Confiança
A
vista do Crucifixo deve reanimar-nos a confiança.
Se
alguma vez, nas lutas íntimas, vos sentirdes fraquejar na confiança, meditai as
passagens do Evangelho que vos acabo de indicar.
Contemplai
essa cruz ignominiosa, sobre a qual expira o vosso Deus. Olhai para a sua pobre
cabeça coroada de espinhos, que tomba inerte sobre o peito. Considerai os olhos
vítreos, a face lívida onde se coagula o sangue precioso. Olhais para os pés e
as mãos traspassadas, para o corpo malferido. Fixai sobretudo o coração
amantíssimo que acaba de ser aberto pela lança do soldado: dele correram umas
poucas gotas de água ensaguentada... Tudo vos deu!... Como será possível
desconfiar desse Salvador?
De
vós, porém, espera Ele retribuição de afeto. Em nome do seu amor, em nome do
seu martírio, em nome da sua morte, tomai a resolução de evitar doravante o
pecado mortal.
A
fraquuza é grande, bem sei, mas Ele vos ajudará. Apesar de toda a boa vontade,
tereis talvez quedas e reincidências do mal, mas o Senhor é misericordioso. Só
pede que não vos deixeis adormecer no pecado, que luteis contra os maus
hábitos.
Prometei-Lhe
confessar-vos e nunca passar a noite tendo sobre a consciência um pecado
mortal.
Felizes
sereis, se mantiverdes corajosamente essa resolução!... Jesus não terá
derramado em vão, por vós, o seu Sangue bendito.
Tranquilizai-vos
quanto às vossas íntimas disposições. Tereis assim o direito de encarar com
serenidade o temeroso problema da predestinação: trareis sobre a fronte o sinal
dos eleitos.
(Livro da Confiança, Padre Thomas de Saint-Laurent)
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