quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A mulher: para o homem, para Freud e para a Igreja, ou a sociedade em confusão




Por Andrea Patrícia

Três textos sobre a mulher e o seu papel no mundo em que vivemos, todos dois muito interessantes, e um comentário meu mais abaixo. Veja: 
Homens preferem mulheres mais tradicionais e mulheres sentem-se perfeitamente satisfeitas no papel de dona de casa.
Trechinho (com grifos originais):
“Mais de 1500 adultos tomaram parte no estudo onde lhes foi perguntado quais eram os atributos que eles "mais valorizavam" no conjugue ou no parceiro.  As respostas bem que poderiam ter sido retiradas dum manual duma feliz vida matrimonial proveniente dos anos 50 do século passado.
No topo da lista masculina encontrava-se a mulher que soubesse "tomar conta da casa", logo seguida da mulher que soubesse cozinhar, limpar e ser boa mãe. Só 16% dos homens valorizava a "estabilidade financeira" numa mulher. Ou seja, para um homem que busca uma esposa com quem passar o resto da sua vida, as "conquistas profissionais" da futura esposa são virtualmente irrelevantes para a sua escolha.”
Nem o homem nem a mulher querem a igualdade
Trechinhos:
"Tornou-se impossível dizer 'Não me importaria de ser dona de casa.' Isso é politicamente tão incorreto que muitas mulheres não querem admiti-lo".
"A maior parte das mulheres não está interessada na "independência financeira" - contrariamente ao que as feministas defendem. Aparentemente o que as mulheres querem é um homem que lhes dê segurança enquanto elas levam a cabo o papel mais importante da vida duma mulher: ser mãe."

A mulher para Freud e para a Igreja, por Sidney Silveira
Trechinho:
“Ignora quem compra de maneira acrítica esta visão que, por exemplo, durante a Idade Média a mulher chegou a ser rainha e senhora do destino de povos inteiros, princesa, administradora de vastas terras, politicamente influente, artesã, poetisa, escritora, educadora, guerreira, mística, Santa. E não apenas no medievo, mas tanto antes como depois, graças ao influxo dos valores evangélicos custodiados pela Igreja, a mulher exerceu papel histórico notável, de extraordinária influência espiritual e política: Isabel de Castela, Santa Joana D’Arc, Santa Rita de Cássia, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila, Santa Brígida da Suécia e incontáveis outras grandes mulheres dão-nos exemplos marcantes da condição feminina durante o longo período da Cristandade católica.
Diga-se que algumas religiosas do medievo eram extremamente instruídas e rivalizavam em saber com os sábios monges de então, educadores do mundo. Quem não leu o clássico La femme au temps des cathédrales, de Règine Pernoud, é analfabeto na matéria e deveria calar o bico antes de dizer aberrações como, por exemplo, a de que a mulher segundo a Igreja não tinha alma. Naquela e noutras obras mostra a grande historiadora francesa que as mulheres exerciam, até mesmo na vida laica, um poder que deixaria os homens de hoje boquiabertos. E ademais chegaram a ser artistas de grande talento, além de poliglotas. Heloísa, diz-nos Régine Pernoud, ensinava às suas monjas o grego e o hebraico. É dessa época uma boa quantidade de obras literárias escritas por mulheres, como seis conhecidas comédias em prosa rimada atribuídas à abadessa Hrostsvitha.”
Vejamos agora a citação que abre o primeiro dos dois textos indicados acima (com grifos originais):
"Nenhuma mulher deveria ter autorização para ficar em casa e cuidar de crianças. . . .  As mulheres não deveriam ter essa opção precisamente porque se tal escolha existir, demasiadas mulheres a seguirão." 
 (Simone de Beauvoir, “Sex, Society, and the Female Dilemma,” Saturday Review, June 14, 1975)
Não é interessante? A própria Beauvoir - uma feminista pervertida que tinha um caso com outro pervertido, Sartre – sabia que se as mulheres pudessem optar elas ficariam em casa. Isso antes, claro, da massiva propaganda para fazer as pessoas acreditarem que o melhor para a mulher é “se realizar profissionalmente”, sempre, claro, à custa da família.
As mulheres no tempo Medieval e as outras tantas que desempenharam seus papéis em casa e também com atividades diversas com as citadas pelo professor Sidney Silveira no segundo artigo, tais como Zélia Martin, não deixavam de cuidar de suas famílias para desenvolver seus negócios. Elas cuidavam de tudo. Geralmente porque o trabalho remunerado era feito dentro da própria casa ou muito perto, como por exemplo, numa venda na frente de casa. Então elas não se ausentavam mesmo do lar, estavam sempre por perto. Sem falar que para as rainhas, como por exemplo, a Rainha Isabel da Espanha, o povo, o país, era a sua família, como bem disse o Bispo Richard Williamson em um de seus escritos. E mulheres cuidam de suas famílias. Mas também temos que lembrar que muitas dessas mulheres como as citadas pelo professor Sidney eram religiosas, portanto tinham um outro tipo de vida, que de certa forma permitia um maior desenvolvimento de capacidades intelectuais e de outras atividades, coisa mais difícil para a mulher que tem que cuidar da casa, dos filhos e  do marido. Mas para Deus o que importa é que se cumpra o seu dever. Humildade e obediência são palavras chave aqui.
Essas situações – das mulheres de outros tempos que eram do lar e também tinham atividade remunerada – são diferentes do que está estabelecido hoje em dia, que é: sair de casa para trabalhar num lugar geralmente distante, passando muitas horas longe da família, deixando os filhos nas mãos de babás ou em creches, chegando cansada em casa e insatisfeita porque no fundo ela sabe que não consegue dar conta de tudo, e não se sente realizada de fato. Muitas são as mulheres que se pudessem não trabalhariam fora. Elas ficariam em casa cuidando do lar, leriam muitos livros, fariam artesanato, costura, trabalhos voluntários, mas nada de compromissos com patrões.
Não é à toa que mais e mais mulheres desenvolvem doenças por causa do estresse. É fatigante demais a vida que se leva hoje nas grandes cidades mundo afora, é puxado demais. Claro, essa vida é difícil mesmo, nunca foi fácil. Mas as condições de hoje são mais desfavoráveis à família do que nunca. E por causa da propaganda sobre o homem “metrossexual” e da mulher “independente”, as pessoas se deixaram levar por ilusões, afastando-se de seus papéis reais – que são os que ajudam a manter a sociedade em ordem – para depois de tudo ficarem frustradas, porque no fundo não é bem isso o que elas querem.
O difícil é pensar no dever. O fácil é se deixar levar pelas ilusões sobre carreira e dinheiro. Essa história de realização profissional está fazendo com que as mulheres deixem de ter filhos, adiem a criação de uma família, vivam no pecado da fornicação, adiem o casamento, se estressem mais. E no fim das contas de que vai valer tanto esforço em ter MBAs, PHDs, diplomas e mais diplomas, viagens? E a satisfação da alma, onde fica? E o cuidado com a vida eterna para onde vai? E a família, abandonada, vai continuar a existir? Por quanto tempo? Com todos esses ataques, o que vai sobrar? Cadê o homem e a mulher de verdade? Quem está feliz nessa correria toda?
Quem se beneficia de toda essa confusão? 

Fonte: Blog Maria Rosa

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