Sempre
o dissemos, e o repetimos aqui: o regime militar instaurado em 1964 no Brasil
foi um grande bem; tirou o país da agitação e da revolução comunistas, deu-lhe
paz social – fim próximo do estado. Mas os mesmos militares, guiados pela
política maçônica de um Golbery do Couto e Silva, chocaram o ovo da serpente e
permitiram a instauração disto sob o qual vivemos hoje: uma infame mescla
comuno-liberal em torno do “É Proibido Proibir” do Maio de 68 francês. Mas
nunca é tarde: perseguidos traiçoeiramente por aqueles a quem deram anistia –
os que comandam a infame “Comissão da (In)Verdade” –, os militares começam a
dar-se conta, valha o pleonasmo, da verdadeira verdade: “Eles (integrantes
da Comissão da Verdade), filhos da burguesia, querem acabar com as instituições
como a família, a Igreja e as Forças Armadas”, afirma lucidamente o general
Clóvis Purper Bandeira. Resta-lhes concluir que a salvação das nações e de suas
instituições é a ordenação a Cristo Rei, e de modo algum à maçonaria, nem ao
liberalismo, nem a nenhum de seus podres rebentos, como o comunismo e
quejandos.
Como
quer que seja, porém, não deixemos nós, os católicos, de dizer alto e bom som:todo
o nosso apoio aos militares perseguidos pela malfadada Comissão. Não podemos
nada de muito concreto – falta-nos efetiva força política –, mas podemos, sim,
não calar-nos, com a firmeza que nos dá o sermos da linhagem de Santo Estêvão.
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Militares
colocam em dúvida metodologia do órgão e levantam teoria conspiratória para
acabar com a Lei da Anistia
Wilson
Lima e Luciana Lima - iG Brasília | 15/05/2013
Após
um ano de investigação, são cada vez maiores as queixas dos militares contra os
trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. Se antes a dúvida estava relacionada
apenas ao foco das investigações, hoje os militares alegam que todo o trabalho
tem o objetivo de derrubar a Lei da
Anistia (Lei 6.683/1979).
Os
militares acreditam que a Comissão é um órgão “para acabar com pilares sagrados
da extrema direita: a Igreja, a família cristã e as Forças Armadas”, como
define o assessor especial da presidência do Clube Militar do Exército, general
Clóvis Purper Bandeira. “Eles (integrantes da Comissão da Verdade), filhos da
burguesia, querem acabar com as instituições como a família, a Igreja e as
Forças Armadas”, comentou.
Mesmo
com a definição expressa nos objetivos do órgão, de trazer a verdade sobre os
crimes cometidos pelo Estado em nome da ditadura militar, as altas patentes das
Forças Armadas ainda insistem na ideia de que se deve buscar uma paridade na composição
da comissão e nas investigações. O general de brigada do Exército Luiz Eduardo
da Rocha Paiva afirma que os casos de militares que morreram em conflito com os
movimentos armados também precisam ser investigados.
“Já
que ela (a Comissão) está aí, que funcione, mas que cumpra o que está na lei. A
lei é bem clara, não é para investigar apenas os crimes cometidos por agente
públicos. A lei diz que deve ser feita a reconstrução dos casos de graves
violações dos direitos humanos para que seja prestada assistência às vítimas. E
aquelas 120 vítimas do outro lado? Essas são, por acaso, cidadãos de segunda
categoria?”, questionou o general que acusou a Comissão de se “autolimitar”.
Em
março, o Clube Naval do Rio de Janeiro, o Clube Militar do Exército e o Clube
da Aeronáutica divulgaram uma nota oficial denominada “Mensagem à nação
brasileira”. O documento criticava os trabalhos da Comissão da Verdade. As
entidades afirmaram que havia no Brasil um Estado de exceção e que, por esse
motivo, era necessário o sufocamento de uma ameaça comunista.
“O
povo brasileiro, no início da década de 1960, em movimento crescente, apelou e
levou as Forças Armadas Brasileiras à intervenção, em março de 1964, num
governo que, minado por teorias marxistas-leninistas, instalava e incentivava a
desordem administrativa, a quebra da hierarquia e disciplina no meio militar e
a cizânia entre os Poderes da República.”
Entre
os representantes das Forças Armadas há um pensamento de que a CNV, instituída
durante o governo do PT, foi criada como instrumento de vingança contra os
militares. O ápice desse plano seria a mudança na
interpretação da Lei da Anistia .
“Eu
acho que, de posse do resultado dos trabalhos da Comissão da Verdade,
parlamentares, principalmente do PT, tentarão modificar os efeitos da Lei da
Anistia. Logo ela que foi a pedra angular da reconciliação nacional”, afirma o
presidente do Clube Naval do Rio de Janeiro, o vice-almirante Ricardo Antônio
da Veiga Cabral.
A
primeira confirmação da “atitude parcial” da Comissão da Verdade teria sido
a expedição de uma resolução, em agosto do ano passado, delimitando o foco
de atuação do órgão. De acordo com esse documento, a Comissão da Verdade passou
a investigar apenas os crimes cometidos por agentes do Estado. “Essa é uma meia
verdade”, disse. “A Comissão da Verdade quer causar um maior prejuízo à Forças
Armadas enquanto eles pousam como defensores da democracia”, critica Bandeira.
Essa
parcialidade, segundo os militares, também seria fruto dos nomes que foram
indicados. Os militares questionam o fato de não haver entre os sete membros
representantes das Forças Armadas. Nesse sentido, a maior queixa dos militares
sobre a constituição da Comissão está na indicação da advogada Rosa Maria
Cardoso, conhecida por ter defendido a presidenta Dilma Rousseff durante o
regime militar. “A maioria (dos membros) é comunista declarada”, alfinetou o
general Bandeira. “Eles querem mostrar apenas um lado da história. A Comissão
não vai ter a credibilidade necessária. Qualquer pessoa que ler um texto da
comissão vai perguntar e o outro lado?”, descreve Cabral.
Após
o lançamento da Comissão, o Clube Naval chegou a instituir, por meio de
portaria interna, uma comissão especial para acompanhar os trabalhos do órgão.
Eles temiam que membros da Marinha fossem convocados e disponibilizaram
assessores jurídicos para evitar a condução coercitiva. Até agora, nenhum
membro da marinha foi convocado pelo colegiado. Ao todo, 17 militares já
prestaram depoimentos à Comissão da Verdade.
Fonte: Spes
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