Santa
Inês seu nome vem do grego, que significa pura. Ela pertenceu a uma família
romana e, segundo os costumes do seu tempo, foi cuidada por uma babá que só a
deixaria após o casamento.Aos 12 anos quando um pretendente se aproximou dela;
segundo a tradição, era filho do prefeito de Roma e estava encantado pela
beleza física de Inês. Mas sua beleza principal é aquela que não passa: a
comunhão com Deus. De maneira secreta, ela tinha feito uma descoberta
vocacional, era chamada a ser uma das virgens consagradas do Senhor; e fez este
compromisso. O jovem não sabia e, diante de tantas propostas, ela sempre dizia
'não'. Até que ele denunciou Inês para as autoridades, porque sob
o império de Diocleciano, era correr
risco de vida. Quem renunciasse Jesus ficava com a própria vida; caso
contrário, se tornava um mártir.
A maneira por que o juiz a tratou para conseguir que abandonasse a religião,
obedeceu ao programa costumeiro em tais ocasiões: elogios, desculpas,
galanteios e promessas. Experimentada a ineficácia destes recursos, entravam em
cena, imposições, ameaças, insultos, brutalidades. O juiz fez a Inês saborear
todos os recursos da força inquisitorial da justiça romana.
Santa Inês não se perturbou. Mesmo quando lhe mostraram os instrumentos de
tortura, cujo simples aspecto era bastante para causar espanto ao homem mais
forte, Inês os olhou com indiferença e desprezo. Arrastada com bruteza ao
lugar onde se achavam imagens de deuses e intimada a queimar incenso, a
donzela levantou as mãos puríssimas ao céu, para fazer o sinal da cruz. No auge
do furor, vendo baldados todos os esforços e posta a ridículo sua autoridade, o
juiz teve uma inspiração diabólica: de mandar a donzela a uma casa de pecado um
prostibulo. Santa Inês respondeu-lhe: “Nosso Senhor Jesus Cristo vela sobre a
pureza de sua esposa e não permitirá que lh’a roubem. Ele é meu defensor
e abrigo. Podes derramar o meu sangue. Nunca, porém, conseguirás profanar o meu
corpo, que é consagrado a Nosso Senhor Jesus Cristo”.
A ordem do juiz foi executada e daí a pouco Santa Inês se achava no lugar da
prostituição. Dos diversos rapazes que lá estavam, só um teve o atrevimento de
aproximar-se de Inês, com malignos intuitos. No momento, porém, em que ia
estender a mão contra ela, caiu por terra , como fulminado por um raio. Os
companheiros, tomados por um grande pavor, tiraram o corpo do infeliz e
levaram-no para outro lugar. Não estava morto, como todos supuseram no primeiro
momento, mas aos olhos faltou-lhes a luz.Santa Inês rezou sobre ele e a
cegueira desapareceu.
O juiz, profundamente humilhado com esta inesperada vitória da Santa, deu ordem
para que fosse decapitada.
Ao ouvir esta sentença, a alma de Santa Inês encheu-se de júbilo. Maior não
podia ser a satisfação e a alegria da jovem noiva, ao ver aproximar-se o dia
das núpcias, que o prazer que Santa Inês experimentou, quando ouviu dos lábios
do juiz o convite para as núpcias eternas com Nosso Senhor Jesus Cristo, seu
celeste esposo. O algoz tinha recebido ordem para, antes de executar a
sentença de morte, convidar a Inês para prestar obediência à intimação do juiz.
Feito pela última vez Inês com firmeza o rejeitou. Ajoelhando-se, inclinou a
cabeça, ao que
parecia
para prestar a Deus a última adoração aqui na terra, quando a espada do algoz
lhe deu o golpe de morte. Os circunstantes, vendo este triste e ao mesmo tempo
grandioso espetáculo, soluçavam alto.
Santa Inês completou o martírio aos 21 de janeiro de 304 ou 305. tendo apenas a
idade de 13 anos. No tempo do imperador Constantino foi construída em Roma uma
Igreja dedicada à gloriosa mártir.
Santa Inês é padroeira das Filhas de Maria, por causa da sua pureza Angélica.
Os jardineiros também a veneram como padroeira, por ser o modelo perfeito da
pureza, como Maria Santíssima, que é chamada “hortus conclusus”, horto fechado.
É padroeira dos noivos, por ter-se chamado esposa de Cristo. Do nome Inês
há duas interpretações, a grega e a latina. Inês em grego é Hagne, isto é, pura;
em latim, agna significa cordeirinho. Na Igreja latina prevaleceu esta
interpretação. Dois dias depois da sua morte, a mártir apareceu a seus pais,
acompanhada de um grupo de virgens, tendo ao seu lado um cordeirinho. Santo
Agostinho admitia as duas interpretações. “Santa Inês, diz ele, significa em
latim um cordeirinho e em grego, a pura”. – No dia da festa desta Santa, na sua
igreja em Roma são apresentados e bentos cordeirinhos, de cuja lã são
confeccionados os “palliums” dos Arcebispos.
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