Fonte: Contra Impugnantes.
(Bispo Jorge Mario Bergoglio se prosta diante de um protestante) |
“Tua perdição é obra tua,
Israel. Tua força é obra Minha”.
(Os. XIII, 9)
Sidney
Silveira
Um bispo católico que se ajoelha diante de um
pastor evangélico para receber o “dom” da sabedoria ecumênica manifesta, com
tal ato, algum tipo de humildade? E outra: é verdadeira humildade calar a
verdade da fé no “diálogo” com outras religiões ou seitas?
À primeira pergunta podemos responder dizendo o
seguinte:
1- se Cristo nada tem a aprender com
Nicodemos, muito menos terá a aprender com Lutero e seus descendentes; e
2- a verdadeira humildade, antes e acima de
tudo, é uma reverência pela qual o homem se submete a Deus, como ensina Santo
Tomás. Nas palavras do Doutor Comum, o homem deve submeter-se ao próximo única
e exclusivamente naquilo em que nele há de semelhança com Deus (cfme. Suma
Teológica, II-II, q.161, art. 3, resp), e não no que nele haja de humano ou de
não cristão — ou ainda de falsamente cristão, o que é pior.
Neste último caso, não é humildade submeter-se; ao
contrário, é anuência ao mal ou rebaixamento indevido diante de um
inferior. A título de analogia, seria mais ou menos como um expert em
metafísica concordar reverentemente com qualquer neófito saído dos cueiros que
fala uma bobagem sem tamanho, apenas para não ferir as suas juvenis
susceptibilidades.
À segunda pergunta podemos responder dizendo o
seguinte:
1- a regra da humildade cristã é a verdade
evangélica, da qual a Igreja Católica é a única custodiadora, por missão
divina. Esta é a doutrina bimilenar, quer gostemos, quer não. Quer o mundo a
aceite, quer não. Por isso a Igreja sempre foi um signo de divisão e os líderes
de seitas cristãs sempre foram chamados pelos Papas a se arrepender e a
retornar à Santa Madre Igreja — isto até que batesse o vendaval do Vaticano II
e inaugurasse um virulento ecumenismo totalmente anticatólico... intra
muros Ecclesiae!
2- O único diálogo possível é o
apostólico: convertam-se à religião verdadeira fundada por Cristo, o Verbo
encarnado. Simples desta forma: sim, sim, não, não.
Ai, que coisa chata e antiquada! Ai, que coisa
antimoderna e antidialogante! Ai, quanta intolerância!
Pois bem. O recém-eleito Papa Francisco tem um
passado de grande propagador do ecumenismo — que, dentre os crimes contra a fé,
talvez seja o pior de todos, por seu caráter insidioso e corrosivo. Então
repitamos a pergunta do título, incômoda para muitos no momento presente: o que
esperar de um Papa ecumenista convicto? Resposta: o milagre de uma conversão à
doutrina católica integral.
É possível? Sim. É provável? Não, pois a história
da Igreja está aí para nos mostrar que o modo ordinário de Deus agir não é
este.
A hora é grave. Gravíssima. Um divisor de águas se
aproxima e parece que todos teremos de tomar uma posição clara em breve —
inclusive muitos dos chamados conservadores “linhas-médias”.
Movido pelo Espírito Santo, o Papa Francisco
contrariará o Cardeal Bergoglio? Ou dará razão a Leonardo Boff, para
quem ele é a grande esperança do estabelecimento de uma Igreja
pancristã mundial, ou seja, a abominação da desolação no lugar
santo?
Logo saberemos.
P.S. Queríamos, de verdade, postar algo muito,
muito diferente — num dia tão festivo para a maioria dos católicos. Mas
estas são indagações que, a nosso ver, todo católico verdadeiramente amante da
Igreja deveria fazer na hora presente. Além de rezar sobretudo pelo Papado, ao
qual o Papa deve servir. Isto por um motivo bem simples: nenhum Papa
está acima do Papado.
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