Remédio Contra o Liberalismo:
Restaurar Tudo em Cristo
A Sã Teologia, também a de Santo Tomás
Além da sabedoria natural que é a sã filosofia, aquele que se queira preservar do liberalismo deverá conhecer a sabedoria sobrenatural, a teologia. Sabemos que a “teologia de Santo Tomás” é recomendada, entre todas, pela Igreja para se adquirir uma ciência profunda da ordem sobrenatural. Os Padres do Concilio de Trento quizeram que a Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino fosse colocada aberta bem no centro da Santa Assembléia, juntamente com o livro das Divinas Escrituras e os Decretos dos Supremos Pontífices, para extrair dela conselhos, razões, juízos (1). Seguindo Santo Tomás, o Concilio de Trento dissipou as primeira nuvens do naturalismo nascente.
Quem melhor do que Santo Tomás, mostrou que a ordem sobrenatural ultrapassa infinitamente as capacidades e as exigências da ordem natural? Ele nos mostra como Nosso Senhor por meio de seu sacrifício redentor, pela aplicação de seus méritos, elevou a natureza dos resgatados pela graça santificante, pelo batismo, pelos outros sacramentos, pelo Santo Sacrifício da Missa. Conhecendo bem esta teologia, aumentaremos em nós o "espírito de fé", ou seja a fé e as atitudes que correspondem a uma vida de fé.
Quando se tem uma verdadeira fé, têm-se gestos que dela resultam no culto divino. É exatamente o que reprovamos em toda. a reforma litúrgica: impõem atitudes que já não são atitudes de fé, impõem um culto naturalista e humanista. Temem fazer genuflexões, não querem manifestar a adoração que é devida a Deus, reduzem o sagrado ao profano. Os que têm contacto com a nova liturgia, sentem: dá a impressão de achatamento, que não eleva, que nela já não se encontram os mistérios.
É igualmente a sã teologia que fortificará em nós esta convicção de fé: Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus e a divindade de Nosso Senhor é a verdade central de nossa fé. Portanto serviremos a Nosso Senhor como Deus e não como um simples homem. Sem dúvida por sua humanidade Ele nos santificou, pela Graça Santificante que enche sua Santa Alma; isto determina o respeito infinito que devemos ter por sua Santa Humanidade. Mas atualmente o perigo é fazer de Nosso Senhor um simples homem, um homem extraordinário certamente, um super-homem, mas não o Filho de Deus. Pelo contrário, se é verdadeiramente Deus como a fé nos ensina, então tudo muda pois sendo assim Ele é Senhor de todas as coisas e tudo resulta de sua divindade. Assim todos os atributos que a teologia nos faz conhecer de Deus: sua onipotência, sua onipresença, sua causalidade permanente e suprema relativamente a todas as coisas a tudo o que existe já que Ele é a origem de todos os seres, tudo isto se aplica a Nosso Senhor Jesus Cristo. Tem portanto todo o poder sobre todas as coisas, por sua própria natureza é Rei, rei do universo e nenhuma criatura, indivíduo ou sociedade pode escapar a sua soberania, sua soberania de poder e sua soberania da Graça:
"...pois por Ele foram criadas todas as coisas nos céu.-, e na terra...todas as coisas foram criadas por Elo mesmo e em atenção a Ele mesmo...todas subsistem por Ele...pode (o Pai) reconciliar por Ele todas as coisas consigo, restabelecendo a paz entre o céu e a terra, por meio do sangue que derramou na cruz" (Co.I, 16-21).
Desta primeira verdade de fé, a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, segue-se a segunda: sua Realeza, e especialmente sua Realeza sobre as sociedades, a obediência quo devem ter as sociedades à Vontade de Jesus Cristo, a submissão que devem ter às leis civis com respeito à lei de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ainda mais, Nosso Senhor Jesus Cristo quer que as almas se salvem, indiretamente sem dúvida, mas eficazmente por uma sociedade civil cristã, plenamente submetida ao Evangelho e que se cumpra seu desígnio redentor, que seja o instrumento temporal dele. Então o que será mais justo e necessário do que as leis civis se submeterem às leis de Jesus Cristo e aprovarem a aplicação de penas aos transgressores de suas leis no domínio público e social? Precisamente a liberdade religiosa dos mações e do Vaticano II quer suprimir estas penalidades. Isto constitui a ruín.i da ordem social cristã! O que quer Nosso Senhor senão que seu sacrifício redentor vivifique a sociedade civil? O que é a civilização cristã, o que é a cristandade senão a encarnanação da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo na vida de toda uma sociedade? Eis aqui o que se chama o Reino Social de Nosso Senhor, a verdade que devemos propagar hoje com a maior força possível, frente ao liberalismo.
A segunda conseqüência da divindade de Jesus Cristo, é que sua Redenção não é facultativa para obter a vida eterna. E o Caminho, a Verdade e a Vida! E a porta:
"...Eu sou a porta das ovelhas. Até agora, os que vieram são ladrões e salteadores e assim as ovelhas não os escutaram. Eu sou a porta, quem por Mim entrar se salvará; entrará e sairá e encontrará pastos". (S.João, X, 7-9)
Ele é a única via de salvação para todos os homens:
"...fora dEle, não adianta procurar salvação em nenhum outro. Pois não foi dado aos homens outro nome debaixo do céu, pelo qual possamos nos salvar". (Act. IV,12).
E a verdade que deve ser hoje mais reafirmada, para fazer frente ao falso ecumenismo de essência liberal, que assegura haver valores de salvação em todas as religiões e procura desenvolvê-los. Se isto fosse verdade, para que os missionários? Precisamente porque não há salvação em nenhum outro culto que não seja Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja está animada com o espírito missionário, o espírito de conquista que é o próprio espírito da fé.
(1) Leão XIII, "Aeterni Patris".
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