SÃO LOURENÇO nasceu em
Brindes,Itália, a 22 de julho de 1559, no seio de ilustre família. Bem cedo
ficou órfão de pai e foi recebido, ainda criança, pelos Franciscanos Conventuais,
frequentando entre eles os estudos de humanidades.
Perdeu a sua mãe quando
tinha 14 anos de idade. Nessa altura, deixou a cidade onde nascera e também o
seminário dos Conventuais e passou a viver em Veneza, na casa de um tio
paterno. Aqui, conheceu os Capuchinhos e pediu para ser recebido na Ordem. Passou
o ano de noviciado em Veneza e, a 24 de março de 1576, foi admitido à profissão
religiosa. Começou a estudar Lógica em Pádua e em Veneza iniciou o estudo da
Filosofia e Teologia.
Dotado de inteligência excepcional e levado pela sede
insaciável de saber, aplicou-se em profundidade, sobretudo, nos estudos
bíblicos. Dedicou especial cuidado às línguas bíblicas, e muito em
particular, às línguas semitas, que aprendeu com tal perfeição, que provocava
a admiração nos próprios rabinos. A sua memória era verdadeiramente
prodigiosa. Pode-se dizer que falava todas as línguas de então. Ordenado
sacerdote em Veneza, aos 18 de dezembro de 1582, foi-lhe confiado o ensino da
Teologia.
Pelo conhecimento das ciências sagradas, pelos dotes de orador e pela
sua santidade, conquistou a estima de todos os sábios daquele tempo e de seus
irmãos. Pelo conhecimento das diversas línguas, teve possibilidade de percorrer
toda a Europa levando a toda à parte, mesmo a regiões onde proliferavam muitas
heresias, uma palavra firme de verdade, de obediência e de fé. Foi eleito,
diversas vezes, Ministro Provincial e Ministro Geral da Ordem. Percorreu
novamente (e a pé) grande parte da Europa, em visita aos seus irmãos,
edificando-os com o exemplo da sua vida e com a sua palavra fervorosa.
O
segredo dos seus incontáveis recursos foi a devoção terna a Nossa Senhora,
cujos privilégios e vida soube descrever com palavras de entusiasmo. À sua
atividade e apostólica juntou a de escritor de vasta obra de exegese, oratória
e de apologética, sobretudo, contra os luteranos. Clemente VIII chamou-o a
Roma para o enviar à Hungria, Boêmia, Bélgica, Suíça, Alemanha, França e
Portugal. Foi pregador e embaixador junto de diversos soberanos de nações cristãs
que estimulou para a cruzada contra os turcos a fim de evitar o seu avanço.
Depois
da Guerra, o Papa Paulo V mandou o como embaixador de paz entre as potências
cristãs frequentemente em guerra. Conseguiu conquistar o espírito dos mais
turbulentos soberanos com a sua humildade, mansidão e a sua eloquência de homem
habituado à oração e à penitência.
Dotado de temperamento enérgico e
impulsivo, de habilidade, de oratória e força persuasiva, conseguiu trazer para
a fé católica muitos protestantes e alguns hebreus. Em 1619, empreendeu
sua última viagem à Península Ibérica, com a missão de paz junto do Rei Filipe
III. Foi nesta missão que morreu, em Belém, na cidade de Lisboa, a 22 de julho
de 1619, no mesmo dia em que completava 60 anos de idade. Foi canonizado por
Leão XIII em 1881.
Fonte: Escravas de Maria
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