(...) continuando..
Bicentenário da Revolução Francesa
1789-1989: duzentos anos faz deste acontecimento que marcou profundamente a história moderna e contemporânea.
Cerimônias oficiais se programam, passeios turísticos se organizam, para comemorar tal acontecimento e celebrar seus benefícios à humanidade. Mas será que houve realmente benefícios, ou esses apenas encobrem a terrível tragédia e desgraça que foi para
o mundo a Revolução Francesa?
Quando não nos contentamos apenas com as aparências e se estuda a fundo a Revolução Francesa, ficamos estupefatos diante do espírito demolidor, anti-cristão e satânico que animaram estes anos de 1789 a 1795. A Revolução foi um vasto empreendimento premeditado de descristianização e de hostilidade ao Reinado social de Cristo Rei e de sua Igreja. E os dois séculos que se seguiram continuaram esta obra nefasta: revolta contra Deus e contra os verdadeiros direitos do homem.
A Revolução Francesa não é uma mudança de regime, substituição do regime monárquico pelo regime republicano: tanto os revolucionários como os católicos estão de acordo em dizer que a Revolução de 1789 é outra coisa. Joseph de Maistre já dizia que a Revolução não foi um acontecimento mas uma época. Mons. Freppel a definia assim: “Ela é uma doutrina, ou, se se preferir, um conjunto de doutrinas, em matéria religiosa, filosófica, política, social. Eis o que lhe dá seu verdadeiro alcance e é sob este prisma que convém julgá-la em si mesma e na sua influência sobre a marcha da civilização”.
E qual é o essencial destas doutrinas? Responde o douto Mons. Gaume: “A Revolução é o ódio de toda ordem social que o homem não estabeleceu e na qual ele não é rei e deus ao mesmo tempo. Ela
é a proclamação dos direitos do homem sem preocupação com os direitos de Deus. É a fundação do estado religiosa e social sobre a vontade do homem no lugar da vontade de Deus. Ela é a
Revolução, quer dizer, destruição, desordem”.
Em outros termos, a Revolução é uma revolta contra Deus e contra Jesus Cristo. Em conseqüência, é revolta contra a Igreja, contra seus ministros, contra o Rei. Como disse o Cardeal Pie, ela tende “para uma completa secularização, isto é, para uma ruptura absoluta entre a sociedade leiga e o princípio cristão”.
Por isso, a Revolução Francesa assassinou o Rei, fechou as ordens monásticas, matou na guilhotina milhares de sacerdotes e cristãos e todos os que não aceitaram suas idéias revolucionárias (e tudo isso em nome da liberdade, igualdade e fraternidade!), profanou as igrejas, aboliu o culto católico e estabeleceu o culto da liberdade, da deusa Razão e dos direitos do homem.
E porque ela não foi apenas um acontecimento passado mas um certo estado de espírito, uma doutrina ainda presente nos espíritos e instituições, o combate continua ainda entre a verdadeira Igreja e a Revolução.
Texto extraído e adaptado do Livro '' Quer agrade, quer desagrade '' de Pe. Fernando Arêas Rifan.
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