Os primeiros a dedicarem uma
festa litúrgica a santa Marta foram os frades franciscanos, em 1262, e o dia
escolhido foi 29 de julho.
As Escrituras contam que, em
seus poucos momentos de descanso ou lazer, Jesus procurava a casa de amigos em
Betânia, local muito agradável há apenas três quilômetros de Jerusalém.
Lá moravam Marta, Lázaro e
Maria, três irmãos provavelmente filhos de Simão, o leproso. Há poucas, mas
importantíssimas, citações de Marta nas Sagradas Escrituras ;trata-se de mais
uma importante passagem , pois do evento tira-se um momento em que Jesus chora:
"O pranto de Maria provoca o choro de Jesus". E o milagre de reviver
Lázaro, já morto e sepultado, solicitado com tamanha simplicidade por Marta, que
exemplifica a plena fé na onipotência do Senhor.
Outra passagem é a ceia de
Betânia, com a presença de Lázaro ressuscitado, uma prévia da última ceia, pois
ali Marta serve a mesa e Maria lava os pés de Jesus, gesto que ele imitaria em
seu último encontro coletivo com os doze apóstolos. A tradição nos diz que
diante da perseguição dos judeus, Santa Marta, Maria e Lázaro, foram
banidos de Judeia por ocasião da primeira perseguição.
Não podiam os judeus sofrer a
presença de Lázaro, porque era um testemunho vivo da divindade daquele a quem
tinham dado a morte; não ousando todavia tirar-lhe a vida com receio de que lhe
fosse restituído uma segunda vez para vergonha sua, lembraram-se de meter toda
aquela família numa barca sem mastros, sem leme e sem velas. Deus levou-os para
França.
É de antiga e respeitável
tradição, que parece estar autorizada pela igreja, que Santa Marta anunciara a
fé de Jesus Cristo em Marselha, Aix, Avinhão e em toda a Provença; e que por
toda a parte efetuara muitas conversões.
Conta-se, explicando aos
povos de Avinhão as verdades da nossa religião Cristã. Um mancebo que estava da
banda de além do Ródano, desejava com paixão ouvir Marta; tentou pois
atravessar o rio a nado, mas tendo sido arrastado pela rapidez das águas, fora
submergido. Deram notícia à santa desta desgraça, e esta dizendo a uns
pescadores que tirassem para fora o cadáver, depois de uma breve oração
restituiu-o à vida. Fez grande ruído este milagre. Os habitantes de Tarascon e
as povoações vizinhas vieram então pedir o socorro da santa contra um dragão
que fazia enormes estragos. Como Marta não tinha outro fim do que a glória de
Jesus Cristo e a salvação das almas, reconheceu que um milagre causaria a
satisfação sobre aqueles pagãos.
Embrenhou-se por um bosque
vizinho e achou o dragão que estava a devorar um homem. Fez o sinal da cruz,
aspergiu-o com algumas gotas de água benta, atou-o com o seu próprio cinto e
trouxe-o à cidade, como se fora um manso cordeiro. Atônito o povo acudia a
presenciar esta maravilha, e, depois de terem morto o dragão a pau e à pedrada,
lançaram-se todos aos pés da santa, pedindo-lhe que os não abandonassem.
Santa Marta permaneceu nesse
lugar, tendo criado uma comunidade de donzelas convertidas e que quiseram acompanhá-la.
Refere-se que edificaram nesse sítio um mosteiro, onde como esposas de Jesus
Cristo viviam à maneira de anjos debaixo da direção daquela que fora hospedeira
e discípula do Senhor.
Todos os anos os habitantes de
Tarascon organizam uma grande festa em honra de Santa Marta, protetora da sua
cidade, no dia 29 de Julho.
Fonte: Escravas de Maria
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