sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Tempos Tenebrosos – aos padres da FSSPX




Tempos Tenebrosos – aos padres da FSSPX


O que se passa na Fraternidade?

Estamos vivenciando uma crise dentro da crise, uma assombrosa crise da Fraternidade dentro da crise na Igreja. O momento é instável, por isso não podemos saber o que virá ou terá no futuro em relação à Fraternidade. Mas o que nos permiti falar são as evidências (que podemos chamar de sinais) dados pelo que é divulgado e tornado público nesses últimos tempos no caso de acordo ou não acordo da Fraternidade, que já gerou divisões, expulsões e resistências. Então, sobre o que é público e comprovado por documentos escritos e falas, é lícito, permite ser avaliado e se preciso criticado.

Avaliar a situação pelo campo doutrinário é a melhor opção.

O que fazer?

O que é preciso fazer nessa situação é ler, se informar, acompanhar os acontecimentos, as noticias estudar, pensar, refletir e tomar uma iniciativa, uma decisão, fazer uma escolha, ou melhor, escolher um caminho a seguir, a buscar, a trilhar, a percorrer.

Por que escolher?

Para não ficarmos apoiando um pensamento que não é o do fundador, Dom Lefebvre, para não concordarmos com as ideias de um superior geral por inércia, com imparcialidade, com indiferentismo diante de falácias que não respira mais o espírito de fé, espírito de combate, de São Pio X, de Dom Lefebvre, da Igreja. Para não ficarmos calados ou fazer nos calar diante de ideias que não coincidem com o objetivo de fidelidade, de defesa e de doutrina da Fé católica. Para não concordarmos em contribuir com o desandamento, o desvio, o desmaio, a traição da Tradição.



Quais os caminhos?

Bom senhores, temos e podemos percorrer três vias:

1)                 A via de Dom Fellay - Ficamos onde sempre estávamos, ou seja, dentro da congregação que caminha ao abismo profundo e sem volta do liberalismo (se continuarem com os andamentos de acordo prático com Roma), engolindo a mudança de atitude da nova Fraternidade que parece ter deixado por alguma fisura, entrar condutas e posturas políticas bem arquitetadas e liberais, de um diálogo ainda aberto com a Roma conciliar.
Esse grupo diz: - A situação exige tática, por isso, vamos dar tempo ao tempo. Esperar a hora certa! O silencio é o melhor remédio. Vamos calar os alarmantes agitados (transferir, advertir, expulsar), e colocar em banho-maria o restante dos reverendos.

2)                A via da neutralidade – ficar parado, paralisado, não fazer nada no momento, esperar planejadamente a poeira baixar, a reação foi significativa e deu para conhecer quem é a favor e quem é contra o acordo na congregação.

3)                A via da Resistência – Nada de acordo prático sem a conversão de Roma e dos bispos, da aceitação de denúncia aos erros propagados pelo Vaticano II, do retorno ao verdadeiro Catolicismo, que outra coisa não é se não a aceitação da Tradição, ela mesma. Salva guardar os tesouros da Fé. Conservá-la intacta e inviolada. Esse é o espírito do Bispo Lefebvre.

Já está perceptível, já está claro que não são dignas mais de confiança as autoridades da Fraternidade. Por seus pensamentos e direcionamento a normalização canônica não podemos mais acreditar em suas palavras que passaram a ser ambíguas e dissimuladas. Dom Fellay e seus compassas perderam a noção da verdade, da realidade. Estão iludidos. E as consequências dessa ilusão são a vontade, a procura de deixar aberta o diálogo de um acordo puramente pratico, sem a conversão de Roma. Essa é uma atitude falha e perigosa, pois o combate que a antiga Fraternidade fazia mudou - no seu modo de falar, agir, escrever, de conduzir-se moralmente e politicamente.

Argumentos

Mas Roma nos dá sua palavra. Roma nos dá garantias, segurança de podermos ser membros efetivos e ativos na Igreja, com atuação e construção, e diz que não devemos nos preocupar, ela não vai mexer nem pedir, nem impor-se em “nada”. Ela (Roma) só está oferecendo uma oportunidade, uma bandeja de ouro romano para a Fraternidade entrar na Igreja, colocando seus preciosos tesouros e cristais com a legalização canônica (tesouros esses que são a integridade da fé católica, a bela liturgia da Missa de São Pio V, o canto gregoriano, os bons costumes, a modéstia católica). Lembremos, os filhos das trevas são sempre mais espertos que os filhos da luz, por debaixo desse “presente” romano existe uma intenção, um tapete debaixo dos pés da Fraternidade pronto para ser puxado por esses modernistas e assim fazer cair, derrubar, quebrar tudo de mais valioso que ela (a Fraternidade) tem, ou seja, o bom combate pela fé, a herança da verdade, as riquezas do catolicismo, que não estão em outro lugar, se não na Tradição.

É isso que a Roma modernista deseja fazer, acabar com a conservação da fé católica, destruir a fé católica. Eles são perversos! Não se pode confiar neles. Eles não amam a Igreja Católica, a única e verdadeira Igreja de Nosso Senhor. Eles querem vê-la destruída e querem destruir quem a Ela se mantém firme, fiel. Os modernistas estão a todo custo estimulando uma intensa perseguição a Nosso Senhor. Bem que São Pio X disse que a Igreja é Una Santa Católica Apostólica e Perseguida.

Relembremos o que Dom Lefebvre disse em relação a Dom Gerard sobre fazer acordo com Roma...

                    Dom Lefebvre: Se Dom Gerard pensa que em Roma ele pode fazer alguma coisa, ele está muito enganado. Em Roma a gente não faz o que quer, mas o que Roma quer!

Não podemos nos colocar debaixo de autoridades que não professam a integridade da fé católica, e infelizmente o que se passa em Roma é isso, a maioria dos padres, dos bispos, dos cardeais, o próprio Papa não professa mais a santa fé católica. Isso é uma realidade. A experiência diz muito, por isso ouçamos o que disse Dom Lefebvre ao Ratzinger (04/10/1987): - “Mesmo se concedeis de continuar o seminário e a Fraternidade como estamos fazendo. Nós não podemos colaborar! É impossível, impossível... Nós estamos trabalhando em uma direção diametralmente oposta. Vós trabalhais pela descristianização da sociedade, da pessoa humana e da Igreja. E nós trabalhamos pela cristianização, não podemos nos entender. Roma perdeu a Fé, meus amigos. Roma está na apostasia! Não é uma forma de dizer, não são palavras ao vento, aquilo que vos digo... é a verdade. Roma está na apostasia. Não se pode ter confiança neles, (Roma) deixou a Igreja, eles deixaram a Igreja! É claro... claro... claro!”. Isso ainda vale para a situação da Fraternidade hoje.

 A voz do fundador é a voz de Deus. Se os beneditinos seguirem a voz de São Bento, se os franciscanos seguirem a voz de São Francisco, se os dominicanos seguirem a voz de São Domingos, se os padres da Fraternidade seguirem verdadeiramente a voz de Dom Lefebvre, com certeza eles estarão seguros, seguindo a voz de Deus. Tal voz não se faz ouvir pela boca de Dom Fellay.

Se cada decisão nossa implica em renúncias... Que saibamos ser decididos. Peçamos a Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo, a Virgem Maria, a São Pio X, sabedoria para discernimos com exatidão as renúncias necessárias que precisamos fazer para ouvir a voz da razão, e escutando-a, não sejamos covardes, fracos, omissos, tenhamos atitudes, posicionemo-nos, a hora de agir ou reagir é agora!

Por um noviço do Mosteiro da Santa Cruz





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