Seu
nome é Laura Keynes, mas ela descende nada menos
que de Darwin. O famoso
economista John Maynard Keynes, cujas teorias ainda dividem os especialistas
(depois de os Estados as terem aplicado amplamente durante todo o século 20)
era irmão de Geoffrey, que se casou com Margaret Darwin, tataraneta do célebre Charles.
Margaret
foi a bisavó de Laura Keynes,
que, dessa maneira se encontra entre os parentes de dois gigantes do pensamento
mundial moderno. Estas duas figuras ainda hoje influenciam o Ocidente e seu
impacto só pode ser comparado ao marxismo – não é por acaso que continuamos
ouvindo falar do darwinismo e do keynesianismo.
Laura,
nascida em Londres, doutorou-se em Filosofia, em 2010, na Oxford. Atualmente,
mora em Cambridge, onde escreve para importantes publicações, como Times
Literary Supplement, The Observer, Standpoint Magazine,
e trabalha em seu primeiro livro.
Laura Keynes não
apenas se converteu ao catolicismo,
mas quase se transformou em uma apologista em tempo integral. Ela se uniu, de
fato, ao projeto Catholic Voices, iniciativa de divulgação e
apologética no mundo anglo-saxônico. Até aqui, nada excepcional, além da
ascendência especial desta mulher.
O
que chama a atenção é que Laura
Keynes se converteu ao catolicismo depois
de ter lido o best-seller “Deus, um delírio”, do famoso ateu militante Richard
Dawkins.
Cabe
destacar que Laura não tinha nenhuma pré-disposição familiar ao interesse pela
religião. Seu pai simplesmente não se interessava pelo tema, bem como seus dois
ilustres antepassados. A mãe, nascida no anglicanismo, passou ao catolicismo depois de pouco tempo
(algo frequente na Grã-Bretanha), chegando a batizar sua filha no rito
católico. Mas sua convicção era tão fraca que, depois de alguns anos, tornou-se
budista (algo também comum entre as famílias de classe alta, não só na
Grã-Bretanha).
Assim, Laura cresceu em um ambiente
essencialmente agnóstico, no qual a religião não chegava a ser nem um hobby
pessoal, mas o último dos pensamentos. Depois, Laura cresceu e, enquanto
estudava para o doutorado em Oxford, interessou-se pelo debate surgido sobre o
chamado “novo ateísmo” de
Dawkins.
Ela
aprofundou no tema e percebeu que toda a novidade se baseava em uma
instrumentalização do seu antepassado naturalista – que, por outro lado, não
teve nenhuma intenção de fundar um novo credo baseado no mais radical
materialismo. De fato, chegou a se incomodar bastante com as conclusões
teológicas que alguns, em sua época, tentaram extrair dos seus estudos de
biologia.
Em
sua análise, Laura descobriu que “o ‘novo ateísmo‘ continha sempre uma semente de intolerância e de desprezo
às pessoas”. A partir disso, ela começou uma caminhada espiritual que a levou a
valorizar “a santidade e a dignidade da vida humana”. E concluiu: “Escolhi
livremente ser católica, depois de muitas reflexões e longas análises”. Naturalmente,
sua conversão, dada sua ascendência, levantou polêmicas. Os comentários eram do
tipo: “Mas ela parecia uma pessoa tão inteligente…”.
A
esta altura, Laura explica que uma característica da família é a atitude de
“explorar e analisar as incongruências nas provas”. Foi isso que ela fez e a
conclusão a levou diretamente ao batismo papista, seguindo os passos de grandes
intelectuais ingleses que, usando somente seu cérebro, a precederam:
Chesterton, Lewis, Tolkien, Newman, Eliot, Waugh, entre outros.
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