Inferno
A Doutrina Tradicional que ensinou sempre Igreja tem que ser transmitida pela hierarquia:
Em 543 no Concílio de Constantinopla, essa teoria foi condenada pela Igreja, e se afirmou o seguinte: “Se alguém afirmar ou crêr que o sofrimento e o castigo dos demônios e dos ímpios estão limitados no tempo e que algum dia terão fim e que haverá também reconciliação universal com os demônios e com os ímpios, que este seja condenado(DS 411)” (14)
“Da existência do inferno falaram já a Profissão de fé de Damaso e a de Atanásio (DS 72,76). O Concílio Ecumênico de Latrão em 1215 (DS 801), o Concílio de Lião (DS 858) e o de Florença (DS 1351), afirmaram a existência do inferno (Cf também o Concílio de Trento – DS 1575)” (16)
Quem concluiu a doutrina do inferno foi o Papa Bento XII na constituição Benedictus Deus em 1336 (DS 1000). Por esta constituição, que permanecerá perpetuamente em vigência, Nós, com apostólica autoridade, definimos:
Que, conforme a disposição geral de Deus, as almas de todos os santos que partiram deste mundo antes da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, assim como as dos santos apóstolos, mártires, confessores, virgens e dos outros fiéis que morreram após o recebimento do santo batismo de Cristo – dado que não tinham necessidade de serem purificadas ao morreram, ou não há de ser quando no futuro morrerem, ou se, então, nelas tiver havido algo a purificar e tiverem sido purificadas após a morte – e as almas das crianças renascidas pelo mesmo batismo de Cristo e das que serão quando forem batizadas, e morreram antes do uso do livre-arbítrio, logo depois de sua morte e da purificação mencionada aos que precisavam de tal purificação, mesmo antes de reassumir os seus corpos e antes do juízo universal, após a ascensão ao céu de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, estiveram, estão e estarão no céu, no reino dos céus e no paraíso celeste, com Cristo, junto da companhia dos santos Anjos.
E que depois da paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo viram e vêem a essência divina com uma visão intuitiva e até face a face – sem a mediação de qualquer criatura como objeto de visão, mas a essência divina se revela a eles de forma imediata, desnuda, clara e manifesta –; e que aqueles que vêem assim, gozam plenamente da mesma essência divina, e, dessa forma, por essa visão e fruição, as almas daqueles que já morreram são verdadeiramente bem-aventuradas e possuem a vida e o descanço eterno, como também as dos que mais tarde hão de morrer verão a essência divina e gozarão dela antes do juízo universal; e que esta visão da essência divina a sua fruição fazem cessar nessas almas os atos de fé e de esperança, uma vez que a fé e a esperança são propriamente virtudes teologais; e, depois que esta visão intuitiva face a face e esta fruição teve e tiver nelas início, esta visão e fruição – sem qualquer interrupção ou privação desta visão e fruição –, permanecem ininterruptos e hão de assim continuar até o juízo final e, a partir dele, por toda a eternidade.
Definimos também que, de acordo com a geral disposição de Deus, as almas daqueles que morrem em pecado mortal atual, logo depois de sua morte descem ao inferno, onde com as penas infernais são atormentadas, e que, todavia, no dia do juízo, todos os homens hão de comparecer “diante do tribunal de Cristo” com os seus corpos para prestar contas de suas ações, “para que cada um receba o que lhe toca segundo o que fez quando estava no corpo, seja de bem ou de mal” (II Cor. 5, 10).
A Escritura sagrada claramente atesta a existência de um lugar de condenação eterna chamado inferno ou às vezes referido a como Geena. Os exemplos são os seguintes: Jesus disse que o homem que desprezar seu irmão “incorrerá no fogo da Geena” (Mt 5,22). O Senhor advertiu: “não temam os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, temam quem pode destruir tanto corpo como alma na Geena” (Mt 10,28). E Jesus prosseguiu: “Se tua mão te faz cair, corta-a. Melhor você entrar na vida com uma só mão que manter ambas as mãos e ir para a Geena com seu fogo inextinguível” (Mc 9, 43).
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