VI - Exposição
O quinto mistério do Santíssimo Sacramento é a Exposição, prova de solicitude maternal que a Igreja pode conceder a seus filhos. Luiz da Ponte diz que a vista do Santíssimo Sacramento levantemos os olhos humildemente no momento da elevação na missa e imitemos a Zaqueu que, oculto entre os galhos do sicômoro, esforçava-se por distinguir os traços do Salvador, quando este passava.
Que tesouro, portanto, para o espírito de adoração, quando, durante longas horas de tranquilidade, a Igreja o expõe a nossas adorações, para satisfazer o ardor do nosso amor! Creio que foi Lanzi quem deu três métodos de devoção na exposição para os que preferem seguir um método previamente traçado.
O primeiro consiste em considerar Jesus colocado sobre o Seu trono como a serpente de bronze levantada por Moisés no deserto e sobre a qual bastava voltar os olhares para ficar-se curado das feridas mortais causadas pelos reptes venenosos; com efeito, é esse um dos tipos mais belos e mais notáveis de Nosso Senhor, em Sua missão de Redentor. Todos fomos mordidos pela serpente infernal; sofremos as conseqüências das feridas, e é para Ele que devemos voltar os olhares; e um olhar basta para operar a cura.
Podemos também contemplá-lO sobre o Seu trono, onde está exaltado, e adorar nEle o chefe da Criação, conforme a passagem do Apocalipse:
"O Amem, testemunho fiel e fidedigno, que é o começo da criação de Deus".
Aproximemo-nos dEle, como se fossemos acompanhados por todas as Suas criaturas, apresentamo-nos para receber a bênção e deixemos os corações darem-se livre curso a alegria que sentimos de sermos Suas criaturas com efeito, vai ali para nós, se o sabemos apreciar, a maior das honras e o mais precioso dos nossos direitos.
Enfim, como já o disse, podemos considerá-lO como nosso Juiz, comparando a amável e silenciosa majestade da Hóstia com a glória fulgurante que cercará o filho de Deus no dia solene do Julgamento; e previnamo-nos contra o terror, que a severidade do Juiz inspira, reconciliando-nos agora com a doçura do Sacramento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário