Tempos
Tenebrosos – aos padres da FSSPX
O
que se passa na Fraternidade?
Estamos vivenciando uma crise dentro da
crise, uma assombrosa crise da Fraternidade dentro da crise na Igreja. O
momento é instável, por isso não podemos saber o que virá ou terá no futuro em
relação à Fraternidade. Mas o que nos permiti falar são as evidências (que
podemos chamar de sinais) dados pelo que é divulgado e tornado público nesses
últimos tempos no caso de acordo ou não acordo da Fraternidade, que já gerou
divisões, expulsões e resistências. Então, sobre o que é público e comprovado
por documentos escritos e falas, é lícito, permite ser avaliado e se preciso
criticado.
Avaliar a situação pelo campo
doutrinário é a melhor opção.
O
que fazer?
O que é preciso fazer nessa situação é
ler, se informar, acompanhar os acontecimentos, as noticias estudar, pensar,
refletir e tomar uma iniciativa, uma decisão, fazer uma escolha, ou melhor,
escolher um caminho a seguir, a buscar, a trilhar, a percorrer.
Por
que escolher?
Para não ficarmos apoiando um
pensamento que não é o do fundador, Dom Lefebvre, para não concordarmos com as
ideias de um superior geral por inércia, com imparcialidade, com indiferentismo
diante de falácias que não respira mais o espírito de fé, espírito de combate, de
São Pio X, de Dom Lefebvre, da Igreja. Para não ficarmos calados ou fazer nos
calar diante de ideias que não coincidem com o objetivo de fidelidade, de
defesa e de doutrina da Fé católica. Para não concordarmos em contribuir com o
desandamento, o desvio, o desmaio, a traição da Tradição.
Quais
os caminhos?
Bom senhores, temos e podemos percorrer
três vias:
1)
A
via de Dom Fellay - Ficamos onde sempre estávamos, ou seja, dentro da
congregação que caminha ao abismo profundo e sem volta do liberalismo (se
continuarem com os andamentos de acordo prático com Roma), engolindo a mudança
de atitude da nova Fraternidade que parece ter deixado por alguma fisura,
entrar condutas e posturas políticas bem arquitetadas e liberais, de um diálogo
ainda aberto com a Roma conciliar.
Esse grupo diz: - A situação exige
tática, por isso, vamos dar tempo ao tempo. Esperar a hora certa! O silencio é
o melhor remédio. Vamos calar os alarmantes agitados (transferir, advertir,
expulsar), e colocar em banho-maria o restante dos reverendos.
2)
A
via da neutralidade – ficar parado, paralisado, não fazer nada no momento,
esperar planejadamente a poeira baixar, a reação foi significativa e deu para
conhecer quem é a favor e quem é contra o acordo na congregação.
3)
A
via da Resistência – Nada de acordo prático sem a conversão de Roma e dos
bispos, da aceitação de denúncia aos erros propagados pelo Vaticano II, do
retorno ao verdadeiro Catolicismo, que outra coisa não é se não a aceitação da
Tradição, ela mesma. Salva guardar os tesouros da Fé. Conservá-la intacta e
inviolada. Esse é o espírito do Bispo Lefebvre.
Já está perceptível, já está claro que
não são dignas mais de confiança as autoridades da Fraternidade. Por seus
pensamentos e direcionamento a normalização canônica não podemos mais acreditar
em suas palavras que passaram a ser ambíguas e dissimuladas. Dom Fellay e seus
compassas perderam a noção da verdade, da realidade. Estão iludidos. E as
consequências dessa ilusão são a vontade, a procura de deixar aberta o diálogo
de um acordo puramente pratico, sem a conversão de Roma. Essa é uma atitude
falha e perigosa, pois o combate que a antiga Fraternidade fazia mudou - no seu
modo de falar, agir, escrever, de conduzir-se moralmente e politicamente.
Argumentos
Mas Roma nos dá sua
palavra. Roma nos dá garantias, segurança de podermos ser membros efetivos e
ativos na Igreja, com atuação e construção, e diz que não devemos nos
preocupar, ela não vai mexer nem pedir, nem impor-se em “nada”. Ela (Roma) só
está oferecendo uma oportunidade, uma bandeja de ouro romano para a
Fraternidade entrar na Igreja, colocando seus preciosos tesouros e cristais com
a legalização canônica (tesouros esses que são a integridade da fé católica, a
bela liturgia da Missa de São Pio V, o canto gregoriano, os bons costumes, a
modéstia católica). Lembremos, os filhos das trevas são sempre mais espertos
que os filhos da luz, por debaixo desse “presente” romano existe uma intenção,
um tapete debaixo dos pés da Fraternidade pronto para ser puxado por esses
modernistas e assim fazer cair, derrubar, quebrar tudo de mais valioso que ela
(a Fraternidade) tem, ou seja, o bom combate pela fé, a herança da verdade, as
riquezas do catolicismo, que não estão em outro lugar, se não na Tradição.
É isso que a Roma modernista deseja
fazer, acabar com a conservação da fé católica, destruir a fé católica. Eles
são perversos! Não se pode confiar neles. Eles não amam a Igreja Católica, a
única e verdadeira Igreja de Nosso Senhor. Eles querem vê-la destruída e querem
destruir quem a Ela se mantém firme, fiel. Os modernistas estão a todo custo
estimulando uma intensa perseguição a Nosso Senhor. Bem que São Pio X disse que
a Igreja é Una Santa Católica Apostólica e Perseguida.
Relembremos o que Dom Lefebvre disse em
relação a Dom Gerard sobre fazer acordo com Roma...
–
Dom
Lefebvre: Se Dom Gerard pensa que em
Roma ele pode fazer alguma coisa, ele está muito enganado. Em Roma a gente não
faz o que quer, mas o que Roma quer!
Não podemos nos colocar debaixo de
autoridades que não professam a integridade da fé católica, e infelizmente o
que se passa em Roma é isso, a maioria dos padres, dos bispos, dos cardeais, o
próprio Papa não professa mais a santa fé católica. Isso é uma realidade. A
experiência diz muito, por isso ouçamos o que disse Dom Lefebvre ao Ratzinger
(04/10/1987): - “Mesmo se concedeis de
continuar o seminário e a Fraternidade como estamos fazendo. Nós não podemos
colaborar! É impossível, impossível... Nós estamos trabalhando em uma direção
diametralmente oposta. Vós trabalhais pela descristianização da sociedade, da
pessoa humana e da Igreja. E nós trabalhamos pela cristianização, não podemos
nos entender. Roma perdeu a Fé, meus amigos. Roma está na apostasia! Não é uma
forma de dizer, não são palavras ao vento, aquilo que vos digo... é a verdade.
Roma está na apostasia. Não se pode ter confiança neles, (Roma) deixou a
Igreja, eles deixaram a Igreja! É claro... claro... claro!”. Isso ainda
vale para a situação da Fraternidade hoje.
A voz do fundador é a voz de Deus. Se os
beneditinos seguirem a voz de São Bento, se os franciscanos seguirem a voz de
São Francisco, se os dominicanos seguirem a voz de São Domingos, se os padres
da Fraternidade seguirem verdadeiramente a voz de Dom Lefebvre, com certeza
eles estarão seguros, seguindo a voz de Deus. Tal voz não se faz ouvir pela
boca de Dom Fellay.
Se cada decisão nossa implica em renúncias...
Que saibamos ser decididos. Peçamos a Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo, a
Virgem Maria, a São Pio X, sabedoria para discernimos com exatidão as renúncias
necessárias que precisamos fazer para ouvir a voz da razão, e escutando-a, não
sejamos covardes, fracos, omissos, tenhamos atitudes, posicionemo-nos, a hora
de agir ou reagir é agora!
Por
um noviço do Mosteiro da Santa Cruz
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