segunda-feira, 15 de julho de 2013

Pensamento de Santa Teresinha.


(Santa Teresinha aos 8 anos de idade)

“Depois do passeio (durante o qual papai me comprava sempre um presentinho de um ou dois soldos), recolhia-me em casa. Fazia então minhas lições. A seguir, ficava todo o resto do tempo a saltitar no jardim em volta do papai, pois não sabia brincar com boneca. Para mim era grande alegria preparar chás com grãozinhos e com cascas de árvores que encontrava pelo chão. Levava-os depois ao papai numa linda xícara pequena. O coitado do paizinho largava sua ocupação e depois sorridente fazia de conta que tomava. Antes de me devolver a xícara perguntava-me (como que em segredo) se era para jogar fora o conteúdo. As vezes, dizia que sim, mas o mais frequente era levar de volta meu precioso chá, com a intenção de tornar a servi-lo várias vezes...

Gostava de cultivar minhas florezinhas no jardim que papai me tinha dado. Entretinha-me em armar altarezinhos no vão que havia ao centro do muro. Quando terminava a obra, corria a papai e, levando-o comigo, dizia-lhe que fechasse bem os olhos e só os abrisse no momento que lho mandasse. Fazia tudo o que eu queria, e deixava-se conduzir até a frente do meu jardinzinho. Então eu gritava: "Papai, abre os olhos!" Ele abria-os e extasiava-se para me dar prazer, admirando o que eu julgava ser uma obra-prima! ...

Seria um nunca acabar se quisera contar mil pequenos episódios desse gênero, que me acodem profusamente à memória... Ah! Como poderia enumerar todos os carinhos que "Papai" prodigalizava à sua rainhazinha? Há cousas que o coração sente, mas que a palavra e a própria ideia não conseguem formular...” (História de uma alma, Santa Terezinha do Menino Jesus)

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