Santo Apolinário foi de
Antioquia a Roma com São Pedro, onde foi ordenado pelo Príncipe dos Apóstolos.
Em seguida, foi enviado a Ravena para lá pregar a fé. Sua primeira obra, ao
chegar àquela cidade, foi a de devolver a visão ao filho de um soldado ao qual
ele havia pedido abrigo; alguns dias depois, curou a mulher de um tribuno, que
padecia de uma doença incurável. Isso foi o suficiente para causar a conversão
de um grande número de pessoas, e logo formou-se na cidade uma cristandade
florescente. Traduzido diante do governador pagão, Apolinário pregou Jesus
Cristo, desprezou o ídolo de Júpiter e viu-se expulso da cidade pelo furor
popular, que o deixou semi-morto.
Após algumas pregações nos
países vizinhos, Apolinário retornou a Ravena e foi à casa de um nobre
patrício que havia mandado chamá-lo para curar sua filha, que estava à morte.
Mas o apóstolo só apareceu no momento em que a doente deu o último suspiro.
Chegando perto do leito fúnebre, o santo dirigiu a Deus uma fervorosa oração: “Em
Nome de Cristo, minha jovem, levanta-te”, disse ele, “e confesse que não
há outro Deus além d’Ele!” A moça levantou-se, cheia de vida, e
exclamou:“Sim, o Deus de Apolinário é o Deus verdadeiro!” Em seguida a
este novo prodígio, trezentos pagãos se converteram e receberam o batismo, a
exemplo da moça e de seu pai.
Mas o sucesso cada vez maior do
cristianismo em Ravena logo desencadeou novas perseguições contra o
apóstolo de Jesus Cristo. Ele precisou submeter-se a um novo interrogatório,
que serviu apenas para avivar ainda mais a sua coragem e a dar-lhe ocasião de
explicar os mistérios da nossa fé. Apolinário teve que sofrer os mais atrozes
suplícios, a flagelação, o cavalete, o óleo fervente, depois os horrores da
fome numa prisão infecta. Mas Deus se encarregava de alimentá-lo através de
Seus anjos. Os carrascos o exilaram na Ilíria. Este exílio deu-lhe condições de
pregar a fé a novos povos e de espalhar, assim, a luz do Evangelho.
A
perseguição o reconduziu a Ravena após três anos de ausência. Esta
foi a última etapa de sua vida. Apanhado assim que desembarcou, Apolinário
assombrou seus perseguidores ao fazer desabar, com apenas uma oração, o templo
de Apolo. Devolveu a visão ao filho do seu juiz, dizendo-lhe: “Em Nome de
Jesus Cristo, abra os teus olhos e veja!” Uma multidão de pagãos se
converteu à fé cristã; mas a raiva dos corações endurecidos apenas cresceu e
logo Apolinário coroou sua vida com um martírio glorioso.
O dies natalis,
ou data do martírio, corresponde a 23 de julho, enquanto teria vivido no século
IIe teria sido martirizado provavelmente durante o reinado do
imperadorValente. No local do martírio, no porto de Ravena, foi erguido no século
VI a Basílica de Santo Apolinário em Classe. As relíquias do
santo foram levadas no século IX para a cidade, para uma igreja que
naquele momento foi batizada de Basílica de Santo Apolinário Novo, tendo
somente regressados à antiga basílica no momento de sua reconsagração, em 1748.
Santo Apolinário, rogai por nós.
Fonte: Escravas de Maria
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