segunda-feira, 25 de março de 2013

25 de Março - São Dimas





Contam antigas tradição que a Sagrada Família, ao fugir para o Egito, quis refugiar-se, para passar a noite, numa cova que, por desgraça, era uma guarida de ladrões. O Capitão dos bandidos sentiu-se comovido ao ver a venerável bondade de S. José, a pureza e formosura da SS. Virgem e o olhar todo celeste do Menino Jesus. Acolheu-os, deu-lhes de comer e, na manhã seguinte, ofereceu-lhes pão para a viagem e , a Maria, uma bacia d'água para banhar o Menino. 
O capitão tinha um filhinho, da idade de Nosso Senhor Jesus aproximadamente, que se achava coberto de lepra. Nossa Senhora, correspondendo às finezas daquele homem rude e duro, mas que algo de bom tinha no coração, aconselhou-o a lavar o filhinho na água em que banhara o Menino Jesus. Assim o fêz o bandoleiro e, no mesmo instante, seu filhinho ficou curado da lepra. O capitão lembrou muitas vêzes ao filho a quem devia a saúde e a vida, dizendo: "Foi o milagre dum Menino de ..... tua idade, que seria, quem sabe, o Messias anunciado pelos profetas". Crescendo, seguiu aquêle menino o exemplo do pai, tornado-se ladrão. Prêso e condenado à morte, ao subir ao Calvário, ia pensando em Nosso Senhor Jesus, seu companheiro de suplício, que era tão santo e paciente, que, sem dúvida, havia de ser o Messias, aquêle mesmo menino que o livrara da lepra. As tradições dizem que o bom ladrão se chamava Dimas e o mau, Gestas. Ambos foram condenados a morrer junto com Nosso Senhor Jesus e no mesmo suplício. Atrás de Jesus subiram ao Calvário, levando suas cruzes. Junto com êle foram levantados nas respectivas cruzes. Viram como os soldados repartiam entre si as vestes do Salvador; mas, como a túnica era de uma só peça, tiraram a sorte a ver quem a levaria. Ouviram as palavras de Cristo: "Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem".

Nosso Senhor Jesus era objeto de todos os insultos. A multidão, curiosa e soez, passava por diante dêle, e, movendo a cabeça em sinal de desprêzo, dizia: "Vamos! tu que destróis o templo de Deus e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és o Filho de Deus, desce da cruz..."
Todos blasfemavam e insultavam a Nosso Senhor Jesus. Mas a graça operou um milagre: Um dos ladrões, Dimas, considerando as virtudes sôbre-humanas de Jesus, creu ser êle o Messias prometido e amou de todo o coração a Bondade infinita. Dirigindo-se a Gestas, o outro crucificado, repreedeu-o, dizendo: "Como não temes a Deus, estando como estás no mesmo suplício? É justo, na verdade, que soframos por nossos crimes, mas Nosso Senhor Jesus, que mal fêz êle?"

E cheio de esperança e com grande arrependimento disse a Nosso Senhor Jesus: "Senhor, quando chegares ao teu reino, lembra-te de mim". Jesus, olhando Dimas com infinita misericórdia, respondeu: "Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no paraíso".
Naquela mesma noite, a alma de Jesus visitou o limbo dos justos e concedeu ao bom Ladrão a vista de Deus, a felicidade eterna.

São Dimas, rogai por nós.




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