua carta importantíssima para os reconciliar na paz,
renovar a sua fé e anunciar a tradição, que há pouco tempo tinha recebido dos
Apóstolos .
Portanto, poderíamos dizer que esta carta constitui o
primeiro exercício do Primado romano depois da morte de São Pedro. Carta a
Igreja de Corinto, contra as prática cometidas no templo de Artemis, que se
havia tornado um centro de degradação moral. Essa carta rezava uma convincente
censura à decadência desta Igreja, devida sobretudo afastamento da Tradição, às
lutas e invejas entre os fiéis, estabelecia normas precisas referentes à ordem
eclesiástica hierárquica (bispos, presbíteros, diáconos) e ao primado da Igreja
de Roma.
Afirmava também a superioridade do Pontífice Romano, sucessor de São
Pedro, com relação às outras Sés apostólicas. No seu pontificado ocorreu a
segunda perseguição aos cristãos e ele foi preso no reinado de Trajano.
Condenado a trabalhos forçados nas minas de cobre de Galípoli, converteu muitos
presos e por isso foi atirado ao mar com uma pedra amarrada ao pescoço,
tornando-se mais um mártir dos princípios da Cristandade. Papa de número 4,
morreu em Galípoli, e foi sucedido por Santo Evaristo (98-107).
São três carta a saber aos Coríntios.
Aqui segue em anexo
trechos finais da Terceira Carta do Papa São ClementeI
JUSTIFICAÇÃO E JUÍZO FINAL
XV.Quem salva e quem é salvo. Pois bem: não creio que haja
dado nenhum conselho depreciado a respeito da continência; não me arrependo do
que escrevi, pois quis salvar a outro e a mim, seu conselheiro. Porque é uma
grande recompensa aconselhar uma alma extraviada, próxima do perecimento, para
que possa ser salva. Esta é a recompensa que podemos dar a Deus, que nos criou,
se o que fala e escuta, por sua vez, fala e escuta com fé e amor. Portanto,
permaneçamos nas coisas que cremos, na justiça e santidade, para que possamos,
com confiança, pedir a Deus que diz: "Quando ainda estás falando, eis que
estou aqui contigo", porque estas palavras são a garantia de uma grande
promessa, pois o Senhor diz de si mesmo que está mais disposto a dar do que
pedir. Percebendo, pois,que somos participantes de uma bondade tão grande, não
andemos remisso sem obter tantas coisas boas, porque, assim como é grande o
prazer que proporcionam estas palavras aos que as escutam, assim será também a
condenação que acarretam sobre si mesmos aqueles que as desobedecem.
XVI. Preparação para o dia do julgamento. Portanto, irmãos,
sendo assim que a oportunidade que temos para o arrependimento não tem sido
pequena, já que tivemos tempo para ela, voltemo-nos para Deus, que nos chamou,
enquanto temos Alguém para nos receber. Porque, se nos desprendermos destes
gozos e vencer a nossa alma, recusando as concupiscências, seremos partícipes
da misericórdia de Jesus. Sabeis que o dia do juízo vem chegando, "como um
forno aceso, os poderes dos céus se dissolveram", e toda a terra se
derreterá como o chumbo levado ao fogo, e então se descobrirá os segredos das
obras ocultas dos homens. A esmola é coisa boa para se arrepender do pecado; o
jejum é melhor que a oração, mas a esmola é melhor que estes dois. O amor
cobrirá uma multidão de pecados, porém a oração feita em boa consciência
livrará da morte. Bem- aventurado o homem que tiver abundância destas coisas,
porque a esmola quitará o peso do pecado.
XVII. Arrependamo-nos, pois, de todo coração, para que
nenhum de nós pereça durante o caminho, pois se recebemos um mandamento de que
devemos também nos ocupar disto, afastando os homens de seus ídolos e
instruí-los, como é péssimo que uma alma que conhece a Deus venha a perecer!
Assim, ajudemo-nos uns aos outros, de modo que possamos guiar o débil até o
alto, abraçando o que for bom, a fim de que todos possam ser salvos; e
convertamo-nos e admoestamo-nos uns aos outros. E não pensemos em atentar e
crer somente agora, quando estamos sendo admoestados pelos presbíteros, mas
também quando partirmos para as nossas casas, recordemos os mandamentos do
Senhor e não permitamos ser arrastados para outro caminho por nossos desejos
mundanos. Assim mesmo, venhamos aqui com mais frequência e esforcemo-nos em
progredir nos mandamentos do Senhor, para que, unânimes, possamos ser reunidos
para a vida, pois o Senhor disse: "Venho para reunir todas as nações,
tribos e línguas". Ao dizer isto, fala do dia da sua aparição, quando vier
nos redimir, a cada segundo as suas obras. E os não crentes verão a Sua glória
e o Seu poder, e cairão assombrados ao ver o reino do mundo ser entregue a
Jesus; então dirão: "Ai de nós, porque Tu eras e nós não te conhecíamos e
não críamos em Ti; e não obedecemos aos presbíteros quando nos falaram da nossa
salvação". E "os vermes não morrerão e seu fogo não se apagará, e
servirão de exemplo para toda a carne". Está dito do dia do juízo, que os
homens verão aqueles que, entre vós, viveram vidas ímpias e tiveram obras
falsas quanto a os mandamentos de Jesus Cristo. Porém, os justos, tendo boas
obras e sofrido tormentos, bem como aborrecido os prazeres da alma, quando
contemplarem aos que têm obras más e negaram a Jesus com suas palavras e
sofrido tormentos, bem como aborrecido os prazeres da alma, quando contemplarem
aos que têm obras más e negaram a Jesus com suas palavras e atos, sendo
castigados com penosos tormentos e um fogo inextinguível, darão glória a Deus,
dizendo: "Há esperança para Aquele que serviu a Deus de todo coração"."Combati
o bom combate, terminei a corrida, mantive a fé." (II. Tim. 4,7).
Fonte: Escravas de Maria
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