A
cidade de Lima, capital do Peru, na América do Sul, bem pode ser chamada a
cidade dos santos na América Latina. No período de um século, Lima viu morrerem
Santa Rosa de Lima, São Francisco Solano, São Martinho de Porres e, o santo que
comemoramos hoje, São Turíbio de Mongrovejo.
São
Turíbio foi para Lima com 42 anos, como novo arcebispo, e por 25 anos
dedicou-se incansavelmente ao apostolado no Peru e à luta pela justiça, com
profunda piedade e espírito de penitência. Modelo de pastor e de verdadeiro
benfeitor dos humildes e dos índios, reformador dos costumes e das instituições
eclesiásticas, opunha-se energicamente aos desmandos do poder civil e dos
colonizadores espanhóis.
Turíbio
Alfonso de Mongrovejo nasceu na cidade de Majorca de Campos, Leon, na Espanha,
em 1538, numa família nobre e rica, vivendo uma vida normal até os quarenta
anos. Era protegido de um tio cônego, estudou em Valadolid, Salamanca e
Santiago de Compostela, licenciado em direito e preparava o doutorado em
Oviedo. Sua vida era pautada pela honestidade e lisura, mas, jamais poderia
suspeitar que Deus o chamaria para um grande ministério.
Gozando
da simpatia do rei Filipe II, foi nomeado presidente do tribunal da Inquisição
em Granada, mesmo sendo leigo. Em seguida, visando uma solução adequada aos
problemas que agitavam o Peru, o rei apresentou sua candidatura a arcebispo de
Lima. Nomeado pelo Papa Gregório XIII, recebeu as ordens sagradas até ao
episcopado e partiu para a América. urgiu a partir daí um dos maiores apóstolos
da história da Igreja.
A
pé ou a cavalo, percorreu em condições bem precárias, mais de quarenta mil
quilômetros, visitando várias vezes sua enorme diocese, chegando aos lugarejos
mais distantes, enfrentando desde as neves perpétuas dos Andes, até os desertos
tórridos do lado do Pacífico, organizando paróquias e reunindo sínodos para
tratar dos problemas eclesiásticos, segundo as normas do recente Concílio de
Trento. Na aplicação da reforma do Concílio de Trento teve de enfrentar por
vezes os vice-reis, o Conselho das Índias e o próprio rei.
Tinha
especial preocupação com a condição espiritual e econômica dos indígenas,
explorados e maltratados por muitos colonizadores. Defendeu os oprimidos contra
a crueldade e falta de escrúpulos dos brancos. Bondoso, e caridoso, sabia
responder com suavidade e beneficência à rudeza dos índios, magoados com os
brancos e, conseguiu atrair muitos deles para a Igreja.
Morreu
longe de Lima, em visita pastoral. Tendo adoecido gravemente, deu tudo o que
tinha aos pobres, falecendo no dia 23 de março de 1606, com 68 anos de idade.
Foi beatificado em 1679 e canonizado em 1726 pelo Papa Bento XIII, que o
declarou "Apóstolo e Padroeiro do Peru".
São Turíbio, rogai por nós.
Fonte: Escravas de Maria
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