quarta-feira, 3 de julho de 2013

Frutos da Confiança: A confiança glorifica a Deus




Confiança

A confiança glorifica a Deus

O melhor elogio que se possa fazer da confiança consiste em mostrar os seus frutos: será o assunto deste último ca­pítulo.

Possam as considerações seguintes encorajar as al­mas inquietas e fazê-las vencer enfim a sua pusilanimidade, ensinando-as a praticar perfeitamente essa preciosa virtude.

A confiança não evolui nas esferas mais modestas das virtudes morais; ela se eleva de um salto até o trono do Eter­no, até o próprio Coração do Pai celeste. Rende uma exce­lente homenagem às suas perfeições infinitas: à bondade, porque só dEle espera o auxílio necessário; ao poder, porque despreza qualquer outra força que não seja a sua; à ciência, porque reconhece a sabedoria de sua intervenção soberana; à fidelidade, porque conta, sem hesitações, com a palavra divina.




Participa, pois, essa virtude, ao mesmo tempo, do lou­vor e da adoração.

Ora, nas diversas manifestações da vida religiosa, ne nhum ato é mais elevado do que esses; são os atos sublimes em que se ocupam, no Céu, os Espíritos bem-aventurados. Os Serafins velam a face com as asas em presença do Altíssimo e os Coros angélicos Lhe repetem, enlevados, a sua tríplice aclamação.

A confiança resume, numa luminosa e dulcíssima síntese, as três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade. Por isso o Profeta, obumbrado pelo brilho dessa virtude, se sente incapaz de sopitar a admiração e excla­ma com entusiamo: "Bendito o homem que confia em Deus!".
Ao contrário, a alma sem confiança ultraja o Senhor. Duvida da sua providência, da sua bondade e do seu amor. Vai procurar o amparo das criaturas; chega até por vezes, em nossos dias, a se entregar a práticas supersticiosas. A infeliz apóia-se sobre esteios frágeis que se quebrarão sob o seu peso e a ferirão cruelmente.
E Deus irrita-Se com tal ofensa.

O Quarto Livro dos Reis conta que Ocosias, doente, man­dou consultar os sacerdotes dos ídolos. Jeová Se encoleri-zou; encarregou o Profeta Elias de transmitir terríveis amea­ças ao Soberano: "Não haverá um Deus em Israel, para que consulteis Belzebub, o deus de Acaron ? Eis porque não vos levantareis mais do leito em que vos achais, e sucumbireis irremissivelmente".


O cristão que duvida da bondade divina, e restringe as suas esperanças às criaturas, não merecerá a mesma censura? Não se expõe ajusto castigo? A Providência não vela, por acaso, sobre ele, para que lhe seja preciso diri­gir-se loucamente a seres débeis e fracos, incapazes de lhe vir em auxílio?


(Livro da Confiança - Padre Thomas de Saint- Laurent)

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