domingo, 10 de junho de 2012

Comentários Eleison por Mons. Williamson – Número CCLVI (256)




AQUI ESTÁ A POSIÇÃO ÍNTEGRA DO SPES: NEM SEDEVACANTISMO,
NEM ADESISMO, E OPOSIÇÃO INTRANSIGENTE A UMA AUTORIDADE LIBERAL
QUE QUIS DEPOR E SEGUE DEPONDO A INFALIBILIDADE DOUTRINAL
SOB ASSISTÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO

Fala o Arcebispo

Até o Arcebispo Lefebvre finalmente se decidir a consagrar bispos para a Fraternidade São Pio X em junho de 1988, ele estava, como todos os católicos desde o Vaticano II, dividido entre a Verdade Católica e a Autoridade Católica que o Concílio, seguindo o mundo moderno, havia separado. No entanto, desde que ele tomou essa decisão, que claramente se provou ter sido a salvação da Tradição Católica, foi como se tudo em sua mente se houvesse encaixado, e ele nunca mais hesitou até a morte aproximadamente dois anos e meio depois.
Como exemplo de sua mente clara, eis aqui uma carta que ele escreveu em 18 de agosto de 1988 a Dom Tomás de Aquino, o jovem Prior do mosteiro no Brasil que havia sido fundado a partir do mosteiro beneditino tradicional no Sul da França, o Barroux, sob Dom Gérard. Infelizmente, nos dias da consagração em Écône, Dom Gerard havia rompido com a FSSPX com a finalidade de integrar seu mosteiro à Igreja Conciliar. Eis o que o Arcebispo escreveu a Dom Tomás:

    “Como lamento que tenha partido antes dos acontecimentos [i.e., defecção de Dom Gérard]. Teria sido mais fácil considerar a situação provocada pela decisão desastrosa de Dom Gérard.
Em sua declaração ele expõe o que lhe foi concedido e aceita pôr-se sob a obediência da Roma modernista, que permanece fundamentalmente antitradicional. Isto é o que fez que eu me afastasse. Ao mesmo tempo ele queria manter a amizade e o apoio dos tradicionalistas, o que é inconcebível. Ele nos acusa de resistir por resistir. Eu o avisei, mas sua decisão já fazia muito havia sido tomada, e ele não quis dar atenção a nossos conselhos.
As consequências são agora inevitáveis. Mas nós não teremos mais relações com o Barroux, e estamos aconselhando nossos fiéis a não apoiar mais uma obra que está, daqui por diante, nas mãos de nossos inimigos, os inimigos de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Seu Reinado Universal. As irmãs beneditinas (vinculadas ao Barroux) estão em grande angústia. Elas vieram ver-me. Dei a elas o conselho que lhe dou: permaneça livre e rejeite qualquer laço com esta Roma modernista.
Dom Gérard está usando todos os argumentos para paralisar a resistência. (-) O Pe. Tam lhe dirá o que eu não escrevi aqui. (-) Que Deus os abençoe a você e seu mosteiro. D. Marcel Lefebvre.”

     Após isso Dom Gérard visitou o mosteiro no Brasil para fazê-lo seguir para dentro da Nova Igreja, mas o jovem Dom Tomás manteve corajosamente sua posição e, desde então, sob sua direção, o mosteiro permaneceu tradicional. O que não aparece na carta acima é que o Arcebispo na realidade encorajou Dom Tomás a reunir os monges fiéis do Barroux para expulsar Dom Gérard!
Tal era a mente clara e a determinação do Arcebispo da consagração episcopal em diante. Quer-se agora saber como alguns de seus filhos querem pôr-se “sob a obediência da Roma modernista que permanece fundamentalmente antitradicional” ou sob um Papa subjetivista que não consegue entender a Tradição Católica. Tal é o poder da sedução, que aumenta o tempo todo, do mundo subjetivista que nos rodeia. A loucura do subjetivismo se tornou tão normal, tão difundida, que poucas pessoas a notam por muito tempo. “Nosso auxílio está no Nome do Senhor.”

Kyrie eleison. 


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