O
Marido
Os
seus deveres
Eis
a sociedade conjugal! Receber, dar e amar. Receber na abnegação e no
sacrifício, o aperfeiçoamento de si mesmo, o complemento da sua educação moral
e divina. Cada um dá tudo o que tem de melhor, que é a si mesmo; dá tudo
desinteressadamente pelo bem e a felicidade do outro. Amam-se fielmente,
santamente, e este amor todo-poderoso, porque é imortal e divino, dá-lhes força
para receberem tudo e darem tudo com alegria. Por cima do lar, paira o ideal
divino, a união de Cristo com a Sua Igreja, a sua abnegação mútua, o seu amor
único e imortal.
Pela
virtude dos sacramentos, a graça sempre aí está, sobretudo nas horas difíceis,
para iluminar, fortificar, santificar, sustentar. Eis a união dos esposos com
os seus deveres austeros e com as suas provações, mas também, com as suas
alegrias santas e quase divinas. Ei-la na sua grandeza, na sua beleza sublime,
em toda a sua santidade. Sacramentum hoc magnum est, ego dico in Christo et in
Ecclesia.
Mas,
ai! Como tais uniões são raras! E poderá isto causar-nos admiração? Os poetas,
os romancistas, os escritores, os guias da opinião zombaram da virtude,
glorificaram o adultério, disseminaram a paixão, afastaram a abnegação.
Minaram, pela base, o edifício religioso do matrimônio cristão; proclamaram a
lei do divórcio, à espera, sem dúvida, da poligamia e da união livre. E esta
decadência, este regresso sensível à animalidade, chama-se um progresso! Ah!
Não, é um mal horrível, do qual poderíamos morrer. Invadiu as classes populares;
multiplica-se de uma maneira assustadora.
É
tempo de tornar a dar às famílias a sua instituição divina, se não quiserdes
perecer. Mas não pretendais, meus senhores, libertar-vos, por estardes
altamente colocados, das leis que sabeis necessárias às multidões populares.
Não há aqui nem privilégios, nem exceções. Todos sois filhos do mesmo Deus, do
mesmo Pai; todos, estais sujeitos às mesmas obrigações, e os mais em evidência
devem dar os maiores exemplos.
Com
a vossa autoridade, com os vossos conselhos, com a vossa influência,
multiplicai as famílias fiéis, os matrimônios cristãos, as uniões santas, para
não perecermos pela imoralidade e pela desorganização da família. Colocai bem
alto a moral em vosso lar, para que brilhe com magnificência aos olhos de
todos, e fortalecei a união em vossos corações para que ela se retempere pouco
a pouco, em todo o país. Porque, se todos os povos desaparecidos pereceram por
sua corrupção, ou adormeceram gelados pelo frio da morte, perto de seus lares
apagados, é dos lares vivos, onde arde a chama do amor sagrado, imortal,
todo-poderoso; dos lares cristãos, das vidas cristãs, e dos costumes puros, que
hão de sair as nações fortes e poderosas; porque é aí só que podem descer as
graças do Alto, que vivificam, e as bênçãos que imortalizam!
(Livro
O marido, o pai e o apóstolo - Escravas de Maria)
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