As 7 excelências da
batina.
1ª
RECORDAÇÃO CONSTANTE DO SACERDOTE
Certamente que, uma vez
recebida a ordem sacerdotal, não se esquece facilmente. Porém um lembrete nunca
faz mal: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um sinal
ou bandeira. O que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina, não. É
um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer neutro, o traje
o denuncia. Ou se faz um mártir ou um traidor, se chega a tal ocasião. O que
não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E logo quando tanto se fala de
compromisso! Não há compromisso quando exteriormente nada diz do que se é.
Quando se despreza o uniforme, se despreza a categoria ou classe que este
representa.
2ª
PRESENÇA DO SOBRENATURAL NO MUNDO
Não resta dúvida de que
os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras, insígnias,
uniformes… Um dos que mais influencia é o uniforme. Um policial, um guardião, é
necessário que atue, detenha, dê multas, etc. Sua simples presença influi nos
demais: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo sejam as
intenções e conduta dos cidadãos. Uma batina sempre suscita algo nos que nos
rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem sequer
abrir os lábios. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem a consciência
pesada avisa, ao que vive longe de Deus produz arrependimento. As relações da
alma com Deus não são exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não pisa na
Igreja. Para estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de
Cristo do que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestindo sua batina? Os
fiéis tem lamentado a dessacralização e seus devastadores efeitos. Os
modernistas clamam contra o suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a
coroa pontifícia, as tradições de sempre e depois se queixam de seminários
vazios; de falta de vocações. Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há
dúvidas: o “desbatinamento” ou “desembatinação” leva à dessacralização.
3ª
É DE GRANDE UTILIDADE PARA OS FIÉIS
O sacerdote o é não só
quando está no templo administrando os sacramentos, mas nas vinte e quatro
horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado; é uma
vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito a que
o auxilie o sacerdote. Isto se facilita se podem reconhecer o sacerdote entre
as demais pessoas, se este leva um sinal externo. Aquele que deseja trabalhar
como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado como tal para o benefício
dos fiéis e melhor desempenho de sua missão.
4ª
SERVE PARA PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS
A quantas coisas se
atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência,
que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F.
Regatillo, S.I., é hoje uma terrível realidade. Primeiro, foram coisas de pouca
monta: entrar em bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os
seculares, porém pouco a pouco se tem ido cada vez a mais. Os modernistas
querem nos fazer crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo
entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma
mensagem. De tal modo, que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é
o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros.
Deve-se reconhecer que a batina fortalece a vocação e diminui as ocasiões de
pecar para aquele que a veste e para os que o rodeiam. Dos milhares que
abandonaram o sacerdócio depois do Concílio Vaticano II, praticamente nenhum
abandonou a batina no dia anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito
antes.
5ª
AJUDA DESINTERESSADA AOS DEMAIS
O povo cristão vê no
sacerdote o homem de Deus, que não busca seu bem particular se não o de seus
paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre que é o
mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições, dos
departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante das
batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para
seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos.
Este prestígio da batina se tem acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de
abnegação. E agora, se desprendem dela como se se tratasse de um estorvo?
6ª
IMPÕE A MODERAÇÃO NO VESTIR
A Igreja preservou
sempre seus sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da ostentação
dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça
(desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os
arminhos e ornamentos ricos se deixam para o templo, pois essas distinções não
adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às cerimônias
sagradas da Igreja. Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o
sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do pano, dos tecidos,
cores, etc. Já não está todo coberto e justificado pelo humilde hábito
religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à mercê de seus gostos
e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se deixará ouvir como a
do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta vestido com pêlos de
camelo.
7ª
EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO DA IGREJA
Como alguém que tem parte
no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da humildade, da
obediência e da abnegação do Salvador. A batina o ajuda a praticar a pobreza, a
humildade no vestiário, a obediência à disciplina da Igreja e o desprezo das
coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se esquecerá o sacerdote de
seu importante papel e sua missão sagrada ou confundirá seu traje e sua vida
com a do mundo.
Fonte: São Pio V
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