São
Sotero (ou Sótero) nasceu em Fondi, no reino de Nápoles. Seu pai era
natural da Grécia e, isto explica, sua preocupação em relação aos
problemas e necessidades da Igreja grega, durante seu pontificado. Sua
personalidade caritativa e amável, no entanto, não deixou de lado o rebanho
como um todo, que nutria grande carinho e obediência às suas determinações.
Sua origem cristã é que acabou determinando sua eleição na sucessão do
trono pontifício. Nasceu e cresceu dentro de uma esmerada educação
católica, de forma que tornou-se pessoa fervorosíssima e grande luminar na
Igreja de Cristo. Assim reconhecido, foi escolhido para
assumir o governo da Igreja por unanimidade.
Marco Aurélio empreendia crudelíssima perseguição aos cristãos. Com sua
voracidade, investiu implacavelmente contra eles, dos quais muitos foram
lançados aos leões no anfiteatro, outros despedaçados em cadafalsos, outros
enterrados vivos. Sendo os seguidores de Cristo, causa de
espetáculos promovidos pelo cruel imperador, São Sotero, como testemunha
ocular das constantes perseguições, empreendeu todas as suas forças no sentido
de consolar e atender aos fiéis através de diversas instruções, contidas
em suas cartas apostólicas. Nelas, os exortava e animava na
perseverarem da Fé, sempre unidos e obedientes aos ministros
da Santa Igreja, para que juntos pudessem sofrer com paciência e resignação
todos as investidas e conseqüentes tormentos que surgiam de todos os
lados. Pessoalmente empenhou-se em visitar lugares subterrâneos e
cavernas usadas como refúgio pelos cristãos, levando sua palavra de alento e
confiança, aos fiéis perseguidos pela causa de Cristo.
Com muita determinação e coragem, opôs-se publicamente à heresia de
Montano, levantada quatro anos antes do término de seu pontificado.
Foi época em que lavrou escritos de sabedoria tão inspirada, que
depois de muitos anos, foi usada pela Igreja para combater com
veemência o surgimento de diversas outras heresias.
Promulgou vários decretos canônicos, dentre os quais,um que proibiu as
monjas de tocarem os vasos sagrados e corporais, bem
como da administração do incenso em cerimônias da Santa Igreja.
Foi ele também o primeiro Papa a prescrever, canonicamente, o
caráter sacramental da união, apesar de estar já estabelecida desde os
primórdios da Santa Igreja.
À medida que iam sendo trucidadas as ovelhas
pela ira mortal contra os cristãos, percebeu o Sumo Pontífice que
o cerco se fechava cada vez mais e que inevitavelmente tombaria em
breve também o pastor. E assim foi. Pela sua carreira
de santidade e pureza, firmeza e empenho
resoluto, recebeu a coroa dos mártires no dia 22 de abril, sendo porém,
ignorado o gênero de martírio. Foi enterrado em Roma, onde seu
corpo descansou até o século IX, durante o pontificado do Papa Sérgio II, que
determinou que suas relíquias fossem trasladadas para o cemitério
de Calixto, anexo à Igreja de Equício, junto aos restos mortais de
São Silvestre e São Martinho. Parte de suas relíquias foram
enviadas para a Igreja de Toledo e outras para Munique, onde são
profundamente veneradas e festejadas por ocasião da sua festa.
São Sotero e São Caio, rogai por nós.
Fonte: Escravas de Maria
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