Ambrósio era, na verdade, gaulês,
descendente de gregos como se pode inferir de seu nome e do de seu irmão,
Urânio Sátiro. Nasceu em Tréveris (atual Trier, na Alemanha), onde
seu pai exercia alta função na administração do Império Romano. Depois de
residir em Roma por muito tempo, onde se encontrava entre as mais ricas e
nobres famílias, seu pai foi posto por Constantino I à frente da prefeitura da
Gália.
Com a morte do bispo Auxêncio,
ariano, acirrou-se a disputa pela vaga entre arianos e católicos. Para
assegurar a ordem na eleição, Ambrósio compareceu, pessoalmente, na qualidade
de prefeito da polícia. Tinha, então, 40 anos. Agiu com tamanha eficácia, controlou
os ânimos das facções com tanta moderação que os partidos opostos se uniram
para elegê-lo bispo. Reconhecendo na unanimidade a vontade de Deus, Ambrósio
aceitou o cargo, depois de muitas tentativas de recusa. Era ainda catecúmeno.
Prepararam-se as cerimônias do batismo. Na semana seguinte, recebeu todas as
ordens e foi consagrado bispo a 7 de dezembro de 374.
Suas exposições sobre o valor da
virgindade provocaram um movimento religioso em toda a Itália. Renunciou a seus
bens em favor da Igreja e dos pobres, levando vida ascética exemplar. Ele mesmo
preparava os catecúmenos para o batismo, iniciava-os nas celebrações pascais,
na compreensão dos ritos. Consagrava-se dia e noite aos deveres de seu
ministério.
Pio XII apoia-se em Ambrósio na sua Encíclica Sacra Virginitas, de 25 de março de 1954, citando todas as obras do santo sobre o assunto. Sacra virginitas, (a sagrada virgindade, em latim), é o nome de uma Encíclica do Papa Pio XII, de 25 de março de 1954, em que faz o elogio da virgindade consagrada ao serviço de Deus.
Desta Encíclica vamos citar: A castidade não é nociva ao organismo humano.
Deus deu esse instinto ao homem, por que a Igreja ordena uma lei contraria ao instinto, ainda mais impedindo que se aproveite juventude?
São muitos que dizem sabedores da "liberdade da luxúria".
Para argumentar vamos partir dete ponto meramente natural: A opinião de alguns cientistas que sob a orientação do Doutor James Paget, da Universidade de Londres, que após extensivas pesquisas puderam concluir: "A castidade não é nociva nem ao corpo, nem à alma. Sua disciplina é preferível a qualquer outra... Nada é mais funesto à longevidade, nem diminui tão certamente o vigor da vida, nem favorece tanto o esgotamento como a falta de castidade na juventude". (APUD NYSTEN, 1978, p. 342)
Doutor Lionel Beale, emérito professor de anatomia patológica da Universidade de Londres, ao afirmar: "Não é demais sempre repetir que a abstinência e a pureza mais absolutas são perfeitamente compatíveis com as leis fisiológicas e morais e que a satisfação de certas inclinações não encontra a sua justificativa nem na fisiologia, nem na psicologia, como também nem na moral e nem na religião". (APUD FONSECA, 1929, p. 15)
Doutor Abel Pacheco (AZEVEDO
PIRES, 1950, p. 48) "Afirmar à juventude que a função sexual é de
necessidade fisiológica, constitui mentira ignóbil em face da ciência".
Assim pois, com o beneplácito da ciência os Papas manifestam a antiga, atual e
eterna posição da Igreja, tomada da experiência dos antigos e aplicada nos
costumes da Igreja primitiva.
Doutor Moreira da FONSECA (1929,
p. 12) que inteiramente conforme a Doutrina Católica afirma: "A castidade
se impõe ao gênero humano como uma lei natural, visto como Deus não poderia
exigir de sua criatura o cumprimento de um dever que fosse contrário à sua
natureza".
Pois, foram celibatários o maior
numero de sábios da antiguidade, fato que faz CHATEAUBRIAND (1860, p. 48)
afirmar: "A continência no sábio, transforma-se em estudo; e em meditação
no solitário. Não há aí homem que lhe não desfrute as vantagens em trabalhos de
espírito, por isso que ela é caráter essencial da alma, e força
intelectiva".
Ainda há aqueles que ousam
dizer que a felicidade esta na luxúria. Logo, o celibatário não é feliz pela
continência que deve exercer sobre seus apetites físicos. Pode-se então,
responder com Evangelho (Mt 6, 21-23) e a carta de São Paulo
Apóstolo (1Cor 7, 28-40).
Os prazeres terrenos como os da
carne nunca saciará o homen, pois, conforme afirma São Tomás de AQUINO (2004,
V, p. 90): "Nunca um bem criado pode saciar o desejo humano de felicidade.
Somente Deus o pode saciar e o faz infinitamente".
Doutor Moreira FONSECA
(1929, p. 8 ) observa: "Na fisionomia do jovem casto reina uma santa
alegria, o seu olhar tem algo de mais nobre, a sua consciência goza de
agradável paz e o seu ideal não rasteja pela terra nem mergulha no lodaçal do
vício, mas sim paira em regiões mais elevadas e alcança a esfera dos anjos".
Evangelho (Mt 6, 21-23) ressalta
como a concupiscência dos olhos escurece ou empana o brilho da fisionomia:
"O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será
iluminado. Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas.
Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!"
A castidade não é nociva ao organismo
humano
32. Primeiramente, apartam-se do senso
comum, a que a Igreja sempre atendeu, aqueles que vêem no instinto sexual a
mais importante e mais profunda das tendências humanas, e concluem daí que o
homem não o pode coibir durante toda a sua vida sem perigo para o organismo e
sem prejuízo do equilíbrio da sua personalidade.
33. Ora, segundo a acertada observação
de santo Tomás, a mais profunda das inclinações naturais é o instinto da
conservação: o instinto sexual não vem senão em segundo lugar. Além disso,
compete à razão, privilégio singular da nossa natureza, regular essas
tendências e instintos profundos e, por meio da direção que lhes dá,
enobrecê-los.(39)
34. Infelizmente, depois do pecado de
Adão, as faculdades e as paixões do corpo, estando alteradas, não só procuram
dominar os sentidos mas até o espírito, obscurecendo a razão e enfraquecendo a
vontade. Mas é-nos dada a graça de Cristo, especialmente nos sacramentos, para
nos ajudar a manter o nosso corpo em servidão e a viver do espírito (cf. Gl 5,
25;1 Cor 9, 27). A virtude da castidade não exige de nós que nos
tornemos insensíveis ao estímulo da concupiscência, mas que o subordinemos à
razão e à lei da graça, esforçando-nos, segundo as próprias forças, por seguir
o que é mais perfeito na vida humana e cristã.
35. Para conseguir, porém, o domínio
perfeito do espírito sobre a vida dos sentidos, não basta abstermo-nos apenas
dos atos diretamente contrários à castidade, mas é absolutamente necessário
renunciar com generosidade a tudo o que ofende de perto ou de longe esta
virtude: poderá então o espírito reinar plenamente no corpo e ver a sua vida
espiritual em paz e liberdade. Quem não verá, à luz dos princípios católicos,
que a castidade perfeita e a virgindade, bem longe de prejudicarem o
desenvolvimento normal do homem e da mulher, os elevam pelo contrário à mais
alta nobreza moral?
http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_25031954_sacra-virginitas_po.html(Neste
link está toda a Encíclica Pio XII Sacra virginitas).
FONTE: http://escravasdemaria.blogspot.com.br/
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