quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Pensamentos de Santa Terezinha - Mês de Novembro





1.      Oh! O Céu! O Céu! Sim, quanto suspiro por ele para ver a Face de Jesus e contemplar eternamente a Sua maravilhosa beleza; mas enquanto espero desejo sofre muito e ser desprezada nesta terra.

2.      Não, não posso temer o purgatório, pois sei que o fogo do amor é mais santificador; sei que Jesus não pode querer sofrimentos inúteis e que não me havia de inspirar os desejos que me abrasam se os não quisesse realizar.

3.      Não esqueçamos que Jesus é um tesouro escondido: poucas almas sabem descobri-Lo, pois geralmente ama-se só o que brilha. Para acharmos uma coisa oculta é preciso que nos ocultemos também, que a nossa vida seja um mistério...

4.      Não quero mais nada senão o esquecimento... Não aspiro aos desprezos, às injúrias, tudo isso seria demasiadamente glorioso para o grão de areia, pois se alguém desprezasse um grão de areia seria sinal de que o via e pensava nele.

5.      Quando nos sentimos totalmente miseráveis, não nos queremos mais considerar, olhamos somente para o nosso único Amado.

6.      Não imaginemos encontrar o amor sem sofrimentos; a nossa natureza está viva e não é em vão que está viva; mas que tesouros nos faz adquirir. É ela a nossa riqueza, nosso meios de subsistência.

7.      Sim, a felicidade encontro-a na dor sem mistura de consolação.

8.      É preciso lutar para vencer: É cedo para as palmas e coroas, Cumpre nos campos da honra merecer.

9.      Sou uma pobre bolinha crivada de picadas de alfinetes, e já não agüento mais. É verdade que os furos são bem pequenos, mas sofro mais assim do que com um maior, feito de uma só vez. Oh! A bolinha treme! No entanto, sinto-me feliz, feliz de sofrer tudo que Jesus permite...

10. Viver de amor. Não é neste degredo. Fixar-se no Tabor; é com Jesus. Subir pelo calvário sem ter medo. E olhar como maior tesouro a Cruz. Hei de viver, de gozar lá no Império. Então terá fugido a dor. Mas cá na terra quero em meu martírio. Viver de amor.

11. Nenhuma tribulação é demasiada para conquistar a palma.

12. Um dia sem sofrimento é para mim um dia perdido.

13. Que fez Jesus para desprender a nossa alma de todas a coisas criadas? Ah! Ele nos feriu profundamente, mas foi um golpe de amor... Deus é admirável, mas, sobretudo, Ele é amável.

14. É uma grande provação ver tudo negro; mas isso não depende de nós inteiramente; fazei o que puderdes para desapegar o vosso coração das preocupações terrenas e, sobretudo, das criaturas, e ficai certas que Jesus fará o resto.

15. Quão poucas são as almas que nenhuma ação fazem com negligência e imperfeição! Como são raras as que fazem tudo do melhor modo possível!

16. Li outrora que os Israelitas, quando construíram o muro de Jerusalém, trabalharam com uma das mãos, tendo na outra a espada. É a perfeita imagem do que devemos fazer. Trabalhar apenas com uma das mãos, e com a outra defender a nossa alma da dissipação que a impede de unir-se a Deus.

17.  Deus faz-se representar por quem lhe apraz, essa escolha não tem importância. Sim, eu sei já me persuadi que Deus não precisa de ninguém, muito menos de mim, para fazer bem à terra.

18.  Muitas vezes as belas palavras que se escrevem e as belas palavras que se recebem são apenas troca de moeda falsa.

19. Ah! Que veneno feito de louvores é ofertado diariamente àqueles que ocupam os primeiros lugares! Que funesto incenso. E quanto deve está desprendida de tudo a alma para não experimentar com isso o prejuízo!

20. Oh! É bem grande a minha dor! Sou, porém, a bolinha do Menino Jesus: se Lhe apraz quebrar o Seu brinquedo, pode fazê-Lo, é livre; sim, não quero senão o que Ele quer.

21. Com as almas que dirigimos, devemos ser verdadeiros e dizer o que pensamos, assim procede sempre; se não sou estimada, pouco importa, não é a estima que procuro. Não venham ter comigo, se não querem ouvir a verdade por completo.

22.  Não posso pensar na querida Santa Cecília, sem sentir-me encantada! Que modelo! No meio de um mundo pagão, no meio do perigo, no momento em que tinha de se unir a um mortal que não respira senão amor profano parece-me que ela deveria temer e chorar. Mas não, enquanto os instrumentos de alegria celebravam as núpcias, Cecília cantava em seu coração. Que abandono!

23. Deus fez-me a graça de não ter nenhum medo à guerra; custe o que custar, é preciso que cumpra o meu dever. Mas o que sobretudo me custa, é observar as faltas, as mais leves imperfeições e fazer-lhes guerra de morte. Preferia receber mil.

24.  Na direção das almas não devemos deixar correr as coisas com o fim de conservar o nosso repouso; combatamos sem trégua, ainda mesmo sem esperança de ganhar a batalha. Que importa o sucesso! Se encontrarmos uma alma de natural, difícil não digamos: Aqui nada há a fazer!... Não tem compreensão!... é melhor deixá-la... não posso mais.... Oh! É covardia falar deste modo, é preciso cumprir o dever até o fim.

25. É unicamente pela oração e pelo sacrifício que podemos ser úteis à Igreja.

26. É absolutamente indispensável na direção das almas, prescindir do próprio gosto, das idéias pessoais, e guiá-las não pela vereda que se segue, não pelo próprio caminho, mas pela senda especial que lhes traça Jesus.

27.  Meu gozo, minha dor, meus leves sacrifícios. Eis minha flores.

28. Quando formos mal compreendidos e julgados desfavoravelmente, de que servirá nos defendermos e entrarmos em explicações? Deixemos passar tudo, não digamos: é tão doce o deixar-se julgar, pouco importa como! O silêncio bem-aventurado, que tanta paz dá a alma.

29.  Faz-nos tanto bem, e dá-nos tanta força calar nossas penas!

30. Jesus desejo que a salvação das almas dependa de nossos sacrifícios de nosso amor.

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