terça-feira, 6 de agosto de 2013

Comoção entre os tradicionalistas, que parecem os únicos réprobos em todo o mundo.


O Vaticano decidiu intervir na Congregação Religiosa dos Franciscanos da Imaculada. É um poder de Roma que nenhum católico pode negar. Quando a Igreja percebe desvios morais, disciplinares, teológicos, administrativos… deve aplicar, e às vezes aplica, as correções necessárias. E delegam a autoridade no Instituto a um encarregado a quem todos devem submeter-se como se fosse seu superior geral.
Os Franciscanos da Imaculada são uma cisão dos Franciscanos Conventuais ocorrida nos anos setenta do século passado e que, nestes dias de decadência das ordens e congregações religiosas, apresentam um crescimento notável. Afeitos a forma extraordinária da missa, ainda que não a mantenham com exclusividade, aparentemente eram um modelo de ortodoxia, piedade, pobreza, manutenção do hábito religioso, abundância de vocações… O que não estávamos acostumados a ver em muitos outros institutos regulares. Digo aparentemente porque não há registro de desvios. Se houver, não são conhecidos no momento.
Aceito sem problemas que haja alguma dificuldade interna para que Roma adote medidas tão drásticas. Mas muito surpreende que as resoluções romanas vão sempre dirigidas a institutos tradicionais enquanto que os que se encontram em total decadência e em aberta contestação – por parte de alguns de seus membros – à própria Igreja sejam objetos de uma tolerância que há muitos parecerá conivência. Chegou a vez de severas medidas contra os Franciscanos da Imaculada e seria bom, para a própria autoridade de Roma, que nos explicasse a todos a causa de tão drástica intervenção. Que possui, ademais, sanções inexplicáveis, como a de proibir a seus sacerdotes a forma extraordinária da Missa, que, segundo o motu proprio de Bento XVI, está ao alcance e pode ser rezada por qualquer sacerdote católico. De modo que a medida adquire um caráter maldoso dificilmente compreensível, como se fossem também proibidos de rezar o rosário ou expor o Santíssimo, coisas que nada tem a ver com a correção de desvios no Instituto – no caso de eles existirem.
Daí que não poucos tenham pensado que estávamos ante a reação de dois impertinentes personagens: o prefeito da Congregação para os Religiosos e seu secretário, que manifestaram claramente sua ojeriza por uma Missa com a qual durante séculos se santificou a Igreja. E que aproveitaram a ocasião de desautorizar a vontade de Bento XVI, a respeito da forma extraordinária do rito latino, a qual evidentemente os contrariava. Envolvendo, ademais, o Santo Padre em uma medida que parece contradizer todas as suas declarações de respeito a abertura aos demais. Porque não se entende que os tradicionalistas estejam em uma condição muito pior que a dos gays, judeus, muçulmanos, protestantes ou ateus, para com os quais é raro não encontrar alguma manifestação de respeito; ou hoje os grandes inimigos de Deus e de sua Igreja são os tradicionalistas? Nem um louco pensaria tal coisa.
Do confuso Braz de Aviz e Frei Carballo, ainda que se pudesse esperar qualquer coisa pouco afortunada, não se poderia crer que chegariam a tais extremos, que podem superar a incompetência para cair na maldade e prevaricação. Causaram indignação no mundo tradicional, farto de condescendências com todos menos para com eles — devem ser as únicas pessoas no mundo que não merecem consideração e respeito por parte da Igreja. Mesmo sendo, como são, católicos exemplares. Ao menos comparados com muitíssimos outros que são objetos de tolerância sem limites, quando não de conivências mais que duvidosas. Hoje, a medida a respeito dos Franciscanos da Imaculada dá a muitos a impressão de que se trata de um ataque a mais, covarde e traiçoeiro, à Missa Tradicional. Obra de dois personagens rançosos e impertinentes que nada seriam sem o cargo que ocupam. Em minha terra, que é a do frei secretário que, como tal, assina tão preocupante documento, abundam umas árvores que levam o mesmo nome que ele. O fruto do carvalho é a bolota. E a bolota é de má qualidade…
Nosso agradecimento a um caríssimo amigo, futuro Sacerdote do Altíssimo, pela gentileza de providenciar a tradução.


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