domingo, 28 de julho de 2013

O sino e sua importância.




Sino vem do Latim, da palavra signum ou sinal. 

   Sua menção mais antiga é do século VI, e mais tarde os sinos serviriam a todas as Igrejas cristãs do mundo, inclusive como única forma de anunciar as horas para a população. Já em terras brasileiras, do século XVI ao XVIII.

      Os cristãos europeus, a construção dominante da paisagem e uma Igreja, e seus sinos serviam para regular a vida dos habitantes desse lugar. 

     Com seus toques característicos, eram os sinos que anunciavam as datas que marcavam as procissões, casamentos, batizados, serviam como alerta contra os ataques de índios e posteriormente dos piratas, ou para reunir os fiéis para um comunicado e chamar os fiéis para as Santas Missas.

 Indicavam ainda as chamadas horas canônicas e, mais modernamente, a passagem das horas do dia.

     A Igreja Católica define tradicionalmente as horas canônicas, com duração diferente da hora convencional, mudando conforme a estação e a região. 

 Essas definições orientavam a vida nos Mosteiros e, em tempos medievais e quem ainda mantem a tradição do sino. 

   O dia canônico é (Conforme cada regra dos Conventos e os de vida Comteplativa rezam todas as horas e de Vida ativa conforme seus fundadores exigiram).

    Pode-ser começada à zero hora (Matinas). Às 3h00, são as Laudes; às 6h00 as Primas (início das Santas Missas para religiosos ou fiéis); as 7:00 as Primas às 9h00, as Terças, ao meio-dia, as Sextas, seguindo-se às 15h00 as Nonas, às 18h00 as Vésperas e às 20h00 as Completas.
    
      Existe uma diferença quanto ao lugar onde estão os sinos de uma igreja.



Sineira é a parede sem guarnição de um telhado, onde os sinos ficam expostos às intempéries, sendo também o nome do nicho onde estão os mesmos, quase sempre repicados.

Campanário é uma palavra de origem castelhana (da palavra campana, o mesmo que sino). É um local alto, guarnecido de telhado e que não expõe os sinos às intempéries. Eles são quase sempre bimbalhados e em alguns casos repicados.
   
   Encimando todas essas estruturas existe sempre uma cruz ricamente adornada, que fica mais alta que as cabeças humanas que a contemplam, por ser digna e importante para o cristão, recordando-lhe uma profecia do antigo testamento que afirma que o messias "Levantará o seu estandarte sobre as nações" (conforme o livro de Isaías, capítulo 11, versículo 12). Assim, a cruz - que é o símbolo do cristão - se ergue em todas as nações do mundo.

  Mas, em alguns casos, a estrutura exibe também a figura de um galo, cujo significado, muito catequético, é o seguinte:



Obediência - Lembrando que assim como o galo serve ao homem que irá matá-lo, igualmente o homem serve a Deus, que um dia lhe tirará a vida terrena.

Fraqueza - O galo é um animal fraco, qualquer golpe o mata, e assim é o ser humano, igualmente fraco.

Sinceridade - Obediente e sincero, o galo é pontual para anunciar as horas, lembrando as obrigações aos demais galináceos; igualmente o homem deve ser sincero com o seu próximo por toda sua vida.

Outro significado importante é a recordação de que assim como o galo cantou três vezes anunciando o cumprimento da profecia de Jesus ser negado por São Pedro quando lhe faltava a fé e o entendimento (conforme o Evangelho de São Mateus, capítulo 26, versículos 69/75), nós devemos estar prontos para confessar nosso salvador e nunca negá-lO diante dos homens e mulheres deste mundo.

Mas o nome científico e complicado que deram para esse adorno é Anemoscópio, visto que a chapa metálica, com que é feito o galo, funciona como um leme que gira ao sabor dos ventos, apontando a direção destes.

Existem soluções como na Basílica de São Pedro em Roma, em que a torre não foi construída, mas aproveitada uma das extremidades do prédio para a instalação dos sinos.

Os sinos possuem as sete notas musicais, sendo o toque mais comum quando são tangidos, conhecido como "Toque de Jerusalém", em alusão à onomatopéia "Je-ru-sa-lém, Je-ru-sa-lém, Je-ru-sa-lém, (ou dó ré mi fá)". Também é conhecido o toque típico de defuntos: um som grave e dois agudos, de forma espaçada como ocorre no Vaticano quando são sepultados os papas.

Melodias não faltam para os mesmos e às vezes são guardadas em segredo por gerações de sineiros, que tem Santa Bárbara como sua padroeira (festejada em 4 de dezembro), motivo pelo qual possui a irmandade do Rosário uma imagem dessa Mártir. Segundo os mais antigos, quando se faz um sino soar, Deus nos observa e escuta com mais atenção nossas preces sinceras.

Existiu no Monte Serrat, até os anos 60, um senhor conhecido pelo apelido de "Piru", que tinha o rosto típico de caiçara (tez avermelhada e um grande gogó saliente no pescoço), conhecido também pelo nome de "Seu Amary". Ele era do litoral e sua forma única de tocar sinos atraía a atenção de todos, especialmente das crianças, pois o mesmo se deitava ao chão da torre do Santuário e, com cordas atadas aos pés e mãos, tangia os quatro sinos de uma só vez, nas festas da Padroeira. 


 Sino da Capela Santa Teresinha do Menino Jesus 
das Escravas de  Maria


Armação do sino  feita de madeira pelo  


senhor Gabriel Chaize






























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