quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Como posso fazer com que meu filho de quatro anos de idade participe do nosso Rosário diário?




Por Pe. Peter Scott
Traduzido por Andrea Patrícia

A oração das crianças é uma coisa muito delicada. Não diferentemente dos discípulos, que repreenderam os que trouxeram crianças pequenas para ser abençoadas por Nosso Senhor, achamos difícil compreender que as crianças possam fazer o que nós achamos tão difícil de fazer, ou seja, rezar. No entanto, Nosso Senhor foi claro: “Deixai vir a Mim as crianças, e não as impeçais: pois delas é o Reino dos Céus” (Mt. 19,14).

As crianças podem orar de fato, mas apenas dentro dos limites das suas capacidades, ou seja, de sua compreensão, concentração e atenção. Além disso, a sua oração deve manter a simplicidade infantil para ser genuína: espontaneidade em pedir o que precisa, orar por mamãe e papai, pedir a Jesus desculpas por suas falhas, etc. O artigo de Mary Reed Newland “Ensinando as crianças a orar” em Raising Your Children [Criando Seus Filhos] (disponível em Angelus Press) tem algumas sugestões práticas:

“As crianças têm uma fé tão simples na eficácia da oração que é fácil para elas formar o hábito de orar em todos os tipos de ocasiões… ocasiões de crises menores durante o dia. Sua oração será feita em voz alta, de maneira natural, e com a simplicidade da fé que é como um grão de mostarda, elas esperam que a montanha seja movida. É muito fácil plantar o hábito, e seu mundo é muito mais seguro, porque desta fé de que Deus está pronto e disposto a ajudá-las em tudo, rezar a Ele é uma segunda natureza para elas”. (Págs. 137-138)

Se o Rosário em família não se tornar uma tarefa sem fim para as crianças pequenas, esses princípios devem ser aplicados. Em primeiro lugar: reconhecer que cada família e cada criança são diferentes. Há algumas famílias e algumas crianças, acostumadas a uma disciplina mais rigorosa, que vão se ajoelhar ou sentar-se calmamente durante a recitação do Rosário. Há outras que acham que é impossível ficar parado. A disciplina necessária para o Rosário deve ser proporcional à disciplina necessária para o resto de suas vidas. Se a vida da família como um todo é disciplinada, o Joãozinho vai saber como sentar e ficar quieto durante o tempo sagrado de oração. No entanto, a flexibilidade precisa ser mostrada nos detalhes exteriores, dependendo das circunstâncias individuais de cada criança (por exemplo, idade, temperamento e maturidade) e de cada família.

Além disso, a menos que sejam interrupções maliciosas, não se deve ser punir distrações e falta de concentração, para que a oração não se torne onerosa e dolorosa. Em vez disso deve ser dada ênfase às recompensas positivas pelos bons esforços, como uma atividade divertida ou um prazer após a recitação do Rosário. O envolvimento ativo das crianças, de acordo com sua faixa etária, é crucial. Isso não significa apenas rezar o Pai Nosso e a Ave Maria, quando eles são capazes de fazê-lo. Cada dezena poderia ser precedida por uma discussão muito breve do mistério, e pode ser pedido às crianças para que digam suas intenções para cada dezena específica. Uma virtude especial pode ser solicitada, bem como a tristeza por uma falha. Deste modo, a espontaneidade pode ser renovada, no início de cada dezena.

Outra ajuda chave para ter bom proveito com o Rosário diário é aproveitar a facilidade das crianças em orar sempre, como Nosso Senhor sugeriu. Sua confiança na Providência pode ser tão profunda, seu senso de certo e errado tão agudo, que isso pode trazer uma oração espontânea pedindo a ajuda ou perdão de Deus. Orações muito curtas, mas fervorosas podem pontuar o dia. Um pai pode fazer bem em aproveitar isso e estender os mistérios do Rosário durante o dia.

No entanto, acima de tudo, o mais importante é o exemplo dos próprios pais. Se os pais estão entediados e distraídos durante a recitação do Rosário, irritados e exigentes para com os filhos, e se eles recitam o Rosário de maneira mecânica e rotineira, sem unção ou fervor, o mesmo será encontrado em seus filhos. No entanto, se forem recolhidos e fervorosos, capazes de verbalizar o objeto de sua meditação e as graças a serem obtidas, e se os pais encontram nisso um momento agradável na presença de Deus, elevando-se acima das mil e uma interrupções das crianças inquietas, então as suas crianças vão se esforçar para seguir o seu exemplo.

Fonte: Maria Rosa

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