Sino vem do Latim, da palavra
signum ou sinal.
Sua menção mais
antiga é do século VI, e mais tarde os sinos serviriam a todas as Igrejas
cristãs do mundo, inclusive como única forma de anunciar as horas para a
população. Já em terras brasileiras, do século XVI ao XVIII.
Os
cristãos europeus, a construção dominante da paisagem e uma Igreja, e seus
sinos serviam para regular a vida dos habitantes desse lugar.
Com seus
toques característicos, eram os sinos que anunciavam as datas que marcavam as
procissões, casamentos, batizados, serviam como alerta contra os ataques de
índios e posteriormente dos piratas, ou para reunir os fiéis para um comunicado
e chamar os fiéis para as Santas Missas.
Indicavam ainda as
chamadas horas canônicas e, mais modernamente, a passagem das horas do dia.
A Igreja
Católica define tradicionalmente as horas canônicas, com duração diferente da
hora convencional, mudando conforme a estação e a região.
Essas definições
orientavam a vida nos Mosteiros e, em tempos medievais e quem ainda mantem a
tradição do sino.
O dia canônico é
(Conforme cada regra dos Conventos e os de vida Comteplativa rezam todas as
horas e de Vida ativa conforme seus fundadores exigiram).
Pode-ser começada
à zero hora (Matinas). Às 3h00, são as Laudes; às 6h00 as Primas (início das
Santas Missas para religiosos ou fiéis); as 7:00 as Primas às 9h00, as Terças,
ao meio-dia, as Sextas, seguindo-se às 15h00 as Nonas, às 18h00 as Vésperas e
às 20h00 as Completas.
Sineira é a parede sem
guarnição de um telhado, onde os sinos ficam expostos às intempéries, sendo
também o nome do nicho onde estão os mesmos, quase sempre repicados.
Campanário é uma palavra de
origem castelhana (da palavra campana, o mesmo que sino). É um local alto,
guarnecido de telhado e que não expõe os sinos às intempéries. Eles são quase
sempre bimbalhados e em alguns casos repicados.
Encimando todas
essas estruturas existe sempre uma cruz ricamente adornada, que fica mais alta
que as cabeças humanas que a contemplam, por ser digna e importante para o
cristão, recordando-lhe uma profecia do antigo testamento que afirma que o
messias "Levantará o seu estandarte sobre as nações" (conforme o
livro de Isaías, capítulo 11, versículo 12). Assim, a cruz - que é o símbolo do
cristão - se ergue em todas as nações do mundo.
Mas, em alguns casos, a
estrutura exibe também a figura de um galo, cujo significado, muito
catequético, é o seguinte:
Obediência - Lembrando que
assim como o galo serve ao homem que irá matá-lo, igualmente o homem serve a
Deus, que um dia lhe tirará a vida terrena.
Fraqueza - O galo é um animal
fraco, qualquer golpe o mata, e assim é o ser humano, igualmente fraco.
Sinceridade - Obediente e
sincero, o galo é pontual para anunciar as horas, lembrando as obrigações aos
demais galináceos; igualmente o homem deve ser sincero com o seu próximo por
toda sua vida.
Outro
significado importante é a recordação de que assim como o galo cantou três
vezes anunciando o cumprimento da profecia de Jesus ser negado por São Pedro
quando lhe faltava a fé e o entendimento (conforme o Evangelho de São Mateus,
capítulo 26, versículos 69/75), nós devemos estar prontos para confessar nosso
salvador e nunca negá-lO diante dos homens e mulheres deste mundo.
Mas o nome científico e
complicado que deram para esse adorno é Anemoscópio, visto que a chapa metálica,
com que é feito o galo, funciona como um leme que gira ao sabor dos ventos,
apontando a direção destes.
Existem soluções como na
Basílica de São Pedro em Roma, em que a torre não foi construída, mas
aproveitada uma das extremidades do prédio para a instalação dos sinos.
Os sinos possuem as sete notas
musicais, sendo o toque mais comum quando são tangidos, conhecido como
"Toque de Jerusalém", em alusão à onomatopéia "Je-ru-sa-lém,
Je-ru-sa-lém, Je-ru-sa-lém, (ou dó ré mi fá)". Também é conhecido o toque
típico de defuntos: um som grave e dois agudos, de forma espaçada como ocorre
no Vaticano quando são sepultados os papas.
Melodias não faltam para os
mesmos e às vezes são guardadas em segredo por gerações de sineiros, que tem
Santa Bárbara como sua padroeira (festejada em 4 de dezembro), motivo pelo qual
possui a irmandade do Rosário uma imagem dessa Mártir. Segundo os mais antigos,
quando se faz um sino soar, Deus nos observa e escuta com mais atenção nossas
preces sinceras.
Existiu no Monte Serrat, até os
anos 60, um senhor conhecido pelo apelido de "Piru", que tinha o
rosto típico de caiçara (tez avermelhada e um grande gogó saliente no pescoço),
conhecido também pelo nome de "Seu Amary". Ele era do litoral e sua
forma única de tocar sinos atraía a atenção de todos, especialmente das
crianças, pois o mesmo se deitava ao chão da torre do Santuário e, com cordas
atadas aos pés e mãos, tangia os quatro sinos de uma só vez, nas festas da
Padroeira.
Sino da Capela Santa
Teresinha do Menino Jesus
das Escravas de Maria
Armação do sino feita de madeira pelo
senhor Gabriel Chaize
Fonte: Escravas de Maria
Nenhum comentário:
Postar um comentário